Capítulo 24: Um "talvez" onde se inicia a amizade
As mãos de Megumi tremiam ao ver a enorme quantidade de sangue que saía de seu corpo. Ela apoia uma mão sobre a boca, tossindo forte e caindo lentamente no chão. Seu rosto se chocava na grama enquanto os olhos mudaram o foco, fitando a criatura que a golpeou. Era um inseto gigante, patas afiadas como navalhas e uma cauda longa e pontuda com a ponta semelhante a uma lança.
A garota tentou ficar de pé mas não conseguia, cuspindo mais sangue ainda. A visão começou a ficar turva e seus sentidos, aos poucos, foram diminuindo. Começou a se arrastar para o mais longe possível do inseto que se aproximava. A criatura erguia uma pata e ia contra Megumi, ela girava o corpo para o lado vendo a lâmina da garra passar perto do seu rosto. Engoliu seco, iniciando uma sequência de ataques do monstro enquanto ela continuava a jogar o corpo para o lado.
Quando a criatura iria executar seu movimento, uma chuva de espinhos de gelo a atingiu. O ser recuou grunhindo de dor e correndo para um canto isolado do jardim. Sua carapaça ficou rígida, junto com um sutil brilho durante tal processo. Megumi olhava para uma silhueta que se aproximava, alguém com duas maria chiquinha e outra com o cabelo solto.
Urgh...
- Megumi! Você está bem? – Houka questiona preocupada. – Ah! – Soltava um gritinho. – Olha esse buraco em sua barriga!
- O que faremos? – Emily encara a garota de canto.
- Tirá-la daqui. – A bruxa erguia Megumi com dificuldade, puxando-a para longe do jardim e deixando um rastro de sangue.
A criatura resolvia se aproximar novamente, abrindo a boca mostrando os dentes irregulares e bem afiados. A sua cauda pontuda foi em alta direção contra às três mas Houka criou uma barreira verde, usando uma de suas cartas.
- Faça algo, Emily!
- Eu... Eu não sei! – Ela exclama desesperada.
- Não sei quanto tempo posso segurar esse inseto. – Ela comenta com uma mão em direção à barreira, transferindo sua energia para ele. Então, puxava uma carta e a deixava sobre a barriga de Megumi. A carta tinha o poder de cura, regenerando lentamente o ferimento da garota. - Por que não usa seu poder de demônio para isso?!
- Eu... – Megumi murmura com dificuldade. – Não... Consigo... O ferimento atingiu um ponto... Vital... – Cuspia um pouco de sangue. – E a criatura... Ela tem... águ...água...
- Hein?
- Água benta. – Comenta Emily calmamente. – Suponho que ela quis dizer que a cauda da criatura tenha água benta. – E antes mesmo de ser questionada, já tratou se esclarecer. – Leitura facial. A Megumi-san queria dizer isso, eu acho.
E a demônio apenas concorda com a cabeça enquanto observava o ferimento sumir em um ritmo lento.
- E-Entendo. – Houka continuava com uma mão apontada para a barreira e outra para a carta sobre a barriga da jovem. – A força dele é maior do que eu imaginava... Argh! Eu preciso de ajuda!
Megumi olhava para a bruxa com um olhar pensativo, sua mente ainda vagava e não conseguia se concentrar na situação.
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- Não é assim. – Houka desvia o olhar. – Não precisa agir como um monstro só porque dizem que você é um...
- E o que você sabe disso, hein? – Megumi questiona irritada. – Fica jogando cartas e amor por aí, isso não leva à nada.
- NÃO PRECISA SER RUDE COMIGO! – A bruxa ficava de pé com algumas lágrimas nos olhos. – Eu nunca quis te irritar, só queria evitar uma briga desnecessária. Aliás, eu sei muito bem sobre como é se sentir um monstro!
- Ah, claro que sabe. – Megumi ficava de pé com um olhar de poucos amigos. – As pessoas te evitam porque é fofinha e carinhosa? Nossa, nunca pensei que isso fosse tão ruim. – Dizia ironicamente.
- Você é uma idiota... – Houka murmura secando as lágrimas com as costas das mãos. – Eu te odeio!
