35° verso
A madrugada tinha sido realmente longa apesar do curto tempo até o amanhecer, havia conversado bastante com o han, o suficiente para perceber o quão esgotado ele parecia pelo dia exaustante. Entre um murmúrio baixo e um sorriso sonolento, o rapaz dono de lindos olhos negros adormeceu, ali mesmo ao lado do seo, abraçando nele de forma confortável, uma sensação incrível de proteção abrangia ao redor e ele apenas caiu no sono já cansado.
Changbin não tinha cochilado um momento sequer, a sensação estranha de não estar na sua cama espantava o sono como um bicho desagradável. Ele viu o dia amanhecer, viu os pássaros voarem pela janela, às vezes usando o parapeito para descansar e sumindo em seguida. Viu o dia se iniciar e as pessoas acordarem. Quando precisou ir ao banheiro, usou o travesseiro para substituir sua presença, e jisung apenas o abraçou ainda adormecido. Ele saiu do quarto arrastando os pés, sentiu o corpo pesado pelo sono que não tinha gastado, ele adentrou a primeira porta no começo do corredor e se olhou no espelho com os olhos baixos, ah, ele estava realmente deplorável.
Depois de usar o banheiro e lavar as mãos, ele voltou para cama, se deitando no mesmo lugar e abraçou o han, mas desta vez com o celular na mão. Ele tinha descarregado a tarde, e finalmente estava com a bateria totalmente cheia, ele ligou o aparelho e se espantou pelo tanto de notificação que surgiu do nada, a grande maioria do bang e outras de seungmin perguntando se eles tinham achado um lugar para dormir. Ele respondeu seungmin primeiro antes de dar atenção às quinze ligações do bang e as vinte mensagens no privado, vendo que ele ainda estava online, apesar de ser cinco da manhã.
Changbin não hesitou em retornar a última ligação que ele tinha feito vinte minutos atrás, a chamada demorou pouco para ser correspondida. O moreno pode ouvir a respiração pesada dele do outro lado da linha, como se ele estivesse acabado de correr um pequeno circuito. Não queria ser o primeiro a falar, então esperou que o maior tomasse a iniciante, o que não demorou muito.
- me desculpa. - ele pediu de repente, parecendo ofegante. Changbin apertou as sobrancelhas, sem entender.
- você não me deve desculpas hyung, e sim ao hannie.
- sei disso, mas ele não me atende. Pensei que vocês tinham me bloqueado ou algo assim, pensei até mesmo que estavam me odiando. - ele parou para respirar, o barulho de água sendo ingerido sobressaltando no ar. - eu sinto muito mesmo, eu não queria ter falado daquela forma, não é culpa do jisung nada do que aconteceu. Ah, eu sou tão idiota, daria razão a vocês se estiverem me odiando agora.
- eu não te odeio, hyung. - falou baixo, uma vez que o mais novo se remexeu à procura de mais conforto, abraçando o moreno e enrugando o nariz por algum sonho estranho que estava tendo, voltando a ficar quieto em instantes. - eu não te odeio e nem o jisung. - repetiu, apenas para o bang ter certeza.
- eu fiquei com tanto medo de perder vocês. - disse num tom de lamúria. - eu surtei completamente. - chan parecia estar chateado, mas não com os menores e sim consigo mesmo. Changbin podia ver a cara emburrada do australiano projetada na sua frente agora, a mesma expressão que ele sempre faz quando estava com dificuldade em realizar uma simples tarefa. Algo adorável aos olhos do moreno. - me desculpa por ser um babaca.
- você não é nada disso hyung, quer dizer, as vezes você é meio idiota, mas não foi por querer. Você vai conversar com o hannie mais tarde e esclarecer tudo, peça desculpa e se explique, eu sei que ele vai entender e também se desculpar. Não tire conclusões precipitadas, ainda somos seus e isso não vai mudar.
Changbin estranhou o silêncio do mais velho, mas percebeu que era necessário quando de repente escutou ele fungar do outro lado da linha, prestes a cair no choro. Paciente, o moreno esperou que o bang se acalmasse, os fungados se transformaram em murmúrios baixinhos do quão idiota se sentia.
- eu saí pra correr mais cedo pra tentar aliviar a cabeça, e agora tô chorando no meio da rua. Isso é tão humilhante. - chan soltou uma risada fraca. Changbin o acompanhou, acariciando o cabelo cheiroso do mais novo. - tô tão aliviado que vocês não me odeiam, eu posso suportar qualquer coisa menos isso.
