Capítulo 55 - You are the Reason (Tu és a Razão)
Não vou narrar o que aconteceu no hospital, uma vez que não é essencial para o desenrolar da história. Vou mencionar apenas na visão do Christian o que se passou mas sucintamente. Espero que percebam, a história está na recta final...parece impossível e acreditem que está a custar-me muito, mas tenho outras paradas e já com alguns capítulos para postar.
Este capítulo vai ser dedicado a duas meninas que me estão a incentivar muito a continuar:
- emanuellevictor me desculpa se não te dediquei o capitulo anterior...este vai para si.
- Jemarcoanna obrigado por sempre colocar uma palavra nos comentários nem que seja um simples sorriso.
Pov Christian
Quinze dias....quinze dias sem saber da Malu. Sem saber da minha filha. Parece que estou a reviver o passado no presente. Quando soube que Amélia teve a Malu e a entregou sem nem pensar a Bob e Leila. Estive quase três anos sem saber dela, não vou aguentar ficar de novo sem saber da minha menina.
A Ana tem sido o meu porto seguro, a minha rocha. Mesmo grávida de quase sete meses ela continua a ser o meu alicerce. A Paula está a receber acompanhamento psicológico com o Dr. Flynn, apesar de todos nós lhe dizermos que a culpa não foi dela, a nossa piratinha está fragilizada, cada vez que me vê s+o sabe chorar e já a apanhamos a cortar-se. Ela disse que era uma forma de não lhe doer o facto de nos ter feito mal, e foi nessa altura que percebemos que ela precisava de ajuda. A Mia, graças a Deus está bem. A bala não atingiu nada de grave, teve que ficar alguns dias no hospital a recuperar, porém já está em casa.
Durante estes dias, nem ao hospital estou a conseguir ir. Os meus turnos passei-os para um colega, e apenas se muito necessário Andreia me telefona para resolver alguma coisa referente à administração. Estou sem cabeça para nada, a única coisa em que penso é na minha filha nas mãos daquela doida. Sinto alguém abraçar-me, pelo jeito sei que é Ana.
- Ficares aqui fechado não vai trazer a nossa filha de volta Christian...- diz Ana
- Eu sei, mas aqui sinto-me mais perto, consigo sentir o cheirinho dela acho que consigo ouvir até a vozinha dela a brincar com as bonecas...
- Amor, não podes ficar assim. Tens que reagir, tens que viver...- viro-me de repente olhando Ana zangado, como assim reagir? Como é que ela me consegue dizer aquilo. É a nossa filha que sumiu. Ou não, a filha é apenas minha. Algo começa a entrar em ebulição dentro de mim, a raiva se apodera...
- Reagir? Viver? Como? Podes me dizer como é que eu vou viver ou reagir? A "nossa" filha foi levada por uma doida, e tu parece que não estás nem aí. Mas, talvez seja porque ela não tem o teu sangue, ela não é mais importante, porque agora tens esses dois...
-Christian. Eu nunca quis dizer isso...eu....
- Tu tens os gémeos agora. Já não precisas de fingir que te importas com a Malu. Com a MINHA filha.
- Eu...eu vim aqui para te apoiar. Para te fazer reagir, sim eu...NÓS temos os nossos bebés. Mas esses graças a Deus estão aqui, protegidos. Mas sabes, apesar de estarem aqui, eles também precisam do pai. Eu preciso de ti, Christian. Não és só tu que estás a sofrer, não és só tu que sentes a falta dela. Eu posso não ter o mesmo sangue de Malu, mas eu amo-a, amo a minha princesa tanto quanto amo estes dois que aqui estão. Por isso não me digas que não me importo, não me digas que eu estou a fingir...
- Ana...- viro-me e vejo a Ana com lágrimas nos olhos, percebo que está a tremer. O que foi que fiz, ela está grávida e não pode passar por isto.- Desculpa-me Ana...- aproximo-me um pouco para abraça-la, para lhe pedir perdão...
- Não. Podes parar. Não vai ser assim tão fácil desta vez Christian. Da última vez acusaste-e de te tentar tirar a Malu, agora...- ela respira tentando acalmar-se...- Agora acusas-me de não a amar mais...chega. Para mim chega...- vira costas e dirige-se para a porta.
- Ana, por favor não me deixes. Por favor perdoa-me, está a doer...está a doer muito Ana. Por favor, não me abandones...
