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Capítulo 3 - Paula

Pov Ana

Quando chego à escola da Paula, ainda é cedo. Por isso deixo-me estar no carro, quieta com a cabeça por cima dos meus braços que estão apoiados no volante, mas a todo o momento me lembro do passado e as imagens passam na minha cabeça como se fosse um filme. Como é possível reviver o nosso passado no nosso presente? Porque é que não consigo simplesmente apagar da memória tudo o que vivi, de tudo o que passei? Sei que a Paulinha tem razão eu podia ser muito mais do que sou, porém a minha mente sofreu uma lavagem tão negra, que apesar de ter a certeza que conseguiria, as inseguranças que me colocaram ali, naquele buraquinho da minha consciência, sempre me dizem "Tu nunca vais ser ninguém na vida".

Ouço o sinal do término das aulas, saio do carro e caminho até ao portão esperando que aquela piratinha saia para ir para casa. Só preciso mesmo do meu canto, para que tudo volte ao normal. O tempo passa e nada daquela menina sair, onde raio é que ela estava. Tento ligar para o seu telemóvel e nada, desligado...calma ela está bem, pode ter desligado para as aulas e ter-se esquecido de voltar a ligar. Vou até à funcionária que costuma estar ali.

- Boa Tarde, venho buscar a minha irmã Paula Steele. Por acaso sabe me dizer se...

- A Paulinha já saiu, eles não tiveram aulas à tarde. Ela disse que tinha avisado a mãe...

- É talvez, a minha mãe deve ter-se esquecido de me avisar. Obrigado.- Vou para o carro e decido não ligar à minha mãe, talvez ela se tenha esquecido mesmo de me avisar.

Vou para casa, e assim que para o carro, está tudo em silêncio. Entro, e não vejo sinal da Paula, vou ao quarto dela e nada, no meu, no da nossa mãe...nada. Absolutamente vazio, e agora sim estou em pânico, e ao mesmo tempo furiosa. Tenho que ligar à minha mãe, não tenho outra hipótese, tento ligar umas três vezes e vai sempre para a caixa do correio, que raio porque é que elea não me atende. Eu sei que ela não gosta que lhe liguemos quando está na clínica, só em caso de emergência. Bolas, mas isto é uma emergência, tento mais uma vez e finalmente atendem-me.

- Mãe...finalmente...

- Não Ana, é a Dra. Grey. A tua mãe foi num instante fazer-me um recado...- recado, a minha mãe era enfermeira e não moça de recados, bem não podia discutir com ela, afinal era chefe da minha mãe e esposa do meu chefe.

- Sabe se ela demora muito. Eu precisava mesmo de falar com ela...é algo urgente.

- Não ela deve estar a chegar...- ela para de falar...- Acabou de entrar, vou-lhe passar o telefone querida.

- Obrigado.- respondo sem nem saber se ela ainda me ouviu.

- Ana, passa-se alguma coisa? Tu não és de me ligares...aconteceu alguma coisa, estás bem?

- Mãe a Paula ligou-te? Eu fui à escola busca-la e disseram que ela não tinha tido aulas e que te tinha ligado e que tu a autorizaste a vir para casa.

- Ana, eu não falei com a Paula. Ai, Meus Deus! Onde é que a tua irmã se meteu, será....será que...

- Não, mãe. Há mais de 6 anos que não sabemos nada dele. Vamos esperar mais algum tempo pode ser que...- de repente a porta de casa abre-se e aparece uma miúda completamente encrencada...- Mãe ela acabou de entrar, desculpa por te preocupar, eu vou falar com ela.

- Não querida fizeste bem. Podes dizer à Senhorita aí que está de castigo até aos 40 anos. Ana, tu estás bem querida?

- Estou mãe. Só que...vamos dizer que não está a ser um dia fácil.- a minha mãe desliga depois de me dizer que assim que chegasse falaria comigo e com a Paula...- Posso saber onde andaste?

- Fui só ao Shopping com as minhas colegas...- eu olho para ela furisosa, ela sabe que no minimo tem que nos avisar...

- Com a autorização de quem fosyte para o Shopping? Tu mentiste...tu disseste que tinhas ligado á mãe...

- Porque eu sabia que vocês não me iam deixar ir. Eu nunca posso fazer nada sem o vosso aval, eu tenho 14 e não 10 anos. Estou cansada de ser controlada 24 horas por dia, ele não vai voltar e mesmo que voltasse...

- Para Paula. Tu...tu não sabes de nada. Para ti é fácil falar, porque...

- Eu não sei nada porque tu e a mãe nunca me contaram. Porque é que o pai se foi embora? Porquê é que ele nos deixou com ele?- eu sei que ela quer respostas, mas eu não posso dar, eu não quero dar...- Ás vezes eu nem sei se a culpa não foi vossa...- chego-me perto dela e bato-lhe. Nunca tinha levantado a mão para a Paula.

- Vai para o quarto. Quando a mãe chegar fala contigo...

- Não. Eu não vou para o quarto. Tu não és minha mãe...- ela ignora-me completamente e senta-se no sofá ligando a televisão em altos berros.

