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• VINTE E UM • ANDRÉ

Estava me sentindo um ser em estudo diante do escrutínio de meu tio. Enquanto passo através dos canais levianamente, tento ignorar o olhar questionador que tem me lançado desde que cheguei em casa. Sua curiosidade é quase palpável, seguro a vontade de gargalhar alto pois ele se assemelha a uma criança procurando por informações.

Acaricio os pêlos recém lavados de Aquiles, ele ronrona se aconchegando um pouco mais em meu colo, o focinho minúsculo úmido encosta uma vez ou outra em meu braço. Com um pouco de força, ele afofa a quarta almofada colorida que há no sofá. Suspiro baixinho, esfregando meu dedo indicador entre minhas sobrancelhas.

- Pergunte tio!

- Como sabe que tenho uma pergunta a fazer garoto?

- Seus cabelos bagunçados e as almofadas do sofá praticamente diz isso!

- Dormiu com ele? - fito - o intensamente.

- Está parecendo uma velha fofoqueira sabia? - dou de ombros não lhe dando a informação concreta.

- Eu compartilho informações apenas! Maria das Flores me disse que dormiu lá. - aponta simplesmente, como se o fato de estarem falando de minha vida não fosse algum tipo de invasão.

- Vocês dois intrometidos! - digo entre dentes. Ele revira os olhos como um adolescente.

- Como estava dizendo, foi isso que ela me disse. Mas sei que tem mais! Saíram da primeira base?

- Pelo amor de Deus tio! Me recuso a falar sobre isso.

- É sexo André! Todos fazem!

- Sim, mas não estou falando com você sobre isso.

- Sim ou não garoto?

- Não!

- E por que demoram tanto? - o olho pasmo.

Aquiles escolhe esse momento para brincar de pega - pega sobre minhas pernas. Com um olhar distante resolvo mudar de assunto. Não queria falar sobre isso. Pensar que o tive em minhas mãos ontem mas o cavaleiro em mim obrigou - me a parar, o homem que desejo como água em meio ao deserto estava bêbado e triste pela partida do irmão. Não seria justo. Mesmo que eu estivesse ansioso por ter sexo com ele, não queria que fosse um que servisse apenas como conforto ou que o fizesse esquecer da dor momentaneamente.

Quero sentir seu corpo junto ao meu. Quero que ele esteja totalmente focado no que estaríamos fazendo, completamente entregue e que fosse meu, ainda que por algumas horas. Nós não mereciamos um sexo com um fundo frio. Algo mecânico e não prazeroso. Iríamos nos consumir a ambos no sexo que desejo ter com ele.

Um pigarro arranca - me de meus devaneios, me lembro de sua consulta. E que não me disse como foi.

- Como foi sua consulta? Gustavo foi? - me lembro que quase não conversamos sobre. Não tão profundamente.

- Já que não quer falar, tudo bem. Foi bem, seu pai foi comigo sim. Ele estava assustado sabia? Não parava de tremer quando chegamos no consultório. Meu médico até brincou com isso.

- Isso é bom. E o tratamento? Quando começa?

- Semana que vem!

- Irei com você!

- Eu vou precisar, nos fóruns que visito eles dizem que a quimio causa enjôo. -  envolvo seus ombros, abraçando - o de lado. Sua cabeça cai contra meu peito.

Meu peito se aperta em pensar que essa maldita doença pode leva - lo de mim em um piscar de olhos. Como folha sendo levada pelo vento. Esse homem que fez tanto por mim, que assumiu um adolescente problemático cheio de cicatrizes e carente de atenção por dois anos inteiros. Um homem que me amou como a um filho. Sou grato além da conta a ele. Com seu jeito leve de ser odeia que eu o agradeça, mas o faço pois é o que sinto por ele: gratidão pura e simples. Não me imagino em um mundo sem ele. A morte infelizmente é vinda para todos que vivem, mas não suporto a ideia de que um dia ele simplesmente não faça mais parte daqui.

- Vamos ter pizza hoje na janta garoto!

- Quatro queijos por favor!

- Está na lista! - um silêncio cômodo se assenta em nosso meio.

- Não estaremos só nós dois não é?

- Talvez!

- Sim ou não tio?

- Seu pai estará conosco! - uma pontada de ansiedade se instala em meu peito. Cruzo e descruzo minhas pernas sobre a mesinha de centro.

- Ele me viu tio!

- Então?

- Viu minhas cicatrizes!

- Já não era sem tempo!

- Tio...

- Ele não vai te ver de forma diferente garoto! Prometo!

