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Capítulo 50: Confronto de espadas

Ririchiyo sentava-se na grama, repousando a Zanpakutou na sua frente e a encarava com esperança. Porém, a voz na arma permanecia inerte e a jovem soltava um longo suspiro. Com a volta das aulas para o segundo ano, encontrava-se preocupada pois via todos os alunos evoluindo e, em contrapartida, a shinigami continuava no mesmo nível – de acordo com a visão dela. Após um longo suspiro, abaixava a cabeça cruzando os braços até que alguém tocava o seu ombro, fazendo-a erguer a cabeça em direção à denker.

— Eu te chamei algumas vezes, Chiyo-san. — dizia preocupada. — Não me ouviu?

Contudo, em resposta, Ririchiyo ficou em pé pegando a sua espada e iniciando uma caminhada em direção ao interior do colégio. Logo, Emily a seguia em passos apressados.

— Ei! Não me ignore, por favor!

— Eu sou surda... — murmura com um semblante distante. — Óbvio que não iria te ouvir a essa distância, Emily.

Naquele momento, Emily arregalava os olhos surpresa e corava um pouco por essa ser a primeira vez que sua parceira de equipe a chamava pelo nome. Além de que a voz de Ririchiyo saiu tão suave, diferente da maneira como costumava falar. Então, ela segurou a mão da shinigami o que rendeu uma exclamação surpresa por sua parte.

— Eu acredito que você conseguirá superar essa barreira, Chiyo-san! — dizia com brilho no olhar. — Você é uma guerreira incrível e tenho certeza que não se deixará abalar por algo assim, não é?

Ririchiyo a fitava no fundo dos seus olhos, sentindo o coração se encher por um calor aconchegante. Então, o canto de sua boca tentava se mover para cima em um sorriso até uma voz fofa ecoar ao lado dela.

— Ririchiyo!

Os olhos da jovem focam na elfa de longos cabelos brancos e pele morena. Os olhos verdes de Kaylessa a fitavam com ânimo enquanto havia um largo sorriso desenhado em seus lábios. Por ter quase dois metros, Ririchiyo precisou manter a cabeça levemente erguida para fitá-la de forma direta.

— O que?

— Eu soube que você ficou no colégio durante as férias, aposto como está mais forte! Que orgulho das minhas amigas!

— Eu não sou sua amiga.

— Que rude... — dizia com os olhos marejados. — Mas se não formos amigas, como poderei te abraçar? Eu acho que estranhos não se abraçam.

— Quem disse que quero um abr-...

Antes de responder, Kaylessa pulava sobre Ririchiyo a apertando em um forte abraço fazendo o rosto dela ir contra os seus fartos seios. Ao se afastar minimamente, abaixava o olhar para a jovem com um sorriso gentil.

— Você é tão fofa, Tchitchi!

— Tchitchi?

— Não é? A Chiyo-san é fofa! — concordava Emily. — Dá vontade de abraçar.

— Se fizer isso, eu arranco a sua cabe-...

— Como um ursinho de pelúcia! — completa Kaylessa.

Ririchiyo solta resmungos inaudíveis, desviando o olhar para o lado com as bochechas levemente coradas. Ela buscava, à todo custo, escapar dessa situação embaraçosa principalmente ao ver Houka e Megumi se aproximando.

Se as duas me virem assim, serei motivo de chacota, pensava.

Então, uma ideia surgiu em sua mente que, na verdade, era um desejo antigo.

— Kaylessa...

— Sim, Tchitchi?

Ela revira os olhos tentando ignorar o apelido fofo.

— Eu quero lutar com você!

— C-Comigo? — a elfa aponta para si mesma erguendo as orelhas pontudas com uma expressão surpresa. — Por que? Não somos mais amigas?

— Nunca fomos... — sussurra em um tom quase inaudível. — Não é isso, eu só quero evoluir e... Para isso, e-eu preciso da sua ajuda. — dizia um pouco sem jeito por admitir em voz alta. — Você é a única oponente que eu não consigo superar.

