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Capítulo 14 - Piquenique

Pov Christian

Duas semanas. Duas semanas sem notícias de Amélia ou do advogado, começo a pensar que foi tudo para nada, desde o dia da reunião que não consigo dormir e muito menos ir trabalhar. O meu refúgio é o meu quarto, a escuridão do meu quarto, porque é assim que sinto o meu coração. Sei que tenho que reagir, que o tenho que fazer por ela, pela minha filha, mas e se Amélia não a devolver, se alguma coisa tiver acontecido com ela durante estes dois anos. São tantas as dúvidas, tantos os medos.

O meu pai conseguiu felizmente, uns dias depois da reunião com Amélia, que o juiz o ouvisse e decretou que a menina deveria ser-me entregue. Segundo o juiz, e qualquer pessoa com dois dedos de testa, Amélia não tinha direito nenhum sobre ela uma vez que a tinha abandonado assim que nasceu. Mas até hoje nem Amélia, nem o advogado tinham entrado em contacto com Ethan. E isso estava a consumir-me, e se tivessem desaparecido com a menina? E se eu a perdi de vez?

- Christian, querido?- a minha mãe tem sido o meu suporte, ela é a única com quem ainda consigo desabafar, quanto mais não seja chorar...- Filho, por favor, não podes continuar assim, vai dar uma volta, passear um pouco, apanhar ar...

- Mãe, deixa-me dormir, por favor...- mas ela nem me deixa acabar, abre as cortinas e tira os lençóis de cima de mim.

- Nem mais uma palavra Christian, estou cansada de passar a mão na tua cabeça. Vais levantar-te imediatamente dessa cama, tomar um banho e sair desta casa.

- Mãe, por favor...eu nem sei para onde ir...não quero sair...

- Chega. Vais sair nem que te arraste Christian.- ela senta-se perto de mim...- Filho, tens que reagir, quando a tua menina chegar tens que estar forte e com saúde, se continuares desta forma vais ficar doente.

- Tudo bem, ganhaste...- não queria fazer a minha mãe sofrer mais do que já estava...- Talvez me vá fazer bem apanhar algum ar puro.

Levantei-me e fui tomar um banho rápido, e de repente veio me à mente o único lugar onde me senti bem depois de todo este pesadelo ter começado. Vesti-me e desci, a minha mãe estava à minha espera para tomarmos o pequeno-almoço juntos, não que estivesse com muita fome, contudo, para a deixar feliz comi qualquer coisa. Entrei no carro e segui para o local que se tronou de certa forma o meu santuário, onde me senti verdadeiramente livre.

Só tinha vindo aqui uma vez, porém era como de certa forma eu estivesse num outro mundo, estivesse verdadeiramente no paraíso. Estar neste local fez-me lembrar dela, de Anastácia, e de tudo o que se passou entre nós. Aquele beijo, aquele sentimento que se gerou em mim no momento em que ela me beijou, será paixão o que sinto? Ou será algo mais? Será amor? Talvez. O que senti por Amélia não se compara com o que sinto por Ana, é tão diferente, tão mais verdadeiro, é mais forte, mais intenso...é algo que nunca senti. Sinto um aperto no peito que nunca senti por estar longe, quero-a junto de mim nem que seja apenas para conversar, nem que seja apenas para a sentir perto.

Sim, o que sinto por Ana é muito mais que atracção, paixão ou desejo...é amor. Aquele que sentimos apenas uma vez na vida, uma vez li num livro uma frase que explica o que estou a sentir: "Se quer alguém por sua beleza, não é amor, é desejo. Se quer alguém por sua inteligência, não é amor, é admiração. Se quer alguém porque é rico, não é amor, é interesse. Se quer alguém e não sabe porquê, isso é amor", é isto que sinto eu a quero e nem sei porquê...ou talvez saiba...porque a amo, porque a quero fazer minha, porque a quero fazer sorrir, e como eu amo aquele sorriso.

