Capítulo 49 - A Vida Toda...
Pov Ana
Depois de deitar tudo o que tinha e não tinha para fora, Christian ajuda-me a deitar, e deita-se ao meu lado, ficando a fazer mimos nas minhas costas, enquanto eu vou fechando os meus olhos e me sinto a ser levada pelo cansaço. De repente sinto uma pontada, primeiro leve como se fosse uma cólica, viro-me na cama para encontrar uma posição melhor, porém a cólica torna-se muito mais forte...como se me estivessem a socar a barriga.
- CHRISTIAN...- grito por Christian, as dores estão insuportáveis...- Ah!...Christian...Christian...
- Ana...- ouço-o a chamar por mim, mas não consigo dizer nada, as dores são muito fortes...- Ana...
- Christian...está...a doer...muito...Christian...- não sei o que aconteceu depois, sinto-me a ficar sem forças, ouço Christian falar longo, muito longe...acho que está ao telemóvel...sinto quando Christian me veste alguma coisa...Christian continua a falar comigo, mas eu não tenho força para responder. Estou a sentir-me leve, muito leve e simplesmente deixo-me levar pela escuridão...deixo-me levar pela paz.
"Bip...Bip...Bip...Bip..." ouço um barulho quase que irritante ao meu lado, mas não consigo abrir os olhos, não tenho forças...sinto que alguém está junto a mim...a tocar-me na mão...é Christian, eu sei que é ele. Tento de novo abrir os olhos, mas o o esforço é muito grande...e eu não consigo.
- Ana...amor. Por favor tens que acordar, por nós...pelo nosso filho. Eu ainda nem acredito...quando o médico me contou eu tive medo, medo por ti, por ele...por sofrermos de novo a perda...mas está tudo bem, ele está bem, só falta tu acordares amor.
Filho? Do que é que Christian está a falar, eu...não estou grávida...não estou...ou será que? Não, não posso, eu tive o meu ciclo uns dias antes do casamento...eu não posso estar grávida. Tendo mexer um pouco a mão que está a ser acariciada por Christian, e com algum esforço consigo...
- Ana. Ana, estás a ouvir-me? Abre os olhos Rainha...por favor...- eu tento, e aos pouco vou abrindo...mas a luz é muito forte...e fecho de novo. Sinto Christian levantar-se e de repente percebo que o quarto fica mais escuro...- Rainha, abre os olhos...por favor...- e aos pouco vou abrindo de novo.
- Christian...o que aconteceu...onde estamos...e que...história é essa de...
- Ei. Calma...- percebo que Christian toca na campainha para chamar a enfermeira e passado uns segundos entra uma enfermeira morena, baixinha e bastante nova...- Por favor pode dizer ao médico que a minha esposa acordou.
- Claro. E bem vinda Senhora...o seu marido não saiu daqui nem por um segundo durante estes dias...- a enfermeira sai e eu olho para Christian.
- Dias? Christian, quantos dias...há quanto tempo estou aqui?
- Dois dias...os meu pais já quiseram vir ter connosco, mas eu não os deixei...pedi-lhes para ficar e tomarem conta da Malu. Mas agora está tudo bem, acordaste e vamos ficar todos bem...
- Christian, eu ouvi...ouvi o que disseste, que história é essa de...- e neste momento entra o médico...e eu fiquei mais uma vez sem perceber que história era aquela de filho.
- Bom Dia, Sra. Grey. Bom fico feliz que tenha acordado, vamos fazer alguns exames para ver se tudo está bem, e se tudo correr bem amanhã mesmo poderá ter alta.
- Antes de me fazerem seja o que for...eu preciso de saber o que se passou? Christian, porque é que falaste de filho?
- O Senhor ainda não lhe contou, pensei que...
- Ainda não tinha tido oportunidade...será que posso ficar com a minha esposa durante alguns minutos, quero ser eu a...
- Claro volto daqui a uma meia hora...até já.- e assim que o médico sai, Christian senta-se junto a mim e olha-me com um carinho enorme, com amor...os seu olhos estão num tom de cinza claro e brilham como só os vi brilhar por uma vez...
- Christian...eu estava meio "longe"...mas ouvi, ouvi-te a falar de...-sinto quando Christian se aproxima mais de mim e me dá um beijo de tirar o fôlego...- Christian...
- Eu vou-te explicar tudo, só preciso que me prometas que vais ficar calma.- aceno com a cabeça, mas calma é o que não estou neste momento...- Qual é a última coisa que te lembras?
