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Capítulo 52: Lendas nunca morrem

Ivy dava o primeiro tiro com o seu rifle, fazendo o estridente som ecoar pelo local vazio. Vladmonteir esticava a mão para frente, pegando o projétil entre seus dedos com imensa facilidade. Quando ele direcionou o olhar para a vampira a fim lançar um comentário irônico, ela havia desaparecido. Então, o homem sentia um forte chute em sua costela sendo jogado à vários metros.

A garotinha pousava no chão com tamanha leveza, ignorando o rifle pesado em suas costas. Em seguida, ela deu um impulso sumindo novamente de vista e aparecia ao lado dele, golpeando-o em seu rosto. O homem recuou vários metros e avançou, tentando chutá-la mas a albina jogava o corpo para trás com agilidade. Logo após, voltou a sacar o seu rifle e atirar com precisão no oponente.

Vladmonteir escondeu o corpo em sombras antes de ser atingido, surgindo atrás de Ivy segurando a cabeça dela e a jogando contra o chão com força. Por causa do impacto, uma cratera formava-se no local.

— Nós lutamos no mesmo lado. Eu não quero matar uma antiga aliada, Ivy!

— Você não disse que, na guerra, as peças mudam de posição? Então...

Discretamente, a garota tirava do bolso uma pequena esfera metálica e apertava o botão cinza em seu centro, liberando uma poderosa cortina de fumaça. Vladmonteir afastava-se em um movimento instantâneo, apoiando a mão sobre a boca tossindo ao inalar o misterioso vapor que corroía a pele de ambos.

—... eu decidi lutar no lado correto.

— Se machucando também? Que guerra ridícula essa que decidiu travar.

— Você acha? O que é mais difícil, meu caro amigo, quem observa inocentes morrendo ou quem mata os culpados?

Ele abria um sorriso de canto, expondo a sua presa afiada.

— As suas palavras não são capazes de atravessar o meu coração, Ivy.

— Não, mas as minhas balas sim.

Ivy sumia com um impulso, deixando apenas uma pequena nuvem de poeira ao redor. Então, Vladmonteir cuspia sangue quando uma bala atingia seu peito. Rapidamente, o homem girava entorno do próprio eixo em busca dela mas só pôde captar pequenos pontos mudando de posição a cada fração de segundos. Como solução, ele apoiava ambas as mãos no solo criando uma densa camada de sombras que se espalhava por todo o chão, alastrando-se pela cidade. O vampiro manipulou as sombras para que perseguissem a garotinha, conseguindo puxar o seu pé no exato momento em que ela tocava o solo. Em seguida, usando essa "mão", lançou Ivy à vários metros, fazendo-a quebrar um poste quando as suas costas se colidiram com o objeto.

— Eu te reconheço como uma oponente digna, mas uma garotinha que apenas moveu as peças de um xadrez não sabe como é estar na guerra. Não sabe como é lutar diante de homens cruéis, voltar para casa e descobrir que o Estado roubou tudo o que você tinha!

— Eu sinto muito pelo o que você perdeu enquanto era humano, Vlad. — comenta levantando-se com dificuldade e apontando o rifle para ele. — Mas eu não cometerei mais erros para justificar os seus.

— Você realmente está determinada a se tornar uma heroína, Ivy. Estou surpreso, mas não será o suficiente para se redimir pelos meus pecados.

— Eu não acredito em redenção, afinal essa ideia apenas nos faz cometer mais erros sabendo que seremos perdoados. Estou erguendo a minha arma para um desgraçado sem escrúpulos apenas porque quero ver o quão belo seu cérebro ficará quando estiver em pedaços. Eu estou pouco me fodendo para a droga de uma redenção!

Naquele momento, a voz de Ivy está mais firme e ela gritava com fúria no olhar. Então, disparava outro tiro em direção ao oponente e, em contrapartida, Vladmonteir jogava o corpo para o lado como se o projétil se movesse em câmera lenta. Contudo, essa foi a distração perfeita para a albina aparecer atrás dele, deitada no chão e se jogando entre suas pernas. Por uma fração de segundas, o homem abaixou o olhar fitando o cano do rifle ser disparado em sua direção.

O tiro foi certeiro o que o fez recuar vários metros, cuspindo sangue. Um considerável buraco havia ficado em seu maxilar mas forçou a regeneração ao máximo para se recuperar.