A morena abria um largo sorriso, acenando positivamente com a cabeça.

— Tudo bem! Vamos lutar, será divertido!

Ao ouvir a confirmação desejada, a shinigami segue em direção à arena em passos lentos enquanto as demais garotas a acompanham. Emily explicava para Houka e Megumi sobre a sua recente interação com Ririchiyo, sem esconder a alegria pelo ocorrido. Ao chegarem na arena, encontravam Ivy limpando o seu revólver ao lado de um aluno baleado. Ele saía mancando do local, soltando diversos xingamentos.

Em passos apressados, Kaylessa corria para a líder da sua equipe a fitando com preocupação.

— Você está bem, Ivy?! Está machucada? — questiona-se ficando de joelhos para estar na mesma altura que sua amiga. Logo, segurava o rosto dela com ambas as mãos. — Está dodói?

— Não, não. Eu estou bem, Kay. — ela responde calma, afastando-se um pouco a fim de evitar tanto contato físico. — Eu só fui desafiada por um aluno, ele disse que nossa equipe não merecia estar em segundo lugar. Então, eu dei uma razão para ele acreditar em nosso mérito.

A elfa sorria aliviada com um leve rubor na face.

— Você é realmente incrível, Ivy! Consegue fazê-los nos respeitar, eu nunca teria tamanha habilidade de fazer algum aluno respeitar a nossa equipe...

— Isso porque você decapita primeiro e tenta conversar depois. — dizia fazendo um breve cafuné na cabeça da jovem. — Então, veio treinar?

— Sim! A Tchitchi me chamou para lutar!

— Ótimo. Quais serão os limites dessa luta?

— Até a morte! — a elfa exclama erguendo os braços como uma criança feliz.

— N-Não é para tanto. — dizia Emily preocupada.

— Essa é uma luta que eu quero muito ver. — comenta Megumi indo para a arquibancada. — Tenho um pressentimento sobre ela.

— Qual? — questiona Houka a seguindo, sentando-se ao seu lado.

— Segredo.

— Nada de morte por enquanto, tá bem? — pedia Ivy caminhando até a arquibancada. — Senão, ficará sem doces.

— T-Tá bem... — responde a morena com um bico. — Sem decapitação...

Emily lançava um olhar de pura preocupação para Ririchiyo mas ela estava calma demais, mantendo o olhar fixo na oponente enquanto se dirigia para o centro da arena. Nenhuma das duas ousaram dizer uma palavra sequer, apenas sacaram suas armas e avançaram em uma velocidade absurda. No exato momento em que a elfa puxava suas duas espadas, a sua expressão se tornou vazia e sem vida.

Em um piscar de olhos, as lâminas se chocaram fazendo com que as duas espadachins entrassem em uma luta de pura força. Kaylessa forçava o seu braço a fim de recuar a adversária, mas Ririchiyo firmou os pés no chão a fuzilando com o olhar. Então, usando a segunda espada, a elfa tentava a golpear de maneira horizontal mirando em seu pescoço. Em contrapartida, a outra jovem girava agilmente o corpo para o lado desviando do golpe e já impulsionava os pés, avançando mais uma vez contra a oponente. Kaylessa imitou o seu movimento para bloquear o golpe, mas se surpreendeu quando Ririchiyo a atacou de cima para baixo desfazendo a sua barreira em formato de "X".

A elfa deu alguns passos para trás com os olhos arregalados enquanto as espadas voavam metros acima da sua cabeça devido à força do contragolpe. Porém, logo ela saltou recuperando as suas armas e, durante a queda livre, girou o seu corpo na horizontal como um bumerangue em alta velocidade. Ririchiyo apenas respirou fundo, flexionando levemente os joelhos para ter maior estabilidade em sua base de combate, esticando o braço com a espada para trás. No último segundo, ela girou rapidamente o corpo e, em especial, a espada fazendo com que ambos os ataques se colidissem.

