Capítulo 21: Quatro caminhos se cruzam (Parte II)
Houve um choque de espada, a lâmina de ambas se colidiram e o som ecoou pela arena. Os alunos ficaram boquiabertos: Megumi apareceu entre as duas garotas e bloqueou o ataque da shinigami. Os olhos de Ririchiyo ficaram fixos nos olhos da jovem, tentando intimidá-la mas era em vão. Raramente demônios se sentem intimidado por algo, somente objetos e locais sagrados. Megumi empurrava lentamente a espada, usando a força da sua raça, para afastar a ceifeira de almas o mais longe possível de Emily. A denker apenas recuava assustada enquanto seus ferimentos se curavam aos poucos.
- Não deveria interferir. – Ririchiyo comenta friamente.
- Não gosto de seres cruéis, não mesmo. – A garota sorria de canto.
Megumi girava o corpo, segurando firmemente a espada e mais uma vez ambas as armas se chocam. O demônio era habilidoso com armas brancas, tentando golpes ora verticais ora horizontais mas a shinigami sempre os defendia com facilidade. A garota, mesmo assim, não hesitou em momento algum e conseguiu afastar Ririchiyo de Emily, deixando a denker em uma distância segura.
- Isso não seria contra as regras? – Houka murmura preocupada.
Os demais estudantes não tiravam os olhos daquela luta inesperada. Kasumi apareceu em um canto escuro da quadra, sem ser notada por ninguém e apenas observava de braços cruzados. Sabia que era um desrespeito às suas regras, porém, no fundo, sabia que esse confronto iria acontecer cedo ou tarde. Sua maior preocupação era: Qual das duas irá vencer? A mulher fechou os olhos, lembrando da noite passada na sua sala.
Flash Back On
- Todos os papéis estão prontos, os alunos já foram selecionados e também seus respectivos dormitórios. – Um empregado falava à diretora. – Porém, temos um problema.
- Qual? – Kasumi questiona, abaixando um papel e revelando o seu olhar frio.
- Temo que haja conflito entre determinados alunos. Como esses aqui: Essa tal Megumi e essa Ririchiyo. Nossos estudos apontam que ambas possuem perfis psicológicos distintos e, segundo nossa equipe de psicólogos, poderá haver combates futuros. Levando em consideração o poder das duas, causará a destruição do colégio.
- Deixe-as lutarem na primeira oportunidade que tiverem. Aquela que perder será expulsa do colégio, assim evitaremos qualquer problema.
- Boa escolha, senhora.
Flash Back Off
Megumi recebia um chute no rosto, recuando alguns metros. Tentava avançar mas a ceifeira de almas sumiu do seu campo de vista. Ela olhou para os lados confusa e sentiu uma presença em suas costas. Nem teve tempo para se virar pois foi atingida na cabeça, cambaleando para os lados tonta. Ririchiyo estava com uma expressão de poucos amigos, segurando o cabo da katana com força. Ela avançou contra o demônio em uma velocidade absurda mas, por sorte, Megumi conseguiu se defender. A briga de lâminas instaurou-se mais uma vez.
- Minha katana deveria cortar qualquer coisa humana. Por que não funciona? – Resmunga a shinigami.
- Simples. – A outra garota sorria, logo chutando com força a barriga da ceifeira e a fazendo recuar com sangue na boca. – Essa arma não foi feita pelos humanos e muito menos no mundo humano.
- Tsc.
Contudo, Ririchiyo não demonstrou nenhum receio em continuar atacando – apesar de que, por dentro, ficou surpresa com essa informação –, então concentrou um pouco da sua energia. Megumi sentiu uma dor pelo corpo e percebeu que ele estava repleto de cortes. O sangue escorria por sua pele, sujando a roupa – que por sorte, havia uniformes reservas – e um baita corte na bochecha, deslocando uma articulação da mandíbula e a deixando totalmente solta. O demônio não podia falar, sua boca balançava de um lado para outro. Megumi apenas consertou a mandíbula e, graças à regeneração, só durou questão de segundos para todo o seu corpo estar de volta ao normal.
