02. Um Caminho Revelado
"O caminhante escolhe a trilha, ou é a trilha que escolhe o caminhante?"
— Garth Nix, Sabriel
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CIDADE DE GREEKIA, NÓTOS
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QUANDO CHEGUEI EM GREEKIA, comecei a procurar um lugar para passar a noite. A sensação de saudade de casa me atingiu, o que me surpreendeu, visto que não era dado ao sentimentalismo. Esta era uma cidade grande e eu poderia facilmente me misturar se tentasse. O que temia, entretanto, era que pudesse estar subestimando o número de membros da irmandade que vagavam por ali. As pessoas falavam de nativos da Makedóvia que atravessaram Greekia e cruzaram o mar, mas isso não excluiua a possibilidade de encontrar com um de meus ex-colegas.
Já era quase noite quando cheguei a uma pequena taverna, escondida em um lugar entre as ruas. Ao entrar, notei que os clientes sentavam à mesa com cervejas e conversavam animadamente, ninguém prestou atenção em mim que acabara de entrar, cansado e sujo da longa viagem. O cheiro de álcool e de comida quente fez com que eu percebesse o quanto estava com fome. Me dirigi ao balcão onde os bancos foram colocados em frente, e uma mulher estava trabalhando e conversando com clientes. Talvez fosse a dona. Alguns homens interagiam com ela; eles pareciam ser familiarizados com a mulher.
Puxei um banquinho e sentei-me, esperando ser servido. Coloquei a bolsa aos meus pés e pedi o prato mais barato que eles tinham a oferecer; precisava poupar dinheiro.
— Ora, um viajante — disse a mulher que trabalhava, em greekiano — Vou lhe dizer uma coisa: quero ouvir uma boa história sobre suas viagens e, se for interessante o suficiente, acrescentarei ao seu prato bebida e uma sobremesa de sua escolha. Ambos são especialidades locais!
Remexi dedos e franzi o cenho. Eu tinha algumas boas histórias para compartilhar, mas não podia me permitir divulgar muito sobre minha vida.
— Não parece encontrar viajantes com frequência — falei para a mulher, tentando ganhar tempo para pensar em algo.
Ela sorriu e ajeitou o avental na cintura. Era uma mulher relativamente alta e robusta, de olhos brilhantes. Algo nela me fez lembrar de minha mãe, e talvez isso tivesse me feito relaxar um pouco.
— Sim, na verdade, encontro muitos. Mas sempre anseio por ouvir histórias. Pense nisso como uma forma de pagamento. — ela sorriu — Importa-se de me dizer de onde você é? Gostei do seu sotaque.
Hesitei, sem saber exatamente por quê; a mulher iria adivinhar de qualquer forma, pelo meu sotaque, de que região eu vinha, mas não queria lhe contar toda a verdade. Entretanto, eu podia mudar rapidamente o dialeto e idioma que falava. Teria que prestar mais atenção à pronúncia das palavras, isso era algo que pensava não ter que me preocupar. De qualquer forma, minha bolsa e roupas revelavam essa parte de minha identidade.
— Eu vim de Tessakina — respondi, e era uma boa mentira. Essa cidade não ficava longe de Makedóvia, e muitos makedovianos cruzavam a fronteira para fazer negócios. A mulher pareceu aceitar essa resposta.
Ela me entregou um prato com carne assada e vegetais. O prato parecia um pouco mais cheio do que eu esperava, talvez a mulher tenha servido uma porção maior. A razão para isso não importava, afinal, eu estava com fome.
— Você vem de longe então. Veio de navio?
— Navio e pela terra — respondi, dessa vez abrindo um sorriso extrovertido — Eu tenho uma boa história para compartilhar!