- Eu preciso de espaço Christian, tu precisas de espaço. Vou dormir em casa do Tay com a Paulinha...pensa no que acabou de acontecer aqui.
- Ana...- mas ela sai sem nem olhar para trás...eu perdi tudo de novo, perdia a minha Princesa...a mulher da minha vida e os meus bebés. Eu perdi tudo...e desta vez a culpa é só minha. Deixo-me cair no chão do quarto e choro, berro, grito...quando dou por mim alguém me abraça. Olho para cima e vejo a minha mãe...- Eu...eu perdi-a...perdi tudo...
- Calma Christian. Eu falei com a Ana, percebi que tinhas feito alguma coisa, ela estava bastante nervosa.
- Onde ela está? Mãe diz-me que não a perdi? Por favor.
- Eu pedi ao teu pai que a levasse até casa do Taylor. Ela não me contou o que se passou, então eu espero que tu me contes, sem esconder nada.
- Eu...eu disse-lhe que ela não se interesava mais com a Malu...que ela tinha os bebés...e...
- CHRISTIAN...tu não disseste isso.- a minha mãe levanta-se, sei que ela também está furiosa comigo...- Eu...não sei como vais resolver, mas só te vou dizer isto: se a Ana nunca mais voltar para esta casa, eu vou estar do lado dela.
- Mãe...- levanto o meu olhar para a Dona Grace, que me olha com raiva, com um olhar que há muito tempo eu não via desde pequeno...
- Nem venhas com o "Mãe"...tu mereces tudo o que a Ana te faça sofrer. Ela ama a Malu como se aquela menna tivesse saído dela, filho...como é que tu...- ela senta-se na cama de Malu e olha para mim chamando-me, aninho-me no sue colo como fazia em pequeno...- Eu sei que estás a sofrer, que doi...Christian, a Ana tem sido o teu apoio nestes dias todos, ela manteve-se uma fortaleza para te amparar, quando eu sei que o que ela mais quer é cair, é deixar de ser essa fortaleza. Ela manteve-se forte por ti, e agora tu...
- Eu sei mãe, eu sei que estrapolei, eu sei que fiz asneira, sei que a magoei muito...mas eu estou perdido mãe, estou sem chão...
- Christian, tu vais ao teu quarto, vais tomar um banho e depois vamos lá para casa. Vais comer e depois vais descansar...amanhã vão estar os dois mais calmos e vão conversar...- faço uma cara de quem não quer sair dali, contudo a Dona Grace sabe bem como nos ameaçar sem falar nada.
Fiz tudo o que ela mandou: tomei um banho, vesti uma roupa confortável, e fomos para casa dos meus pais. Comi, a minha mãe deu-me um remédio acho que algum clamante porque rapidamente estava a dormir. Não foi um sono calmo apesar do remédio, tive pesadelos: com a Malu, com a Ana, com os meus bebés...e quando acordei no dia seguinte parecia que tinha acabado de levado com um caminhão por cima.
Pov Ana
Quinze dias....quinze dias sem saber da Malu. Quinze dias em que Christian se deixou levar por uma depressºao profunda. Ele não sai daquele quarto para nada. Sei que ele está a sofrer, está a reviver tudo o que viveu no passado no presente. Tenho tentado ser o seu porto seguro, a sua rocha. Mas está dificil também para mim, tenho saudades da minha princesa, até os meus bebés têm saudades da mana.
- Eu sei amores, têm saudades dela, eu também. MAs ela vai voltar, eu prometo-vos que ela vai voltar.
- Ei! Como estás minha querida? e Christian?
- Vou sobrevivendo, por eles.- e aliso a minha barriga que está enorme, enquanto Grace e Carrick se sentam no sofá cada um do seu lado.- Christian vive no quarto da Malu, não consigo tirá-lo de lá. Vou lá dizer-lhe que estão aqui, pode ser que isso o faça sair...
- Ana. Sabes que não precisas de ser forte o tempo todo? Estamos aqui se...- diz Carrick, mas eu interrompo-o.
- Não. Não posso, porque se eu quebrar nunca mais me consigo levantar. Então vou ser o apoio que o Christian precisa. É tudo o que quero neste momento...
- Ana...- Grace levanta-se e abraça-me...subo as escadas e entro no quarto da nossa menina, onde Christian vive desde que tudo aconteceu...- Ficares aqui fechado não vai trazer a nossa filha de volta Christian...- digo-lhe abraçando-o por trás.