Aceno afirmativamente. Enquanto encontro o canal de esportes, me deixo mergulhar no fatídico dia. Mesmo que tenham se passado tantos anos, as lembranças que permeiam minha mente são tão cruas que machucam. Todo aquele fogo, as pessoas gritando ao lado de fora, o pânico que senti pela segunda ao procura - la pela casa, a certeza de que eu morreria ali, consumido pelo fogo voraz que lambia com fúria cada canto e móvel do nosso apartamento.

E a dor excruciante. Os bombeiros me pedindo calma enquanto eu sentia minha pele se partir em mim mesmo. Meus gritos por alívio e o choro tão dolorido. Minhas semanas no hospital para queimados, as poucas visitas do meu pai, o apoio do meu tio, a relação com quem me deu a vida por um fio. Tudo tão pesado e feio demais.

Ficamos tão distantes que, preferi ir morar com seu irmão a ficar aos cuidados de algum enfermeiro que ele com Rosana certeza contrataria para ficar comigo. Por isso ele nunca sequer viu uma marca daquele dia na minha pele. Até ontem a noite. Me senti tão exposto diante de seu olhar.

- Não vá lá garoto! Novos tempos, novos recomeços.

- Acha que sou injusto com ele?

- Não! Precisa de seu tempo para acomodar as coisas entre vocês. Ele errou em não ser o pai que você precisava? Errou, como todos nós seres humanos erramos. Um fato da vida. Mas ele quer a chance dele e é isso que importa. - engulo em seco pensando em suas palavras. Um tempo depois, digo mansamente algo que fiz questão de guardar para mim mesmo. De esconder a sete chaves como a um segredo de estado.

- Eu gostei de ir pescar com ele.

- Eu sei que sim garoto! Vi em seus olhos.

- Algum dia vou conseguir esconder algo de você?

- Nunca!

- Foi o que pensei!

Perto das oito da noite as pizzas chegavam. Depois de receber o troco do entregador segui até a cozinha com meu pequeno cão arteiro se enroscando entre minhas pernas, clamando por um pouco de atenção. Enquanto meu tio tomava um banho, eu arrumava a mesa para quando meu pai chegasse. O que aconteceria em menos de uma hora. Depois que ele sai do seu quarto vestido com roupas formais, cabelos úmidos e postura relaxada, é a minha vez de me arrumar.

Batem a porta dez minutos depois que estamos sentados no sofá, a programação esportiva sendo exibida mostra o ranking atual no meio das corridas de fórmula um. Aquiles passeia para lá e para cá, sua calda esfregando - se suavemente ente nossas pernas. Enquanto ele exige atenção de nós um pouco de cada vez, me lembro de como ele chegou a minha casa.

Foi três meses antes de ter que deixar Londres. Chovia muito e como era costume de minha parte, eu estava saindo do escritório duas horas depois de ter fechado. Duas esquinas antes de estar em frente ao prédio onde moro, vejo uma minúscula bola encolhida entre uma lata de lixo e um hidrante. Não me atentei a aquilo. Acionei ao alarme e segui meu caminho. Antes que entrasse na portaria, o latido baixo me fez parar abruptamente. Fui até a origem do som e fiquei estático ao ver o pequeno cão trêmulo. O acolhi sem pensar em nada. Muito menos na política contra animais operante no prédio. Duas semanas depois, havia me mudado para uma casa de pequeno porte, levado a pequena bola de energia ao veterinário para tomar as vacinas necessárias e me vi agarrado ao cão mais do que seria saudável.

- Garoto? - sou balançado levemente. Tio Mika está de pé ao lado do sofá. Ombro a ombro a ele, está meu pai e...uma mulher? Sinto minhas sobrancelhas se juntarem em confusão.

- Eu te conheço!? - ela ri baixinho, seus dedos entrelaçados aos do meu pai. Vendo o gesto, engulo em seco. Ergo - me lhe estendendo a mão em cumprimento, que ela retribui prontamente.

- Acho que sim! Trabalho no Otto! - olho atentamente para os cabelos ruivos vivos e encaracolados até a estreita cintura. - A propósito, me chamo Ivana!

- Prazer Ivana! Oh sim! Fui muito bem atendido por você!

- Amo meu trabalho! - suas bochechas se tornam rubras. Sorrio levemente e encaro a Gustavo que me fita intensamente. Na certa esperando por uma explosão que não viria. Não hoje. Não como mais de vinte anos atrás.

- Gustavo!

- Filho, como está?

- Bem! - o silêncio que se segue é denso. Meu pequeno cão late animadamente pedindo colo para a convidada. Ela se separa de meu pai rindo baixinho. Me olha por um instante.

- Posso pega - lo? Ele é tão fofo!

- A vontade! - se esquecendo de todos ao redor, a mulher de estatura mediana, rosto arredondado, nariz afilado e grandes olhos castanhos se rendendo ao charme quase viciante do espertinho. - Vejo que está bem Gustavo! - indico com o queixo em direção a moça.