- Das cólicas, como se fossem cólicas menstruais mas muito mais fortes...- e de repente algo clica dentro de mim...cólicas...menstruais...não...não pode ter acontecido de novo...- Christian...eu...eu perdi...
- Shiu...não. O nosso bebé está aqui ainda, foi apenas um susto. Mas vais ter que ficar de repouso por um tempo...
- Ele...eu estou mesmo grávida?- e as lágrimas já correm pelos meus olhos, eu nem acredito que estou grávida de novo...
- Sim. Na verdade...já estás de algum tempo, pelo menos foi o que o médico me disse. Acho que casámos já com o nosso bebé aqui dentro...- e Christian dá aquele sorriso que eu amo e dá-me uma beijo leve, delicado...mas cheio de amor...- Obrigado.
- Eu nem consigo acreditar...vamos...vamos ter o nosso bebé...uma mistura de nós dois. Mas tens a certeza que está tudo bem...eu...
- Está tudo bem...tiveste um início de aborto, mas agora está tudo bem, por isso...o repouso que te falei...- e quando eu ia a responder entra de novo o médico.
- Bem pelas vossas cara já percebi que a mãe já sabe, então o que acham de ir ver esse bebé lindo. Estávamos apenas à espera que a mamã acordasse para fazer a ecografia.
- Vamos...eu quero ver o nosso filho...- digo já levantando-me pronta para seguir o médico...
- Calma...não pode ir a andar...- e nisto entra a mesma enfermeira com uma cadeira de rodas...- eu sei que se sente bem, mas depois do que lhe aconteceu é mais prudente ir aqui neste nosso "carrinho"...
- Ana...por favor...- Christian olha para mim, ele sabe que odeio sentir-me uma inútil...- pelo bebé.- olho para ele e para a cadeira, dou um suspiro e sento-me...pelo meu bebé, apenas por ele. E lá seguimos nós rumo à sala onde iríamos ver pela primeira vez o nosso bebé.
Pov Christian
Depois de uma eternidade à espera, finalmente o médico apareceu. Pediu que o acompanhasse e dirigiu-se até ao quarto onde estava Ana a dormir serenamente, como se nada tivesse acontecido. Só de a ver ali sem dores, o meu coração já se aliviou um pouco, mas eu ainda não sabia o que tinha acontecido.
- Doutor. O que é que a minha esposa tem é algo grave? Ela ontem esteve estranha: vomitou, teve uma vertigem, mas...
- Calma...a sua esposa não tem nada de grave, mas vai precisar de muito repouso. A Sra. Grey está grávida. As dores que ela teve foram um início de um aborto, que não aconteceu. Fizemos ecografia e tudo estava perfeito. Estamos a mantê-la sob uma sedação bem fraca que não atinge o bebé, apenas para que ela repouse.
- Espere...grávida...como assim grávida? Ela...eu sei que ela tem tomado remédio, nós perdemos um bebé há uns meses...e...ela está grávida...- de repente algo me faz parar...- Aborto...ela perdeu o nosso bebé de novo...nós...
- Sr. Grey. Por favor acalme-se...como disse a Sra. Grey apenas teve uma ameaça de aborto...os ...o bebé está bem. Faremos uma outra assim que ela acordar.
- O bebé está bem...e a Ana...a minha esposa? Ela está bem? Quer dizer ela...
- Está tudo bem...foi apenas um susto, talvez um esforço a mais possa ter contribuído para tudo isto...como disse não fizemos ecografia ainda...
- Nós ontem fizemos uma caminhada, a Ana ficou bastante cansada durante a mesma...mas eu nem liguei.
- Pode ter sido isso...pelo que pudemos ver das análises ela já está com valores de quem já está a entrar no 2º trimestre de gestação...assim que ela acordar poderemos fazer uma outra eco para que os papás possam ver que tudo está bem.
- E quando é que ela vai acordar...eu preciso de avisar a família...quer dizer...nem sei o que lhes dizer...mas...
- Bem o mais provável é que ela apenas acorde amanhã. Mas este descanso vai fazer-lhe bem a ela e aos...ao bebé.
Aceno com a cabeça, e pergunto se posso ficar com Ana até ela acordar, o que me é permitido. Mas primeiro tenho que avisar os meus pais, até porque vamos precisar de voltar mais cedo para casa. Quando digo à minha mãe o que se passou ela começa logo a tentar organizar tudo para vir ter connosco, já que Kate tinha tido Eva no dia anterior.
- Eva já nasceu, e porque é que não me falaste? Como estão as duas? E Elliot?
