Capítulo 24 - Fix You (Consertando-te)
Quero agradecer à arttsehun pela ajuda na escolha da trilha musical e no nome do Capítulo. Obrigafa Sis Brenda. 💖
Pov Christian
Duas horas...duas horas á espera por alguma notícia e nada, nem Luke, nem Kate. Estou a ficar desesperado, a minha mãe, Carla e Taylor chegaram ao hospital um pouco depois de Ana ter entrado. Paula foi para casa dos meus pais, pedimos a Elliot que não contasse nada, e se ela perguntasse alguma coisa que inventasse que iriamos todos lá jantar ou algo do género.
Ao fim do que eu acho ser uma eternidade vejo Kate vir ter connosco...Luke está um pouco atrás falando com José, o psiquiatra do hospital. Mas, porque é que ele foi chamado, não o deviam ter feito sem me terem consultado, não deviam. Kate aproxima-se de mim, vejo que tem lágrimas nos olhos...não Ana tem que estar bem, ela tem que estar.
- Kate? O que é que o José está a fazer aqui? O que se passa com a Ana?- pergunto enquanto a minha mãe se aproxima de nós dois.
- Kate, como está a Ana?- e é quando esta se vira que a minha mãe nota as lágrimas de Kate...- O que aconteceu...diz logo Kate.
- A Ana ela acordou, mas estava muito agitada. Nós tentámos acalmá-la, mas ela não dizia coisa com coisa. O Luke decidiu dar-lhe um calmante fraco, mas o suficiente para ela a tranquilizar e tentarmos perceber alguma coisa.
- O que é o José tem a ver com tudo isto? Porque é que o Luke o chamou?- olhei para os dois que continuavam a falar um com o outro, e eu estava desesperado por ir eu mesmo falar com os dois e irar esta história a limpo mas com aqueles dois.
- O Luke decidiu chamar alguém da psiquiatria. Eu tentei demovê-lo, sabendo o que sei sobre a Ana, sabia que não era boa ideia, mas ele negou.- eu queria perguntar-lhe o porquê de ela não me ter vindo chamar, mas Kate pareceu adivinhar o que lhe ia perguntar...- Eu tentei vir-te chamar, mas ele proibiu-me, Christian eu não pude fazer anda, ali naquela situação ele era o meu superior.
- Tudo bem Kate, nós percebemos tu tinhas que obedecer ao médico, apesar de Ana ser família...- diz a minha mãe...- O que aconteceu depois?
- Ana assim que viu o José entrou numa escala de desespero...Christian eu nunca vi nada como aquilo, foi desesperante. Ela só chamava por ti...eu finalmente decidi sair para te vir buscar, mas o José proibiu-me.
- Kate como é que ela está? Como está a Ana?- ela começa a chorar e a abanar a cabeça...- Kate, como está a Ana?
- Eu não sei, eles não me deixaram entrar mais. Mas eu ainda consegui ouvir os gritos dela a chamar por ti...- e foi nessa altura que eu desisti de esperar mais explicações, eu tinha que ir ter com Ana, eu tinha que a ter nos meus braços.
Que se lixasse as regras e o bom senso, neste momento eu apenas queria a minha menina junto de mim, nos meus braços. Quando passei por Luke e José, olharam-me com surpresa e vieram atrás de mim, mas ninguém me iria impedir de entrar naquele quarto, ninguém me iria impedir de ver a mulher da minha vida.
- Christian, tu não podes entrar aí. Podes ser o dono do hospital, mas sabes que existem regras e eu sou o médico dela e não tu...
- Que se lixe as regras, que se foda a tua necessidade de mostrar serviço. Eu vou entrar neste quarto e ninguém me vai impedir...percebeste?
- Christian, ela está a dormir. Tivemos que lhe dar uma dose mais elevada de calmante...- eu olho para ele, em vez de me chamarem, em vez de ouvirem Kate, eles decidiram dopar a minha menina.
- Podem ir. Eu vou ficar com ela...- eles ficam estáticos, parados no mesmo lugar a olhar para mim...- Podem ir, já não preciso de vocês. A minha mãe já chamou o psicólogo da Ana, ele deve estar a chegar.
Nem espero que eles me respondam, entro e fecho a porta. Quando olho para a cama onde ela está, vejo a sombra da mulher que amo. O que eles fizeram com ela, o que aconteceu com ela? Até agora não deixei ninguém falar comigo sobre isso, quero saber por Ana, sei que o meu pai já falou com Taylor. Aproximo-me da cama onde a minha menina guerreira está e sento-me junto dela.