- Uma moeda pelo seu pensamento.- esta voz, eu poderia reconhecê-la entre uma multidão.

- Só uma moeda, pensei em outro tipo de prémio.- digo dando talvez o primeiro sorriso ao fim de uma semana sem o fazer. É incrível o que ela consegue fazer comigo.

- E que tipo de prémio estavas à espera?- ela pergunta-me mantendo-se em pé, levanto-me e reparo que com ela está um casal e uma miúda que deve ter a idade de Mia.

- Talvez...um abraço?- pergunto a medo, se bem que o que eu queria mesmo era um beijo, mas ela está acompanhada, talvez pelos pais.

- Hum!! Tudo bem, posso substituir a moeda por um abraço.- e chegando-se mais perto abraça-me, e é como se tudo de ruim que estivesse a passar-se na minha vida ficasse bem longe de mim.- Como estás? Quer dizer aquela situação toda: divórcio, a tua filha?

- Parado. Muito parado...esta espera mata-me um pouco todos os dias.- e sem nem perceber uma lágrima cai-me pela cara.

- Christian, vai ficar tudo bem, eu sei que sim. O Dr. Grey e o Ethan tem se esforçado muito nisso, acho que aquele escritório parou só para tratar desse assunto.

- Isso é sério?- fiquei parvo, não sabia que o meu pai tinha colocado o escritório todo a trabalhar no meu divórcio.

- Sim.- de repente a rapariga que vinha com ela aproxima-se...

- Ana, vamos...eu estou com fome. E se não formos a correr perdemos o lugar para o piquenique.

- Desculpa Christian, parece que tenho uma irmã bastante esfomeada.- vira-se para seguir o seu caminho, mas de repente volta para junto de mim...- Queres almoçar connosco? A minha mãe faz sempre comida para um batalhão.

- Não sei, estás com os teus pais e a tua irmã. Não quero impor-me...vai aproveitar o domingo com a tua família.

- Não sejas parvo, anda. Por favor, a sério é um favor que me fazes...- e faz um bico ao qual não resisto, e acabo por ir com ela.

Ana apresenta-me a mãe, que descubro trabalhar com a minha mãe, e o namorado Jason Taylor, que por coincidência ou não é ex-marido de Gail. Finalmente Ana apresenta-me a irmã, Paula, e posso ver o amor incondicional que Ana sente por ela. E Paula parece gostar da mesma forma da irmã, começo a pensar em Mia e acho que estas duas se iriam dar super bem são as duas meio sem filtro e elétricas. Depois do almoço maravilhoso que tivemos, Carla cozinha muito bem sem dúvida, ela e Taylor decidem ir dar uma volta, claro que a boa da Paula começou logo a brincar com os dois dizendo que queria mais um irmão, mas que tinha que ser um rapaz pois para irmã já tinha a Ana...eles riram-se, mas Ana olhou para Paula com um olhar furioso.

- Que é? Eu quero mesmo um irmão, e rapaz...porque não ia aguentar ter outra melga chata atrás de mim.

- Paula! Eu um dia ainda te costuro essa boca, a quantidade de barbaridades que saem dela é de bradar aos céus.

- O que foi, eles não estão a namorar?- Ana assente...- Então para casar não vai faltar muito, eles não são novos, por isso têm que se despachar, porque eu quero um irmão.

- Paula, primeiro a mãe não pode casar de novo.- que história é esta de Carla não poder casar de novo? Pelo que percebi hoje o pai delas morreu, então o que a impede de se casar de novo?- E depois não sei se ela quer ter mais filhos, por acaso já lhe perguntaste?

- Não, mas se eu lhe pedir não vão dizer que não. E porque é que ela não pode casar de novo?

- Paula, esquece esse assunto, por favor.- insiste Ana, não percebo porque é que Carla não poderá casar de novo, será que ela ainda é casada com o pai delas?