- Estão as duas optimas, Elliot está um pai bobão...mas quem anda feliz é Ella. Nunca a vi com um sorriso tão lindo. Olha eles estão a chegar vou passar para o teu irmão...Elliot é o Christian...Ella...
- Tio Chris....a Eva já nasceu...a minha irmãzinha já nasceu...ela é linda...linda...e eu acho que elea é parecida com a mamã...mas o papá acha que é com ele...mas olha ela é mesmo parecida com a mamã...
- Ei! Calma princesa. Ainda bem que estás feliz...e queres saber um segredo...fico feliz que a Eva saia à tua mãe...porque o teu pai é muito feio...
- Não é nada feio...o meu pai é muito lindo. E eu ja disse que o meu proximo mano vai ser igualzinho a ele...
- Próximo...mano...Ella a tua mãe acabou de ter a Eva e tu já estás com planos de ter mais um...
- Ella chega...vai lá fazer os trabalhos senão não vais comigo buscar a tua mãe e tua irmã...- oiço Elliot tirar o telefone a uma Ella muito chateada...- Ei! Já viste o que tenho que passar...havias de ver a cara da Kate quando a Ella se veio com esta de irmão...
- Nem quero imaginar...e tu...como estás? Preparado para noites sem dormir?
- Não...mas hoje percebo-te melhor...eu faria de tudo por Eva e por Ella também...e sim Eva é a cara da Kate...perfeita como a mãe...- e ouço o meu irmão a ficar emocionado...- então e vocês...como está a Lua de mel...
- Estava boa...mas...Elliot a Ana veio para o hospital. Ela está bem...e não é preciso preocuparem-se. Já pedi à mãe que não viesse para cá que não era preciso...assim que ela puder viajar nós vamos para casa.
- Como assim hospital...Christian...
- Elliot, por favor...eu não quero que a paula e a Malu saibam...para todos os efeitos nós estamos em lua de mel...quando eu tiver novidades eu ligo. Prometo...agora tenho que entrar quero ir para ao pé da Ana.- Contar sobre a gravidez de Ana é algo que tem que ser tido pelos dois...e não pelo telefone.
Depois de contar a Ana da gravidez, o que a fez chorar e rir...estamos a caminho da sala da Ecografia para ver o nosso filho. Eu não sei porquê mas acho que o médico nos esconde alguma coisa...ontem quando me contou sobre a gravidez da minha rainha ele não parava de dizer "os", "aos"...achei estranho mas algo em mim me fez não questionar. Assim que chegámos, deitaram a Ana na marquesa, destaparam a sua barriga, e só agora reparei que ela está um pouco mais cheia, mas nada que nos fizesse pensar que...
O médico coloca o gel, liga o aparelho que no início está apenas virado para ele, se bem que que consigo ver pois estou. Ele olha para nós e começa a passar a sonda pela barriga da Ana, juro que bem tento perceber alguma coisa...mas não consigo ver nada...até que...
- Doutor...é o que estou a pensar? Por isso o Doutor ontem disse...eu não consigo acreditar...
- Christian...o que se passa...Christian estás a assustar-me...- olho para o médico e ele vira o aparelho para Ana.
- Que tal a mamã ver com os seus olhos...- ele vira o aparelho e vejo os olhos da Ana a fizar-se na imagem que eu vir também...
- Gémeos?! Eu vou...nós vamos...Christian...nós vamos ter dois...- Ana chora, e eu também, chego bem perto da sua barriga e dou um beijo ali...- Christian...
- Shiu...Deus tirou-nos o nosso primeiro anjo...mas deu-nos estes dois...que nós vamos cuidar desde agora até sermos bem velhinhos...e de mais uns quantos...
- Christian...- e Ana ri-se...- Vamos deixar este dois aqui nascer e crescer um pouco...depois logo vemos sobre essa conversa de mais uns quantos. Doutor está tudo bem com os bebés...quer dizer...
- Está tudo perfeito, a Sra. Grey está com cerca de 13 semanas. Daria para ver até o sexo dos bebés, mas parece que eles hoje estão com alguma vergonha e estão de costas. No entanto posso adiantar que não serão gémeos idênticos por isso poderão ter um casalinho...
- E quando é que vou ter alta e poder ir para casa? Temos que contar aos teus pais, à paulinha...e à Malu...ela vai ficar tão feliz...
