Capítulo 33 - Espera
Boa noite,
Em primeiro queria pedir-vos desculpa por não estar a actualizar nada...mas comecei a trabalhar e tem sido muito complicado. Contudo vou tentar encontrar uma forma de pelo menos uma vez por semana postar um capitulo.
Quero agradecer a todas as que leem, votam e comentam. É por vossa causa que nunca vou desistir. Nunca pensei quando comecei que chegasse tão longe a chegar aos 10K em leituras, às 1,5K de votos...OBRIGADO.
Pov Christian
Cheguei ao hospital e na sala estavam para além do meu pai, da minha mãe com Malu ainda no seu colo, Carla e Taylor. Este últimos olharam para mim com uma cara não muito boa, eu sei que fiz asneira, sei que fiz tudo errado, que talvez a tenha perdido...as lágrimas já me caiem pela cara. Vou ter com a minha mãe, tenho que tentar aproximar-me da minha filha, mas assim que me aproximo vejo-a abraçar-se ainda mais à avó.
- Malu, desculpa o papá...eu sei que errei, eu sei que não devia ter gritado...
- És mau...naum quéo a ti...- e olhando para a minha mãe...- Vó...quéo a minha mamã...
- Ei princesa...que tal irmos ali no café e comer um gelado heim?- diz o meu pai...- Mas tem que ser o nosso segredo, não podes contar a ninguém...
- Mas Vô...agóa todos sabem...- e vejo a minha filha a rir, como já não a via fazer hà algum tempo.
- Não sabem não, eles não nos conseguem ouvir agora, vamos que o avô vai-te contar uma historia.
E assim saíram os dois, a minha filha ao colo do meu pai fazendo-lhe carinhos na sua cara e o meu pai encantado com ela contando talvez alguma coisa que faz Malu sorrir. Assim que eles saiem, Carla e Taylor vêm ter comigo e com a minha mãe. Sei que eles estão zangados, furiosos e até desiludidos comigo.
- Eu não sei o que se passou, os teus pais não me quiseram contar Christian, por isso só te vou perguntar isto uma vez. O que se passou hoje naquela casa, que fez a minha filha desmaiar e estar ali dentro?
- Carla...eu...- porra nem eu sei o que se passou. Sim eu gritei, sim eu passei das marcas e disse coisas que nunca as senti como dizer que Ana não é mãe da Malu. Bolas, ela foi a única mãe que a minha menina teve na vida...- Desculpem...eu sei que fiz merda...eu sei...
-O que tu fizeste, o que tu disseste...Christian a Ana nunca te iria tirar a Malu. Ela ama aquela menina como uma mãe ama, mas ela sabe bem o que sofreste para ficar com ela. Achas mesmo que ela te iria tirar a tua filha?
-Não...eu sei que não. Mas eu...eu deixei a raiva subir...eu sei que não tenho perdão...eu sei que a culpa é minha...a culpa do amor da minha vida estar ali dentro é minha...totalmente minha.
- Apesar de estar furioso contigo, porque devias neste momento conhecer uma pouco mais a Ana, para saber que ela nunca te faria isso...não acredito que tenha sido apenas isso.- dizTaylor fazendo-nos a todos olhar para ele.
- Como assim Taylor? - pergunta a minha mãe...olhando dele para Carla...e percebo que existe alguma coisa que eles não estão a contar.
- De umas semanas para cá, que a Ana não se anda a sentir bem. Está sempre sem fome, enjoada...nós já tínhamos falado com ela para ir ao médico mas sabem como ela é...
- Mãe?- olho para a minha mãe, será que ela está doente, será que...mas no momento em que iria fazer pergunta que estava na minha mente chega a Dra. Greene e ao mesmo tempo o meu pai com Malu.
- Christian, Grace...só vim para informar que a Ana está bem dentro do possível. Mas queria falar contigo Grace, se for possível.
- Greene como é que ela está? Como está a Ana?- alguma coisa se está a passar, porque é que ela quer falar com a minha mãe? Porque é que ela não fala aqui?
- Calma Christian ela está bem, está a descansar neste momento. Mas eu preciso de uma opinião da tua mãe sobre outro caso.
- Vó...eu quéo a mamã...quéo ve a mamã...pofavô...- Malu olha para a minha mãe já com os seus olhinhos molhados de lágrimas, a ligação que ela tem com Ana é enorme, como é que eu pude pensar naquela hora que Ana algum dia me podia afastar da minha filha, da nossa filha.
Entraram assim os quatro: a minha mãe, o meu pai, a minha menina e a Greene. Ficando eu ali naquela sala de espera ansioso, mas acima de tudo me sentindo culpado por tudo o que aconteceu com amor da minha vida. Parece que passaram anos, se bem que apenas se passaram uns minutos, até os meus pais aparecerem de novo, sem Malu.