A história tinha a ver com um encontro que tive com piratas que estavam presos em uma ilha menor no Mar de Safira. Contei à mulher que haviam perdido um tesouro no mar, e eu fui o único corajoso o suficiente para pular na água e recuperá-lo antes que fosse perdido para sempre. Quando voltei à superfície, abri a caixa e descobri que os piratas estavam contrabandeando uma escultura antiga de um touro. Isso explicava por que a caixa era pesada e não podia flutuar sozinha. Tive que empurrá-la para a superfície, correndo o risco de me afogar e ser pego por tubarões. Quando cheguei à superfície, fui erguido de volta para o barco e os piratas me levaram para a ilha de Skagus, onde me deram comida e abrigo gratuitamente.
Enquanto contava minha história, alguns homens vieram se juntar à conversa. Não demorou muito para que tivesse uma multidão a quem pudesse falar de minhas aventuras, e estava gostando da atenção.
— Isso é fantástico! Como era a estátua? — perguntou um homem.
— Linda. Excelente trabalho artesanal — respondi.
A mulher, que estava de costas para mim, trouxe-me um prato de torta e uma garrafa de vinho greekiano. Ela ouvia desde o início.
— Você se considera um aventureiro intrépido? — perguntou a mim.
Pensei sobre isso. Foi uma maneira muito educada de dizer que eu parecia às vezes ser impulsivo e até mesmo imprudente. Essas eram características que eu reconhecia ter, e não pedia desculpas por isso.
— Sim, você pode dizer isso — respondi — A refeição foi maravilhosa. Você tem minha gratidão.
A mulher sorriu em minha direção.
— Suponho que você esteja procurando um lugar para passar a noite, não? — supôs.
— Sim, esse é o meu plano.
— Então, que tal eu te dar um quarto extra aqui? — ela ofereceu, surpreendendo-me — Eu moro no andar de cima, onde fica minha casa. Não é muito, mas você terá uma cama e poderá se lavar e lavar suas roupas.
— Mesmo? — deixei escapar, tamanha surpresa, e a mulher acenou com a cabeça — Seja abençoada por sua hospitalidade.
Naquela noite, subi as escadas e ocupei o cômodo vazio da casa. Como prometido, eu tinha uma cama e água para me lavar e lavar minhas roupas. Enquanto as pendurava para secar, a mulher que me havia recebido ficou comigo para me fazer companhia. Continuei contando histórias sobre minhas viagens anteriores, omitindo a parte em que eu era um assassino e estava acostumado a fazer coisas consideradas hediondas. Não tinha necessidade de assustar minha anfitriã.
— Você costuma ter viajantes hospedados aqui? — perguntei
A mulher encostou a cabeça na parede e pareceu pensar na resposta.
— Sim, temos. A maioria deles vem para a taverna para comer e beber, mas vão para os arredores da cidade. Talvez procurem um lugar mais barato, ou acampem à noite.
Eu estava cansado de acampar. Minhas costas doíam e sentia falta do calor de uma cama.
— Eles geralmente vão para Leontius então ninguém fica muito tempo em Greekia — acrescentou a mulher — Bem, ao menos recentemente tem sido assim.
— Há guerra lá, não? — observei, franzindo o cenho.
— Geralmente conflitos, mas nenhuma guerra recentemente, pelo que saiba. Aquela terra parece estar atraindo cavaleiros desgarrados e comerciantes. Ouvi dizer que a filha de um antigo rei subiu ao trono faz alguns anos, e agora está pedindo que não tivessem medo de ir para Leontius, ela luta para manter a paz com Vrachos e a estabilidade do reino. Mas tenho a tendência de pensar que estão com grandes problemas por lá.
— Isso é verdade?
A mulher acenou com a cabeça.
Eu geralmente não me interessava muito por políticas entre reinos, mas sabia algumas coisas sobre Leontius e Vrachos, reinos vizinhos que também faziam fronteira com um terceiro, Prásinos; o território desses três reinos juntos formavam uma ilha de tamanho considerável, separados das terras do continente de Nótos apenas pelo Estreito de Thálassa, e os boatos sussurrados eram que o Imperador Gaheris tinha seus olhos fixos nesses reinos férteis. Na verdade, haviam terras aqui no próprio continente para que o imperador conquistasse, mas as montanhas que separavam seu império das cidades-estado e demais regiões faziam ser mais fácil dominar agora a ilha — pois esta era menor e mais rica.