Deixo-me estar apenas ali olhando para ela, fazendo-lhe carinhos, beijando a sua mão. Como amor esta menina, como eu quero que ela seja minha para sempre. Estou tão compenetrado a olhar para Ana, que nem me apercebo que o meu pai entrou no quarto.
- Christian, temos que falar...sei que não queres, que queres esperar que Ana te conte, mas...filho tu tens que ser o apoio da Ana. Tu tens que saber...- e coloca um envelope á minha frente. Não sei se quero abrir, porém ele tem razão eu tenho que ser o apoio dela, eu tenho que saber. Abro o envelope e vejo as fotos: Ana com Paula, Ana com Ella, Ana com Malu, Ana comigo...- Pai, que porra é esta...
- Foi ele Christian, foi Bob. Tinha este bilhete junto com as fotos...- pego no papel, já fervendo por dentro, olho para o mesmo: "Aninha...Quem será que pego primeiro?".
Eu não acredito que que aquele filho da mãe está a ameaçar a minha família, isto passou todos os níveis possíveis. Olho para Ana, olho para o meu pai...e levanto-me e vou em direcção á janea que tem no quarto, preciso de me acalmar, preciso da Ana. Viro-me e olho de novo para ela...a minha menina, o meu amor...e se há algo que tenho a certeza neste momento é que a vou proteger com a minha vida se for necessário.
- Já todos sabem deste envelope...- pergunto ao meu pai que assente...- Pai, temo que fazer alguma coisa, nós não podemos deixar esse homem chegar perto delas.
- Eu sei Christian, mas neste momento não temos nada de concreto. O envelope e as fotos não são prova de nada neste momento. E esse papel...muito menos, são palavras soltas recortadas de jornais e revistas.
- Mas que ter algo que possamos fazer pai, não podemos deixar aquele monstro chegar perto delas. Foda-se ele ameaçou a minha família.
- Christian, eu também estou furioso com tudo isto, mas não podemos perder a calma. Eu vou até ao escritório com Taylor, vamos ver o que conseguimos de lá, pedi ao Ray que as levasse a casa a Carla não se sentiu bem depois de ver as fotos e de ler esse bilhete.
- Tudo bem, diz ao Ray para ficar lá em casa. E pai hoje é melhor toda a gente ficar lá em casa. Eu vou ficar aqui com a Ana.
- Tudo bem, eu já tinha tido isso ao Taylor.- o meu pai abraça-me...- E Christian, ele não vai chegar perto de nenhuma delas, te garanto.
Ele sai e volto a sentar-me junto de Ana...ela dorme tranquila, mas no seu semblante consigo perceber o sofrimento, a dor que ainda lhe assolam o espirito. Como eu queria tirar tudo isso dela, arrancar como se arranca a erva daninha do jardim. Queria protege-la de todos os males, tiraria a sua dor e colocaria em mim, não gosto de a ver mal, não gosto de a ver triste, de a ver chorar...se eu pudesse apenas com um beijo fazer com que as lágrimas não mais caíssem dos seus olhos.
Me sinto tão inútil não ser capaz de a fazer sorrir em certos momentos, porque o seu sorriso é uma das coisas lindas, faria tudo para a fazer feliz todos os dias, todas as horas, todos os minutos, todos os segundos. Por Ana eu lutaria e luto contra o mundo se preciso for, enquanto eu puder, eu estarei aqui. O que eu puder fazer por e para ela eu farei. Quando e se ela cair estarei sempre aqui ao seu lado para a lhe dar a mão. Ela já não está sozinha, a sua dor é a minha, o seu sofrimento é o meu, as suas angustias e ansiedades são as minhas. Assim como o seu sorriso, a sua felicidade são as minhas...porque é tão simples assim...eu sou o que ela é. Já não há nada mais nada a fazer, eu sou dela e ela é minha, somos como duas peças de um Puzzle de duas peças que se encontraram e nunca mais se iram separar.
Parece que estou aqui há dias, mas apenas se passaram algumas horas. Kate veio ter comigo, depois de acabar o seu turno, trouxe algo para eu comer e ficou comigo e com Ana até Elliot a vir buscar e me trazer algumas roupas para me trocar. De repente sinto Ana mexer-se...ela levanta-se agitada e grita por mim.