As duas espadas de Kaylessa a pressionavam com mais força, principalmente porque a elfa obteve impulso quando estava no ar. Contudo, Ririchiyo mantinha o olhar frio sobre a oponente como se o fato de estar recuando lentamente não a assustasse. Em seguida, a shingami abaixava o corpo em um piscar de olhos, puxando a katana consigo e a atingindo nas coxas da oponente.

Kaylessa gemeu de dor dando alguns passos para trás e abaixando o olhar para o sangue pingando no chão.

— Eu vou te matar... Acabar com cada parte do seu corpo...

Porém, Ririchiyo apenas abria um leve sorriso em resposta flexionando uma perna após apoiá-la atrás e a outra esticava para frente, abaixando o seu corpo como um ninja pronto para o ataque. Uma mão estava ao lado do rosto como proteção e a outra apontava a espada para a adversária.

— Pois bem, tente.

Irritada, Kaylessa avançava com um impulso tentando um golpe na horizontal com ambas as espadas. Então, Ririchiyo jogava o corpo para trás vendo a primeira lâmina passar perto do seu rosto e logo se erguia antes da segunda vir. Ao estar entre as duas armas da oponente, ela rebatia a segunda espada com a lâmina da sua Zanpakutou. A elfa a encarou com o olhar sem vida como se pudesse matá-la apenas com tal fato.

— Eu vou amar banhar o meu corpo com o seu sangue, sua shinigami de merda!

Tão carinhosa, pensava a jovem.

Ririchiyo chutou a barriga dela e avançou cortando a sua barriga. Antes mesmo de tentar um segundo ataque, Kaylessa já havia se recuperando dando um salto brusco e a golpeando na área do pescoço. Por sorte, a shinigami reagiu rápido e conseguiu bloquear mas acabou sendo jogada para o lado, perdendo o equilíbrio. Então, a elfa correu em sua direção girando ambas as espadas em suas mãos em uma velocidade que tornava incapaz visualizar as lâminas.

Emily observava a cena com ambas as mãos apoiadas no peito, claramente preocupada.

— A Ririchiyo melhorou. — comenta Houka.

— Devo admitir que sim. — murmura Megumi à contragosto, vendo a shiganimi recuar o corpo evitando um golpe que provavelmente deceparia a sua cabeça. — Ela deve ter treinado muito.

— Além de que eu posso ver a determinação no seu olhar. — completa Ivy com um sorriso de canto. — A espadachim de vocês está próxima de se tornar uma grande guerreira.

— Como assim? — pergunta Emily, confusa.

Ririchiyo avançava desviando do golpe da oponente, jogando o corpo o lado em uma fração de segundos. Kaylessa pisca os olhos surpresa com tamanha velocidade, sendo atingida por um corte nas suas costas seguido de um chute, rolando pelo chão.

— Ela está mais objetiva em suas ações. — explica Ivy. — Aos poucos, está encontrando o seu propósito. Isso é bom.

As duas oponentes trocavam golpes em alta velocidade, quase imperceptível ao olho humano. Houka só pôde identificar pontos brilhantes – vulgo, as lâminas – em pontos distintos da arena à cada segundo. Enquanto isso, Ririchiyo arriscava um golpe na vertical mas a elfa jogava o corpo para trás, de maneira ágil, em um mortal. Ainda no ar, Kaylessa chutava a própria espada pressionando a ponta do pé contra o cabo da arma.

Por ser um movimento inesperado, Ririchiyo não conseguiu defender mas, ao menos, desviou o suficiente para a lâmina atravessar somente o seu ombro. Contudo, a shinigami não expressava nenhum sinal de dor em sua face. Pelo contrário, pegava a arma da oponente e avançava rapidamente, tentando um golpe na horizontal. A elfa defende mas abaixava a guarda, sendo atingida no braço pela Zanpakutou da sua oponente.

— A Chiyo-san está mais rápida, não acham?

— Ela evolui rápido. — comenta Megumi vendo Kaylessa conseguir recuperar sua segunda espada mas, em contrapartida, recebendo um corte profundo na bochecha. — Mas é estranho a gente nunca ter percebido isso, deve ser porque ela oculta suas habilidades.

