Capítulo 54 - Don't Say You Love Me(Não digas que me Amas)
Pov Christian
O dia vai correndo, mas aquela sensação que algo vai acontecer continua comigo. Não devia ter deixado as meninas irem para o parque sem mim. Sei que talvez esteja a ser irracional, afinal elas estão com dois seguranças. Mas não consigo deixar de sentir o coração apertado...vejo José olhar para mim. Nunca gostei dele, mas desde que casei com Ana que sinto que ele mudou. talvez tenha percebido de vez que Ana é minha.
- Bom Dia Dr. Grey.
- Bom Dia Dr. Rodrigues. Como vão as coisas?
- Tudo bem, eu...eu gostava de saber se seria possível tirar férias daqui a um mês? Sei...
- Pensei que as férias já tivessem sido entregues e confirmadas pelos serviços de Recursos Humanos.
- Bom sim, mas é que...vou-me casar daqui a um mês...bom e gostaria de...
- Lua de Mel?- ele acena...- Não vejo qual o problema, peço apenas que passe os seus pacientes para um outro médico enquanto está a curtir a sua esposa.
- Claro. E já agora, gostaria de lhe entregar em mão.- e entrega-me um envelope que percebo ser o convite. Assim que leio o nome da noiva...
- Elena?! A prima de Ana...essa Elena?
- Sim. espero que não haja nenhum inconveniente. A Elena gostaria muito que Ana estivesse presente, afinal são família. E apesar de tudo eu considero Ana uma boa amiga...
- Não sei...eu prometo que falo com a Ana, porém será ela a decidir.- cumprimento-o e sigo de novo para o meu consultório, vou aproveitar e ligar a Ana. Toca duas vezes e oiço a sua doce voz.
"- Oi..."
"- Olá minha Rainha, como estão?"
"- Estamos bem...as meninas estão no parquinho..."
"- Elas estão sozinhas?"
"- Estão com o Sawyer. Não te preocupes..."
"- E tu, como estás?"
"- Estou bem...estou sentada com a Kate e a tua mãe, á sombra e com a nossa sobrinha ao colo."
"- O Ryan está convosco?"
"- Sim. Christian, por favor descontrai, está tudo bem."
"- Vou tentar. Depois de almoço ligo-te de novo. Beijos, Amo-te."
"- Eu também te amo. Até logo."
Podem achar que estou a exagerar, mas nunca senti isto. É como se tivesse um nó apertando a garganta, sufocando-me. O coração está a bater mais rápido...como se conseguisse senti-lo nas mãos.
Depois de almoço o aperto no meu coraçao aumenta. Luke entra no meu consultorio com Ross e Green. Estão a discutir sobre algo, e eu só consigo olhar para eles pedindo aos céus que me dê paciência para conseguir aturar esta briga.
- Ei! - grito, mas parece que eles estão num mundo à parte, num universo só deles...- Podem por favor parar de gritar uns com os outros...- finalmente eles parece que me ouvem...- Hoje não está a ser um bom dia, então eu agradeço que não testem a pouca paciência que ainda tenho.
- Desculpa Christian.- diz a Ross...- mas o Luke consegue tirar-me do sério...
- Ah! Christian tu sabes que eu amo cutucar a onça da minha cunhada...- Luke é irmão da Green e adora meter se com Ross mulher da irmã. Ambos são cirurgiões, enquanto Greene foi para obstetrícia/ginecologia.
- Qualquer dia a onça da tua cunhada passa-se de vez, e podes ter a certeza que eu vou assistir de camarote Luke.- diz Greene sorrindo.
- Acho que até a tua irmã já não aguenta contigo...- digo para Luke, sorrindo para a Green...- Mas posso saber o que queriam de mim?
- Eu e a Ross estamos a pensar fazer um jantar, uma coisa simples. Gostávamos muito que fosses...claro que com a Ana...
Quando ia a responder vejo Andreia a aparecer bastante nervosa, e logo atrás Stevens com um olhar preocupado, compenetrado, e percebo que está a falar através do auricular. Ele olha para mim...diz algo pelo auricular...
- Senhor estamos com um problema no parque...
- A Ana?- ele mantém-se calado e eu cada vez mais aflito...- É a minha filha? Stevens diz logo, o que raio é que aconteceu?
- É o Bob, ele apareceu. Está com a menina Paula como refém. E parece que há uma outra pessoa com ele e está com a sua irmã.
- O quê?...- o meu coraçao já não bate ele salta dentro de mim. Parece que estou a ver tudo a acontecer de novo. Porém, desta vez não é Carla que lá está é a Ana, a minha Ana e os meus filhos...- Vamos, eu quero ir para...
- Senhor...eu acho melhor...- mas cala-se assim que me vê a pegar na carteira e no telemóvel.
