Olhando para o homem a sua frente, Selina Kyle sente a sua espinha gelar, ao mesmo tempo em que tem a estranha sensação de que as coisas não estão nada bem para si mesma. Porém, é a Mulher Gato, uma ladra experiente e, não deve temer nada e nem ninguém!

Não sabe o que essa pessoa quer com ela, mas, de uma coisa tem certeza, de que ele se arrependa profundamente por ter vindo mexer com ela!

Encara o homem com ódio, seus olhos negros brilhando de raiva e fúria, pois não gosta nem um pouco de ser seguida e abordada desta forma!

— O que você quer? – pergunta Selina, cada palavra impregnada de raiva e fazendo de tudo para não demonstrar a apreensão que sente.

— Logo você saberá. – responde o homem, ao mesmo tempo em que começa a ataca-la.

Selina Kyle não perde tempo e bloqueia com eficácia o soco que lhe é desferido com brutalidade, mostrando suas habilidades para a arte do combate. Mas, o homem não desiste e tenta atacar a mulher, dando-lhe uma rasteira, da qual Selina apenas dá um salto e, aproveita para dar um chute certeiro em seu adversário, jogando-o longe, pois, apesar de ser uma mulher, sua força e habilidades não devem ser subestimadas.

Ao voltar ao chão, a Mulher Gato toma distância e assume uma posição ofensiva, se preparando para mais um assalto, ao mesmo tempo em que seu adversário se levanta, sacode a poeira de seu terno impecável e olha para Selina Kyle com um sorriso que é puro cinismo em seus lábios.

— Bem que me disseram que a moça era rebelde. – ironiza o homem, sem deixar de sorrir.

Selina não gosta nem um pouco do modo como a tratam e, principalmente, de ser tratada como "moça rebelde". Irá mostrar a esse sujeitinho quem ela é e, descobrir o que diabos ele quer com ela, para aí sim matá-lo.

A Mulher se coloca em posição ofensiva, pronta para o próximo assalto. Esvazia a sua mente e, tudo o que vê em sua frente é o seu adversário e a grande vontade de vencer e acabar de uma vez por todas com essa palhaçada.

Selina parte para o ataque, tentado acertar um soco na face de seu adversário e tirar de seu rosto aquele sorriso que ela simplesmente não está conseguindo suportar. Mas, para seu desapontamento, o homem desvia com facilidade, ao mesmo tempo em que aproveita a brecha em sua defesa e lhe acerta um chute no abdômen, na região diafragmática e, por conta disso, Selina perde o ar, caindo de joelhos no chão.

— Tadinha, perdeu o ar? – o homem de terno não para de ironizar.

Suas palavras só fazem com que Selina se enfureça ainda mais e, a mulher, mesmo ainda sentindo um pouco de falta de ar volta a se levantar, para novamente atacar seu adversário.

Tenta acertá-lo com vários socos, porém o homem desvia de todos eles sem qualquer esforço, ao mesmo tempo em que encontra brechas na defesa dela e as usa para atacá-la sem piedade.

A Mulher Gato é lançada com violência para trás, ao mesmo tempo em que o homem se lança contra ela, a fim de lhe aplicar mais um golpe, que, apesar de tudo, é defendido com maestria pela Mulher Gato.

Golpes e mais golpes voltam a ser dados e recebidos, e, pouco a pouco, Selina começa a se cansar. Em um reflexo involuntário, leva a sua mão a sua cintura, a fim de procurar o seu chicote, para, ao não senti-lo, olhar para a sua cintura e se lembrar de que deixara a arma em casa.

— Droga...!!! – fala a mulher, ao mesmo tempo em que desvia de outro golpe que é dado pelo seu adversário.

O homem não perde tempo e, dá um forte chute em Selina, mais uma vez atingindo a barriga da mulher e fazendo com que ela caia no chão. Em seguida, ele pisa em suas costas.

— Todas as ladras são tão fracas assim? – ironiza ele, com um sorriso que é puro cinismo.

— Cale a boca, seu maldito...! – esbraveja Selina Kyle, que, mesmo em desvantagem, não dá o braço a torcer – Não estou mostrando tudo do que sou capaz...!

A resposta do homem é uma risada carregada de prazer e de desaso e, mais uma vez, ele chuta Selina, fazendo com que a mulher seja jogada longe. Mais uma vez, a Mulher Gato caí no chão e, cospe uma lufada de sangue, percebendo que este homem não é comum, ao contrário do que aparenta.

