Começando
Amores, esse conto não tem uma revisão profissional, ok?
Estou postando assim, mas é de coração.
Preparadas?
A grama verdinha, os cajueiros floridos e as borboletas fazendo festa era o cenário perfeito de uma tarde de final de inverno. Não chovia há dias e o tempo estava propício para um passeio e para boas notícias.
Clarinha sorrio contente, e atravessou a porteira da pequena roça. Suspirando subiu o degrau da calçada e quando abriu a boca para dar o tão famoso " ò de casa" ouviu vozes alteradas vindo do interior da residência:
—... você acha que outra oportunidade dessa vai aparecer? Meu filho agarre com tudo e voe, realize seu sonho! — eita, parecia séria a conversa, curiosa ela se inclinou na parede para ouvi mais, até porque ela nunca foi curiosa, imagina! — Criei vocês com trabalho duro, não quero que você faça o mesmo.
— Pai... eu amo a Clarinha, não é de hoje. Quero casar com ela, envelhecer ao lado dela...— havia tanto desespero nas palavras dele que seu coração encolheu.
— Sabe o que acontecerá daqui uns dez anos? Vocês terão dois filhos, cinco galinhas e uma vaca parida. Além de oito vira latas. Chegará em casa cansado, com uns trocados no bolso e sua mulher te olhará com ressentimento, porque deixou a boa vida. Ela faz faculdade, como você pagará as mensalidades?
Oh meu Deus! A ficha começou a cair. Seu Cosme estava ordenando que Zé Carlos terminasse o namoro com ela? Assustada, sentou-se no chão.
— Ela tem uma poupança generosa e um apartamento na cidade, procurarei algo por lá e ficaremos bem! Eu não vou terminar. Não vou viajar!
— Zé Carlos! Você vai sim! Desde menino pular em touro foi sua paixão, agora a chance chegou e você vai jogar fora? — a voz do patriarca abaixou um tom. — Ela entenderá, aquela menina é ouro, se ela for metade da mulher que eu penso que é, te deixará partir. Você voltará estruturado, realizado e se for para ficarem juntos ficarão. Meu filho, voe, alcance o máximo de altura. Agarre a chance.
Seu menino lindo fungou alto. Céus, ele estava chorando!
— Deus, pai... eu a amo tanto! Como vou viajar para os Estados Unidos e deixa-la? —Caralhooooooo, EUA? — Se você não for se arrependerá para sempre. Vá filho, seja um cowboy famoso, converse com sua garota, ela entenderá.
Clarinha tocou sua barriga e as lágrimas correram livremente por seu rosto. Pela manhã havia descoberto a gravidez. Embora estivesse no quarto semestre da faculdade sabia não ter problemas pois tinha certeza absoluta que se casariam e criariam o bebê juntos. O que ela não contava era com essa notícia. Decidiu naquele momento que não contaria. Honrado como ele era, desistiria de tudo para formar uma família.
Desde criança era apaixonada pelo filho do caseiro. Uma diferença de três anos de idade os separava. Então mesmo o pai dele alegando que a diferença social era empecilho para um relacionamento ela correu atrás, tinham planos traçados para uma vida à dois. Planos que entrariam em modo espera ou seriam desativados.
Nasceu de uma família abastada, eram muito ricos e donos de quilômetros de terras. Seu pai era um veterinário conceituadíssimo. Sua mãe havia feito administração de empresa e o ajudava na fazenda, até dois anos atrás quando foi eleita vereadora.
Anunciou sua presença no escritório com uma leve batida na porta e entrou.
— Maria Clara! Senta aqui minha boneca! — Ao olhar para sua filha viu seu rosto vermelho de chorar. Beto preocupou-se logo. Quando criança ela corria e caia frequentemente, porém raramente chorava. Vê-la dessa forma era preocupante. — Glória, venha aqui amada, nossa menina está chorando!
Jogou-se nos braços fortes de seu pai e desaguou. Depois de um longo tempo quando só restou soluços sufocados, levantou a cabeça e começou explicar.
— Tenho uma coisa para contar, preciso mais do que nunca da compreensão e apoio de vocês. Sem julgamento. Posso confiar? — Era só uma frase para surtir efeito. Sabia que eles a entenderiam.
Roberto tomou a mão da esposa na sua e esperaram.
— Estou grávida! — Os dois nem piscaram. — Vocês sabem que estive namorando Zé Carlos nesses últimos três meses. Estou de quatro semanas.
—Filha... eu...— Ele estava sem palavras. — De que forma você quer nossa compreensão?
— Mais cedo fui encontra-lo e ao chegar em sua casa, ouvi uma conversa. Ele está de partida para os Estados Unidos. Sempre foi o sonho dele montar bois e cavalos bravos em rodeio. Acho que apareceu a oportunidade. Não vou contar sobre o bebê. — Seu pai deu um pulo e a abraçou. — Ele é muito responsável, eu amo tanto que prefiro deixa-lo ir.
— Como isso aconteceu? Como você engravidou? — perguntou desesperado passando a mão na cabeça.
— Sério pai? Precisa de uma aula de biologia? — questionou sorrindo.
— Eu quero dizer, só era para você perder a virgindade aos quarentas e na noite de núpcias!
— Deixe de exagero Roberto. Ela perdeu a virgindade aos dezessete quando descobriu que o Zé Carlos estava namorando com a Lúcia, filha do treinador de futebol. Ela ficou arrasada e transou com Marcinho, filho da prefeita.
— Mãe! Não acredito que você contou isso ao papai! —Mesmo o momento sendo constrangedor foi hilário ver a cara assustada do homenzarrão. — quero que vocês me apoiem. Por favor! Sei que vocês querem o melhor para mim.
— Filha, como você conseguirá conciliar aulas, gravidez, filho... — sua mãe era a melhor! Sempre foi assim, doce, compreensiva e firme.
— Para que a família dele não descubra, ficarei sem vir aqui durante a gravidez. Semana que vem trarei um colega para jantar com vocês. Vão dizer que sou uma vadia por já está com outro. Quando descobrirem pensarão que é desse amigo meu.
— Roberto, vamos comprar uma casa na cidade. Está cansativo para eu ficar indo e vindo todo dia. Tenho que me dedicar a Câmara. Criaremos o bebê lá. Será uma forma de escordemos também. Se ele descobrir que tem um filho virá seja de onde for para assumir.
— Obrigada! Amo vocês demais. Vou encontra-lo agora. —Meu coração parece que duplicou de tamanho. No entanto, farei o certo.
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