- Christian. Christian...ele...ele...não deixes. As minhas meninas não...por favor...
- Ana. Shiuu. Eu estou aqui. Está tudo bem, ninguém te vai fazer mal, eu não vou sair daqui. Calma...- e vou-me chegando mais perto abraçando-a, sei que ela precisa deste contacto de se sentir segura, protegida e decerta forma eu também preciso de a sentir entre os meus braços onde sei que ela pertence.
- Christian, ele tirou fotos: minhas, da Paula, minhas com a Paula, com a Ella e até da Malu. Christian ele não pode...Onde estão elas? Tens que as ir buscar, por favor...Christian tens que proteger a Malu.
- Ana. Tem calma, ouve elas estão bem. Estão todos em casa dos meus pais, e graças a Deus amanhã é fim-de-semana, vamos passar todos juntos, Ok?
- Christian. Eu vi o...o José? Ele estava aqui...ele...
- José? Estás a falar do Dr. José Rodrigues? Ana de onde tu conheces o José?
- Ele...ele foi o meu...o meu primeiro namorado depois de tudo o que passei com Bob.- não digo nada, fico apenas esperando que ela me conte, mas se aquele médico de segunda lhe fez alguma coisa, não é só o emprego que vai perder...- Ele sempre soube o que se tinha passado comigo, aliás foi o meu primeiro médico antes de eu mudar para o Dr. Flynn.
- Voces envolveram-se ainda durante a relação médico/paciente? - ela assente, bem não posso censurar o homem, apesar de ser pouco ético e profissional, mas se Ana fosse minha paciente eu também não sei se iria resistir.
- Mas nunca aconteceu nada, pelo menos enquanto ele foi meu médico. Quando nós começamos a envolver-nos mais seriamente ele passou-me para o Dr. Flynn. Nós estivemos juntos um ano, porém ele sempre quis mais...quer dizer, ele queria ir mais longe na relação...percebes?- eu assinto...- Mas eu não conseguia, todo o trauma que "ele" me fez passar, apesar de nunca me ter tocado, estava aqui...eu vi-o todos os dias durante anos a abusar da minha mãe, a Leila obrigava-me a ver.
- Ana, ele tocou-te de alguma forma...que não devesse, é isso que estás a tentar dizer-me...?
- O José...ele...ele tentou, mas nessa altura eu já estava um pouco mais confiante e impedi-o. Depois disso ele passou-se, disse que se não fosse para evoluir na relação...se não houvesse sexo, então que não valia a pena continuar. Foi quando eu percebi que era apenas isso que ele sempre quis comigo...e foi aí...
- Foi aí que tu fechaste esse teu coração lindo...- aconchego-me a ela e dou-lhe um beijo na sua testa.
- Até te conhecer a ti. Christian, tu mostraste-me que nem todos os homens são cruéis. Tu foste-me conquistando aos poucos, com a tua amizade, com o teu carinho, com a tua protecção. Eu vi em ti alguém que me vai sempre conquistar todos os dias, vi o amor verdadeiro, aquele que tem força suficiente para curar todas as feridas e foi o que fizeste. Eu amo-te, mais que a mim própria, sei que isto é muito cliché, que talvez já tenhas ouvido isto mais vezes...mas Eu amo-te.
- Eu também te amo...muito. E já disse que espero o tempo que for preciso...- nessa altura sinto Ana a aproximar-se de mim, começando um beijo...e meu Deus que beijo. O meu amigo lá em baixo começa a dar sinal, e apesar de eu amar a ideia de finalmente a ter...não vai ser assim: num quarto de hospital com ela frágil. Não eu quero que seja especial, por isso vou parando eu o beijo.
- Ana, Ana...- afastamos-nos e ela olha para mim com uma cara surpresa e talvez decepcionada...- Ei! Não quero que fiques assim, eu quero...quero muito, mas não vai ser aqui. Tu mereces algo lindo, algo maravilhoso. Por isso se eu pude esperar este tempo, achas que podes esperar um pouco por mim, agora?
Neste momento entra no quarto o Dr. Flynn, ele pede para ficar sozinho com Ana. Apesar de não me agradar muito deixá-la sozinha, acabo por concordar, quando ela diz que vai ficar bem. Assim saio e vou resolver outro assunto: despedir José, e ter uma conversa séria com Luke.
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