Ele olha no relógio e sorri para a mulher a sua frente, adorando cada segundo dessa humilhação que a está fazendo passar. Recebera uma missão, mas, executá-la está se mostrando muito mais satisfatório do que ele sequer poderia imaginar.

Selina se levanta e, com o braço direito, limpa o sangue que escorre de sua boca, para então encarar o homem que a está fazendo perder desta forma com ódio em seu olhar. Sem pensar em mais nada, volta a atacá-lo com todas as suas forças, dando socos e chutes que, devido a seu cansaço, se tornam mais e mais lentos a cada golpe, enquanto o homem a sua frente não parece nem um pouco cansado, sorrindo ironicamente a cada golpe dela que consegue desviar.

— O que foi, querida? – o homem volta a ironizar – Sou forte demais para você?

Ao dizer estas palavras, o homem acaba por abrir uma brecha em sua defesa e Selina acerta nele um poderoso soco, lançando-o longe.

Mesmo cansada e ofegante devido aos ferimentos recebidos, Selina Kyle volta a atacar, dando socos e mais socos em seu adversário que, dessa vez, é atingido por todos eles, mas, mesmo assim, não deixa de sorrir de forma irônica, deixando Selina cada vez mais e mais furiosa.

Perdendo totalmente a calma, a ladra mais famosa de Gotham City pega o homem pelo colarinho e, dá um poderoso soco no meio de sua face, mas, nem isso é capaz de fazê-lo parar de sorrir de forma irônica.

— Do que está rindo? – pergunta Selina, a raiva impregnada em cada palavra – Não percebe que estou prestes a acabar com você?

O homem dá um assobio e, no instante seguinte, surgem mais dois homens, demasiado musculosos que, acertam nas costas da mulher poderosos golpes que fazem com que ela caia inconsciente.

Na Mansão Wayne, Diana e Bruce estão no quarto de Dara, tentando colocar a pequena para dormir, mas, ela parece querer exatamente o contrário. Com um cuidado em demasia, Bruce deita a sua pequena no berço, mas, Dara começa a chorar no mesmo instante.

O casal tenta acalmar a pequena, dando alguns brinquedinhos pra ela, que continua chorando e erguendo os bracinhos, pedindo colo. Diana acaba pegando a pequena no colo e, ela para de chorar no mesmo instante, fazendo com que a princesa das amazonas esboce um sorriso cansado em seus lábios.

— Não adiante, Bruce. – a voz da morena se faz ouvir – Hoje ela vai dar trabalho pra dormir.

— Vamos levá-la para o nosso quarto, princesa. – fala o Wayne – Assim, mesmo que Dara demore a dormir, você pode descansar tranquila, porque eu vou tomar conta dela.

Os dois então deixam o quarto da pequena e vão para a suíte presidencial da mansão, onde se deitam na enorme cama King size e, colocam Dara no meio dos dois, dando um brinquedinho para que ela possa se distrair.

A pequena bebê começa a brincar com o brinquedo, levando-o a boca e sem dar atenção ao que acontece a seu redor.

Cansada, Diana, acaba pegando no sono, enquanto o Wayne não se importa em permanecer acordado para cuidar da filha, pois já está acostumado a esta vida noturna, já que há muitos anos patrulha durante as madrugadas as ruas de Gotham City e, comparado a caçar criminosos, cuidar da filha que se recusa a dormir é a mais agradável das tarefas.

Em quatro meses, Dara cresceu saudável e, é seu maior orgulho, a sua maior alegria. Sua filha é todo o seu mundo e sua nova razão de lutar, para dar a ela no futuro um mundo no qual ela tenha orgulho de viver.

Seus olhos azuis recaem sobre os pequenos e espertos olhos azuis de sua filha, que continua mordendo o seu brinquedinho sem se importar com o fato de estar sendo observada, alheia em seu próprio mundo.

Ali está seu tesouro e, por ela, é capaz de tudo.

Se senta na cama e pega Dara no colo. No mesmo instante, a pequena solta o brinquedo, deixando-o cair na cama e segura um dos dedos de seu pai, com uma força anormal para uma bebê de quatro meses, mas que, para ela, que herdou os poderes da mãe, é completamente normal.

— Filha, você é o meu tesouro mais precioso. – o príncipe de Gotham começa a conversar com sua filha, que para de apertar o dedo do pai para escutá-lo, encarando-o com seus belos olhinhos azuis – Você me trouxe de volta algo que eu julgava ter perdido aos oito anos de idade, filha, a felicidade.