— Tudo em nome da guerra, não é...? Então, você realmente está disposta a matar um aliado... Eu sinto como se estivesse pegando o jeito para as guerras, minha cara! Isso é fantástico!

Ivy soltava uma alta risada sarcástica e a sua expressão torna-se sem vida, quase tão assustadora quanto a de Kaylessa quando matava.

— Eu já sabia do preço de uma guerra antes mesmo de erguer a droga de uma arma! Eu já sabia quando vi a minha mãe ser estuprada e morta na minha frente! Se aqueles miseráveis fizeram tudo isso por causa de governantes corruptos, então não vejo problema em fazer o mesmo por uma ordem filha de puta! — gritava avançando em passos calmos enquanto atirava em um ritmo constante. — Eu sei o valor da morte, sei o valor da dor e da guerra! Recuso-me a ficar de braços cruzados perante essa situação.

Vladmonteir tentava desviar dos primeiros tiros mas o seu corpo estava interne. Então, ele percebeu que Ivy havia manipulado a sua sombra para segurá-lo enquanto atirava.

— Eu vi o vazio nos olhos das crianças ao ver pedaços de seus pais voltarem em carroças! — ela continuava a gritar ainda atirando. — Tempos desesperados formam pessoas fortes de espírito, mas fracas em sua mente! Se você pretende instalar outra guerra para o seu divertimento, então escolheu a época errada.

— P-Por que? — questiona tentando remover as balas do seu corpo.

— Porque essa é a era das lendas.

Ela retirava um controle pequeno de seu bolso, sorrindo friamente.

— O que você...

O homem notava pequenos brilhos vermelhos formando um círculo entorno daquela rua, então entendeu que Ivy instalou essas pequenas bombas enquanto se locomovia rapidamente. Ao apertar o botão, ela acionava as diversas bombas ao seu redor fazendo subir uma intensa cortina de fumaça junto com as chamas.

A garotinha observava o fogo com desdém, sabendo que havia atingido em cheio o seu oponente. Porém, recuava um pouco quando um forte redemoinho dissipou as chamas de forma instantânea. Dessa forma, ela pôde visualizar a feiticeira se aproximando com um sorriso de canto apesar do corpo estar bem machucado.

— Você e a sua equipe de merda são duros na queda.

— Uma bruxa megera? Essa campo de batalha está se tornando cada vez mais tedioso. Então, você estraga o meu confronto final para mostrar os seus truques de mágica... Que inconveniente.

Diante das palavras da vampira, Karin arqueia a sobrancelha.

— Acha mesmo que ter conhecimento de todas as técnicas proibidas não passa de simples "truques de mágica?"

— Em um confronto de espadas, aquele que usa um revólver é considerado um covarde. Eu não luto com covardes, minha cara. — respondia Ivy com desdém. — Porque um campo de batalha não foi feito para eles.

Antes mesmo da bruxa comentar algo, Ivy já havia desaparecido e surgido sentada nos ombros dela enquanto prendia as pernas entorno do seu pescoço a sufocando. Em seguida, a garotinha puxava o pino de uma granada e dava um mortal para trás, usando os ombros da oponente como apoio para dar o impulso. Durante a queda, jogava a granada em Karin a fazendo recuar vários metros, rolando no chão cheia de machucados.

Ivy pousou no chão, sentindo uma presença atrás de si mas apenas jogou o corpo para o lado, vendo o punho de Vladmonteir passar perto do seu rosto.

— Como você disse, bruxa megera, eu não tenho tempo para brincadeiras de criança. Eu realmente não quero ver seus truques de tirar o coelho da cartola.

Ainda de costas e sem ver o oponente, ela apontava o rifle por cima dos ombros e acertava em cheio o peitoral do vampiro. Mesmo ferido, Vladmonteir conseguia se locomover até estar ao lado da sua aliada.

— Ela está melhor mas eu ainda posso derrot-...

— Não, Vladmonteir. Nós dois sabemos que eu estou sem o meu poder total, então não posso continuar nesse campo de batalha.

— E Livro dos Mortos?

— Nós não o conseguimos dessa vez, mas já sabemos onde ele está. — Karin comenta com um sorriso sádico. — E faremos aquela academia virar ruínas após matar cada estudante, mas tudo em seu devido tempo. Além do mais... — ela interrompia a própria fala para tirar dentre seus seios uma folha velha. — ...eu consegui uma parte do Livro dos Mortos.

