Vôo da borboleta
"Quem ensinou as borboletas a voar?"
Perguntei à vovó
Enquanto eu as observava passar
Ela olhou pra mamãe
Como que lhe pedindo pra ajudar
"Elas nascem sabendo, minha filha"
Foi o que ela conseguiu responder
Assenti e continuei pela trilha
Como qualquer criança, adorava aprender
O dia estava ensolarado
Era um passeio em família
E visitámos o Borboletário
Eu amava aquele lugar
Havia cor por todo lado
As borboletas voavam livres,
Seus movimentos tão suaves
Estendiam nobres convites.
Convidando corações sensíveis
A admirar cores sublimes
Naquele momento
Notei que cada movimento
Era mais que apenas voar,
Cada borboleta
De modo tão intenso
Se põe a dançar,
Ao ritmo do vento.
Se distanciam do seu lar
Abandonam o casulo
Para em uma bela flor pousar.
Quando tudo estava escuro
Parecendo algo sozinho e esquecido
Surgiram as asas da esperança
Aflorando o que há de mais vivo.
Quão corajosas e pacientes são
Ao encarar tal transformação.
Cada processo é necessário.
Porque somente através do tempo
Pode-se dar ao mundo
A melhor versão de si mesmo.
A imprevisibilidade trás surpresas
À medida que permitimos
Que as mudanças aconteçam
Admiro esta delicadeza
E espero alcançá-la, um dia
Aprender com as borboletas
Toda sua coragem e majestia.
Passamos a tarde ali
E hoje me lembro com carinho
De tudo que aprendi
Quem dera naquela época
Ter realmente entendido
Que tudo precisa de tempo
Pra ser cuidadosamente vivido.
Quando não há pra onde correr,
Aprendemos a voar.
Passa-se pela crisálida,
E só então se aprende a amar.
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