— Presumo que haja muito dinheiro a ganhar lá — ri.
— Oh, pode apostar que sim.
Algo se acendeu em minha cabeça. Como peças de um quebra-cabeça se encaixando. Leontius parecia o lugar perfeito para ir. Claro, era um reino que não ficava tão longe de onde estava agora, mas ainda assim... Se fosse para lá, poderia me misturar com as grandes massas de peregrinos e um mar, por mais estreito que fosse, estaria entre eu, a Irmandade e meu pai. Seria capaz de seguir com minha vida.
A mulher se levantou da cadeira e esticou os braços atrás da cabeça.
— Vou deixá-lo esta noite, se precisar de alguma coisa, não hesite em vir me encontrar. Bons sonhos, Basilides.
— Obrigado novamente — inclinei a cabeça respeitosamente para ela.
A mulher bocejou e saiu do quarto. Esfreguei a nuca, sentindo-me um pouco inquieto por algum motivo. Olhei para minha bolsa, que deixei fechada, e pensei sobre as armas que estavam dentro. Minhas roupas sujas haviam sido colocadas para secar e eu vestia uma camisa branca simples e calças. Minhas botas estavam ao lado da cama.
Soprei a vela que iluminava metade do cômodo e deitei sob as cobertas. Naquela noite, tive dificuldade para adormecer e não conseguia entender por quê. Levantei-me da cama e olhei as roupas que estavam secando. A noite estava bastante quente. Queria checar se continuavam molhadas ou se já haviam secado.
Quando coloquei o pé esquerdo no chão de madeira, ele rangeu suavemente. Estava tenso, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar ninguém. Toquei as roupas e vi que estavam secas.
Sabendo que não conseguiria dormir esta noite, decidi dobrá-las cuidadosamente e colocá-las na bolsa. Eu havia escondido minhas manoplas de couro e a adaga ali na bolsa também, assim como minhas duas espadas curtas; estava com certo receio de tirá-las ou usá-las em público, mas percebi que também precisavam de uma limpeza.
Coloquei as botas, não gostava de andar descalço, e desci para encontrar a cozinha. Devia haver uma toalha velha ou um pedaço de tecido que pudesse usar para limpar as lâminas.
Estava prestes a sair pela porta quando ouvi o piso de madeira ranger do lado de fora do quarto. Fiquei tenso ao me dar conta de que o som não vinha de meus pés. Não era o único acordado na casa.
Uma voz veio de fora, e reconheci a voz da mulher e a voz de um homem. Era o marido dela, que vi e cumprimentei mais cedo, mas com quem não havia falado por tempo suficiente para conhecê-lo. Eles pareciam estar conversando de forma rápida e murmurada, quase para não serem ouvidos. Algo em seu tópico de discussão me levou a acreditar que eles foram pressionados a fazer algo. Era rude ouvir a conversa, mas eu nunca me importei com o que era rude ou não; quase pude deduzir que falavam de mim.
— ... claro que é ... fugiu para outro lugar ... não, não, de ... ios, sim, eu ouvi ...
Mal conseguia entender o que eles diziam. Apesar de concentrar toda minha atenção em suas vozes abafadas, a maioria das palavras permaneceu obscura. A sensação de que haviam problemas dos quais eu não tinha consciência me incomodava.
— ... instruções de cima ... ainda não chegaram ao local ... sim, sim, estão ... não sei o que fazer nesse ínterim ...
Não me movi do lugar onde estava até que o casal se fosse. A inquietação de minha situação se acalmou quando o som de seus passos se afastando diminuiu. Meus olhos voltaram para as lâminas que precisavam de limpeza e, de repente, deixar o quarto não parecia uma ideia muito boa.