Ivy surpreendia-se ao ver a folha nas mãos dela.

— Como...

— Isso não importa. O destino está ao nosso favor porque estou com a página responsável por invocar o nosso querido exército! — ela começava a murmurar as palavras existentes no livro. — Profana autem revertetur cum omni gloria eorum. Corrupta est omnium animarum vocabitur in nomine chao. Consurge, exercitum mei vivificabant animas eorum!

Um enorme pentagrama vermelho surgia no chão, atrás da bruxa e do vampiro, de onde apareciam mil esqueletos com armaduras enferrujadas e as mais diversas armas. Alguns possuíam apenas os ossos e outros algumas partes do corpo ainda intactas, como braços e pernas. Os olhos deles emitiam um forte brilho vermelho e mantinham uma expressão neutra, sem sinal nenhum de sentimentos.

— Boa sorte com eles, pequenina! — brincava Karin.

Ao contrário de sua aliada, Vladmonteir tinha um semblante de preocupação.

— Ivy, tem certeza?

— Como nunca em toda a minha vida.

Então, ele abria um leve sorriso fazendo uma reverência.

— Morra como uma lenda.

— Nem precisa pedir, seu desgraçado.

Karin puxava Vladmonteir pelo braço e dizendo:

Simulium nexum!

Um portal de chamas negras surgia atrás dos dois e eles entravam o mais rápido possível enquanto o exército começava a avançar em direção à garotinha. Ela sorria friamente, limpando o canto da boca com as costas da mão e erguendo o rifle.

Eu preciso lutar pelo bem da academia. Não, eu tenho que lutar pelo bem daqueles que são importantes para mim!

— Podem vir, seus filhos da p-...

Uma forte ventania interceptava o exército, impedindo-o de dar um passo sequer como uma potente barreira. Ivy piscava os olhos confusa vendo os esqueletos tentarem avançar mas eram bloqueados pela "parede" de massas de ar.

— Desculpa o atraso. — comenta Kaito.

— O que? — ela questiona surpresa, virando-se em direção à ele.

Trifus sorria de maneira desajeitada, correndo até o exército e começando à golpeá-los com força. Kaylessa caminhava até a vampira e a abraçava forte, fazendo com que ambas caíssem de joelhos.

— Eu fiquei com medo de te perder, Ivy!

— O que vocês... Fazem aqui...?

— Nós não podíamos deixar a nossa líder. — dizia Kaito ainda com ambas os braços esticados para frente, controlando o ar. — A academia precisa de você, Ivy.

— Seus idiotas, nós temos uma missão!

— Equipe... Maior que... Missão... — dizia Trifus enquanto arrancava a cabeça de alguns esqueletos. — Kaito... Jogue eles... Para longe...

O rapaz entendia o recado, intensificando a potência da ventania afastando o exército para o outro lado da cidade e, em seguida, caía de joelhos vomitando mais sangue.

— Desculpa... Esse é o meu limite...

— É o suficiente... Para fugir...

— Vamos, Ivy! — dizia Kaylessa ficando de pé mas a garotinha segurava a sua mão. — O que houve?

— Esse exército só irá parar até destruir a academia, vocês precisam ir.

— Mas...

— Kaito, essa é uma ordem da sua líder! — exclama a vampira com firmeza. — Eu sei que somos uma equipe e deveríamos ficar juntos, mas nem sempre o nosso lema poderá ser aplicado. Eu peço para que entendam...

Trifus e Kaito se entreolham, assentindo positivamente com a cabeça.

— Você que manda, chefe.

— Ivy... Manda... Trifus obedece...

Porém, a elfa mantinha a expressão surpresa voltando a ficar de joelhos e frente à frente com sua amiga.

— E o nosso chá da tarde...? Eu iria fazer biscoitos para você... Eu também prometi que lutaria ao seu lado e que...

— Kay, deixe-me terminar essa luta.

— Por que...?

— Porque é um problema que poderá machucar várias pessoas e desencadear outra guerra. — Ivy dizia acariciando a cabeça da amiga. — Por isso, eu ficarei aqui e impedirei que o caos chegue na academia.

— Mas é triste... Eu não gosto.

