Pov Bob

Hoje é o dia da minha vingança. Não queria nada daquilo, não queria matar a Carla. Estar aqueles 15 dias com Paula fez-me ver o que perdi, ela é uma mistura entre Helena e Jack, doce e educada, mas ao mesmo tempo sabe ser rude e implacável. Mas saber que fui enganado por ela, quando a única coisa que queria era ser pai...o pai que nunca fui com Jack e com Helena.

Estou escondido há mais de seis meses, até que um dia Amélia me encontra e pede ajuda num plano que pode dar resultado: ela quer dinheiro, eu apenas quero a Paula comigo.

"Mais um dia nesta cidade, estou cansado disto, tenho que voltar para Seattle e vai ser hoje, tenho que tentar aproximar-me de Paula, mesmo que seja apenas só de longe, percebi que ela é a minha salvação, o meu remédio.

Caminho até à pensão onde estou, arrumo tudo e pago a estadia, de seguida apanho o primeiro autocarro para Seattle. Fico a pensar em tudo o que fiz, em tudo o que me tornei...não fui um bom filho, não fui um bom marido para Leila nem para Carla, nunca fui pai para os meus filhos. Mas quero ter a hipótese de o ser para Paula.

Sei que não vai ser fácil, sei que vou ter que ir devagar aproximar-me aos poucos...e que ninguém para além dela me pode ver. Ainda estou a ser procurado pela morte de Carla...que foi totalmente um acidente.

Finalmente chego ao meu destino, contudo, não posso voltar para a minha casa de certeza que a polícia vai lá estar a vigiar. Então por hoje decido ir para uma pensão qualquer, graças a Deus tenho a conta recheada com os milhões que retirei da Agência durante anos. Depois logo penso em comprar ou arrendar um apartamento, se bem que vou precisar de alguém como testa de ferro, pois não posso dar o meu nome.

Os dias vão passando, hoje decidi vir até à escola da Paula...ela está linda e parece feliz. Preciso de arranjar uma forma de me chegar perto dela sem que ninguém perceba, vejo um rapaz chegar-se perto dela...eles beijam-se e aquilo irrita-me e muito. Eles despedem-se das outras duas que levei no carro da outra vez e sai com o dito rapaz saindo da escola. Sigo-os até chegarem ao parque, vão para um canto mais isolado e é a minha oportunidade para tentar falar com ela.

- Paula.

- Não. Não...eu vou chamar a polícia....eu chamo...

- Paula por favor eu não queria...eu juro que não queria...foi um acidente...foi...

- Tu mataste-a...tu és um monstro...

- Paula, quem é ele? Porque estás assim?

- eu sou o pai dela...-digo mas vejo odio nos olhos de Paula...

- Tu...não...és...meu...pai.- e chegando-se perto de mim dá-me uma bofestada.- Tu és um assassino, és um monstro...eu odeio-te.

- Paulinha, por favor, dá-me uma chance...

- James tira-nme daqui, leva-me para casa..por favor...eu quero o meu pai. Eu só quero o meu pai.

- Eu levo-te. É melhor o senhor ir-se embora. Eu não sei o que raio se passa aqui, mas acho bem que se afaste de vez.

- Paula. Eu não vou desistir de ti. Eu não vou cometer o mesmo erro que fiz com os teus irmãos. Se não vieres a bem...eu...

- James, leva-me para casa por favor.

E assim se foi, depois deste nosso encontro nunca mais consegui chegar-me perto dela. O tal de James estava sempre por perto. E assim que me via logo ligava a alguém. E foi numa dessas vezes que a encontrei: Amélia."

Assim nesse dia se iniciou a escrever o plano de "vingança" de Amélia e o dia em que eu iria conseguir a minha Paula de volta. Mas tudo deu errado de novo e desta vez para sempre.