A lua brilhante lá fora iluminava metade do quarto e os galhos de uma árvore próxima faziam as sombras se moverem no chão de madeira. Encostado agora na parede, observei a paisagem de Greekia, construções sobre construções se estendiam à distância. Os vilarejos da Makedóvia não se comparavam em tamanho. As ruas tranquilas eram sinistras à noite, em contraste com a atividade que acontecia durante o dia. Enquanto olhava ao redor, me escondi nas sombras quando vi um homem com roupas escuras caminhando na direção da taverna. O homem parecia um viajante, mas não carregava bagagem.
Havia algo incomum em um viajante andando pelas ruas à noite. A maioria acendera fogueiras fora da cidade e acampava durante a noite. A menos que ele fosse se encontrar com alguém. Franzi as sobrancelhas, algo que percebia estar fazendo muito ultimamente. Um viajante que vem de mãos vazias. Algo não estava certo. Meu coração começou a bater mais rápido no peito, com a perspectiva de ação. Olhei para a cama desarrumada e minha bolsa ao lado dela. Todos os meus pertences estavam ali dentro.
Houve uma batida na porta lá embaixo e alguém respondeu rapidamente. Algo estava estranho. Lembrei-me subitamente de quando a mulher me fizera companhia enquanto colocava as roupas lavadas para secar junto à janela. Mais tarde, quando ela saiu da sala, havia dito a mim "bons sonhos, Basilides". Porém, eu não mencionara meu nome, nem sabia o nome dela.
— ... segunda porta ... não, não muito alto ... por minha causa ... sim, a bolsa ...
Não perdi nem mais um segundo. Agarrei minhas coisas, subi a janela e saltei. No momento em que fiz isso, a porta do quarto se abriu. Depois disso, fui seguido por gritos de um homem que não reconheci.
Não olhei para trás. O homem de roupas pretas me perseguia. Na esperança de retardá-lo, escalei as paredes de um prédio, subi no telhado e, a partir daí, saltei de um telhado para outro, sentindo a bolsa bater sobre minhas costas. Foi difícil pousar silenciosamente quando ganhava impulso. Ouvi gritos, altos o suficiente para acordar toda a rua, e vi que o homem ainda estava atrás de mim.
Uma flecha voou em minha direção. Esquivei-me no último momento e continuei correndo. Senti naquele momento mais do que apenas uma pontada raiva. Raiva porque tinha membros da Irmandade perseguindo-me de todas as direções, e porque a mulher me traiu. Também estava com raiva de mim mesmo por ter ignorado todos os sinais que mostravam que a mulher estava tentando atrair-me: a grande quantidade de comida, a estadia gratuita em sua própria casa, o fato de ela saber meu nome, mas não o contrário. Eu deveria estar ciente dessa tática: era raro alguém desconfiar de mulheres. Eu fui um idiota por baixar a guarda desta vez.
Outra flecha quase me atingiu. Pousei em outro telhado, rolando, então me levantando rapidamente para escapar. Todas as armas estavam na bolsa, mas não tive tempo de parar e pegar ao menos a adaga. Tinha que fugir, escapar de Greekia e pegar um barco para algum lugar mais seguro.
Continuei correndo, mas logo fui capturado por uma figura encapuzada. O homem saltou sobre mim e nos fez rolar no telhado até que caímos na rua de uma altura de dois andares. O impacto foi forte, expulsou todo o ar de meus pulmões e eu lutei para respirar.
O homem subiu em cima de mim e me prendeu com os joelhos. Suas mãos estavam em meu pescoço e eu nada pude fazer a não ser colocar as próprias mãos em seu pescoço para também sufocá-lo. Senti meu rosto esquentar de fúria e esforço. Tentei ver o rosto do homem, mas não havia luz na rua e seu capuz manteve seu rosto no escuro.
Vi que ele tinha uma lâmina escondida em um bolso secreto perto de seu cotovelo.
— Não. Ouse. — rosnou o homem enquanto apertava meu pescoço com força. Fiz o mesmo com ele.
Reuni toda minha energia para cuspir de volta para ele:
— Eu vou te matar antes de permitir que me leve de volta — as palavras saíram quebradas e forçadas devido a pressão em meu pescoço.