— Às vezes, precisamos fazer sacrifícios pelo bem das pessoas que são importantes. Eu já errei tanto que, ao menos, preciso evitar mais problemas; mesmo que seja impossível voltar no passado.

Kaylessa abaixava o olhar junto com as suas orelhinhas, dizendo em um tom triste:

— Tudo bem... Eu vou respeitar a sua escolha...

Do outro lado, o exército avançava cada vez mais aparecendo na esquina e marchando com intensidade fazendo todo o chão tremer.

— Eu sempre manipulei as pessoas para que fizessem parte do meu jogo. — a vampira dizia abraçando fortemente a outra garota. — Mas eu não posso fazer isso com a minha equipe.

— Você uma bobinha, Ivy... Uma bobinha muito fofa...

Ivy piscava os olhos confusa até que Kaylessa dava um forte soco em sua barriga, deixando-a extremamente fraca e incapaz de se mover. Ela cuspia sangue e olhava para a elfa, incrédula.

— H-Hã...?

— Eu vou ficar aqui e realizarei o seu desejo. — murmura Kaylessa a apertando fortemente no abraço. — Eu prometi que faria o possível para te ver feliz... Então, eu farei com que sejamos lendas...

— Não... Não... Você não pode... Você tem uma vida pela frente, Kay!

A elfa roçava a bochecha contra o rosto de Ivy, soluçando baixinho enquanto se afastava lentamente.

— A minha vida é sua. — murmura tocando sutilmente seus lábios contra os dela em um longo selinho. — E eu a ofereço para realizar o seu sonho.

— N-Não...

Kaylessa erguia o olhar para os demais e balançava a cabeça em sinal de confirmação. Então, Trifus pegava Ivy em seus braços, prendendo a garotinha usando a sua força para ela não escapar. Em seguida, Kaito posicionava-se ao lado do orc e lançava um olhar triste em direção à morena.

— Decapite todos eles.

— Claro.

— Não! Não! Você não pode, Kay! — gritava Ivy sendo tomada pelo desespero, sentindo as lágrimas escorrerem. — Entenda que não posso te perder!

— É necessário. — responde a elfa com um sorriso triste. — Porque temos uma missão a cump-...

— Eu te amo! Eu te amo muito, Kay! Então, por favor... Fique ao meu lado... É tudo que eu peço...

Kaylessa arregala os olhos surpresa com a declaração, corando bruscamente.

— V-Você me ama...?

— Claro, sua boba.

— Eu também te amo. — dizia sem jeito. — Por isso, vão!

Kaito e Trifus concordam com a cabeça, começando a andar enquanto o orc colocava Ivy por cima dos ombros. A pequena dava vários socos e chutes tentando sair, mas era em vão.

— Não! Não!

Lentamente, Kaylessa ficava de pé apoiando ambas as mãos em suas katanas e as puxando de forma simultânea. Logo, a elfa começava a andar em direção ao massivo exército de mil soldados, abrindo os braços e gritando com um largo sorriso:

— Nunca perca a esperança quando tudo parecer perdido! — repetia as mesmas palavras da mãe de Ivy, deixando-a surpresa. — Um dia, o mundo vai precisar de você. Quando esse dia chegar, lute com todas as suas forças! Então, não tema porque... — ela flexionava os joelhos, abaixando um pouco o corpo e dando um impulso para avançar contra os oponentes. —... lendas nunca morrem!

Em um piscar de olhos, Kaylessa surgia na frente dos esqueletos e girava o corpo como um peão decapitando aqueles que estavam ao seu redor. Depois, dava um salto junto com um mortal pousando na cabeça de um dos soldados, começando a saltar entre as cabeças enquanto as perfurava com suas espadas. Logo após, pousava no centro do exército abaixando-se com agilidade, cortando a região dos joelhos os fazendo se ajoelhar e, nesse momento, mirava em seus pescoços vendo as cabeças voarem.

Involuntariamente, abria um sorriso psicótico diante da cena.

Ela continuou a avançar contra o exército, correndo e abrindo os braços enquanto girava as katanas entre os seus dedos. Os esqueletos viravam meros ossos por onde a elfa passava. Um deles usava um escudo e o bateu com força na cabeça dela, fazendo-a recuar alguns metros. Kaylessa lançava um olhar mortal para o oponente, dando um salto ao mesmo tempo que girava o corpo na lateral como um bumerangue. Então, graças ao impulso e à força aplicada, ela conseguia cortar o escudo ao meio junto com o seu oponente.