- não pense que vai se livrar da gente tão facilmente, bang.
- isso é a última coisa que eu quero, amor. - apesar de já ser algo habitual, o moreno sempre se sentia retraído e quente quando o bang o chamava assim. - por que você ainda está acordado?
- insônia. - exprimiu num suspiro. - queria que você estivesse aqui, é horrível ver o sung tão vulnerável, ele não disse nada do tipo mas sei que estava com o mesmo medo que você, e eu não sei consolar ele direito, me senti meio inútil. - changbin riu amargamente.
- sei que você fez o possível pelo nosso menino.
- é, acho que sim. - ele olhou para jisung, ele parecia tão frágil entorpecido pelo sono, tão angelical para alguém tão impuro quanto o seo, mas não importava, changbin nunca o deixaria apesar de que às vezes não se achava merecedor de nenhum dos dois. - eu quero te ver. - voltou sua atenção para o homem do outro lado da linha, afundando o rosto no travesseiro, tentando sumir com aquela sensação de calor que subia por seu corpo. Ele precisava tanto de christopher agora.
- se tudo der certo comigo e o ji, vocês podem vir passar a noite comigo.
- então faça dar certo entre vocês dois. - exigiu, arrancando uma risada sincera do australiano. Changbin se aborreceu, deixando um ruído de desagrado sair entre seus lábios pequenos e bonitos. - você é um grande idiota, por isso não é o hyung preferido do sung.
- não seja maldoso com seu channie, amor.
- por que você sempre tem que ter esse tom de perversão na voz? - indagou com sinceridade. - é tão estranho.
- mas eu tô falando normal.
- o ji tem razão em te chamar de tarado, você é um completo pervertido.
- o que eu fiz? - chan perguntou incrédulo. Ele realmente não sabia o que tinha feito demais. - espera, o jisung me chamou de tarado?
- é isso que te preocupa?
- é claro? Eu não sou um tarado.
- uma pessoa decente não deveria ficar pegando na bunda dos outros.
- eu tenho uma ótima justificativa pra isso. - changbin aguardou, rindo baixo da seriedade do tom do mais velho. - primeiro, vocês são meus namorados, então eu posso fazer isso. Segundo, a sua bunda é macia e redondinha, tipo uma bolinha anti-estresse, e o ji fica fofo envergonhado, então faço isso por diversão. É meu hobby binnie, respeite ele por favor.
- e eu achando que não dava pra piorar. - changbin desatou em risadas, tentando parar quando o han ergueu o rostinho confuso e encarou o menor, os olhos meio abertos e o cabelo bagunçado. - volta a dormir príncipe, é só um pervertido qualquer me incomodando. - jisung enrugou o nariz e voltou a deitar.
- por que você não me chama por apelidos fofinhos?
- você não merece. - chris soltou um murmúrio de chateação. Changbin ignorou, tratando de cobrir jisung corretamente. - já é muito tarde, preciso dormir.
- e eu preciso voltar pra casa, provavelmente não vou conseguir dormir, então é melhor adiantar algumas coisas do trabalho.
- você é viciado no trabalho.
- eu sou viciado em muitas coisas, e uma delas é você.
- é disso que eu tô falando, tudo pra você tem entonação sexual, seu pervertido!
- você não disse que ia dormir?
- você é um chato.
- eu sei, eu sei, agora você precisa dormir. Prometo ligar pro sung mais tarde e conversar com ele, aí a gente pode se ver.
- se resolvam logo, odeia a sensação de estar no meio disso tudo e não conseguir fazer nada.
- me desculpa mais uma vez. - changbin resmungou algo em concordância, pedindo mentalmente para ele parar de se desculpar. - será que é muito cedo pra dar boa noite?
- ainda tá um pouco escuro, então boa noite hyung.
Encerrou a ligação assim que teve a certeza que o bang ficaria bem, guardando o celular em qualquer lugar e voltando sua atenção para jisung. Changbin ainda estava sem sono, mas se forçaria a dormir, precisava descansar nem que seja por duas horas ou acabaria com um humor péssimo, e a última coisa que queria era tratar o han mal logo quando acordasse.
(...)
O cochilo que deu não deveria ter passado de duas ou três horas, quando despertou, não avistou o han em nenhum lugar do quarto, os lençóis ao seu lado estavam bagunçados, indicando que talvez ele tinha saído a pouco tempo, a janela estava fechada e com cortinas cinzas na frente, impedindo que o sol incomodasse o seo, mesmo assim, ele ficou de pé sem muita pressa e seguiu a voz calma do castanho que vinha do lado de fora do cômodo.