— Você sempre foi teimoso e indomável — o homem deu uma risada seca — Nunca soube obedecer.
— Isso é porque meus joelhos não se dobram facilmente — rosnei de volta.
Usei o joelho para chutá-lo entre as pernas e então rolei no chão, montei nele e rapidamente peguei a adaga escondida no bolso secreto que havia visto antes. Seu rosto foi exposto à luz, mas rapidamente percebi que mal reconhecia o homem. Devia ser alguém com quem mal interagia.
Com a adaga em mãos, o esfaqueei, acertando bem no pescoço. O sangue veio em jatos. Com certeza atingi uma artéria.
— Quantos da Irmandade estão por aqui? — rosnei, ainda o estrangulando apesar do sangue — Responda!
— Pare com isso. Pare. Você já me matou — o homem fechou os olhos e sibilou.
Eu ri.
— Soa quase como se estivesse implorando — arreganhei os dentes — Veja bem, eu não costumo gostar muito quando alguém tenta me matar. Você não merece viver.
— Você não tem moral para me julgar — ele me interrompeu. Mais sangue estava jorrando, formando uma poça ao redor de sua cabeça. Sua voz ficava mais fraca a cada segundo.
— Foda-se — sussurrei para ele.
Então cuspi em seu rosto e dei-lhe um último soco que o fez apagar para sempre. O homem não sobreviveria até de manhã, ele estava perdendo muito sangue.
Me levantei e tentei limpar o sangue das mãos, mas parecia que estavam em um estado lamentável. Mais uma vez senti raiva por ter confiado em alguém. Senti raiva por ter baixado a guarda. E senti raiva por ter pensado que Greekia era segura para mim.
Olhando para o homem que ainda não estava totalmente morto, chutei sua cabeça, espirrando um pouco de sangue em uma parede com a ação, e fui embora. Rapidamente escondi a adaga em minha manga, convencido de que era melhor nunca tirá-la de meu corpo, e caminhei em direção aos portões da cidade. Se fosse para o sul, teria que cruzar um porto. Lá iria pegar um barco para algum lugar, aonde quer que ele me levasse.
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Os primeiros raios de sol brilharam no porto e eu lavava a camisa na água do mar. O sangue seco manchou brevemente a água. Os pescadores dirigiam-se aos barcos se arrastando e um pouco mais abaixo na costa havia um grande porto com muitos navios.
— Com licença! — chamei em greekiano — Para onde vão esses navios?
Apontei com o dedo indicador para uma das velas e os pescadores greekianos semicerraram os olhos para ver do que eu estava falando.
— A maioria deles está indo para Leontius ou para Argentum. Você está indo nessa direção?
Assenti.
— Fale com o capitão. Se você tiver ouro suficiente, poderá subir a bordo.
E com isso me despedi deles e me dirigi ao porto. Encontrei um homem parado perto de um navio, gritando ordens para outros homens que pareciam estar carregando itens pesados.
— Tem moedas? — ele perguntou.
Tirei uma bolsinha com moedas da bolsa e coloquei-a na palma da mão dele.
— Espero que isso seja suficiente.
— Deve ser o suficiente. Suba a bordo e não cause nenhum problema para mim ou minha tripulação.
Acenei com a cabeça, distraído o suficiente para não socar o homem pelo tom, e subi no navio. Havia decidido que um bom lugar para ir era Leontius. A partir daí, faria tudo o que pudesse para ganhar mais dinheiro. Estava ciente de que a Irmandade estava por toda parte: se não pude escapar deles em Greekia nunca escaparia deles de verdade. O que importava era que em Leontius seria realmente muito mais improvável que me encontrassem sem atrair atenção, o que me garantiria certa segurança por um tempo maior. Tudo que eu precisaria fazer seria permanecer anônimo, não deixar que descobrissem sobre meu passado. E em um reino que atualmente recebe tantas pessoas, isso seria fácil.
Olhei para o horizonte, na direção em que iríamos atravessar o Estreito de Thálassa, e comecei a me perguntar o que guardava meu destino.
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