- Então, é só is-...
Megumi sentiu o cabo da katana contra sua barriga, cuspindo sangue e caindo de costas no chão, fraca. Ririchiyo havia aparecido em sua frente, quase na velocidade do som e logo subiu em cima da garota caída. Apontava a lâmina da katana sobre o pescoço da oponente. Porém, tudo que Megumi fez foi rir.
- Hum? – A shinigami franze o cenho confusa.
- E agora, vai me matar? Vai arrancar meu pescoço fora? Faça isso! Vai acabar com menos um verme nessa mundo. – Megumi ria com brilho no olhar. Isso fez a ceifeira recuar e sair de cima dela, guardando a katana e dando as costas enquanto andava.
- Eu não mato de graça. – Ririchiyo a olha por cima dos ombros. – Mas não cruze meu caminho novamente, senão irei contra meus princípios sem pensar duas vezes.
E dito isso, a shinigami sai andando sem ao menos olhar para trás. A garota senta no chão acariciando o pescoço e soltando um longo suspiro.
- Você foi incrível, salvou a Emily-chan. Obrigada! – Uma voz meiga dizia atrás da jovem.
- Hã? – Ela olha para trás e vê uma garota de cabelos rosados, fitando-a com um largo sorriso.
(...)
Então, as três – Megumi, Houka e Emily – decidiram ir ao refeitório para conversar. A bruxa não perguntou a raça de Megumi pois pensava que a jovem era uma humana com alguns poderes especiais. A rosada sempre imaginou que demônios tivessem chifres e caudas afiadas, por isso essa opção foi descartada de primeira. Emily não podia comer, dessa forma apenas observou as duas enquanto sorria boba. Um sorriso bobo era uma das características da denker – pelo menos nessa personalidade. Megumi comia yakisoba usando hashis durante a conversa. Na verdade, somente a rosada falava.
- Sou Houka, prazer! – Ela acenava sorrindo.
- Megumi. – Falava com a boca cheia.
- Ahm... Oi, Megumi-chan. – Dizia sem jeito e depois olhava para o lado preocupada. – E se for aquele tipo de delinquente de doramas que bate em garotas indefesas? Depois preciso sair daqui o mais rápido possível. – Pensava mas logo voltava a atenção para Megumi que não parava de comer. Tinha ficado com fome após usar a regeneração nesse nível. – Suponho que aquela garota seja uma shinigami, por causa de seu vínculo com a katana. É típico dessa raça mas não tenho certeza. Isso deve explicar o seu temperamento... Mas será que precisava de tudo aquilo? – Fazia bico indignada. – Bem, vocês devem se perguntar como eu consegui deduzir isso.
- Hum... – Megumi fazia uma cara de quem não se importava nem um pouco mas continuou a comer, prestando atenção. Emily continuava com um sorriso bobo, observando as duas. Queria muito ser amiga delas.
- Eu sempre estudei raças místicas, então entendo um pouco sobre cada uma delas. Infelizmente, são tantas que eu acabo ficando confusa. Sabe, eu sou uma bruxa. – Houka apontava para si mesma com um largo sorriso. – Sabem o que são bruxas, né?
- Oh... – Megumi imaginava a rosada voando numa vassoura e pousando ao lado de um caldeirão, onde experimentava sua sopa de rabo de lagartixa.
- Hum... – Emily apoia a mão no queixo, erguendo o olhar para cima enquanto imaginava a rosada cheia de verrugas no rosto e com os dentes tortos.
- Pois bem, nós bruxas absorvemos as forças da natureza e as usamos em nossos feitiços. - Houka continuava sem ao menor esperar alguma resposta, ela estava animada por ter alguém para conversar. – Cada uma de nós encontramos uma forma de liberar nossos feitiços. Eu consigo liberar usando cartas.