Ele abriu a porta e o rapaz estava no meio do corredor com o celular próximo a orelha, changbin arrastou os pés até ele e o abraçou por trás, o sobressalto do susto arrancando uma risadinha baixa do moreno.
- foi só o binnie. - ele se virou na direção do baixinho, o abraçando de frente e usando o ombro dele como apoio para o queixo. - eu sei hyung, eu sei. Eu passo dos limites também não é só sua culpa, já disse que tá tudo bem. Nem eu e nem changbin hyung estamos com raiva, já passou. A culpa não é sua, christopher. Não faça piadinha com duplo sentido, eu juro que vou te machucar. Não é pra você gostar, seu esquisito! - changbin riu contra o peito do han, vendo o quão vermelho estava as bochechas do menino. - eu desisto de você, bang chan. Não literalmente, seu dramático. Tá, vou ver se o changbin vai querer ir e te aviso. Até de noite, eu também te amo.
Jisung desligou o celular e escondeu o rosto no ombro do menor, enfim em sossego consigo mesmo. Changbin o abraçou pela cintura, o enlaçando confortavelmente.
- a gente se revolveu. - o han disse baixinho. - conversamos sobre outras coisas e entramos em um consenso que brigar não leva a lugar nenhum, então vamos tentar parar com isso e conversar quando tiver um problema.
- agora entendo como você se sentia vendo eu e o chan brigar. - jisung riu, empurrando o corpo do menor em direção ao quarto.
- chan nos chamou pra dormir com ele hoje, você quer ir? - indagou, observando o baixinho subir na cama e se deitar em seu lugar. Changbin parecia sonolento e meio desorientado, e jisung não poderia achá-lo mais adorável.
- claro. - ele proferiu enrouquecido pela sonolência, olhando meio desfocado para jisung que deitou ao seu lado. - à noite?
- sim, meus planos é passar o dia com meus pais, faz tempo que eu não venho aqui por causa do trabalho, então se não for um problema pra você, podemos ir à noite.
- por mim tudo bem.
Changbin não sabia dizer se o han o acompanhou no cochilo, mas teve a impressão que ele ficou velando seu sono, algo estranho, mas não podia julgá-lo, fazia muito aquilo com os dois namorados, então veria aquilo como um "estamos quites".
Mais tarde, depois do horário do almoço e de muita insistência por parte da dona da residência, a dupla saiu do quarto para comer. O moreno pôde perceber o quão liberal e confortável era a relação de jisung com seus pais, ele podia fazer piadas e às vezes chamá-los por apelidos, mas ainda os respeitava bastante e sabia até onde poderia ir com suas brincadeiras. Yu-min era muito gentil e cuidadosa, tinha o mesmo humor esquisito que jisung e não possuía nenhum filtro, falava o que pensava e agia como bem queria. Changbin não conseguia contar todas as vezes que corou com os elogios que ela o direcionava, seja em relação a sua boa aparência ou suas músicas, já que quando o han era mais novo fazia todos da família ouvir as músicas do rapaz e a mulher se tornou uma singela fã do seu trabalho.
Eun-tae era calado e quieto, sempre observando tudo e apenas falando quando necessário, mas ele se sentia muito à vontade em discutir - na brincadeira - com jisung, sempre pegando no pé do garoto e distribuindo reclamações, como aquilo fosse seu jeito de demonstrar que se importava com o filho.
Ao anoitecer, eles arrumaram suas coisas para partir, sendo um pouco difícil para o han se despedir.
- prometo trazer o chan hyung da próxima vez. - o han disse, entrando no carro acompanhado de changbin, que antes de entrar no automóvel acariciou os pêlos macios de bbama, o mascote da família. Tinha pegado apreço pelo bichinho, podia visualizar jisung nele as vezes, eles eram pequenos e fofos, muito animados e ficavam tristes quando ignorados. Eles eram idênticos, na verdade.
- acho bom mesmo. - yu-min disse seriamente, mas suavizou a expressão logo em seguida, olhando com afeição para o filho. - venha nos visitar logo, okay? Os três, de preferência. - changbin sorriu pequeno, podendo sentir o quão amado o han era por eles. - cuida bem do nosso esquilinho, entendeu, changbin? E manda aquele loirinho tomar juízo.