Eu apenas olho para ela, como é que a minha pirata podia entender. Era apenas uma bebé quando tudo aconteceu, para ela o nosso pai, era o meu pai. E "ele" era apenas alguém que nos fez mal. A Paula era apenas uma criança de 6 anos, quando finalmente conseguimos sair daquele sofrimento todo. Talvez tivéssemos errado em nunca lhe ter contado o que se passou, mas tanto eu como a minha mãe sempre a tentámos proteger. Afinal para ela tudo estava bem, pelo menos a seus olhos, para quê tirar-lhe essa fantasia, esse sonho bom de ter um "pai". E mais uma vez penso que o passado se revive no presente, e o presente revive o passado.

Subo a escadas e vou para o quarto, deito-me na cama e deixo as lágrimas caírem, que durante todo o dia andaram a povoar os meus olhos, ela saem sem que as consiga evitar, aliás eu não quero evitar. Não aguento mais toda esta angustia, toda esta dor que não sai de mim, que não me deixa viver, não me deixa ser feliz. Passaram-se 10 anos e a dor, a mágoa, a revolta continuam cá dentro. E é assim, deixando as lágrimas descerem, que me deixo levar pelos meus sonhos que eu gostava que fossem a minha realidade.

Acordo sentindo alguém a fazer-me carinhos, sei que é a minha mãe, não preciso nem de abrir os olhos porque sinto o seu cheiro, o seu carinho, o seu amor. Abro os olhos lentamente, a minha cabeça lateja, parece que andei a bater com ela na parede, porém sei bem que a dor na cabeça se deve ao simples facto de me ter deixado mergulhar no enorme mar de dor e de lágrimas.

Assim que fixo os meus olhos nos seus, percebo que estão vermelhos, e nem preciso de perguntar porque sei que ela esteve a chorar, e depressa me lembro de Paula, aquela miúda ainda me vai ouvir. Levanto-me e abraço a minha mãe, sei que ela precisa daquilo e de certa forma eu também preciso. É neste abraço que sinto toda a segurança que preciso, que me foge cada vez que a dor das memórias me assola.

- A tua conversa com a Paula não correu bem?- ela olha para mim e abraça-me de novo...

- Ela está naquela fase querida. Eu já a coloquei de castigo...- diz a minha mãe.

- Mas ela mandou-me à cara que a culpa do pai...ela culpou-nos mãe...- vejo a minha mãe a olhar para mim com uma cara de surpresa...- Foi o que ela me disse, e eu perdi a cabeça mãe, eu bati-lhe.- as lágrimas já me caiam sem que eu pudesse evitar...- Sei que ela não sabe de nada, e não me arrependo de a ter protegido...mas logo hoje ela tem que dizer uma coisa destas, tu sabes hoje...

- Eu sei minha querida. E eu percebi quando me ligaste que estavas apavorada com a ideia de ele ter voltado.

- Eu vivo apavorada todos os dias mãe. Mas hoje faz 15 anos, e sabes que gosto de ir ao parque lembrar-me das coisas boas que passamos.

- Eu sei, mas também sei que isso te faz mal...

- Eu preciso desse choque emocional, para me levantar de novo. E depois o dia no escritório foi puxado e estranho.

- Estranho! Como assim querida?

- O filho do Dr. Grey apareceu lá. O Christian, e sei lá ele é estranho mãe: é rude, frio, estupido, arrogante. Mas ao mesmo tempo tem nos olhos um oceano de tristeza que só dá vontade de o abraçar para lhe tirar aquela mancha de dor dos olhos.

- Ana. Tu não te apaixonaste pelo Grey filho, pois não?

- Credo mãe, não mesmo. É que me deu dó ver aquela amargura toda. Sei lá, talvez por hoje ser o dia que é, esteja mais emocional.

- Eu não sei pormenores, mas pelo que já ouvi dizer a esposa, ou futura ex-esposa engravidou e pôs o bebé para adopção.

- Isso é sério? Isso explica aquele ar de dor que lhe vi naqueles olhos cinza.- de repente a porta abre-se e vejo a minha pirata a espreitar...- O que é queres Paula?

- Eu...- ela correr para os meus braços e chora de soluçar...- Desculpa Aninha, desculpa. Por favor eu não suporto quando estás zangada comigo. Desculpa.- e continua a chorar como se alguém lhe tivesse dado uma valente surra.

- Ei! Calma. Tu sabes que mesmo que eu queira eu também não consigo ficar mal contigo...pelo menos durante muito tempo.- ela olha para mim com um sorriso...- Só não me pregues mais sustos destes, por favor.

- Eu vou passar a telefonar às duas para pedir qualquer coisa, eu prometo...

- Nós não te queremos prender em casa, mas tens que nos avisar. Eu fiquei mesmo assustada hoje Paula.

- Desculpa. Eu adoro-te mana. Tu és o meu exemplo, a minha heroína, o meu porto seguro...- e abraça-me com toda a sua força.

- Agora fiquei com ciúmes, eu é que te carreguei por 9 meses, dei-te de mamar durante quase 12 meses...e quem recebe os elogios todos é a tua irmã.- diz a minha mãe olhando para nós duas escondendo o riso.

- Ah mãe! Perdeste, a piratita é minha...- e caímos numa gargalhada daquelas de rachar pratos, no meio de muitos abraços e beijos na nossa adolescente rebelde.

- Nada disso manana...- olho para ela com uma vontade de lhe bater, odeio quando ela me chama assim...- Eu amo- vos às duas...

- Nós sabemos pirata...nós sabemos...- e juntas descemos e vamos jantar. Resolvemos fazer algo que há muito tempo não fazemos, sessão de cinema com direito a refrigerante e pipocas.

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