— Ou porque vocês não são próximas. — pontua Ivy. — Se vocês fossem realmente uma equipe, perceberiam até mesmo as oscilações de humor uma das outras.

Megumi opta por ficar em silêncio, soltando um longo suspiro.

Kaylessa saltava no ar a golpeando com uma espada, mal dando tempo da shinigami bloquear o golpe para revidar com outro. Porém, Ririchiyo movimentava o seu corpo com agilidade para os lados, aproveitando as poucas brechas da adversária para golpeá-la. Em questão de minutos, as duas voltam a contra-atacar com a velocidade sobre-humana, não sendo possível captar à olho nu.

— São duas grandes guerreiras. — murmura Houka, impressionada. — Eu mal consigo usar a faca de cozinha sem me cortar.

— A Kay treina desde criança, então é natural ter tamanha habilidade. Mas eu estou realmente surpresa em como o membro da equipe de vocês consegue superar a minha Kay.

Nós temos um prodígio na nossa equipe, pensava Megumi com certo brilho no olhar.

Ririchiyo e Kaylessa interrompiam a sequência de golpes, sendo jogadas para lados opostos da arena devido à força exercida por ambas. O corpo delas estava repleto de machucados mas, claramente, a elfa havia tomado a maior parte dos danos. Então, as duas inclinam levemente o corpo para frente o abaixando enquanto seguravam com firmeza o cabo de suas espadas.

Devido às suas expressões sérias, era evidente que esse se tratava do ultimato.

Em seguida, as duas correm em alta direção pretendendo fazer uma colisão. Por uma fração mínima de segundos, Ririchiyo olhou para Emily por cima dos ombros vendo o olhar da denker repleto de preocupação. Então, sentiu uma imensa vontade de não decepcioná-la. E, com esses pensamentos, deu o seu mais forte e rápido impulso contra a elfa. O golpe de ambas se cruzam e elas ultrapassavam uma a outra, parando de forma brusca.

Ela se tornou a mais forte dessa academia, pensa Ivy.

As demais garotas se aproximam, curiosas para ver o resultado da luta.

Então, Kaylessa caía de joelhos com o corpo repleto de machucados e murmura antes de ir ao chão:

— Você é incrível...

Ivy ajoelhava-se ao lado da amiga, acariciando o cabelo dela com um sorriso terno.

— E você foi muito bem, cumpriu o seu objetivo de ser uma oponente digna para fazê-la mudar.

Mesmo machucada, a elfa abria um sorriso bobo com as bochechas coradas. Os elogios da Ivy aqueciam o seu coração de uma maneira que não conseguia explicar, mas sabia como esse sentimento a fazia bem. Por outro lado, Emily corria e abraçava Ririchiyo que quase caía para trás, soltando uma exclamação surpresa.

— Eu sabia que você conseguiria! Eu sabia!

— Parabéns! Você lutou incrivelmente bem. — dizia Houka ao se aproximar. — Eu nunca vi algo tão intenso assim.

— É, você sabe lutar. — comenta Megumi de braços cruzados.

Ririchiyo arregala os olhos surpresa, abaixando o olhar para Emily que continuava com o rosto afundado em seu peito. Em seguida, analisava o sorriso gentil de Houka e a evidente admiração nos olhos de Megumi. Pela primeira vez em sua vida, as pessoas a elogiaram e esse sentimento estranho a surgir no peito a deixou um pouco assustada. Ela se questionou internamente se conseguiria conviver sem essa sensação depois que a havia conhecido. Então, por uma fração de segundos e sem ninguém perceber, um sorriso surgiu em seus lábios antes de se afastar.

— E-Eu vou indo. Levem a elfa para a enfermaria.

Em seguida, ela andava em passos apressados para fora da arena apoiando a mão sobre o coração que batia freneticamente. Mesmo não admitindo em voz alta, essa era a primeira vez que sentia, depois de tantos anos, a felicidade.

Até que você não é tão insensível assim, pensava Megumi observando a silhueta se afastar.

