Contra-ataque
Narração Carlos
Andamos pela casa em passos lentos. Queremos pegar esses filhos da puta desprevenidos. Eles acharam mesmo que iriam matar a gente e depois nos substituir de boas? Pobres iludidos.
Eu sempre desconfiei das verdadeiras intenções deles. Esses clones malditos, o que eles tentaram fazer com a gente não ficará assim. Irei matá-los um por um, começando pelo meu clone.
Podia ouvir vozes vindas da sala. Todos nós estávamos em estado de alerta. A adrenalina no momento deixavam as coisas mais difíceis, mas tanto faz.
A poucos passos da sala eu me coloco na frente dos demais. Colo o meu corpo na parede e me esgueiro para poder ver o que os clones faziam na sala. Nossas mochilas estavam com eles.
Os mesmos já estava se preparando para irem. “Filhos da puta” penso enquanto os observo. Sinto um pequeno toque no meu braço e me viro.
Teresa me olhava com um olhar questionador. Eu aceno com a cabeça para ela e depois olho para o Daniel, o mesmo acena com a cabeça também.
“A hora é agora” penso. Esses merdas tentaram nos matar e nos substituir. Essa com certeza será a luta das nossas vidas. Isso é tão de mais. Minha vida estava bem chata, sair da rotina faz bem, se é que me entendem.
Corri na direção do meu clone com o meu remo nas mãos. Imaginem a cena em câmera lenta. Bom, eu vi a cena em câmera lenta. O rosto do meu clone teve várias feições em tão poucos segundos.
A primeira foi supresa, ele ficou com os olhos arregalados por alguns milésimos de segundo. Depois foi a indignação, aposto que ele pensou “Como esse filho da puta ainda está vivo?” . Depois mudou para raiva, acho que frustramos os planos deles.
Como a cantora Rihanna fala: Rum pum pum pum. Mate um homem, e eu vou matar esse fudido de merda nem que seja a última coisa que eu faça nesse mundo.
Eu miro o remo na cabeça dele e ataco com tudo. O desgraçado conseguiu desviar com maestria. Logo o mesmo agarra o remo e tenta o tirar de mim.
Ouço barulho de coisas se quebrando em minha volta, mas eu não tiro os olhos do meu clone.
— Surpreso em me ver? — pergunto com o meu casual tom de deboche.
— Confesso que sim. — Ele me responde.
Puxo o remo com força, mas ele segura o remo. Eles tinham razão na parte de serem mais forte que nós.
Em um momento súbito ele consegue tirar o remo de mim e depois simplesmente o quebra com a força do joelho, jogando no chão depois as metades quebradas do meu remo.
— Vamos lutar agora como verdadeiros homens. Sem armas. — O meu clone fala antes de partir para cima de mim com tudo….
Narração Off
Narração Daniel
Encaro o clone do Paulo com raiva e ele só me retribuí com um sorriso debochado. “Vou matar ele” é tudo que eu penso, enquanto o encaro.
— Onde ele está? — pergunto com o meu tom de raiva.
— Ele quem? O seu namoradinho? Ou o seu amiguinho? Bom o seu namoradinho está lá em cima amarrado para não fazer nenhuma besteira. Já o seu amigo, está no tonel.
Após ele me responder isso, eu faço várias notas mentais para entender aquilo. Até que um dos meus pensamentos me levou até o tonel com a foça. O corpo de Paulo está lá.
Vou na direção dele com o meu taco de baseball. Ele tenta desviar, ele é bastante rápido, mais rápido que o verdadeiro Paulo, mas eu sempre fui mais rápido que o Paulo. Acho que isso ele não sabia, pois eu acertei com tudo as costelas dele.
Ele cai no chão com uma feição de dor, colocando a mão na região atingida. “Eu sou o máximo” penso enquanto vou andando até onde ele está.
— Algum tempo atrás eu nunca faria uma coisa dessa. Nunca mataria ninguém, mesmo o outro sendo um filho da puta, mas você matou um grande amigo meu. Então, você vai morrer. — falo apontando o taco de baseball para a cara dele.