- Não percebo porque é que a mãe não pode casar, mas tudo bem, eles não precisam de casar de verdade, podemos fazer só uma cerimónia entre nós. Tipo, uma cerimónia de compromisso familiar, onde nós quatro nos comprometemos a ser uma família.

- Paula, esquece isso. Eu não sei onde tu inventas tanta asneira. Toma, vai comprar um gelado, porque sinceramente já não consigo ouvir tanta idiotice junta, e não te demores.

Paula sai com um sorriso na cara, sim ela e Mia seriam um verdadeiro caos se estivessem juntas, porque eu não sei quem era mais maluca se uma se outra. Ficamos assim os dois sozinhos, e como eu queria provar aqueles lábios de novo, provar o seu sabor, tê-la nos braços. Fiquei apenas a olhar para ela, até que os seus olhos encontraram os meus e foi como se tudo evaporasse à nossa volta.

Aproxima-mo-nos, sentindo a nossa respiração acelerada, e aos poucos fomos juntando os nossos lábios, de início bem de leve, mas eu sentia o meu coração bater mais forte e podia sentir que o de Ana também estava acelerado, e quanto mais os nossos corações batiam mais nós tínhamos a necessidade de  aprofundar o beijo. E o que começou por ser apenas um beijo leve e calmo tornou-se algo quente, intenso e apaixonante. Quando dei por mim já as nossas línguas se enrolavam, dançando quase um tango dentro das nossas bocas.

As minhas mãos que estavam na sua nuca, começaram aos poucos a descer pelo seu corpo, sei que não posso passar do limite, da última vez que nos beijámos desta forma ela afastou-se assustada. Sinto as suas mãos na minha nunca aprofundando ainda mais o nosso beijo, os nossos corpos estão mais juntos que nunca e consigo até ouvir o bater frenético do seu coração, sim ela sente o mesmo que eu, está tão apaixonado quanto eu. No mesmo segundo que tudo parece tornar-se intenso demais, para quem está num parque, Ana afasta-se de novo, e embora me sinta triste com essa reacção eu preciso de saber, de perceber porque é que ela se retrai desta forma. Porque eu sinto que ela sente algo quando me beija, mas parece que algo a impede de avançar, algo a reprime...

- Christian...Christian, para por favor...eu não consigo...- aos poucos vou soltando-a, não a vou forçar, eu sei, de alguma forma eu sei que ela sofreu no seu passado e muito, vou-lhe dar o tempo que ela precisar...- Desculpa, desculpa...- e lágrimas correm pela sua face, limpo cada uma com os meus dedos.

- Ei! Princesa, não quero que peças desculpa, e muito menos que te sintas mal. Eu nunca senti o que sinto por ti. Ana eu amo-te e sei que talvez ainda não estejas pronta para me amares, mas eu vou esperar o tempo que for preciso, eu vou esperar por ti.

- Christian...eu...- e abraça-me como se tivesse medo que eu fugisse, como se tivesse receio que eu não esperasse por ela.- Eu gosto muito de ti...eu não sei se é amor ainda, mas tu foste o primeiro homem a tocar em mim desde que...

- O que aconteceu contigo Ana? Quem é que te fez mal?- e agora sou eu que a abraço, é como se neste abraço eu lhe dissesse que a vou proteger de tudo e de todos. E vou, nem que seja a ultima coisa que eu faça na vida, ela não merece sofrer, ela é linda, inteligente, generosa, meiga. É tudo o que eu sempre quis...- Desculpa, se não estiveres pronta para me contar eu percebo, eu só quero que saibas que eu estou aqui, ninguém mais te vai magoar.

E ficámos ali abraçados, combatendo os nossos demónios em silêncio mas juntos. Carla, Jason e Paula voltaram um tempo depois, parece que a pirata, como Ana a chama, não deixou os pombinhos muito tempo sozinhos. Sentaram-se de novo e começámos a jogar um jogo de mímica, claro que Paula era a mais entusiasta na brincadeira e assim o tempo depressa passou.