- Onde está a Malu? Como é que está a Ana?- pergunto de seguida, sem nem esperar eles chegarem perto.
- A tua filha está com a mãe dela. Estão se mimando uma à outra, porque merecem e necessitam disso.- diz a minha mãe e vejo uma lágrima a querer cair...
- Pode entrar...- diz o meu pai...- Ana quer falar contigo...Christian, ela não se pode enervar...
E agora tenho a certeza que alguma está a contecer: primeiro a Greene a querer falar com a minha mãe e aquela desculpa de querer falar num caso qualquer, depois a minha mãe com lágrimas nos olhos e agora o meu pai a dizer que Ana não se pode enrvar, alguma coisa se está a passar. Entro de imediatamente e vou até ao quarto que Greene me indica. Antes de entrar, decido abrir apenas um pouco a porta e o que ouço é absolutamente lindo. Ana está a cantar...a cantar para uma Malu que dorme que nem uma princesa agarradinha à "sua mamã".
(colocar a música a tocar nesta altura)
"Eu, já sei quem sou
E o que fiz
Foi para bem de mim
Sou o que não fui
E serei o amanhã a dois
Onde é que vais
Espera por mim
Eu vou ser melhor por ti
Sempre que sais
Eu sinto o fim
eu não quero ficar por aqui"
Como eu gostava de lhe dizer as mesmas palavras, porque hoje eu sei quem sou quando estou com ela e sei quem sou sem ela. Como de certa forma nos magoámos por algo tão pequeno, tão mínimo...hoje sei que tenho que ser mais, que tenho que pensar em Ana, e não apenas em mim. Que de dois temos que transformar-nos em um...que tenho que fazer melhor se não quero perder a única mulher que um dia amei.
"Tu, dona de ti
Deixas me assim
Sem saber o que fazer.
És, o que mais quero
Se fores eu espero
A vida sem ti não tem sabor.
Onde é que vais
Espera por mim
Eu vou ser melhor por ti
Sempre que sais
Eu sinto o fim
Eu não quero ficar por aqui
Eu não posso ficar sem ti
É que eu não posso ficar sem ti."
Ela é minha, e eu sou dela. E já nada mais há a fazer, eu não vivo, não respiro, não sinto mais nada sem a Ana na minha vida. Ela é a minha vida...sem ela eu morro. Ela tem que me perdoar, ela tem que voltar para mim. Entro e olho para Ana, a minha Ana...Malu dorme, nos seus braços.
- Ana...perdoa-me. Por favor perdoa-me...eu errei, eu errei muito contigo, com a Malu...- paro de falar porque as lágrimas caiem-me...- Eu não consigo viver sem ti, eu não consigo...perdoa-me por favor. Eu Amo-te...
Vejo Ana a olhar bem fundo nos meus olhos, vejo-a a olhar para Malu, e dar um sorriso...um sorriso lindo, aquele que eu amo, aquele que adoro ser o causador. Abraça-me como pode tendo em conta que está com a "NOSSA" filha nos braços...e baixinho diz-me algo que me faz perder o chão: "Eu perdoou-te...nós os três amamos-te..."
Pov Ana
Comecei a cantar para Malu dormir, a minha menina estava cansada. Mas estava confusa com tudo o que se estava a passar. Quando estou no final da canção reparo em Christian parado na porta com lágrimas nos olhos. Ele começa a aproximar-se, senta-se nos pés da minha cama e começa por pedir perdão...como eu queria ouvir aquele pedido...era tudo o que mais queria. Agora sei que tudo podemos tentar de novo...nós os quatro. Sim, eu não posso esconder-lhe este bebé, um bocadinho que é meu e dele...assim que ele para de falar olho para ele e chamo-o, e abraço-o.
Como eu tinha saudades deste abraço, dos seus braços, do seu toque, do seu cheiro. Baixinho, mas de forma a que ele me ouvisse contei-lhe do nosso pontinho. Christian olhou-me nos olhos, vi surpresa, vi medo, vi ansiedade...
- Estás a dizer-me o que eu estou a pensar que estejas a dizer?- Olha para o meu ventre, passando-lhe uma das suas mãos...eu apenas aceno com a cabeça...
- Fiquei a saber quando acordei, a Dra. Greene estava a falar com a tua mãe...
- Nós vamos ter um filho...um filho Ana...eu estou feliz...muito feliz.
- Christian...eu estou com medo. A Greene ela disse que a minha gravidez é de risco...estou com a tensão alta...eu...
- Ei! Calma amor...nós vamos passar por tudo juntos. Eu nunca mais te vou deixar, nunca...sei que errei, que disse muita coisa que não devia, mas, eu amo-te e tu és a melhor mãe do mundo. Tu és a mãe que a Malu escolheu, és a mulher que eu escolhi e amo...e este bebé é o fruto do nosso amor. Acredita em mim, vai correr tudo bem.