A pequena sorri, prestando em atenção a cada palavra dita por seu pai e, seus pequenos e doces olhinhos encarando o rosto que ela já conhece e sabe que é do pai.

O Wayne volta a deitar a pequena na cama e também se deita, vendo-a brincar, desta vez, Dara começa a levar as perninhas à boca, se distraindo e, fazendo tudo, menos dormir.

A pequena vira para o lado e encara o rosto adormecido de sua mãe. Imediatamente, começa a estender os bracinhos para que Diana a pegue no colo e começa a reclamar, a fim de chamar a atenção da mãe, que continua a dormir profundamente.

Como não consegue chamar a atenção de sua mãe, que continua a dormir profundamente, Dara começa a chorar e a fazer biquinho. Bruce imediatamente se senta e pega a filha no colo, a fim de tentar acalmá-la para que Diana não acorde, mas, é inútil, pois a pequena continua chorando e fazendo biquinho e, a princesa das amazonas acaba acordando.

Assim que se senta na cama, ainda com sono, Dara começa a chorar de forma mais estridente e começa a dar os bracinhos para a mãe. Diana pega a bebê em seus braços e, no mesmo instante, ela para de chorar.

— Pronto Dara, a mamãe está aqui. – fala Diana, acariciando os cabelinhos negros de sua filha – Não precisa chorar.

A princesa das amazonas encosta a filha de encontro a seu peito e, no mesmo instante, a pequena segura com força à camisola da mãe, como se quisesse reivindicar que a mãe é uma posse dela.

Diana, com toda a sua paciência maternal, começa a acalentar sua filha, balançando-a até que a criança se acalme, mais, dormir, nada.

Pouco a pouco, o choro de Dara vai se transformando em risos, enquanto ela encara o rosto de sua mãe.

— Estou vendo que essa será uma daquelas noites que passaremos em claro. – comenta Diana, sorrindo para a filha em seus braços – Porque está parecendo que a última coisa que a Dara quer é dormir.

— Lamento por você ter acordado, princesa. – fala o Wayne, como quem se desculpando – Mas, quando ela cisma que quer a mãe, só você é capaz de acalmá-la.

— Não há o que lamentar, Bruce. – Diana sorri – A Dara é nossa filha, nossa responsabilidade, e eu a amo mais do que tudo nesta vida, da mesma forma que sei que você a ama com esta mesma intensidade. Se ela não está com sono, ficamos acordados com ela, até que o sono dela chegue, é simples.

O moreno sorri ao ouvir as palavras da semideusa, pois sabe que são palavras de uma mãe completamente devotada, uma mãe que é capaz de tudo pela filha. Diana é, sem a menor sombra de dúvidas, uma mãe excepcional e, para uma mulher que dizia não ter instinto maternal, ela está provando exatamente o contrário, está se mostrando uma verdadeira mãe, que coloca o bem estar da filha em primeiro lugar, algo que ele vem aprendendo a admirar cada vez mais.

Na Torre da Liga, o Caçador de Marte está em sua sala particular. Esta noite, quem está fazendo o monitoramento da Terra é o Senhor Incrível, o que significa que tem a noite de folga e pode descansar um pouco.

Mas, apesar disso, tem algo que o incomoda profundamente, e, não sabe ao menos o que é. A única coisa da qual tem a mais absoluta das certezas, é que tem a estranha sensação de que estão vivendo algum tipo de calmaria, antes de uma tempestade que pode vir a ser fatal.

Como um dos Membros Fundadores da poderosa Liga da Justiça, frequentemente é atingido por esses pensamentos, e, o fato de ser telepata só aumenta esses pressentimentos.

Usar seu poder para vasculhar a mente de cada terráqueo é algo demasiado perigoso. Já fizera isso uma vez e, teve consequências desastrosas, o que fez com que nunca mais usasse seus poderes dessa forma.

Sem que ao menos se dê conta, se pega pensando em Lex Luthor e, em como, desde a sua fuga, não conseguem ter notícias dele, por menores que sejam, o vilão simplesmente parece que evaporou da face da terra.

Mas, sabe que as coisas não podem continuar assim. Sabe que, de um jeito ou de outro, precisam encontrar Lex Luthor, ou, as consequências podem vir a ser desastrosas. Se pega pensando em uma conversa que tivera com Batman, logo após a fuga misteriosa do líder da Lex Corp e, os dois homens chegaram à mesma conclusão, de que, depois de ele quase ter conseguido destruir a Liga da Justiça, aproveitando-se da situação de Diana, que o próximo alvo dele, muito provavelmente será Dara e, para isso, ele só precisa descobrir onde a menina está. Nessa ocasião, Super Man se juntou a conversa e disse convicto de que, do jeito que ele conhece Luthor, o vilão não irá parar até descobrir tudo sobre Dara.

