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Capítulo 23 parte 3

(ainda dentro das memórias de Helô)

HELOÍSA

Acordei e já havia anoitecido. Não sabia ao certo quanto tempo tinha dormido. Eu me lembrava de Hans comigo no chuveiro, do meu pedido para que fizéssemos amor e das inúmeras declarações que fiz a ele enquanto transávamos. Mas o que veio depois estava apagado, não fazia ideia de como fui parar em sua cama.

Ao me sentar, senti tontura e imediatamente voltei colocar a cabeça no travesseiro.

– É o efeito do calmante.

Ouvi a voz do meu protetor soar vindo de algum canto.

– Calmante? Que calmante? – Perguntei de olhos fechados e sentindo a boca encher de saliva.

– Coloquei um comprimido na sua boca. Você não percebeu.

– Oh, tenho uma vaga lembrança. – Levei uma das minhas mãos até a testa. – Isso é pior que ressaca. Todo calmante faz isso?

Sem ouvir a sua resposta, fiz um esforço de abrir um pouco os olhos. Hans estava sentado na poltrona me encarando severamente. Não demorou muito para que ele levantasse e saísse do quarto. Fechei os olhos outra vez sem ânimo para entendê-lo. Quando meu primo cismava de ficar estranho, não tinha para ninguém.

Alguns minutos se passaram quando senti novamente sua presença e percebi o colchão se afundar.

– Tente se sentar, mas mantenha os olhos fechados. – Ele disse e eu acatei o seu pedido. Fui ajudada até que as minhas costas estivessem apoiadas na cabeceira da cama. – Isso, bem devagar, menina. Agora inspire bastante ar pelo nariz e solte-o pela boca. Vai ajudar a passar o enjoo. – Após algumas respirações, ele voltou a falar. – Abra os olhos, mas evite movimentar a cabeça. Fixe o olhar em um só ponto.

Ao levantar as minhas pálpebras, vi seu rosto. Decidi que ali seria o meu ponto fixo.

Sem dizer uma palavra sequer, ele esticou o braço para pegar algo sobre mesa ao lado. Um copo com suco de laranja surgiu em meu campo de visão. Eu entendia que precisava me hidratar. Então, ainda olhando para ele, peguei a bebida e dei alguns goles. O líquido gelado desceu, aliviando o mal-estar. Quando o suco terminou, Hans substituiu o copo por uma tigela de frutas, a maioria cítricas, as minhas preferidas. À medida que eu comia, me sentia mais disposta e, ao fim, toda tontura havia passado.

Hans continuava sentado na beirada da cama, com o tronco virado na minha direção.

Visivelmente mais sério que o normal, ele foi direto:

– Você não está saudável, Heloísa. Seu humor oscila muito rápido. Num único, dia é capaz de ficar eufórica, agressiva e deprimida. Você diz que é só uma fase, que logo ficará boa, mas sua melhora não é uma questão de tempo. O problema é mais grave, requer acompanhamento profissional. Eu já estava esperando por uma crise como de hoje. Arrumei um calmante sublingual por precaução. Sei que foi loucura colocar um comprimido na sua boca sem ao menos ter certeza do que você tem. Mas eu precisava te acalmar e te fazer me ouvir! – Ele ajeitou a postura e ficou totalmente de frente para mim. – Acabei telefonar para um professor que tive na USP, grande psiquiatra e pesquisador. Você terá uma consultará com ele na próxima semana.

– Como é? Não acredito que fez isso. – Meu coração começou a acelerar.

– Você vai se submeter àquilo que o Professor Armando subscrever, seja qual for o seu tratamento! – Sua voz saiu alta e autoritária.

– Mas....

– Chega de mas, Heloísa! Eu não posso assistir você se deteriorar e ficar quieto, não com o meu conhecimento! Isso seria muita irresponsabilidade! Uma doença psiquiátrica não tratada pode levar o paciente à loucura! E isso é algo que não vai acontecer diante dos meus olhos! Ouviu bem? Eu não vou ficar de braços cruzados!

Abaixei a cabeça sentindo a tontura voltar. Comecei a hiperventilar e ao mesmo tempo organizar os pensamentos.

– Eu não quero falar dos meus problemas com ninguém. – Murmurei baixinho.

– Professor Armando é um psiquiatra, não um psicólogo.

– Mas não muda o fato de que eu contarei o que me acontece.

– Você não precisa contar todas as suas particularidades se não quiser. – Sua voz amansou um pouco. – Relate apenas o seu comportamento. Eu estarei ao seu lado se precisar.

Merda! Que grande situação de merda!

Levantei a cabeça para encará-lo mais uma vez. Eu queria me defender, discutir até convencê-lo do contrário. Mas tudo mudou quando reparei em seu semblante abatido. Havia olheiras profundas, dermatite na região do nariz e seus ombros estavam caídos. Tínhamos nos encontrado um dia antes e ele não estava desse jeito. Algumas horas atrás cheguei tão nervosa em seu apartamento que não notei o seu rosto. Será que ele já estava assim? Ou foi o meu surto que causou esse estrago?

Foi então que percebi que o meu comportamento era imaturo e egoísta.

Uma alma doente é capaz de oprimir e sobrecarregar aqueles que estão ao seu redor.

Meu primo estava levando sozinho uma responsabilidade que nem era dele. Por isso, matei meu orgulho e disse:

– Tudo bem. Eu vou nesse médico. Mas antes eu gostaria de conversar com o meu pai.

– Isso é algo que deve ser feito. Falar com o tio Antônio é prioridade.

– Ele ficará decepcionado.

– Decepcionado não. Preocupado sim.

– Será que eu sou como a minha avó de sangue? Há alguns anos, vó Margarida me disse que a mulher que deu à luz ao meu pai era louca. Talvez seja uma doença genética.

Assim que eu terminei de falar, vi a glote de Hans se movimentar e seu rosto ficar levemente empalidecido. Aquilo foi estranho e não poderia ser apenas coisa da minha cabeça.

– O que foi? Você sabe de algo que eu não sei? – Perguntei com medo da resposta.

Ele tentou recuperar o comportamento anterior e disse:

– Também já ouvi essa história. Mas estou pensando em outra coisa: quando você for falar com o tio Antônio, estarei ao seu lado. Caso ele te entenda mal, eu posso interferir e explicar melhor.

– Ok.

Concordei, porque não era algo impossível meu pai me interpretar errado e a situação ficar ainda mais caótica.

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Olá,

Depressão (e qualquer outra doença psiquiátrica) é uma doença e precisa ser tratada com seriedade. Se você, caro leitor, sofre desse mal, procure profissionais capacitados para te ajudar. Não terceirize a sua saúde.

Procure cuidar do seu corpo, da sua alma e do seu espírito. Tenham fé e vivam um dia de cada vez.

Até breve,

Naty

(OBS: o link no topo do capítulo é uma música do The Strokes. É uma versão demo da You Only Live Once, mas nessa versão se chama I'll Try Anything Once.)

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