Ele me olha com um misto de medo e raiva. Levanto o taco de baseball, não corto o nosso contato visual. Dou um pequeno sorriso enquanto olho para ele, mas quando eu tava prestes a descer o taco na cabeça dele, sinto um forte impacto na minha canela, me fazendo cair de costas no chão.
Sinto uma forte dor nas costas ao atingir o chão. Começo a tossir por causa da dor. “O idiota me deu uma rasteira” penso enquanto estou no chão.
Logo sinto alguém subindo em cima de mim, era o clone do Paulo.
— Você é rápido, mas nem tanto. — Ele fala com um tom de deboche. Sinto as suas mãos se fecharem em volta do meus pescoço e apertar com força.
Sinto minha passagem de ar ser fechada na hora. Levo as minhas mãos para o local numa tentativa inútil de tirar as mãos dele. Sinto meu rosto esquentar, começo a bater no rosto dele desesperado por ar.
Começo a mexer a minha volta para tentar pegar o meu taco de baseball. Mas ele está fora do meu alcance.
Minha visão começa a ficar embaçada. Olho para o clone que tem um sorriso sádico no rosto. Eu já tinha desistido de lutar. Quando sinto ele sair de cima de mim e as mãos dele sair do meu pescoço.
Começo a respirar desesperadamente, enquanto eu tinha uma crise de tosse. Não sei quanto tempo fiquei naquele estado, mas algo me dizia que eu precisava levantar porque a luta ainda não tinha acabado.
Me levantei com certa dificuldade, mas me forcei a levantar. Ao ficar de pé olho em volta e vejo Carlos sendo imprenssado na parede, pelo o clone do Paulo.
Carlos dava um mata leão nele, ou tentava e o clone o apertava contra a parede pelas costas. Carlos olha pra mim e com o seu olhar entendo o que ele quer.
Começo a olhar em volta até que vejo o remo partido em dois. Pego o pedaço com a ponta mais “afiada” e vou na direção do clone.
E com o restante de força que eu tinha eu enfiei a madeira na barriga dele o empalando.
Carlos o solta e ele caiu de joelhos no chão. Tiro a madeira de seu estômago e o sangue começa a jorrar fortemente. Ele caiu no chão com as mãos no local, em uma tentativa falha de evitar o sangramento.
Ele me olha com puro ódio. O mesmo tenta esconder a dor que está sentindo com essa feição. Eu não falo nada apenas levanto o pedaço de madeira e enfio com tudo no seu olho esquerdo.
Pressiono a madeira para que entre o máximo possível. O clone do Paulo está morto, agora só falta mais dois para morrer.
— Precisamos ir atrás dos outros. — falo para Carlos, sem tirar os olhos do clone morto.
— O meu clone fugiu. Eu ia atrás dele, mas você precisava de ajuda. Teresa foi atrás da dela. — Carlos me responde.
— Tudo bem. Vamos ir atrás deles, mas antes eu preciso fazer algo. — Falo me retirando dali e indo para o andar superior.
Vou indo de quarto em quarto até achar o que estava o meu clone. O mesmo estava amarrado em uma cama. Assim que ele me vê os seus olhos se enchem de lágrimas.
Eu vou correndo para desamarrar ele. Assim que termino ele me beija. Eu logo retribuo aumentando a intensidade. A sua língua invadia a minha boca de forma nessecitada e tudo que eu podia fazer era corresponder. Ao término do beijo ele me abraça bem forte.
— Achei que tinha perdido você para sempre. — Ele fala ainda abraçado a mim.
— Você nunca irá me perder. — Nessa hora sou interrompido por Carlos.
— Desculpa atrapalhar o reencontro dos pombinhos aí, mas temos coisas mais importantes para fazer. Nenhum dos clones pode sair vivo dessa ilha. — Carlos fala fitando o meu clone.
— Bom, o meu vai sair vivo sim dessa ilha. E não se preocupe, daremos um jeito para vivermos lá fora.— Respondo o encarando.
— Tudo bem, — Carlos fala se dando por vencido — mas vamos logo acabar isso….
Narração Off
Narração Teresa
Nunca senti tanta raiva em olhar para um reflexo meu. Bom, não era bem um reflexo. Estou na beira da praia encarando a minha clone com um remo nas mãos.