Após pousar no chão, já avançava contra os demais atravessando a sua katana enquanto dava um belo salto no ar, como uma bailarina. Quando mantinha uma base firme sobre o solo, usava as espadas em forma de cruz para se defender de um soldado que avançava com um machado. Depois de recuar alguns metros, ela se abaixava rapidamente desviando de uma espada que vinha na lateral tentando arrancar sua cabeça. Logo após, cortou o oponente – que usava o machado – de baixo para cima, mal recuperando o fôlego e girando o corpo para o lado decapitando aquele que estava com a espada.

Kaylessa gemia de frustação ao ver que só havia matado vinte soldados.

A elfa esperava que alguns deles se aproximassem para girar o corpo entorno do próprio eixo em uma velocidade absurda, canalizando sua força nas pernas. Então, ela conseguia cortá-los ao meio com agilidade e voltava a correr, saltando para decapitar aqueles que não usavam defesa algum. Em um desses saltos, ela acaba sendo atingida por uma flecha no calcanhar e pousava de maneira desajeitada. A morena erguia o olhar para o arqueiro, encarando-o friamente enquanto arrancava com facilidade a flecha.

— Maldito!

Em um único impulso, ela surgia na frente do arqueiro atravessando a katana em seu crânio e já girava o corpo para escapar de outro machado. Logo após, avançava contra o oponente abaixando o corpo de forma brusca e arrastando os joelhos pelo solo. Em seguida, erguia o corpo junto com as katanas cortando a cabeça dele.

Os trinta arqueiros presentes começavam a disparar as flechas de forma simultânea. Então, a elfa firmava os pés no chão enquanto repelia todas as flechas com ambas as espadas, girando e jogando o corpo para o lado com graciosidade.

No final da rua, Ivy observava tudo com um misto de admiração e preocupação.

— Por favor, deixe-me ajudá-la!

— A Kaylessa... Quer... Assim...

— O que quer dizer com isso, Trifus?

— Enquanto íamos em direção ao portal, a Kaylessa disse que precisava voltar porque não conseguiria seguir em frente se a sua amiga morresse. — responde Kaito. — Eu e Trifus estamos sem energia, então não conseguimos impedi-la. Mas, ao menos, nós a ajudamos.

— Mas...!

— Essa é momento dela, Ivy. Eu e você sabemos disso.

Depois que todos os arqueiros perderam a sua munição, a elfa sorria friamente avançando contra eles e os decepando em uma velocidade sobre-humana. Os demais membros da equipe só puderam ver cabeças voando para todos os lados e pedaços dos soldados espalhados pelo chão. Kaylessa tinha o olhar frio focado em cada um que se aproximava, girando agilmente o corpo enquanto se arrastava pelo chão.

— Cento e trinta... — murmura ofegante. — Droga.

Ela voltava a avançar ignorando o cansaço em seu corpo, decorrente da atual luta e daquela contra a bruxa, pulando em um dos escudos o usando como impulso para ir contra os demais oponentes. A elfa aumentava a sua velocidade, movendo-se como uma faísca fatiando um por um dos seus adversários. A morena parava de atacar quando era cercada por vinte soldados portando alabardas. Eles tentavam cortá-la mas ela girava o corpo, junto com as espadas e cortava as armas com extrema facilidade. Porém, acabava sendo atacada em sua cabeça por um pedaço de madeira cheio de pregos, caindo de joelhos.

Kaylessa passava a mão pela região atingida, vendo o sangue em abundância.

— Seu filho da puta! Eu vou te fatiar! — gritava ficando de pé e dando vários golpes consecutivos com sua espada, alternando entre movimentos horizontais e verticais, sempre desviando dos demais golpes vindo dos outros soldados. — Arrancar a sua cabeça e te fazer voltar para o inferno!

Rapidamente, ela jogava o corpo para trás desviando de uma flecha e corria em direção ao arqueiro responsável, sumindo do campo de visão dos demais. Logo, Kaylessa aparecia atrás do alvo e o decapitava em um preciso movimento. Em seguida, voltava a cortar os demais com agilidade, mirando no pescoço.

Ela é incrível, pensava Ivy.