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Eu a ofendi, fui rude e mesmo assim...
A barreira apresentava algumas rachaduras e a criatura continuava a atacar. Ela fechou os olhos ainda refletindo.
Houka não se importou se eu era um demônio, apenas continuou me seguindo e sorrindo para mim. As outras pessoas sempre me evitaram e a Tomika... Ela...
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Antes de chegar na praça, olhou para um beco e viu uma certa cabeleira ruiva conhecida. Parou de correr e se aproximou receosa.
- Hum? – Tomika encarou a garota com lágrimas nos olhos e uma expressão de terror. – Seu monstro!
- Ufa. Eles não apagaram a sua memória. – Apoia a mão no peito, soltando um suspiro de alívio.
- Por que apagariam? – Balançou a cabeça negativamente. – Não importa. Você mentiu para mim esse tempo todo! O que pretendia? Se alimentar da minha alma ou da minha carne?
- Eu nunca seria capaz de fazer isso, Tomika! Você é uma pessoa preciosa para mim.
- Preciosa? Alguém como você seria capaz de entender o que significa essa palavra? – Disse com desdém, aproximando-se de Megumi e ficando frente à frente com ela. – Você é o pior ser que existe.
- N-Não...
- Nunca mais se aproxime de mim ou eu conto para todos o monstro que você é!
- Mas somos amigas...
- EU ME NEGO A SER AMIGA DE UM DEMÔNIO! VOCÊ É A PIOR! QUASE ME MATOU NO PARQUE E AINDA QUER FINGIR SER INOFENSIVA?! – Grita irritada e dá um tapa no rosto da garota.
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Ela se recusou a ser minha amiga porque sou um monstro mas a Houka fez diferente. Não me evitou e respeita meu espaço... Talvez... Só talvez... Ela seja a minha amiga um dia.
A garota abria lentamente os olhos, desviando a atenção para o ferimento na barriga totalmente curado. Tocou levemente os dedos no local, erguendo o olhar para a bruxa que suava sem parar enquanto tentava manter a barreira intacta.
- Houka...
- Megumi, não se esforce. Eu darei um jeito! – Ela sorri.
Megumi erguia a mão, vendo faíscas azuis saírem da ponta de seus dedos. Ela fecha o punho, respirando fundo e pendendo a cabeça para trás.
Eu ainda não sei controlar esse poder mas, só dessa vez, eu preciso fazer isso...
A barreira acaba ficando em pedaços e o monstro avança, já apontando suas garras para as três. Emily se esconde atrás das garotas e Houka se encolhe esperando o pior. Porém, uma intensa chama azul atinge a criatura. Então, Megumi ficava de pé com os punhos em chamas e avançava apontando ambas as mãos em direção ao inseto gigante. Ele se contorcia de dor até não sobrar nada, além de suas cinzas no chão.
As chamas continuavam a queimar tudo e se espalhar, Megumi respirava fundo e sentia duas mãos em seus ombros. Olhava para trás, vendo Houka e Emily com um sorriso confiante. Instantaneamente, suas chamas sumiram e tudo ao redor voltou ao normal.
- Obrigada... – Murmura sorrindo fraco.
- Hehe. Conseguimos! – Exclama Houka dando pulinhos animadas.
- Se bem que eu não fiz nada... – Disse Emily cabisbaixa.
- Você fez sim, esteve ao nosso lado. – Megumi comenta calmamente e começa a andar com as mãos no bolso do casado.
- Para onde vai, Megumi? – A bruxa a questiona confusa.
- Para o nosso quarto, precisamos descansar. Vamos lá?
As outras duas se entreolham sorrindo e concordando, seguindo a filha de Satã para o quarto enquanto comentavam eufóricas sobre a recém batalhar.
Do outro lado, Ririchiyo observava tudo sem expressão alguma e deitava em um banco qualquer.
(...)
O professor anotava no quadro a anatomia de algum monstro mitológico enquanto explicava de costas para os alunos. Emily analisava a explicação, comparando-a com as informações do livro. Seu nível de inteligência era o mais alto ali, aprendia qualquer assunto em questões de segundos. Ela abaixou a cabeça, lembrando da noite passada.