(...)

Manami andava de um lado para o outro preocupada, esperando a enfermeira do hospital regional abrir a porta. A succubus descobriu através de Kaylessa que Kaito havia sido internado uma semana antes da volta às aulas. Pelo visto, ele teve complicações nos pulmões e precisou ser levado com urgência ao pronto-socorro.

Quando a enfermeira aparecia, lançava um olhar triste e abria espaço para a ruiva.

— Pode entrar.

Ela sequer agradeceu entrando no quarto em passos apressados, parando ao lado da cama. Kaito se encontrava deitado com a parte superior do tronco levemente inclinada para cima por causa da maca. Ele respirava através de aparelhos e um tubo foi conectado ao seu braço para que recebesse as vitaminas necessárias. Ao ouvir passos, o rapaz desviava a atenção para Manami sem esconder a sua surpresa. Por outro lado, ela só conseguia esboçar uma singela preocupação ao se aproximar com receio.

— Você... Você está bem?

Kaito respondia com um arquear da sobrancelha, não demorando muito para Manami entender o recado.

— É óbvio que não. Provavelmente, você deve ter fios enfiados até mesmo no seu...

— O que faz aqui? — questiona abaixando o respirador, puxando o ar dos seus pulmões com força. — Nós já tivemos o nosso encontro, então me deixe em paz.

— Não deixarei.

— Eu quero ficar sozinho!

— Eu tenho certeza que não! — dizia com firmeza. — Ninguém quer ficar sozinho em um momento como esses. Bem... Eu não gostaria. — murmura brincando com os próprios dedos. — Por isso, estou aqui para encher o seu saco!

— Você realmente é uma pedra no sapato, hein!

Porém, a ruiva ignorava a arrogância em seu tom de voz para sentar ao lado dele na cama.

— Foi por causa do frio daquela noite?

— Não, eu apenas forcei o meu corpo mais do que deveria. Sabe, eu já estou morrendo desde que obtive esses poderes, então não havia muito a ser feito.

— Entendo...

Ela abaixava o olhar para os próprios pés, balançando-os para frente e para trás.

— Por que está triste comigo, Manami? Nós sequer nos conhecemos.

— Eu não sei. Eu acredito que não seja porque eu quero transar com você, afinal iria morrer na minha primeira quicada.

As bochechas de Kaito ruborizam e ele pigarreia alto.

— C-Controle suas palavas, idiota!

— Mas eu realmente quero sentar em você, ora!

— Manami!

Ele a encarava seriamente por longos segundos, mas logo começava a rir tossindo um pouco no final. Por mais que tentasse afastá-la, não podia negar como toda essa atenção dela o deixava genuinamente feliz.

Eu não pensei que me sentiria assim depois de perdê-la, pensa olhando para a janela.

— A primavera chegou. Você conseguiu ver a neve?

— Não. O Satiko nos levou para um mosteiro para meditar com ele porque não queria ficar sozinho. — resmunga com um bico. — Mas aquele lugar era quente demais e não nevava.

O rapaz riu baixo diante da expressão dela, achando um tanto quanto fofa.

— Talvez da próxima vez, você veja a neve.

— Eu queria ver ao seu lado...

Ele foca a sua atenção na ruiva com os olhos arregalados, sentindo o rosto esquentar. Kaito nunca pensou que alguém gostaria tanto da sua companhia, principalmente por ter um jeito peculiar de agir que afastava as pessoas. Involuntariamente, uma lembrança o atingiu naquele momento.

O garoto de treze anos corria desesperadamente pelas ruas, olhando para trás assustado. Após discutir com seus pais, ele fugiu de casa em busca de um pouco de paz mas pessoas vestidas de preto o seguiam. Kaito já tinha visto aquele slogan na roupa deles em algum comercial, afinal era a nova indústria de medicamentos que abriu na zona oeste da cidade.

Em um dos momentos onde desviou a atenção para trás, acabou se chochando contra o corpo de alguém e ergueu o olhar assustado. A descarga elétrica do teaser o assustou tanto quanto a dor que percorria o seu corpo, desmaiando logo em seguida.

