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Capítulo 12: O silêncio que a rodeia

A garotinha apenas o observava, parecia não entender muito bem as palavras que ele dizia. O ruivo fitava-a no fundo de seus olhos, perdido naquela imensidão azul que eles eram. Ouviu passos e rapidamente saiu daquele quarto sem ao menos se despedir da criança.

Ele correu de volta para a enfermaria, sua respiração pesada e o rosto ainda corado. A imagem da garotinha não saía da sua mente, a beleza dela era fora do comum.

— PAI! PAI!

— Calma, filho. Viu um fantasma?

— Eu... Eu vi quem mora naquele quarto. É uma menina tão b-bonita... — gagueja corado. — Ela não fala, deve ser tímida.

— Você está falando sério?

— Sim, pai. Eu nunca mentiria para você. — respondia ainda ofegante. — Você precisa ver, pai.

— Isso é contra as regras, filho. Você pode ser punido.

— Punição ou não, isso não importa! Vamos! — diz puxando o homem para fora da enfermaria.

Ele deu nos ombros e apenas seguiu o filho sem questionar nada. Entrou no quarto receoso, observando tudo ao redor e ficou surpreso ao ver a garotinha mordendo o pedaço de um bolinho. Os olhos azuis dela foram de encontro ao homem, deixando-o sem reação.

Minoru ajoelhou-se diante da garotinha, apoiando as mãos no tapete macio e abaixando a cabeça. Ele reconhecia o quão importante a criança era para a Sociedade das Almas. A futura rainha daquele local e todos os ceifeiros de almas teriam que respeitá-la. Hideki, mesmo confuso, fez o mesmo movimento que o seu pai. Algo lhe dizia que aquela criança era mais importante do que imaginava.

— Qual seu nome, princesa? — Minoru pergunta erguendo o olhar.

A garotinha apontou o dedo indicador para o próprio ouvido, abrindo um sorriso fraco e meio triste. Rapidamente, Minoru entendeu o que ela queria dizer. Abaixou novamente a cabeça e ficou um tempo refletindo sobre a situação. Hideki cutucou o homem curioso com a reação dele.

— O que ela tem, pai?

— Ela é surda. — o homem voltava sua atenção para ela e falava em linguagem de sinais. —Consegue me entender?

Ela balança a cabeça positivamente, pega um livro que estava ao seu lado e mostra para eles. Na capa do livro estava escrito "Libras".

Qual o seu nome? — Minoru perguntava em linguagem de sinais. Ele aprendeu isso porque já teve muitos pacientes surdos.

— Ri...Richiyo... — murmura com dificuldade, sua voz doce e falha saía de forma fofa.

— Minoru. — ele apontava para si mesmo, movimentando os lábios lentamente e dizendo em um tom grave. Depois, apontava para o filho. — Hideki.

— O que está dizendo, pai?

— Estamos nos apresentando.

Fale-me mais sobre você.

Eu sou um ser que não conhece o amor do papai e da mamãe. Eles me rejeitam por ser assim. Eu nunca conseguirei o que realmente desejo. — Ririchiyo gesticulava as suas mãos com facilidade sem tirar os olhos dos dois. Ela parecia triste ao lembrar desse assunto.

E o que você realmente deseja?

Eu desejo a atenção dos meus pais, eu os amo muito mesmo sendo isolada deles. O problema é que o papai e a mamãe querem uma criança perfeita, não uma defeituosa como eu. Eles queriam um sucessor digno e tiveram um lixo.

Era impressionante a forma como Ririchiyo se comunicava, sem demonstrar nem metade do que realmente se sentia. Havia um leve sorriso em seus lábios, apesar de tudo estava feliz por ter alguém para conversar.

Eles devem te amar, todos os pais amam os seus filhos. Mas os seus demonstram de forma diferente.

Todas as noites, a minha mãe vem para pentear meu longo cabelo. Ela mal fala comigo pois sabe que sou incapaz de entender mas sempre, todas essas noites, antes de sair, ela murmura o quão gosta do meu cabelo. – ela passava levemente a mão sobre o longo cabelo negro, sorrindo como antes. – Então, eu preciso mantê-lo para que a mamãe continue me amando. É a única coisa que ela ama em mim, então eu preciso ser cuidadosa com ele. Eu também leio para aprender mais sobre o mundo.

E então, a garotinha levanta-se pegando uma vela e caminhando até a estante. Por causa da iluminação, era possível perceber a enorme quantidade de livros. Ela gesticulou informando que já leu todos eles. Minoru ficou boquiaberto e murmurou para seu filho o quão incrível Ririchiyo era.

— Uau! — Hideki exclama boquiaberto.

— Ela é um gênio... — comenta Minoru e fazia outra reverência para a pequena. — É uma honra...

— É uma grande honra... —Hideki fazia o mesmo, abaixando sua cabeça.

— A...H-Honr...Honra... É...M-Min...Minha... — ela diz fazendo uma leve reverência também. Podia ouvir muito pouco mas entendia perfeitamente sobre leitura labial.

Era um dia especial no palácio, os moradores de Rukongai. foram convidados para visitar o local. Várias crianças corriam pelo jardim e os corredores. A rainha sorria feliz ao ver todo aquele agito em seu lar. O rei ficou na biblioteca estudando, não era muito sociável com crianças mas se dava bem com as almas sábias.

Ririchiyo observava tudo bela brecha existente em sua porta, os olhos azuis da garotinha analisavam com curiosidade o ambiente. Os gritos das crianças não eram capazes de ecoar em seus ouvidos. Ela apenas piscava os olhos rapidamente, desejando entender o que tanto falavam ali. Sayuri, a rainha, fazia cafuné em uma menina com a idade semelhante à Ririchiyo. A mulher demonstrava intensa alegria por estar em contato com crianças comunicativas que conseguiam desenvolver um diálogo comum. A garotinha que estava trancada, olhava aquela cena sentindo um aperto no coração.