- Calma...eu vou passar-lhe a alta ainda hoje, porém gostava que não viajasse pelo menos nos próximos cinco dias, só para termos a certeza que tudo está bem. Quero muito repouso nada de caminhadas...no final desses cincos dias se tudo estiver bem pode viajar de volta a casa.
- Cinco dias...eu...Christian, eu não vou aguentar tanto tempo longe da nossa Princesa...sem lhe contar...
- Calma eu resolvo esse assunto. Pode estar descansado que ela não vai a lugar nenhum...
E assim depois de mais algumas horas no hospital finalmente Ana teve alta. Não quis arriscar ir de novo para a ilha e ficar isolado, por isso decidi ficar num hotel na ilha principal. Fazer Ana ficar em repouso durante cinco dias foi quase que impossível...eu sabia que seria difícil, no entanto, não tão difícil como foi.
Ao fim de três dia, Ana estava insuportável por estar fechada no quarto do hotel. Então decidi que talvez não fizesse muito mal dar um volta curte pelas ruas da Ilha Príncipe Eduardo. fizemos algumas compras, inclusive algumas para os bebés...e descobrimos algo perfeito para anunciar à família...
Finalmente os cinco dias terminaram e se tudo estivesse bem com a Ana e com os bebés poderiamos voltar ainda hoje para Seattle. Fomos para o hospital bem cedo, por insistência de Ana...acho que vou dar em doido com as oscilações de humor de gravidez dela. Assim que fomos atendidos, o médico fez as perguntas da praxe: se tinha feito repouso, se tinha sentido mais alguma dor, algum sintoma estranho...e depois de tudo respondido fomos à parte que eu mais ansiava, ou melhor que ambos ansiávamos a ecografia.
Assim que o médico colocou a sonda na barriga de Ana, ambos começámos a chorar...era como que se esta gravidez fosse o culminar de um tempo mau, e com ela as nossas vidas fossem recomeçar. O que de certa forma não estava errado...as nossas vidas apenas agora estavam a começar, uma mistura perfeita de nós os dois.
- Bom parece que tudo está perfeito por aqui..temos dois bebés com as medidas certas, o peso também está dentro do normal. Mas continuam a querer esconder o que são...
- Não faz mal...- diz a Ana...- Sejam o que forem nós vamos amar...Christian...eu não quero saber...vamos esperar até eles nascerem...
- Ana, eu não sei...podemos falar nisso depois...eles também não querem cooperar...podemos decidir isso mais tarde.
E assim saímos do hospital felizes, mas cheios de dúvidas. Claro que eu percebo o lado de Ana, era emocionante não saber o que nos esperava, porém eu não tive a chance de acompanhar a gravidez de Malu, seria a minha hipotese de fazer tudo o que não fiz para ela. Fomos directamente para o jacto já que a minha Rainha queria voltar para casa o mais rápido possivel...não sei se por ter saudades de Malu se por querer contar as novidades.
Depois de o mesmo arrancar, ela decidiu ir descansar um pouco, enquanto to eu enviava um email para Elliot a dizer que estávamos de volta. Quando entrei no quarto que havia no jacto dei com ela a cantar uma música para os nossos filhos...e não pude deixar de me emocionar...retratava um pouco da nossa história...do passado, do presente e do futuro...porque nós de facto podemos reviver o passado no presente...reviver de uma outra forma, de outra maneira...Podemos Reviver o nosso Presente pensando no nosso Futuro.
(ouçam a musica)
Quando o nosso filho crescer, Eu vou-lhe dizer
Que te conheci num dia de sol
Que o teu olhar me prendeu, E eu vi o céu
Em tudo o que estava ao meu redor
Que pegaste na minha mão, Naquele fim de verão
E me levaste a jantar
Ficaste com o meu coração, E como numa canção
Fizeste-me corar
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda
Quando ele ficar maior, E quiser saber melhor
Como é que veio ao mundo
Eu vou lhe dizer com amor, Que sonhei ao pormenor
E que era o meu desejo profundo
Que tinhas os olhos em água, Quando cheguei a casa
E te dei a boa nova
E o que já era bom ganhou asas, E eu soube de caras
Que era pra' vida toda
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda
Quando ele sair e tiver, A sua mulher
E já puder dividir um tecto
Vamos poder vê-lo crescer, Ser o que quiser
E tomar conta dos nossos netos
Um dia já velhinhos cansados, Sempre lado a lado
Ele vai poder contar
Que os pais tiveram sempre casados, Eternos namorados
E vieram provar
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda
Ali
Eu soube que era amor para a vida toda
Que era contigo a minha vida toda
Que era um amor para a vida toda.
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