Changbin ficou confuso por ela ter falado aquilo sobre o bang, mas balançou a cabeça, acenando para ela antes do castanho ligar os motores e calmamente sair.
- a minha mãe tem um pé atrás com o chan, porque a gente briga muito e às vezes eu venho pra cá quando as coisas ficam sérias. - jisung explicou, quebrando o silêncio que tomou todo o carro junto com o breu da noite.
- agora faz sentido.
- ela gosta dele, mas digamos que atualmente você é o genro favorito dela.
- quero esfregar isso na cara do christopher agora. - sorriu de uma forma engraçada, esfregando as mãos animado. Jisung riu sincero, dando um soquinho fraco no braço do menor.
Changbin estava contente em ver que jisung parecia melhor, aquela sensação de estar inseguro e com medo que antes exalava dele nem dava sinais. Ele parecia realmente bem depois de conversar com o bang de forma sincera e esclarecer todos os problema que vinham tendo. Era ótimo poder descansar no assento e observar silenciosamente o han sorrir enquanto dirigia, sempre atento ao menor quando possível. O rapaz era tão cuidador consigo que às vezes parecia que eles tinham trocado os papéis. Apesar de ser mais novo e ter seus declínios de imaturidade, jisung possuía uma forte aura protetora, ele era diligente sobre o que o seo podia estar sentindo e sempre estava à disposição do moreno quando ele precisasse. Changbin o admirava muito, a sua maturidade e complacência era algo de se invejar.
Ao entrar no condomínio fechado que o bang morava, jisung deixou o carro de chan em frente a garagem, sem realmente guardá-lo. Era um lugar seguro, então ele não via necessidade de fazer isso agora. O corredor pequeno que levava até a sala estava escuro, deixando os dois menores desconfiados e meio receosos de entrar.
- será que ele saiu? - jisung indagou, olhando para changbin. O menor deu de ombros, pegando o celular no bolso para checar se o mais velho tinha mandado alguma mensagem, mas não tinha nada de novo, apenas às mensagens antigas brilhando em sua tela.
A luz fraca que vinha da cozinha iluminava a sala espaçosa, changbin ficou surpreso por ver uma pequena mesa de quatro lugares no meio do carpete vermelho, pratos e talheres sobre a superfície lisa. A dupla se encarou confusa, uma lamparina bonita jazia em cima da mesa também, em formato de lua. Tudo tinha um encanto e um charme que deixava os dois sem saber o que dizer.
Chan apareceu na sala vestido formalmente, todo o conjunto de peças pretas, a calça justa e bonita, a camisa por dentro lisa e um pouco transparente, fora o blazer com acessórios transitando entre os bolsos. Seu cabelo estava meramente arrumado, algo despojado e um pouco casual, ele não usava maquiagem, mas não era necessário, o loiro exalava um tipo de domínio que deixou changbin um tanto intimidado. Chan carregava dois singelos buquês de lírios brancos, parecendo receoso e tímido ao entregar a dupla.
- exagerei um pouco, né? - o loiro riu, coçando a pontinha da orelha para se distrair da vermelhão que preenchia suas bochechas.
Changbin observou o buquê em suas mãos, uma vez tinha ouvido de seungmin que flores tinham vários significados, então ele entendeu o que o bang quis dizer com o presente. Jisung foi o primeiro a abraçar o australiano, choramingando contra seu ombro. Chan o envolveu em seus braços, puxando o garoto pela cintura e aspirando seu cheiro agradável. O moreno estava satisfeito em apenas vê-los assim, mas chris nunca seria completo sem o menor, sendo assim, ele o agarrou pelo pulso, o trazendo para dentro do abraço desajeitado que só eles conseguiam dar. Changbin se sentiu esmagado de início, mas ao decorrer dos segundos a sensação de acolhimento e segurança superou qualquer barreira que já tinha criado. Ele encostou a cabeça próxima ao ombro do australiano, fechando os olhos enquanto o perfume dele invadia suas narinas e o deixava extasiado, a mão do loiro sempre firme na sua cintura, igualmente ao castanho.
- eu realmente não sou nada sem vocês. - chan esfregou a bochecha no cabelo do seo como um gatinho carente, apertando ambos corpos contra o seu.
- só passamos um dia sem se ver e você tá todo carente assim? - jisung brincou, deitando o rosto no ombro largo do bang. Seus olhos ainda pareciam marejados, fora seu nariz vermelho, mas ele possuía um sorriso tão genuíno e puro que podia derreter a guarda do moreno. Ele estava estupidamente feliz, como sempre parecia estar.