— Ma...Mãe...

Ela esticou a mão em direção à rainha com algumas lágrimas nos olhos. Seu maior desejo era receber um abraço apertado da mãe e, assim, se sentiria amada. Porém, mulher sequer olhou para sua filha. Estava feliz demais rodeada daquelas crianças. Ririchiyo abaixou lentamente a sua mão, soluçando baixinho e foi para o seu canto do quarto. Ela queria ser como as outras crianças, entender o que falavam e ser amada.

Desde então, se esforçou ao máximo para aprender a linguagem de sinais e a leitura labial. Dessa forma, poderia se comunicar com as pessoas ou ao menos tentar. Porém, ninguém a visitaria pois não sabiam da sua existência. Então, ela esperava pacientemente para o dia em que o seu pai a anunciasse como a sucessora do trono da Sociedade das Almas.

Ririchiyo continuava com a postura da reverência até que sentiu uma mão sobre sua cabeça. Deu um pulinho assustada, erguendo o olhar e vendo que era Minoru fazendo cafuné em seu cabelo. Os olhos da garotinha brilharam, maravilhada com aquela sensação nova. Então, o homem sorriu e voltou a se comunicar através da linguagem de sinais.

Pessoas habilidosas tendem a assustar às outras. Nunca odeie os seus pais por serem assim, você é mais incrível do que imagina ser. E não se considere defeituosa, suas qualidades são os pontos mais marcantes em você. Se um dia estiver sentindo-se excluída, lembre-se que pode usar suas qualidades para brilhar. Irá brilhar como nunca, todos irão te admirar e, quando menos esperar, estará rodeada de pessoas gentis.

A garotinha corou bruscamente e fechou os olhos, abrindo um largo sorriso.

— S-Sim!

O cafuné valia muito para alguém que mal conhecia as demonstrações de amor. Ela continuou com os olhos fechados por um bom tempo, apreciando a sensação.

Desde então, Hideki decidiu levar as refeições para a garota todos os dias. Ele aprendeu um pouco sobre a linguagem de sinais e começou a se comunicar com Ririchiyo. Ela sentia-se feliz por ter um amigo para brincar e compartilhar as refeições.

Certa noite, Hideki e Ririchiyo estavam do lado de fora do quarto da criança. Ela podia sair, desde que seja escondido e por um curto período de tempo. Os dois ficaram sentados no chão de madeira em frente ao jardim, observando uma mini cachoeira derramar sua água cristalina em um buraco rodeado por pedras. O ruivo olhou de canto a amiga, corando ao ver a sua beleza. Os olhos azuis de Ririchiyo ficavam mais evidentes à luz do luar e seu longo cabelo negro reluzia como nunca. Ela desviou o olhar para o garoto, cruzando ambos os olhares. Eles ficaram bem vermelhos e viraram o rosto no mesmo instante.

O ruivo respirou fundo, criando coragem e colocou sua mão sobre a mão da garota. Ela ficou mais corada do que antes mas não ousou encarar o amigo. O seu olhar foi direcionado para o céu noturno, admirando a beleza que esse continha. Hideki fez o mesmo, observando as estrelas com um sorriso bobo e as bochechas coradas.

— A lua está linda... — ele sussurra próximo ao ouvido de Ririchiyo para que ela pudesse ouvir melhor.

Ela concorda um pouco arrepiada e sorrindo sem jeito.

— Como você. — o ruivo diz de forma que a amiga não escutasse, soltando um suspiro baixo.

E foi assim que se passaram as semanas mais felizes na vida da garota. Os pais de Hideki também a visitavam e faziam companhia à ela em boa parte das noites. Finalmente, Ririchiyo compartilhava o sentimento de ter uma família.

(...)

Os guardas andavam de um lado para o outro de forma inquieta, onde era perceptível o semblante de preocupação deles. O rei, Ryo Yamamoto, também demonstrava impaciência. Eles estavam no arsenal de armas particular do palácio. No centro da enorme sala, havia uma espada dentro da bainha. Ela estava protegida por uma barreira quase invisível, mas era notável o fluxo poderoso de energia ao seu redor.

— Tem certeza que as informações são verdadeiras? — questiona o rei.

— Sim, senhor. — responde o guarda. — Há um grupo de rebeldes que pretende roubar essa espada. Consegui informações privilegiadas de que eles planejam atacar durante o festival que será realizado amanhã.

— Então, vamos duplicar a nossa segurança. — Ryo diz determinado e analisava a espada. — Quem tiver essa arma em suas mãos será uma grande ameaça para a Sociedade das Almas. Aliás, para o mundo.

— Sim, senhor!

— Não permitirei que roubem nossa relíquia...

Não muito longe dali, um grupo de ceifeiros de almas observava o palácio. Eles estavam em cima do telhado e um deles ajeitava uma corrente de metal presa em suas costas, percorrendo a extensão dos ombros.

— Eles são tão tolos. Fortificam sua segurança mas sabem que é uma tradição expor a espada em público. — comenta sorrindo de canto. — Esse é o momento perfeito para o ataque, só precisamos de um traidor. Conseguiram algum?

— Sim, chefe. — outro homem responde, aproximando-se do líder e fazendo uma breve reverência. — Ele prometeu nos dar as coordenadas perfeitas para o arsenal desde que nós o beneficiemos com esse roubo.

— Perfeito. Que comece a diversão!

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