Posso sentir a água fria do mar ir e vir nos meus pés.Minhas pernas tremem por causa do frio, mas tento não deixar isso transparecer.
Ela me encara com um misto de deboche e confiança. Aposto que essa vadia acha que venceu.
— Últimas palavras ? — pergunto num tom debochado.
— Eu ia fazer essa mesma pergunta agora. Saiba que eu não vou perder. — ela me responde no mesmo tom.
— É isso que vamos ver. — Começo a correr na direção dela e ela vem na minha. Preciso acertar o primeiro golpe, pois assim terei a vantagem.
Miro o remo na perna dela e ataco com tudo. Acredito que ela esperava um golpe na cabeça, pois ela nem se deu o trabalho de desviar.
Acertei ali com tudo e ela cambalea para o lado. Giro o meu no sentido anti-orário, tomando impulso e acertando o remo na cabeça dela, fazendo a mesma cair no chão.
Nem sei como fiz isso, apenas sei que fiz. Ao vê-la no chão, não perco tempo. Subo em cima da piranha e começo a distribuir socos pelo rosto e corpo dela. Desconto toda a minha raiva acumulada naquela vagabunda.
Paro apenas quando ela para de se mecher. A mesma tem os seus olhos fechados. “Acho que ela desmaiou” penso enquanto me levanto. Olho por um curto período de tempo o seu corpo desacordado.
Decido ir atrás dos garotos, provavelmente eles precisam da minha ajuda, como sempre. Dou as costas para a minha clone e começo a seguir rumo a casa.
Mas logo ouço um barulho de movimentação atrás de mim e me viro rápido, mas não rápido o suficiente. Sinto uma forte batida na minha bochecha me fazendo cair no chão e bater com a cabeça em um pedra que havia alí. A vaca se levantou, pegou o meu remo e me atacou.
Vejo tudo em minha volta girar, e sinto sangue escorrendo da minha testa. Não sei da onde eu tiro essa força. Acredito que estou tendo uma carga de adrenalina por todo o meu corpo.
Me levanto com uma raiva vinda de outro mundo. É como se todo os demônios do inferno tivessem jogados a ira deles sobre mim.
Tudo que eu consigo pensar é uma coisa: Essa vagabunda não sairá desse lugar viva. Com toda a minha raiva eu vou para cima dela. Vejo tudo em minha volta embaçado, enxergo apenas ela e a minha vontade enorme de assassiná-la….
Narração Off
Narração Carlos
Olho para as árvores em minha volta com a minha respiração ofegante. O meu desgaste físico é muito aparente, mas tento ignorar.
Conforme ando ouço cochichos do Daniel e o seu clone. Não sei se posso chamar isso que eles sentem um pelo outro é amor, afinal eles só se conhecem a dois fucking dias.
Entretanto a química de ambos é estranhamente bonita, apesar deles parecerem ser irmãos gêmeos idênticos. Começo a rir, pensando na união deles. Acho que seria bem fofo.
Mas por quê estou pensando nisso? Estamos em um momento de guerra “Foco, Carlos” penso enquanto sigo en frente.
Até que eu avisto o meu clone. Ele nos olha com um sorriso cínico. Atrás do mesmo há uma espécie de tonel. Conforme vou me aproximando sinto um cheiro de foça. Tal cheiro se intensifica conforme eu vou andando.
— Finalmente me acharam. Estava cansado de esperar vocês. — Meu clone fala com um tom de deboche.
— Tanta pressa para morrer? Nossa, não sabia que essas cópias fajudas fossem tão depressivas. Sem ofensas aí atrás. — falo a última parte voltado para o clone do Daniel.
— Você e aquela marmita alí atrás. — fala apontando para mim e Daniel. — Não passam de seres inferiores a nós, e ambos irão morrer aqui. — Fala em um tom agressivo.
— Vamos acabar logo com isso. — é a vez de Daniel se manifestar.
— Tem razão, Daniel. Vamos acabar logo com isso.
Estendo a minha mão para Daniel e o mesmo me dá o taco de baseball. Após isso vou correndo em direção ao meu clone.