- Woah. – O demônio finge estar surpresa mas, na verdade, estava desapontada porque o yakisoba acabou. Então, sua atenção foi total na bruxa.
- Estou tão animada em estudar aqui! Sinto que posso aprender muito. Ahhhh, o que faço?! Sinto que meu coração vai sair pela boca só de imaginar. – Houka dizia animada, apoiando as mãos na bochecha com um sorriso bobo. – Há uma raça em especial que eu quero aprender mas acho que será difícil. Mesmo assim, acredito que sejam bons apesar do que dizem.
Megumi estava pensativa sobre a sua luta recente, ela odiava perder. Não sabia como podia ficar mais forte sem machucar ninguém, já que sabia o quão difícil seria voltar ao normal depois que perdesse o controle. Ela não queria ser um monstro mas tudo apontava para o contrário. Emily pensava no que faria quando descobrisse quem ela realmente era e quais seus poderes. Sentia algo dentro de si, uma forte energia mas parecia que uma barreira foi feita para não libertá-la. No final das contas, nenhuma das duas prestou atenção no que Houka falava.
- Desculpa, eu não paro de falar. – A bruxa ria sem jeito, apoiando os cotovelos na mesa e sorrindo para as duas. – Falando nisso, você é uma garota de sorte, Megumi-chan.
- Hein?
- Aquela shinigami poderia ter te matado.
- Ela foi uma covarde. – Megumi faz uma leve careta.
- Covarde? Como assim?
- Eu pedi para que ela me matasse mas não fez isso.
- Oi?!
- Sim! Ela pediu! – Emily ergue o braço, exclamando animada como uma criança.
- O QUE VOCÊ FARIA SE ELA DESSE OUVIDOS? – Houka gritava.
- Er... – Megumi ergue o indicador para se explicar mas, só então, percebe o quão idiota foram suas palavras.
- VIU SÓ?! VOCÊ SERIA MORTA NA HORA!
- Acho que ela está certa... – Emily murmura no ouvido do demônio.
Depois dessa conversa pouco produtiva, cada um seguiu para o seu canto. Os alunos assinalam uma papelada que mal leram e foram para os seus quartos. Logo, anoiteceria e andar pelos corredor à noite era proibido.
Megumi arrumava sua cama, sem saber se continuaria naquele colégio no outro dia. Suspirou baixo e viu um ser entrar no quarto. Dois olhos vermelhos a encaravam e a luz da lua refletia a sua pele pálida: Era a Emily.
(...)
- Eu não devia ter chegado tarde, agora os quartos estão cheios. – Houka murmura enquanto arrastava a mala pelo corredor vazio e escuro. – Também errei em passar o resto da tarde na biblioteca lendo sobre demônios.
- A garota aqui gosta de demônios? – Uma voz masculina ecoa pelo local.
- Quem está aí?
Dois rapazes apareciam, um ruivo de olhos verdes e outro azulado de olhos também azuis. Eles usavam o uniforme da escola, haviam saído para passear um pouco.
- Sou Kuroma. – O ruivo se apresenta sorrindo.
- E eu sou Satoru. – O azulado dava uma piscada. – Vimos que está em busca de um quarto. Podemos te ajudar.
- Sério?! – Os olhos de Houka enchem-se de brilho e esperança.
- Sim. – Kuroma responde sorrindo. – Nós somos demônios, por isso vagamos pela noite. É bem mais confortável.
- Woah! Demônios!
Houka não poderia se sentir mais animada, estar perto da raça que sempre admirou. Ela não pensou duas vezes em seguí-los pelo corredor do colégio. Os três acabaram indo para o pátio, a bruxa ficou confusa e sentiu correntes entorno do seu corpo. Começou a se debater mas foi em vão, as correntes eram grossas e resistentes.
- Mas o que...
- Hahaha, garotas são tão burras. – Satoru comenta com um sorriso sádico. – Por isso, amamos abusar delas.