Será que eu tenho algum poder? – Pensava apreensiva.
Ririchiyo fitava o professor, revirando os olhos e desviando a atenção para a paisagem. Queria estar no jardim onde não seria incomodada por ninguém mas precisava seguir as regras do local. Houka anotava tudo, mordendo a língua e fazendo careta concentrada nas suas anotações. Megumi estava de braços cruzados olhando o quadro mas não prestava atenção em nada ao seu redor, apenas se lembrava da última noite.
Por que uma criatura dessa tinha água benta em sua cauda? É como se esse ataque fosse programado. – Pensava.
A próxima aula se tratava de manuseio de armas brancas. O professor era um senhor de idade, longa barba, usava um quimono branco e em sua cintura estava uma katana. Ele explicava – além de mostrar visivelmente – como cada golpe com uma espada era usado. Seu nome era Kenji Hineiko, um antigo samurai que lutou em importantes guerras no Japão. Sua raça? Um humano comum mas que foi agraciado com o dom dos deuses em ser habilidoso com tal arma.
- Nós precisamos conhecer a arma que manuseamos. – Kenji explica, mostrando uma adaga antiga e enferrujada. – Essa é uma akinaka, espada antiga usada no Mediterrâneo. – Depois pegava um tipo de mini foice dourada. – E essa é uma kopesh, muito usada pelos egípcios antigamente.
Enquanto o homem mostrava as espadas, Ririchiyo apoiava a mão sobre a Zanpakutou e abaixava o seu olhar para ele. Porém, nenhuma resposta. Não conseguia ouvir a voz de Utau e, desde que ele se calou, seus dias têm sido mais solitários do que antes.
- E essa seria a diferença de uma espada longa para uma espada viking. – Esclarecia Kenji abaixando as duas espadas em suas mãos e pegando outra. – Os mulçumanos usavam muito essas yagatans. Contudo, não aconselho usarem pois ela não tem guarda cruzada.
Kenji apontava para as espadas, descrevendo suas propriedades, quais as vantagens e desvantagens de cada uma. Terminava explicando sobre a katana, relacionando-a com os antigos samurai e soltou um suspiro de pura nostalgia. Lembrou de toda sua contribuição para o exército japonês e sentiu falta daquele tempo.
- Baboseira... – Sussurra Ririchiyo.
- Os humanos são sensíveis demais, tolos achando que têm alguma importância em um campo de batalha. – Uma voz extremamente fofa ecoou ao lado da shinigami.
Ela olhou para os lados, não encontrando ninguém até que desviou seu olhar para uma cabeleira albina embaixo. Era uma garotinha de longos cabelos brancos como seus cílios grossos, olhos vermelhos e pele mais branca que a própria neve. Seu corpo era frágil, parecia uma criança pois tinha 1, 45 metros de altura e sem curvas aparentes. Seu uniforme tinha mais detalhes brancos que o normal e era perceptível que os bordados dessa cor foram feitos à mão – provavelmente pela própria garota.
A albina ergueu a cabeça para fitar os olhos azuis de Ririchiyo. Sua expressão era de uma criança inocente, perdida em meio àqueles monstros. Ela apenas sorriu fofa, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
- Que coisa horrível, não é? Eles querem nos moldar para manipular as armas que desejam. Injusto... – Fazia um bico, ficando mais fofa do que antes.
Ririchiyo analisava um pouco mais a pequena, notando que havia um rifle em suas costas. A arma era quase do seu tamanho e provavelmente era pesada, mesmo assim a albina não parecia fazer esforço para carregá-la.
Ela não é humana. – A shinigami pensa, receosa sobre essa aproximação repentina.
- Oh! A aula teórica acabou, acredito que a prática comece agora. – Dizia a albina com seu tom de voz meigo e fofo, apoiando uma mão sobre a boca e bocejando. – É minha deixa, armas brancas são chatas...
E então, dava as costas e saía dali sem olhar para trás. Parecia ignorar toda e qualquer regra daquele colégio, como se ela mesma ditasse as próprias regras que deveria seguir. Ririchiyo voltou a atenção para a aula, estranhamente sentiu a sua Zanpakutou tremer em sinal de que esse era um oponente que não poderia enfrentar.