- sou alguém que precisa de muita atenção, e foi maldade de vocês me deixarem quando eu mais precisei. - ele dramatizou. - de qualquer forma, não vamos falar sobre o quão maldosos são os meus namorados, fiz um jantarzinho pra gente. - ele encaminhou a dupla até a mesa, puxando a cadeira para cada um ocupar um espaço.
- me sinto estranho em ver você todo arrumado assim e a gente desarrumado. - changbin comentou, olhando para as próprias vestes.
- não liga pra isso, você dois vão ficar sem elas daqui a pouco mesmo. - chan disse com casualidade, beijando a bochecha do seo antes de ir até a cozinha buscar o que tinha cozinhado.
- tarado. - jisung cochichou para o moreno, que riu concordando.
Chan retornou em pouco tempo e depositou o jantar, ocupando a cadeira que sobrou entre os dois mais novos. Eles jantaram e colocaram os assuntos em dia, changbin sentiu que estava tudo realmente bem e em ordem entre o han e chris, eles se falavam normalmente e mantinham o mesmo contato físico de costume, seja toques sutis e beijos na bochecha. Em nenhum momento o assunto dos paparazzi que seguiu o han foi citado, nem mesmo a forma como a notícia se espalhou como fogo em uma plantação de trigo. No final, o moreno decidiu que pensar naquilo enquanto estivesse com eles faria mal não só a ele como também ao clima ameno, jogando para longe a ansiedade que crescia com aquilo enquanto era aninhado confortavelmente ao lado do bang.
O trio se jogou no sofá depois do jantar amistoso, chan tinha se livrado do blazer com as correntes e pedrarias para não machucar um dos meninos que se deitou em seu peito, jisung em um lado e changbin no outro, enquanto ele ocupava o meio e era usado como encosto e travesseiro. A televisão estava desligada e havia uma música bem baixinha de fundo, o instrumental de alguma melodia que changbin sentia que conhecia, mas o nome tinha fugido da sua mente. Era calmo e um pouco preguiçoso, como um afago gostoso para os ouvidos. Apenas a luz da cozinha se mantinha ligada, mesmo que não fosse tão efetiva, jisung ainda segurava a flor que chan tinha comprado, ele segurava no plástico de proteção com cuidado e às vezes levava ao nariz, a sombra de um sorriso bobo nascendo.
O australiano beijou o topo de cabeça de ambos rapazes, encostando a bochecha em changbin enquanto o han se aninhou melhor nele. Mesmo que não quisesse assumir, era um pouco sufocante ficar naquela posição, mas chan estava tão carinhoso e o han tão calminho que não quis reclamar, então se manteve meio torto e encolhido perto deles, aproveitando para fechar um pouco os olhos. Não tinha conseguido dormir o suficiente, sentia uma fadiga enorme e se pudesse estaria na cama em seu décimo primeiro sono.
- quer ir pra cama, neném? - o castanho indagou baixinho, levando sua mão livre até a lateral do rosto de changbin, acariciando com as pontas dos dedos. O moreno sorriu pequeno e virou em sua direção, os olhos pesados e o semblante nitidamente exausto.
- tá bom aqui. - disse num sussurro manhoso, passando uma das pernas por cima do quadril do australiano e recebendo de bom grado a carícia.
- se você quiser, posso te levar pra cama. - chan sugeriu, mas apenas recebeu um resmungo baixo desaprovando a ideia. Ele sorriu junto com jisung e observou o seo fechar os olhos e fazer bico, as bochechas grandes sendo esmagadas pela mão do han e o peito do loiro. Ele apenas ficou lá quieto, sua respiração amena e o rostinho contorcido numa expressão boba.
- ontem foi um dia ruim, então eu só queria ficar assim com vocês. - ele esfregou o rosto contra o peito do bang, olhando para jisung com um sorriso pequeno. - a gente podia fingir que só somos pessoas normais sem envolvimento com mídia e essas coisas? Só por um dia?
Jisung torceu um bico, balançando a cabeça em concordância enquanto acariciava o rosto redondo e macio de changbin. Chan deslizou os dedos pelos braços fortes de ambos rapazes e sorriu complacente para o han, descansando a cabeça no encosto superior do estofado, fechando os olhos enquanto escutava de longe a música que ainda tocava.
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