— Nós precisamos ir. — anuncia Kaito voltando a andar.

— Não! Não!

— Vamos... — murmura Trifus andando.

Os dois possuíam uma expressão repleta de dor e arrependimento por ter que deixar a elfa para trás.

Kaylessa para de andar olhando para Ivy por cima dos ombros, abrindo um sorriso bobo com as bochechas ruborizadas e sujas de sangue. Então, uma flecha atravessava o peito dela a fazendo cuspir sangue.

— Kay! — exclama Ivy com lágrimas nos olhos. — Não!

A elfa tirava a flecha com certa dificuldade, após cortar a sua ponta. Em seguida, limpava o sangue com as costas da mão, voltando a avançar em uma velocidade absurda surgindo no meio dos oponentes. Ela os golpeava como se os danos em seus corpos não a afetassem mas, no fundo, estava em uma intensa batalha interna contra a dor. Contudo, Kaylessa era surpreendida por um ataque combinado, onde eles a cercaram para distraí-la enquanto dois soldados atravessavam suas lanças nas coxas dela.

A morena grunhiu de dor, tentando se manter de pé apesar das pernas tremerem. Então, continuava a cortá-los dando mortais para frente para avançar mais rápido, sempre usando uma katana em horizontal como defesa e a outra apontada para frente.

Ao final, havia levado trezentos deles ao chão mas estava seriamente machucada. Kaylessa olhava por cima dos ombros para a rua, suspirando aliviada por não encontrar os seus amigos.

Quando menos esperou, foi "recepcionada" por uma chuva de flechas que a atingiram em diversas partes do corpo. A elfa tentou arrancar a maioria delas, mas mal teve tempo pois foi golpeava com um machado. Por sorte, ela bloqueou à tempo mas abaixou a guarda sendo atingida por um escudo. Enquanto rolava no chão, causando mais arranhões por seu corpo, acabou soltando Tanith e Neoma, suas duas espadas.

Naquele momento, nuvens cinzas se formavam e uma forte chuva começou a cair no campo de batalha. Kaylessa apoiava a mão sobre o chão, levantando-se com as pernas trêmulas e repleta de machucados. Enquanto se erguia, pegava as espadas que estavam ao seu lado, levantando a cabeça onde a chuva caía com força misturando-se com o sangue. As gotas d'água escorriam da sua testa, molhando a franja e acentuando mais ainda a expressão determinada da mulher.

Ela começou a andar retirando uma flecha que estava presa em seu peito, ignorando a dor latente e os diversos cortes por todo o corpo.

— Mesmo que você esteja quebrada, mantenha-se de pé.

Com um impulso, já estava dentre os soldados cortando cada um deles com extrema agilidade, mas também recebendo vários golpes daqueles que portavam espadas ou lanças. Ainda assim, a elfa se mantinha em pé, girando o corpo como uma bailarina em seu último recital. Mais sangue e cabeças voavam, compondo em belo cenário, segundo a concepção da morena. Então, ela recebia outro golpe de um escudo mas o bloqueava deixando as espadas em formato de "X". Logo, avançava com um salto e decapitava o soldado.

Quando pousou no chão, um soldado a atacou com um punhal e a elfa jogou o corpo para o lado, fazendo com que a lâmina cortasse apenas o seu rosto. Após decapitar o responsável, correu em direção aos demais girando agilmente as espadas entre seus dedos os confundindo, alternando a sequência de golpes sem seguir um padrão.

Contudo, foi atingida por uma espada que perfurou a sua costela e uma lança a cortando no braço direito, fazendo com que soltasse um grito de dor. Ainda com ambas as armas presas em seu corpo, conseguiu decapitar os soldados.

— Q-Quando tudo estiver perdido... Pegue a dor em seu coração... — murmura com a voz trêmula, cuspindo uma quantidade massiva de sangue. — E vingue a derrota...

Ela analisava os corpos antes de avançar novamente, cortando três de uma vez com a intensidade do golpe. Infelizmente, um soldado do tamanho e força de Trifus a golpeou na barriga fazendo-a voar vários metros longe. Kaylessa batia as costas contra um poste, resmungando baixinho de dor.