Ao acordar, ele se encontrava em uma sala cheia de aparelhos médicos e prateleiras com líquidos de cores variadas. Kaito tentava se soltar dos cintos da maca mas era em vão, começando a gritar por ajuda.

— Ninguém virá te salvar, garotinho. — dizia um dos "médicos" com o rosto oculto pela máscara. — Não pensávamos que encontraríamos outra cobaia tão fácil. Eu espero que você seja o primeiro a resistir aos testes.

Naquele momento, Kaito desviava a atenção para o lado vendo uma pilha de corpos amontoados no canto da sala enquanto outros funcionários – também mascarados – os removiam. Então, em sua mente veio a reportagem do mês passado que relatava o desaparecimento de crianças e moradores de rua.

— N-Não...! Por favor, deixe-me ir! Eu não quero morrer!

— Nós também não queremos que morra, meu caro. Então, seja resistente. — o homem comenta injetando um líquido verde na veia do garoto. — O mundo precisa de meta-humanos para se proteger de ameaças futuras, fique feliz por estar fazendo isso pelo bem da ciência.

Kaito tentou resistir ao máximo possível nos primeiros dias, mas os testes se tornavam cada vez mais frequentes e dolorosos. Às vezes, eles eletrocutavam o corpo do garoto para força-lo a ativar os seus poderes. Porém, os cientistas não imaginavam que a sua cobaia iria despertar os poderes sem controle algum, causando uma intensa tempestade que durou uma semana inteira. Por causa da densa nuvem sobre a construção, a polícia conseguiu encontrar o laboratório ilegal.

Por ser o único sobrevivente, vendo as outras cobaias morrerem, Kaito foi levado à enfermaria com a sua vida em risco. Após uma perigosa cirurgia, o garoto – com atualmente, seus quatorze anos – foi levado para a sala de observação.

Ao abrir lentamente os olhos, ouviu a conversa do médico com a equipe de polícia.

— Ele não irá viver por muito tempo. As suas estruturas moleculares foram reestruturadas de uma maneira que eu nunca vi.

— O garoto virou um monstro ou algo do tipo?

— Eu não sei dizer ao certo, só posso afirmar que a sua vida será curta. Gradativamente, os órgãos irão falir e, arrisco-me a dizer, que o processo será mais rápido se ele forçar essas células.

Por mais que quisesse saber mais sobre o que aconteceria em sua vida, o garoto acaba sendo levado pelo sono causado pelos excessivos analgésicos.

Manami abria a boca para perguntar o motivo do silêncio de Kaito, mas a porta do quarto é aberta de forma brusca a fazendo saltar da maca. O som dos sapatos altos anunciava a entrada de Kasumi, a diretora do colégio. Como de costume, ela usava uma longa manta preta com penas da mesma cor entorno da gola. Os seus olhos tingidos pela sutil maquiagem escura focam na succubus.

— O que faz aqui?

— B-Bem, eu...

— Que seja. Eu não preciso de explicações. — dizia esticando a palma da mão em direção à ruiva, interrompendo a sua fala. Então, seus olhos sem vida pousam sobre o jovem na maca. — Você está sendo um inútil para a academia, isso é inaceitável.

Manami tentava rebater mas Kaito era mais rápido em sua resposta.

— Eu sei.

— O seu tratamento é caro e não podemos bancá-lo, além de que os médicos me falaram do seu estado.

— Como assim?

— Eu estou morrendo, Manami. — dizia após um longo suspiro. — Quanto tempo eu tenho?

— Uma semana. — responde Kasumi de forma seca. — Por isso, não apagarei as suas memórias nem te matarei, a doença está fazendo isso. Mas você não poderá voltar ao colégio, afinal a sua condição te impede te continuar a estudar.

Manami sentia as pernas fraquejarem diante das palavras da mulher, mas Kaito apenas mantinha um sorriso triste em seus lábios, dizendo:

— Eu quero fazer um último pedido, diretora.

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