O mesmo continua me olhando com um sorriso debochado. Assim que chego perto ele tira de suas costas um revólver e aponta para mim, me fazendo paralisar na hora.
— Ué? Cadê o macho alfa? — ele me pergunta enquanto ria da minha kra. — Esse revólver é cortesia do dono da casa, aquele que matamos quando salvamos as suas vidas.
— Tudo bem, vou escrever na sua lápide que você era um herói — disse Daniel se manifestando.
— Cara, você não precisa matar eles. — disse o clone de Daniel.
— Ah, preciso sim e como eu preciso. Não há um lugar no mundo para todos nós.
Respondeu o meu clone apontando a arma para mim e disparando logo em seguida. Sinto algo passando de raspão no meu braço e cai para trás pelo susto.
Levo as minhas mãos ao local e sinto o sangue. Olho para a minha frente e vejo os clones brigando.
Eles estão tentando disputar a arma e isso não vai dar certo. Me levanto e vou na direção, quando eu escuto dois disparos.
Todo mundo congela e um silêncio agoniante se instala no local.
O clone do Daniel cai no chão com a mão no abdômen.
Daniel grita e vai até ele desesperado.
Eu aproveito a distração do meu clone e vou com tudo para cima dele. O empurro e ele tropeça, caindo e batendo a cabeça no tonel.
Ele está atordoado por conta da pancada. Vou direção da arma que o mesmo deixou cair no chão e a pego. Olho para o meu clone e digo:
— Últimas palavras?
— Vo-vocês…. — Não deixo ele terminar a frase e disparo na cabeça dele.
— Desculpe, odeio despedidas — falo irônico.
Olho para o lado e vejo Daniel abraçado ao corpo do seu clone. Não sei o que fazer para tentar amenizar a situação.
— Você vai ficar bem — ele diz para o clone com lágrimas nos olhos — nós vamos te salvar.
— Dan, me escute. É é tar-tarde demais para mim. Vá-vá embora.
— NÃO, CALA A BOCA. VOCÊ VAI FICAR BEM — Daniel grita por causa do desespero.
— Eu sei que não tivemos muito contato, mas saiba que eu…… te…. Amo…. — falou fechando os olhos e morrendo.
— NÃÃÃÃÃOOOOOOOOO — Daniel grita abraçando o corpo imóvel de seu clone e chorando compulsivamente.
— Daniel, Daniel. Precisamos ir embora daqui. — falo indo até ele e o chamando.
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Após um longo tempo, eu consigo fazer ele se levantar e ir andando. O mesmo segura um diário contra o peito. Como se tal diário pudesse salvar a sua vida.
Os olhos dele inchados denuncia os longos minutos que ele passou chorando. Eu tento dizer algo para confortá-lo, mas é totalmente inútil.
Minutos depois, chegamos na praia. Vejo Teresa olhando para o mar e por instinto vou correndo até ela. Pelas roupas que ela usa, tenho a certeza que essa é a original e não a clone.
— Teresa, você está bem? Cadê o seu clone?
— Estou ótima e aquela piranha teve o que merecia. — ela me responde me olhando nos olhos.
— A senha. — Daniel fala com a voz de choro — qual é a droga da senha!!!
Olho para a Teresa esperando a resposta. A mesma revira os olhos e fala:
— Você acha mesmo que eu prestei atenção na senha que essa droga falou? — ela disse apontando para mim me fazendo rir. Só a verdadeira Teresa teria essa atitude.
— Vamos logo embora dessa ilha maldita. — digo indo em direção ao nosso iate.
Chegando lá, pego as chaves que eu deixei perto do painel e ligo o iate.
Conforme vamos se afastando da ilha um alívio percorre o meu corpo.
"Quem diria que uma simples viagem nos levaria a isso?" Penso enquanto vou guiando o iate para casa.
Todo mundo está com uma feição de fadiga, mas estamos vivos e é isso o que realmente importa……...
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N/a: chegamos no fim de mais um livro, espero que tenham gostado. Logo posto o epílogo.
Peço desculpas, caso o último capítulo tenha sido uma bosta ;-;
Quero agradecer a todos aqueles que tiveram paciência com o livro e não me deixaram. Amo todos vocês ♥️
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