Quando estávamos já a pensar em ir embora, o meu telefone tocou, era Ethan...e o que ele me disse era a melhor notícia que poderia ter tido para acabar o dia. Assim que desliguei, caí de joelhos e chorei, eu não chorava de tristeza mas de alegria. Enquanto Carla, Jason e Paula ficaram a olhar para mim, um marmanjo de quase 30 anos, a chorar daquela forma era algo que provavelmente não se via todos os dias, Ana colocou-se de joelhos e com a meiguice que lhe é característica começou a passar com a mão na minha cara limpando as minhas lágrimas.

- Christian! Christian, o que se passou? Fala comigo...estás a assustar-me?- Olhei para Ana e simplesmente a abracei.- Christian...

- Conseguimos. Vou tê-la nos braços amanhã...Ana eu vou ter a minha filha nos braços amanhã.

- O Ethan conseguiu? E o divórcio? E a Cobra-Cascavel?- e com ela a chamar Amélia de Cobra-Cascavel sorri, só mesmo Ana neste momento para me fazer sorrir.

- Ela não vai ficar com hospital, pelo menos isso consegui salvaguardar. Vou-lhe dar uma mesada, mas só isso. Eu nem acredito que vou ter a minha menina comigo...ela vai amanhã ao escritório para eu assinar o novo acordo e...leva a minha menina.

- Estou feliz por ti, só não consigo aceitar que ainda tenhas que dar alguma coisa àquela Cobra.

- Pela minha filha eu dava-lhe até o mundo se fosse preciso. Ana nada é mais precioso que o amor, que a família...- abraço-a de novo e choramos os dois...- Eu tenho que ir, os meus pais e o Ethan estão à minha espera, mas amanhã vemo-nos no escritório.- e levanto-me, ajudando-a também a levantar-se.

- Sim, claro e eu vou amar conhecer a tua menina. Até amanhã.- e abraça-me, e como amo tê-la nos meus braços.

- Até amanhã. E Ana...- e continuando no seu abraço digo-lhe bem baixinho no seu ouvido para que só ela consiga ouvir...- lembra-te eu vou esperar por ti o tempo que for preciso.

E assim me despeço dos quatro e vou para casa, onde todos estão felizes, bem mais ou menos. É certo que vou ter a minha menina comigo, que não perdi o hospital, aliás essa ideia estava a massacrar-me, era completamente inimaginável pensar que iria perder tudo o que o meu avô e a minha mãe construíram para Amélia. Sei que para a minha mãe era algo que a estava a fazer sofrer, mais do que para qualquer outra pessoa tudo isto a estava a fazer sofrer. Por isso ela é a primeira a receber o meu abraço e o meu agradecimento, era ela que está a fazer o maior sacrifício.

- Obrigado. Obrigado por não me condenares, por me apoiares, por estares sempre do meu lado. Eu amo-te muito mãe.

- Christian. Não tens que agradecer, tu és meu filho e tudo o que queremos para os nossos filhos é que eles sejam felizes, e agora que és pai acho que percebes...aliás eu tenho a certeza que já sabes isso, porque tu pela tua filha estavas disposta a abrir mão de tudo o que era teu, e isso filho é o que todos os pais sentem pelos filhos: é um amor sublime, uma amor sem medida, é errar e acertar ao mesmo tempo, é algo que nasce em nós no minuto em que sabemos que existe alguém que precisa de nós para uma vida inteira. Por isso meu filho, a única coisa que te peço é que ames esta menina com todo o teu coração.

- Eu já amo...desde o dia que soube da sua existência, mesmo ela podendo não ser minha de verdade, eu amo-a.

E assim continuamos abraçados, até que Gail e Nora anunciam que o jantar está pronto. E assim a noite vai passando, e o amanhã parece nunca mais chegar. O amanhã onde vou poder finalmente ter a minha menina comigo. 

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