Então, ela erguia o olhar em direção ao exército de quinhentos soldados e respirava fundo. Todo o seu corpo doía como se estivesse atingido o seu limite, mas ainda faltava metade deles. Kaylessa mal podia sentir as suas pernas e tinha uma intensa hemorragia, quase desmaiando por causa da dor. A elfa queria fechar os olhos e descansar, mas se via incapaz de fazer isso enquanto não terminasse a luta.

Por isso, ergueu-se com dificuldade e segurava firmemente as espadas apesar das mãos trêmulas.

— Vocês são um saco mesmo... Seus soldados de merda... — sussurrando com uma expressão vazia. — Mas eu não deixarei que nenhum de vocês machuque a academia... A minha equipe... A Ivy... Não! Eu os amo por isso, eu vou matar todos de uma vez para protegê-los!

Após proferir tais palavras, o seu corpo era envolto por raios negros e uma intensa pressão mágica ao redor fazia com que o solo onde a elfa pisava ficasse em pedaços, erguendo grandes rochedos. Então, ela juntava ambas as katanas e um fio dourado percorria as lâminas, unindo-as até que se tornassem uma única espada.

— Recebam o meu ataque mais forte!

Kaylessa começava a correr com a espada apontada para trás, sentindo o corpo queimar como se estivesse em chamas. Ela lembrou-se das aulas de poderes proibidos, abrindo um sorriso de canto.

— A minha mente pode ter nascido com defeito, mas o meu coração não! Então, eu vou provar o quão forte o meu amor pode ser!

A espada era envolta por uma densa neblina de tonalidade roxa, junto com raios da mesma cor. O ambiente por onde a elfa passava era destruído com facilidade, devido ao poder que ela carregava consigo. Em seguida, Kaylessa dava um salto de dez metros girando o corpo levemente inclinado para o lado, gritando:

— Arte secreta dos dark elfos...!

Os raios na espada se intensificavam, reunindo todo o poder existente. Tanith e Neoma absorviam a energia vital de cada vida que tiravam. Então, Kaylessa concentrou todo esse poder – de um milhão de vidas tiradas por suas espadas ao longo da sua jornada – em um único golpe com alto poder destrutivo:

Unus million vitae!

O corte na vertical foi certeiro, mirando no centro do exército. Inicialmente, apenas um fio brilhante cortou o ambiente até que todo o solo da cidade se partisse ao meio, junto com um intenso raio de tonalidade roxa destruindo tudo por onde passava. Os prédios, as casas, as árvores e os carros no raio de um quilômetro foram destruídos; além da floresta ao redor da cidade. O chão ficou em pedaços e as nuvens no céu abriram espaço por causa da forte ventania do movimento da espada.

Quando a elfa pousou no chão, havia apenas três soldados restantes e repletos de machucados. Então, ela avançou contra eles com um olhar determinado, ignorando a lança que um dos esqueletos jogava, atravessando o seu peito.

Um leve sorriso de tristeza moldava-se em seus lábios junto com lágrimas escorrendo por seus olhos. Kaylessa lembrou do momento em que conheceu a vampira e onde ela a ajudou, deixando que morasse na mansão. A sua mente pregou a peça de recordar das noites preparando biscoitos e dos chás da tarde, onde rendiam boas risadas. A elfa foi acolhida por eles, sentindo como se os três fossem a sua família. Ela lembrou da voz falha do Kaito quando ficava envergonhado, o olhar determinado de Trifus e o sorriso de Ivy.

O sorriso que fisgou seu coração para sempre.

Eu me diverti tanto, pensava.

A elfa fatiava os dois primeiros soldados com um movimento ágil, forçando-se ao máximo enquanto os decapitava. Em seguida, correu até o último esticando o braço para frente e fazendo com que a lâmina atravessasse o peito dele. Naquele momento, ela deu um último suspiro com força caindo no chão junto com a sua espada. O som da lâmina ecoou junto com o estrondo do seu corpo ao ir contra o solo. Os seus olhos perderam o brilho enquanto a forte chuva banhava o seu corpo repleto de machucados e sangue.

Uma lágrima escorreu do canto do olho do corpo sem vida.




* Profana autem revertetur cum omni gloria eorum. Corrupta est omnium animarum vocabitur in nomine chao. Consurge, exercitum mei vivificabant animas eorum = O profano retornará com toda a sua glória. As almas mais corrompidas serão invocadas em nome do caos. Erga-se, exército das minhas almas.

*Simulium nexum = Ligação espacial.

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