- Hein? Vocês são inccubus? – A rosada questiona confusa.
- Inccubus? Claro que não, apenas fazemos isso por prazer.
- E agora é a sua vez. – Kuroma comenta. – Você é tão fofinha, será divertido acabar com seu corpo.
Todo o corpo de Houka tremeu de medo, sua respiração estava presa enquanto as correntes apertavam com força sua pele. Seus seios eram pressionados de forma bruta, o que ocasionada resmungos de dor. A garota não era resistente à ataques físicos, então só restava usar sua magia. Porém, as mãos ficaram presas e não conseguiu pegar as cartas que estavam grudadas em sua cintura.
Machucam pessoas, abusam de inocentes, causam dor aos outros sem remorso algum. – Houka pensava com algumas lágrimas escorrendo por seus olhos. – Então, é assim que os demônios são? Eu não quero ser esse tipo de monstro, é a pior raça que existe...
Antes mesmo de expressar mais de sua raiva, sentiu duas mãos segurarem firme as correntes e as quebrarem com facilidade. A rosada olhou para trás e viu Megumi, ficando surpresa.
- Megumi! – Exclama abrindo um sorriso.
- Ah, ardeu minha mão. – Megumi assoprava na palma da mão.
- Ei, faça uma entrada épica! – A bruxa franze o cenho.
- Você é sonâmbula? – Emily questiona ao se aproximar.
- Emily? O que faz aqui? Vocês também estão sem quarto?
- Na verdade, estamos no mesmo quarto. Só saímos para passear um pouco. Pois bem, melhor a gente se afastar. – A denker puxava Houka para longe.
- Hã? Por que?
- Porque eles irritaram a Megumi-san.
Megumi corria até os dois rapazes, dando uma sequência perfeita de chutes e socos neles. Kuroma – o ruivo – girava o pé e tentava acertar a cabeça da garota, porém ela se abaixou e deu uma rasteira no garoto azulado, Satoru. Logo, estava de pé mas era recebida com uma rasteira improvisada do ruivo. Acabava caindo no chão e era atacada com socos por ambos. De forma ágil, Megumi ficava de pé e recuava alguns metros pronta para atacar novamente.
- Precisamos fazer algo! – Exclama Houka.
- Eu nem sei o meu poder. – Emily dá nos ombros.
- Então, é minha vez de intervir. Hora de mostrar o poder de uma bruxa!
Houka puxava uma carta, ela tinha o símbolo de um furacão no centro e as bordas eram douradas com alguns traços negros – já que seus poderes foram corrompidos pelo uso de magia negra. A rosada apontava a carta para frente, dando um grito e a carta liberava uma imensa ventania que varria tudo na sua frente. Os dois rapazes foram facilmente levados por ela, girando no céu sem parar. Infelizmente, a garota também estava no meio e foi atingida.
- POR QUE DIABOS EU ESTOU SENDO ATACADA?! – Megumi exclama girando no ar em meio ao furacão.
Quando a ventania parou, todos caíram sentados e a bruxa olhou para os lados assobiando inocentemente. Depois de se recuperar, Megumi encarou os dois rapazes com uma expressão de poucos amigos.
- Olha, eu não tenho nada contra demônios. – A garota diz ao se aproximar em passos lentos. – Mas odeio aqueles que machucam pessoas sem motivo algum.
- Hein? E o que você tem haver com isso? – Kuroma questiona com um sorriso sádico e frio.
- É, uma garotinha como você não deve se meter nesses assuntos. – Concorda Satoru.
Satoru esticava a mão para frente, correntes apareciam da palma de sua mão e envolviam o corpo de Megumi. Eram apertadas e poderiam parar a circulação sanguínea facilmente. A garota permaneceu com o olhar fixo nos dois enquanto abria lentamente os braços, quebrando as correntes. Todos ficaram boquiabertos.