Por que, Utau? Ela é forte?
Mas ela não conseguiu nenhuma resposta de sua Zanpakutou, soltando um longo suspiro de decepção. Queria entender porque não ouvia a voz de sua própria katana após anos, até que lembrou de quem poderia dar uma solução.
Esse velho, o professor Kenji! – Pensava prestando o dobro de atenção na aula.
Ao final da lição prática, Houka e Emily saíam resmungando por terem um rendimento baixo nessa matéria. Megumi guardava sua katana na bainha, abrindo um sorriso de canto. Fechou os olhos enquanto andava, lembrando de uma conversa com sua mãe.
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- Eu realmente preciso treinar minhas habilidades com um espada? Sempre preferi resolver tudo na base da porrada! – Megumi sorria animada, dando um soco na palma da mão.
- A força bruta não é a solução em uma batalha. – Comenta Laylah, polindo a lâmina da katana. – Nós, demônios, usamos a força bruta porque é uma habilidade natural nossa. Porém, os mais fortes usam mais que isso, eles adquirem a capacidade de controlar seus poderes e, assim, se tornam os mais fortes.
- Como você, mãe?
- Sim, eu aprendi a controlar as sombras. – Ela se aproxima da filha, apoiando uma mão em seu ombro. – E você, aprenderá a controlar essa espada e seu incrível poder.
- Poder? Que poder?
- Vai descobrir no momento certo.
E Laylah ignorava sua filha choramingar para saber qual o poder da espada, voltando a polir a lâmina da arma com um sorriso sereno nos lábios. Sabia que um dia Megumi estaria preparada para encarar o seu destino.
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- Eu vou te orgulhar, mãe. – Sussurra caminhando até o seu quarto.
No campo de treinamento, Ririchiyo se aproximava do senhor que guardava suas espadas de costas para ela. Logo, ele erguia a cabeça e sorria fraco mesmo sem vê-la.
- O que deseja saber, minha jovem?
- Uh? – Ela fica surpresa, porém voltava ao semblante sério de sempre. – Eu não consigo escutá-la. – Dizia apontando para sua katana.
Kenji virava-se para fitá-la, abaixando o olhar para a arma e balançava a cabeça em sinal de desaprovação.
- Shinigami, não é? – Questiona e Ririchiyo assente com a cabeça. – Não há nada que eu possa fazer, isso diz respeito à ligação entre usuário e sua arma. Há uma barreira entre vocês dois... – Kenji pegava sua maleta passando pela jovem. – Sugiro que faça isso logo, senão o efeito será permanente.
Ririchiyo olhava o horizonte com uma expressão vazia. Ela levava a mão até o seu coração, havia algo ali que estava estranho. Virava-se em direção ao senhor mas ele já havia ido embora. Soltava um longo suspiro e seguia o seu caminho.
No corredor do dormitório, um orc andava pelo local e seus passos faziam todo o chão tremer. Ao seu lado, estava a garotinha albina que fitava o horizonte com um semblante neutro. Ela olhava para trás, sentindo um cheiro conhecido e sorria friamente.
- Nossa equipe está completa. As coisas ficarão divertidas à partir de agora... Hihihi.
(...)
Megumi fechava o caderno repleto de anotações, soltando um longo suspiro e jogando a cabeça para trás. Olhou de canto para Houka que era arrastada para um grupo de meninas, ela sorri enquanto conversava com as demais. A demônio estava com uma expressão de desagrado, virando o rosto logo em seguida.
Emily foi uma das primeiras alunas a sair da aula de poções mágicas. Achava essa matéria um pouco entediante e que nada contribuiria para seu treinamento. A jovem correu diretamente para a biblioteca, onde sentou em um canto apoiando o livro no colo. Ela preferia ficar sozinha, ou melhor, tinha que ficar sozinha já que sentia que não fazia parte dali. A denker tinha a sensação de que era uma peça fora do quebra-cabeça, não faria falta à ninguém.
Mesmo que a gente tenha formado um grupo, não consigo sentir nenhum vínculo entre nós. – Pensava apreensiva apertando o livro contra o peito.