- Eu sei, mas aqui sinto-me mais perto, consigo sentir o cheirinho dela acho que consigo ouvir até a vozinha dela a brincar com as bonecas...
- Os teus pais estão lá em baixo. Por que não vais até lá...
- Não. Eu não quero ver ninguém Ana...só quero estar aqui...pertinho dela, pelo menos de alguma forma.
- Amor, não podes ficar assim. Tens que reagir, tens que viver...- ele viro-se de repente olhando para mim com um ar de zangado, não sei se alguma vez o vi assim. Eu sei que talvez tenha sido dura demais, mas ele tem que reagir, a filha é dos dois, sei que ela não tem nada de meu, mas é tão minha como de Christian. Sinto-o a tremer, nervoso, com raiva até...
- Reagir? Viver? Como? Podes me dizer como é que eu vou viver ou reagir? A "nossa" filha foi levada por uma doida, e tu parece que não estás nem aí. Mas, talvez seja porque ela não tem o teu sangue, ela não é mais importante, porque agora tens esses dois...
-Christian. Eu nunca quis dizer isso...eu....
- Tu tens os gémeos agora. Já não precisas de fingir que te importas com a Malu. Com a MINHA filha.
- Eu...eu vim aqui para te apoiar. Para te fazer reagir, sim eu...NÓS temos os nossos bebés. Mas esses graças a Deus estão aqui, protegidos. Mas sabes, apesar de estarem aqui, eles também precisam do pai. Eu preciso de ti, Christian. Não és só tu que estás a sofrer, não és só tu que sentes a falta dela. Eu posso não ter o mesmo sangue de Malu, mas eu amo-a, amo a minha princesa tanto quanto amo estes dois que aqui estão. Por isso não me digas que não me importo, não me digas que eu estou a fingir...
- Ana...- ele viro-se e eu só sei chorar, sinto as lágrimas a escorrerem-me pela cara. Sinto os bebés a mexerem-se mais...não posso enervr-me, não posso...tenho que pensar neles também. Percebo pela expressão de Christian que le se apercebeu do que fez...- Desculpa-me Ana...- aproximo-se um pouco para me abraçar, para talvez me pedir perdão...
- Não. Podes parar. Não vai ser assim tão fácil desta vez Christian. Da última vez acusaste-me de te tentar tirar a Malu, agora...- respiroa tentando acalmar-me...- Agora acusas-me de não a amar mais...chega. Para mim chega...- viro costas e dirige-me para a porta.
- Ana, por favor não me deixes. Por favor perdoa-me, está a doer...está a doer muito Ana. Por favor, não me abandones...
- Eu preciso de espaço Christian, tu precisas de espaço. Vou dormir em casa do Tay com a Paulinha...pensa no que acabou de acontecer aqui.
- Ana...- sao sem nem olhar para trás...ele precisa de perceber o que acabou de me dizer. Ele precisa de perceber que por muito perdido que esteja não pode dizer o que lhe vem à cabeça.
Preciso de ficar longe dele, preciso de um tempo para mim, talvez para também eu quebrar finalmente. Não vou conseguir continuar a estar do lado dele assim, preciso deste tempo, preciso de me encontrar. Quando chego à sala e olho para os meus sogros, as lagrimas começam de novo a cair, não consigo mais...não aguento mais.
- Ana...o que é que se passou...onde está o Christian?- pergunta Carrick.
- Está...lá em cima. Eu preciso de me afastar daqui. Preciso de espaço...preciso de tempo longe de Christian. Eu não aguento mais ver a dor dele, não aguento mais ver no que a dor o está a transformar.
- O que é que o Christian te fez Ana? Eu vou dar uma boa surra nesse menino...- diz Grace.
- Não, Grace. Ele precisa da mãe. Por favor, eu não vou contar o que se passou, se o Christian quiser ele que conte. Eu vou para casa do Tay, preciso do meu ninho, preciso da Paula.
- Tudo bem. Grace vai falar com o Christian, enquanto isso eu levo a Ana para casa do Taylor.
E assim eu disse adeus à casa onde supostamente era para ser feliz. Sei que Christian se vai dar conta do que fez, que vai vir atrás de mim. Talvez seja bom este afastamento entre nós, estamos os dois a sofrer de formas diferentes, e sei que ambos estamos quebrados e a dizer e a fazer coisas que mais tarde podemos nos arrepender. Eu apenas tenho uma certeza neste mundo: nunca irei desistir da minha família. E vou lutar por ela...
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