Não sei quanto tempo demoramos, mas para mim foi uma eternidade. Stevens esteve o tempo todo a falar com Sawyer, a dar indicações. Consegui perceber que Ana e a minha mãe tentavam que Bob e a outra pessoa deixassem Paula e Mia. Malu estava com Kate e Luciana, ela devia estar apavorada.
De repente, já bem próximos do parque ouço o que não quero: um tiro. E tudo o que consigo pensar é em Ana. Nem deixo parar o carro, abro a porta e corro o mais depressa que consigo.
Assim que chego perto do local,posso ver muita gente a correr e a fugir, e outras à volta do que suponho seja, onde estão as minhas meninas.
Ainda com algum receio do que vou encontrar, vou furando como posso e consigo ver Sawyer a apontar a arma para Bob que está caído no chão e Ryan olhando para todos os lados como se estivesse à procura de algo.
Vejo Paula abraçada a Ana e corro para elas. A minha Rainha está desmaiada e Paula treme como vara verde
- Saywer! O que raio é que aconteceu...- digo pegando Ana ao colo...- Ana...Ana...o que raio é que aconteceu? Ana...
- A culpa foi minha...eu não devia...eu não devia ter ido falar com ele. A culpa foi minha...desculpa-me Christian...perdoa-me...a culpa foi minha.- Paula fala a tremer, ela está em choque, eu percebo pela sua voz, pela reacção do seu corpo.
- A Ambulância chegou...- e assim que Sawyer diz isso quatro paramédicos chegam dois direccionam-se até Mia, e só agora me dou conta de Mia nos braços da minha mãe.
- Mãe? Mãe, como está a Mia, o que é que aconteceu?- mas a Dona Grace não me responde, acho que naquele momento ela é apenas uma mãe sofrendo pela filha. Entretanto os outros dois dirigem-se para perto de mim, de Ana e da Paula. Felizmente nesta altura ela começa a acordar...
- Ana. Rainha estás bem? Estás ferida?- pergunto segurando-a, enquanto um dos paramédicos a avalia.
- Eu estou bem. Christian...a Malu...ela levou-a...a Amélia levou a nossa filha...ela levou-a...- olho para a minha mulher e levo algum tempo a assimilar o que ela acabou de falar. Então a outra pessoa que estava com o Bob era a Amélia...
- A Malu? A Amélia fez o quê...eu mato-a...se acontecer alguma coisa à nossa filha eu mato aquela desgraçada.- digo com uma raiva que me surpreende, mas neste momento a minha vontade é matar aquela mulher.
- Christian...os bebés...eles...não estão a mexer...eles...eu não os sinto...- olho para Ana tentando acalmar-me, não posso fazê-la enervar-se mais.
- Sra. Grey tenha calma...- diz o enfermeiro que a está a ver...- Eles podem estar apenas quietos porque a senhora está bastante agitada. Vou tentar auscultar os bebés, tenha calma.- o paramédico ausculta a barriga da Ana, e depois de algum tempo, sorri...- Quer ouvir...- coloca o estetoscópio nos ouvidos de Ana...e esta sorri...- Eles estão óptimos, provavelmente apenas assustados e decidiram ficar sossegados. De qualquer forma vamos levá-la ao hospital para lhe fazer uma ecografia.
- Paula. Piratinha? Estás bem?- pergunta Ana olhando para Paula. Percebo que claramente Paula está em choque.- Paula...Paula responde-me. O que é que ela tem?
- A menina está apenas em choque, vamos levá-la para o hospital também. Fisicamente ela não tem nada, acho que é apenas algo emocional...
- Christian...- Ana começa de novo a agitar-se e isso não é bom para os bebés.
- Calma. Vai tudo correr bem...eu vou contigo, e vou mandar mensagem ao Jason para ele ir ter ao hospital.
E assim todos nos dirigimos para o hospital, enquanto Sawyer, Ryan e Prescott se juntam à polícia para começar a procurar a Malu. Alguma coisa me dizia que eu não devia ter saído de perto delas. Agora tenho a minha esposa grávida numa ansiedade que é prejudicial quer para ela quer para os bebés, a minha princesa desaparecida com uma louca.
Já para não falar de Mia, a minha irmã que levou um tiro e eu nem sei ao certo como ela está. Assim que chegamos ao hospital vejo Greene pronta para receber Ana e o Flynn para receber a Paula. Não vejo Luke nem Ross...
- Greene...a minha irmã? Com quem está? Eu...
- Ross e Luke estão com ela, não te preocupes ela está em boas mãos. Agora vamos ver esses bebés sim...
- Eles estão tão quietos...não é normal...eles nunca param...
- Ana os paramédicos já te disseram que eles estavam bem. Aliás tu ouviste-os.
- Christian...mas eles nunca param...