- Estou com medo Christian...mas eu preciso que me prometas uma coisa.- eu tinha que o fazer prometer, se chegasse a esse ponto...ele tinha que fazer o que estava certo.
- O que queres que prometa? Mas sabes que eu sou capaz de ter dar o mundo se me pedires...
- Christian eu estou a falar a sério...- ele olha para mim mais sério...- Eu preciso que me prometas que se chegar ao ponto de escolher entre mim e o nosso filho...- Christian olha para mim com um olhar assustado, levanta-se mas eu o agarro...- Christian se chegar a esse ponto tu tens que o escolher a ele...promete-me?
- Não Ana, não vai acontecer nada, eu não vou prometer-te isso, não vou ouviste. Simplesmente porque não vai acontecer nada.
- Christian...por favor...- e neste altura entram os pais de Christian e a minha mãe, que sem esperar ninguém me abraça...- Mãe, eu estou bem...eu estou muito bem.
- Porque é que tu nunca me ouves Ana, porque é que tinhas que sair ao teu pai teimosa que nem ele...
- Mãe...olha para mim, eu estou bem.- olho para a minha mãe e vejo-a com lágrimas nos olhos...- Eu vi-o mãe...enquanto estive inconsciente...eu vi o pai, quer dizer eu sonhei com ele, mas era tão real, era como se ele nunca se tivesse ido embora.
- Ana, o teu pai nunca vai estar longe de ti, ele vai estar aqui no teu coração. Mas agora temos que tratar de ti e desse bebé lindo que está aqui a crescer...
- A tua mãe tem razão Ana...- eu sabia que ele iria voltar a falar do assunto, e embora eu não goste da ideia de ter um brutamontes atrás de mim, eu tenho que pensar no meu bebé. Bob é perigoso, e não posso deixá-lo fazer mal ao meu filho...- Eu sei que já falamos sobre isto e foi a razão para toda esta confusão que se gerou entre nós...mas por favor...
- Eu aceito...- Christian olha para mim, sei que ele não estava à espera disto...- Eu sei que queres a nossa segurança, mas tenho uma condição...- ele olha para mim...- Eu só quero um, não me quero sentir asfixiada com uma dúzia de seguranças atrás de mim...
- Tudo bem, mas eu também tenho uma condição...- olho para ele já desconfiada, mas lá aceno com a cabeça...- Quero que vás lá para casa, quero tratar de ti e dos nossos filhos...da Malu e deste que já amo acima de tudo.
- Vens pa casa minha mamã?- nem me tinha apercebido que Malu tinha acordado...olho para a minha princesa e sorrio.
- Sim, a mamã vai voltar para casa...- e abraço a minha menina.
- Mas vais estar em repouso, nada de contrariares o que a médica te disser...nada de trabalho por enquanto, nada de faculdade...vais ficar quietinha...prometes?- diz a minha mão com um ar preocupado...
- Prometo. Mas nem era preciso prometer, porque conhecendo o meu noivo como eu conheço sei que nem à casa de banho eu vou poder ir sozinha...- e todos se riem...- Mãe onde está o Taylor?
- Foi buscar a tua irmã. Bem na verdade foi buscar as três: Paula, a Lu e a Mia.
- Ana! Elas vão delirar com a ideia de serem tias...eu nem me tinha lembrado disso. Já estou com dó do meu filho...vai ter três tias doidas.- e todos caiem na gargalhada, mas Christian tinha razão porque até eu fiquei a pensar nestas três tias que vão mimar demais o meu bebé.
Mas quem sou eu para criticar ou negar-lhes esse mimo que elas vão dar ao meu bebé. Um dia li que mimo a mais na infância é algo que não existe, desde que seja moderado. Não existe isso de estragar com mimos, porque todas as crianças precisam disso. Eu tive-o durante os anos que o meu era vivo, claro que sempre fui corrigida quando era preciso, e se fosse preciso uma boa palmada não tira pedaço a ninguém. Eu sei que entre mim e Christian vai haver essa sensibilidade de dar mimo mas ao mesmo tempo impor limites.
Sim vou voltar para casa, para a minha casa...não a física...mas para a minha casa onde sempre me encontro, onde sempre me sinto segura, protegida e amada...vou voltar para os braços do meu amor...para os braços de Christian. Sei que talvez devesse ficar zangada com Christian, mas o amor que sinto por ele é mais forte que qualquer ressentimento que pudesse haver, qualquer mágoa que possa haver ainda. Porque o Amor...cura tudo, apaga tudo...por que Amor é fogo que nos inflama...que nos cura...que nos insana...que nos coloca em baixo, mas que também nos pode levar ao céu.
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