- Ah... – Ela soltava um longo suspiro. – Muito fraco.
- O QUE DIABOS É VOCÊ?! – Questiona Satoru.
- É a minha vez! – Disse Kuroma determinado, juntando ambas as mãos para frente. Chamas normais envolviam o corpo de Megumi e a queimavam viva, sua silhueta ficou oculta por longos segundos.
- Tsc. Sério isso? – Disse Megumi, estalando os dedos e fazendo o fogo sumir em um piscar de olhos. O olhar da jovem era de poucos amigos.
- E-Ela anulou minhas chamas? – O ruivo dava alguns para trás assustado.
- Força sobrenatural, resistência e manipulação de fogo... – Murmurava Houka pensativa, apoiando a mão sobre o queixo.
- Isso está descrito naquele livro da biblioteca. Então, ela é...
- Um demônio! – As duas dizem em uníssono.
- Chega de ser boazinha. – Megumi diz e avançava contra os oponentes em uma fração de segundos, aparecendo na frente dos dois enquanto dava um soco no azulado. No ruivo, ela girava o pé e chutava o rosto dele. Ambos recuavam cuspindo sangue.
As outras garotas encaravam a luta surpresas, essa era a primeira vez que viam algo assim. Demônios são seres reservados, não lutam diante de outras pessoas. Então, elas presenciavam um fenômeno raro.
Antes mesmo que os dois rapazes fizerem algum movimentos, Megumi avançava mais uma vez e desviava de todo e qualquer chute que vinha em sua direção. Jogava o corpo para trás de forma ágil e depois segurava a cabeça de Kuroma, jogando-o contra o corpo de Satoru e fazendo ambos voarem longe por causa da força exercida pela demônio.
- Força sobre-humana, reflexos aperfeiçoados e resistência à chamas... Então, é assim que um demônio age...? – Murmura Houka incrédula.
- Essas são características básicas dessa raça, porém creio que cada demônio tenha sua peculiaridade.
- E que tipo de demônio a Megumi seria...?
- Da linhagem mais nobre. – Emily responde fitando a luta.
Megumi dava um mortal para trás, desviando de uma corrente enquanto seu longo cabelo negro flutuava ao ar.
- Vou finalizar isso! – Ela exclama e suas mãos ficam cobertas por chamas as azuis.
O fogo peculiar ia em alta direção contra os dois demônios e os atingiam em cheio. A resistência dele à chamas era inútil por se tratar de um ser de classe mais alta e com peculiaridades distintas. Então, as chamas se espalhavam por todo o pátio e queimavam algumas árvores.
- Incrível, ela também tem pirocinese. – Emily dizia com um sorriso bobo.
- Sim... – Sussurra a rosada. – Mas... ELA PRECISAVA PÔR FOGO EM TUDO?!
- Ninguém é perfeito, Houka-chan. – A denker comenta dando nos ombros com uma expressão serena.
As luzes dos dormitórios são acessas e era possível ouvir murmúrios dos alunos que acordavam assustados com todo o barulho feito na luta.
- Ih... Vamos ser descobertos. – Murmura a denker.
- Vamos dar o fora daqui, volta para o quarto! – Comenta Megumi segurando a mão de Houka e Emily, saindo apressada de volta para o seu quarto.
- Mas eu não tenho um quarto! – Exclama a bruxa.
- Você poderia ficar no nosso! – Megumi a olha com um largo sorriso. Emily também sorria em concordância com a proposta feita. – O que acha?
- Eu topo! – Dizia Houka animada e seguia os passos das duas garotas que a salvaram.
Em cima do telhado, os olhos cabelos negros de Ririchiyo dançavam ao vento enquanto a garota estava com a mão apoiada sobre o cabo de sua katana. Os olhos azuis dela analisaram cuidadosamente aquela luta e pôde perceber que havia pessoas interessantes ali, pessoas que valia a pena enfrentar e matar para evoluir como guerreira.
- Tsc.
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