Naquela época, a afirmação de Super Man só fez com que não apenas os três, mas, todos os Membros Fundadores ficassem em estado de alerta, principalmente no que se refere a Lex Luthor.

Em um esforço conjunto, praticamente toda a Liga da Justiça começou um trabalho de busca por Lex Luthor, porém, infelizmente, até agora, nenhum sinal do líder da Lex Corp, que parece que simplesmente sumiu da face da terra, sem deixar qualquer vestígio.

E, esse sumiço de Lex Luthor tem deixado a todos ali cada vez mais preocupados, principalmente Diana e Bruce que, no fundo, não temem por eles, mas pela pequena e adorada filha, que é apenas um inocente bebê que não teve culpa alguma de vir ao mundo.

Agora, ele continua com esse mau pressentimento, de que algo ruim pode mesmo estar perto de acontecer e, por mais que tente tirar isso de sua mente, não consegue. É como se fosse um sinal, pensando dessa forma, ele resolve dar mais atenção a esse estranho pressentimento que está sentindo, tendo a mais absoluta das certezas de que não é a toa que está com esta estranha sensação.

Deixa a sua sala, a fim de ir procurar por Super Man e, conversar com ele sobre este mau pressentimento que vem sentindo. Como Batman e Diana estão com Dara na mansão Wayne, é melhor deixar para conversar com eles depois.

Dessa vez, quer fazer as coisas diferente de como fizeram na gravidez de Diana, a fim de não cometerem os mesmos erros. Dessa vez, é uma vida inocente e preciosa que está em jogo, uma vida que não é importante apenas para Diana e Bruce, e sim para todos da Liga da Liga da Justiça, que, em apenas quatro meses, aprenderam a amar Dara com um carinho desmedido.

Caminha de forma apressada pelos corredores da Torre da Liga, até chegar ao refeitório e, em uma mesa, encontra Super Man, conversando animadamente com o Lanterna Verde. Aproxima-se, puxa uma cadeira e se junta aos dois.

Ao vê-lo, o Lanterna Verde e Super Man logo percebem que algo incomoda o Caçador de Marte, só por sua expressão facial.

— Qual o problema, J'onn? – pergunta o homem de Kripton, sem perder tempo.

— Tem algo que incomodando profundamente. – fala o Caçador de Marte.

— E o que seria? – questiona o Lanterna Verde.

— Lex Luthor. – J'onn J'onzz resolve ir direto ao ponto.

— Nenhuma notícia dele desde que fugiu da prisão, você sabe, J'onn. – fala Super Man, a voz desanimada.

— Não é somente com o fato de não termos notícias dele que estou preocupado. – continua o Caçador de Marte.

— Então o que seria? – quer saber o Homem de Aço.

— Estou com um mau pressentimento. – confessa J'onn – Não sei ao certo, mas, sinto que, uma tempestade vem se aproximando bem lentamente, mas ela vem se aproximando.

— E isso imediatamente fez você pensar em Lex Luthor? – questiona o Stuart.

— Exatamente. – responde J'onn – Sei que todos estamos trabalhando de forma incessante na busca por este homem, mas, isso realmente está me incomodando muito, é como se o meu sexto sentido estivesse me dando um sinal de alerta.

— E nós não vamos deixar isso passar. – garante Super Man – De alguma forma, nós vamos fazer com que Lex Luthor saia da toca.

Sente uma quantidade de água completamente gelada atingindo seu corpo e, isso faz com que, lentamente, seus olhos vão se abrindo, tendo uma dificuldade tremenda em se abrir totalmente, devido a grande claridade que parece estar no local, por isso, acaba os fechando novamente.

Tenta se mexer, mas não consegue, sente algo apertando demais os seus pulsos e tornozelos, chegando a doer. Sente outra grande quantidade de água gelada atingir o seu corpo e, mesmo com toda a claridade a incomodando, se força a abrir os olhos, e é então que percebe a sua situação.

Presa a parede por grosas correntes que prendem os seus pulsos e tornozelos, Selina Kyle olha para frente e vê segurando dois baldes de água e sorrindo de forma sinistra Coringa, acompanhado de Lex Luthor e, para sua total surpresa, pelo Exterminador.

— Olha só, a gatinha dorminhoca resolveu acordar. – fala Coringa, gargalhando de prazer – Agora sim nós vamos poder brincar!