Enquanto isso, Houka ria alto sendo puxada por algumas meninas. Elas falavam sobre os garotos mais belos dali.
- O mais belo de todos é o Kazaki Iwamoto! – Uma delas exclama, soltando um suspiro apaixonado. – Aquele olhar e brincos... Nossa, eles acabam comigo!
- Quem? – A rosada questiona confusa.
- Ele ali! – Apontava para o horizonte.
Houka virava o rosto para frente, dando um pulo surpresa ao ver quem era. O rapaz usava sua típica jaqueta de couro, roupa toda preta e seu cabelo tocavam um pouco os ombros. As mechas eram revoltadas e espetadas. A orelha cheia de brincos e um piercing em seu lábio, era perceptível que o físico dele era avantajado por causa dos músculos visíveis mesmo com a camisa. Então, os olhos dourados do rapaz seguiram uma garota que andava pelo corredor.
A silhueta da jovem era coberta por um longo cabelo negro, a cintura fina e o quadril largo. O volume de sua bunda era um pouco visível, apesar de estar de saia. Houka estreitava os olhos tentando identificar quem era, só depois de longos segundos que percebeu.
É a Megumi!
O rapaz, Kazaki Iwamoto, amassou uma bolinha de papel e a jogou contra a cabeça de Megumi. Todos no corredor começaram a rir enquanto a jovem ignorava as humilhações, andando mais rápido. Uma ruiva de cabelos curvos envolvia o braço de Kazaki entre seus seios em um abraço um tanto quanto provocativo. A bruxa observava tudo apreensiva, olhando para as meninas ao seu redor.
- Precisamos fazer algo!
- Hã? Por que eu ajudaria aquela menina? A culpa é dela por ser uma estranha. – Dizia uma das garotas.
- Isso. Ela sempre fica em um canto e não fala com ninguém, pelo menos está servindo de divertimento para nós. – A outra completa.
- Como vocês podem ser tão egoístas? A Megumi-chan não é esse tipo de pes... – Houka começava a falar mas era interrompida.
Slap. O som do tapa ecoou por todo o corredor, Houka e as meninas viraram-se rapidamente em direção à fonte do som. Todos ficaram surpresos ao ver o rosto de Kazaki inclinado para o lado, onde havia uma nítida marca vermelha de cinco dedos. Megumi estava com sua mão suspensa no ar depois de efetuar o tapa e sua expressão não era das melhores.
- EU NUNCA CONHECI UM SER TÃO IDIOTA EM TODA A MINHA VIDA! – Berrava Megumi. – E vocês...! – Apontava para todos no corredor. – Acham isso engraçado? Gastem suas energias para enfrentar seus inimigos ou me tenham como inimiga. E garanto à cada um que a última opção será bastante desvantajosa para vocês.
Bufava alto, claramente irritada e saía do corredor em passos apressados. Houka a observava se afastar com um olhar de admiração, abrindo um sorriso involuntário. As outras meninas ao seu lado ficavam criticando a garota que acabou de berrar para todos ali. A rosada apenas se virou para elas e sorriu gentilmente.
- Desculpe mas eu não suportaria ficar com pessoas como vocês por mais de uma hora. Espero que melhorem um dia. Tchau! – Acenava sorrindo e saía correndo.
A bruxa forçava o máximo possível suas pernas para acompanhá-la até que conseguiu tocar seu ombro. A garota se virou confusa e franzindo o cenho.
- O que foi?
- Nada... Eu só... – Houka dizia ofegante. – Queria te fazer companhia.
- Eu não preci...
- Não! Eu não aceito um "não" como resposta. – A rosada comenta apoiando as mãos na cintura.
- Tudo bem. – Megumi revira os olhos, voltando a andar. – Então, vamos. Não quero me atrasar para a próxima aula.
- Sim! – Houka exclama animada.
A bruxa acompanhava a garota com um largo sorriso de satisfação. A leve brisa que invadia o corredor erguia um pouco seu cabelo preso. Ela fechava os olhos por breves segundos com as mãos juntas atrás das costas.
Talvez, ela seja a minha amiga um dia. – Houka pensava enquanto sua silhueta sumia entre os alunos.
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