- Ana, ouve- me sim...- diz Greene tentando que Ana olhe para ela e se acalme...- Os bebés sentem tudo o que tu sentes, então ao sentir-te nervosa, ansiosa eles também se sentem. Eles estão apenas a manifestar o que sentem...por isso decidiram de alguma forma ajudar-te a acalmar. Só que eles não sabiam que a mamã deles iria ficar pior com eles tão sossegados. Vamos vê-los? E ouvi-los? Tenho a certeza que depois te vais sentir mais calma.
E assim foi, dirigimo-nos até à sala da ecografia e os nossos bebés estavam óptimos, os coraçãozinhos batiam bem forte, eles apenas estavam mais quietos. Tal como Greene disse, talvez eles tivessem percebido a tensão cá fora e tivessem decidido dar um trégua a Ana. Ana teve que ficar em observação não que houvesse algum problema mas Greene preferiu. Assim que Ana adormeceu, deixei Andreia com ela, e fui ver da Paula.
Encontrei o Jason a sair só quarto que me garantiu que ela estava bem, na medida do possível, que estava com o médico. Flynn saiu do quarto logo de seguida, informou-nos que Paula estava com uma crise de ansiedade juntamente com um sentimento de culpa enorme. Era algo que ele ia falar com ela e que poderia levar um tempo. Peço para a ver, para pelo menos a descansar em relação a Ana, Flynn autoriza mas pede para que não demore muito, pois Paula precisa de descansar. Entro eu e Jason, Paula quando ouve a porta vira-se, e as lágrimas logo começam a cair...
- Ei! Calma, está tudo bem.- digo enquanto me aproximo e me abraço a ela...- Piratinha, olha para mim. Está tudo bem.
- A culpa foi minha Christian. Eu vi-o, eu decidi ir falar com ele sem ninguém saber...a Mia...ela quis avisar o Sawyer, mas eu não deixei. Eu não sabia que a Amélia estava com ele...eu não sabia...
- Paula. Ouve-me com atenção: tu não devias ter ido falar com o Bob sozinha, mas o que aconteceu não foi culpa tua. Se não fosses tu, talvez eles tivessem agarrado a Ella ou a Luciana. Pelo que soubemos o intuito da Amélia sempre foi a Malu.
- Já...já sabem dela? E a Ana? E a Mia? Ela...ela levou um tiro...por minha culpa...eu não a devia ter deixado vir comigo...não devia.
- Paulinha, tu não te podes enervar dessa forma. Por favor, acalma-te.- diz Jason olhando para Paula e para mim.
- O teu pai tem razão Paula. Ouve a Ana está bem, e os bebés também. A Mia eu ainda não sei vou ver agora dela, e prometo que assim que saiba de alguma coisa te venho dizer logo, mas promete que vais descansar um pouco?
- Prometo. E a Malu?
- Também não sei de nada ainda. Eu estive com a Ana até agora, se souber alguma coisa eu aviso-te.- dou-lhe um beijo na testa e deixo-a com Jason e vou ver da Mia.
Quando chego perto da sala de espera vejo o meu pai, o Elliot, a Kate com Eva e Ella ao colo. Olho para cada um deles e para as meninas, e a primeira coisa que faço é pedir a uma enfermeira que leve Kate e as meninas para o meu consultório, pelo menos lá elas têm o sofá onde se podem deitar. Prometo a uma Ella chorosa que assim que pudesse iríamos todos lá ter.
- Sabem alguma coisa da Mia?- pergunto aos dois que me negam...e é quando vejo a minha mãe sair da zona dos pós operatórios...- Mãe, como é que está a Mia?
- Está tudo bem. Não foi tão grave como se pensou no início. A bala atingiu o fígado e o Baço, mas a Ross conseguiu suturar o ferimento no fígado, mas tiveram que lhe retirar o baço. Agora é esperar a recuperação, que vai ser algo lenta, temos que ter a certeza que o fígado está a funcionar como deve ser...
- Ela vai para o isolamento?- pergunto quase que afirmando.
- Infelizmente sim, é mais seguro. A imunidade dela está bem fraca então é o melhor a fazer, pelo menos por enquanto. E a Ana? Os bebés?
- A Ana está óptima e os bebés também. A Paula está com uma crise nervosa, mas o Flynn já está com ela.
- E a Malu, a minha neta? Sabem alguma coisa?
- Não. O Sawyer ainda não me disse nada. Eu só espero que a Amélia não seja doida de fazer alguma coisa à minha filha, porque eu mato-a com as minhas próprias mãos se for preciso.
Sinto a minha mãe a abraçar-me. E ali eu finalmente quebro, a minha filha está...desapareceu com alguém que com certeza não está bem. E eu não sei se quer onde começar a procurar. Não sei os planos de Amélia, e dou me conta neste momento que vai ser como procurar uma agulha num palheiro...
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