Pov Amélia

Ainda não acredito que o Jack está numa de ser bonzinho agora. Depois que Leila morreu ele mudou, parece que ganhou consciência. Helena também mudou, mas essa sempre foi uma mosquinha morta, sempre foi fácil manipula-la.

- Jack prometeste que me ajudavas?

- E ajudei...- eu não acredito que ele vai-me atirar à cara aquele plano estúpido de colocar o pai a fazer a parte suja do plano dele.

- Ajudaste? Colocar o teu pai no meio disto tudo? Vê-se o resultado: a tua mãe morreu, a tua tia morreu e o Christian casou-se com aquela...sonsa...e nós? Ficámos onde sempre estivemos sem dinheiro.

- Ao contrário de ti, Amelia, eu trabalho, eu tenho como me sustentar. Tu sempre viveste às custas do Grey, e acho bem que não estejas a pensar em fazer o mesmo comigo. Eu não sou o "tanso" do teu ex-marido, podemos até dar certo, ter um sexo maravilhoso os dois, mas, nunca te vou sustentar como ele o fez.

- E o que é que queres dizer exactamente com todo esse discurso?

- Tu percebeste bem...mas para que entre bem nessa tua cabeça eu vou-te falar bem devagar: Queres dinheiro...vai trabalhar.

- Jack...- e sai do nosso quarto sem nem olhar para trás. Como é que ele quer que eu vá trabalhar? Eu nunca fiz nada, nem curso tenho...- Jack...

- Chega Amélia, já te disse o que tinha a dizer. Vou trabalhar, algo que acho que te fazia bem.

- Eu nunca fiz nada, eu...eu nem curso tenho como é que queres que eu vá trabalhar?

- Há muitos trabalhos que não exigem curso superior Amélia, se quiseres posso até ver na empresa, há sempre vagas nas limpezas.- E depois de dizer sai, eu trabalhar nas limpezas, nunca...mas nunca mesmo.- Amélia, tens o dia de hoje para conseguires um trabalho.

- E se não conseguir arranjar?

- Tens duas hipóteses: aceitas a minha proposta de trabalhar nas limpezas ou podes começara a fazer as malas.

Não acredito que ele me fez um ultimato destes, mas não tenho escolha, por muito que não queira ir trabalhar ficar sem morar, sem dinheiro também não é opção. Assim decido sair e tentar a minha sorte em arranjar um trabalho em algo que me agrade um pouco mais. Nesse dia que tudo muda, e encontro à minha frente alguém que me pode ajudar no que mais quero: separar o Christian daquela sonsa, e com alguma sorte conseguir algum dinheiro do meu querido ex-marido. Ele enganou-me uma vez, mas desta vez eu vou ser mais esperta, eu vou conseguir ficar por cima.

- Se não é o homem mais procurado em Seattle?

- Amélia. Eu não quero problemas...

- Não quer problemas? Bob, você é o problema de muita gente. Mas para mim neste momento pode ser a resolução de muitos.

- Como assim? Eu não quero mais sarilhos. A única coisa que quero e conseguir que a minha filha me perdoe e me aceite como pai.

- A Helena? Esqueça, ela e o Jack agora estão numa de ser cidadãos modelos, bem a Helena já era...mas o Jack depois da morte da Leila transformou-se num homem modelo.

- Eu não estou a falar desses dois, estou a falar da Paula. Da minha filha com Carla.

- Estou espantada...mas talvez possamos nos ajudar mutuamente. Que tal um café?

- O que estás a tramar Amélia? Eu já te disse não quero mais sarilhos, só quero a minha Paula comigo.

- Tu queres a Paula contigo, eu quero o Christian de volta...talvez possamos ajudar-nos um ao outro.

Dirigimo-nos até um café e contei-lhe o meu plano, claro que teríamos que esperar a melhor oportunidade para o fazer. A única coisa que Bob não sabe é que o plano vai ser um pouco diferente do que combinámos. Mas isso vai ficar em segredo até ao dia...