- Não estava em meus planos me envolver com ninguém...- ergo minha mão parando a enxurrada de palavras que saltam de seus lábios. O rosto torcido no que parece agonia ou medo.

- Pai... não estou te criticando ou algo do tipo. Só é estranho vê - lo tão...- busco as palavras suavemente. - Encantado.

- Não é um simples encanto filho.

- Eu sei! Fico feliz por isso, de verdade! - digo o mais sincero possível.

Temos ou tivemos nossas diferenças. No passado tudo era tão cinza e sem vida. Mesmo com todo o conforto de uma vida frequentando os melhores lugares, comida de boa qualidade, atendimento médico no mais alto nível. Tudo era perfeito que era errado em tantos níveis. Essa busca pelo melhor, custou minha família. Não julgo que trabalha por coisas melhores, longe de mim. Também trabalho para ser o melhor na minha área.

Mas há um limite até onde podemos ir. Meu pai o ultrapassou a custa do nosso bem estar. Ou minha mãe foi fraca demais para não suporta - lo. Seria eu o problema? Reparo em seu rosto atentamente. Os traços firmes praticamente idênticos aos meus, os olhos com pequenas manchas douradas, os cílios claros como a luz do dia, o queixo forte e os cabelos aparados rente ao crânio. O porte igual ao meu, poderíamos passar por irmãos em um dia qualquer na rua.

- Vão beber o que? - olho para o lado, meu tio tem vinho, cerveja e refrigerante sobre a bancada de mármore escuro.

- Um vinho seria bom! - Ivana diz do canto da sala onde está sentada, não importando que esteja de calças jeans escuras, saltos e uma blusa leve da cor branca.

- Vou de cerveja Mika! - acena levemente. Levando as referidas bebidas para a mesa onde as pizzas, pratos, copos e talheres estão. Enfio minhas mãos em meus bolsos procurando o que fazer com elas.

- E você garoto? - dou meu melhor sorriso falso pois ele já sabe a resposta.

- Água!

- Faço um suco para você, o que acha?

- Tio...

- Oh, posso faze - lo se não for incomodo! - a acompanhante do meu pai se materializa ao meu lado. Ela é rápida, tem ansiedade estampada em seu rosto.

- Sem problemas!

O jantar se passou em um clima divertido até. Como não imaginava. Esperava que com a presença de Gustavo eu me fechasse em mim mesmo como acontece às vezes mas foi diferente. Ivana era quem levava a conversa, entre piadas, fatos engraçados e uma risada envolvente. A namorada de meu pai deixou o clima bem mais respirável. A pizza estava uma delícia e fiz questão de dizer para ela dizer a Otto o quão boa estava.  Descobri entre uma garfada e outra que ela é filha do dono do restaurante muito bem requisitado da cidade.

Lavamos a louça suja, tio Mika tinha o aspecto cansado. Depois de muita insistência nossa, ele enfim foi se deitar com Aquiles a tira colo. Com a louça seca, decidimos esticar a conversa até o quintal traseiro. A lua acima de nós resplandecia em sua beleza.

Ivana se sentou no banco artesanal retirando seus saltos, com uma careta desfigurando seu bonito rosto massageia os pés pequenos. Os cabelos antes soltos, estavam em um coque baixo meio solto, meio preso. Estando ombro a ombro com meu pai, somente apreciamos os momentos de silêncio entre nós. Ele ainda tinha sua cerveja e eu uma garrafa com água, o líquido fresco muito necessário para mim agora. Nossa atenção voltada para para o mais novo buraco feito por Aquiles.

- Não o vejo diferente.

- Como? - pisco um tanto perdido pelo surgimento do assunto repentino.

- Quando o vi sem camisa pela primeira vez em anos, não o vejo diferente.

- Não pensava que o fazia.

- Sua reação me disse o contrário filho.

- Só estava nervoso. Apenas.

- Me arrependo de não ter estado lá para você.

Me coloco em silêncio pensando em suas palavras. Olho - o de esguelha vendo - o um tanto tenso, os dedos apertados firmemente ao redor da garrafa de cerveja.

- Gustavo...

- Não, só me deixa falar!

- Tudo bem!

- Não vou dizer que não sabia o que estava fazendo há época. Eu estava bem ciente do que fazia. As saídas depois do horário, as discussões altas horas da noite, as palavras duras ditas para sua mãe. Eu...

- É passado! - digo engasgado com o ar.

- Não, não é! Está aqui, dificultando tudo entre nós. Eu só quero uma chance de fazer o certo filho!

- Só vamos devagar....pai! - digo após um incômodo de silêncio.

- Tudo o que quiser filho!

E no meu íntimo um claro sinal de esperança, insiste em se apoderar de mim.

Só para não perder o ritmo

03/08/19

















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