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• DEZESSETE • ANDRÉ

Afogando - me em dor. Em uma dor que não era minha de todo o caso. Mas a sensação de asfixia estava ali, latente. Era assim que me sentia nesse exato momento. Enquanto Pedrinho seguia uma enfermeira até a sala onde o corpo de Manu estava, eu sentia a dor da perda dessa família em ondas opressoras.

Me sentindo um intruso, enfio minhas mãos em meus bolsos e tentando não me incomodar que ainda tenho suor seco em minha pele da corrida de mais cedo, me afasto para ficar em um canto. Passo por Fellipe que tem os olhos azuis escuros apagados e ele parece nocauteado.

Me lembro do que seu irmão me disse na quinta e mais cedo sobre seu envolvimento com Manu e sinto por ele. Aperto seu ombro esquerdo firmemente ao passar por ele. Ele nem me reconhece, dando de ombros, me deixo cair na parede mais próxima.

Tentando colocar os pensamentos em ordem, sinto o perfume que parece ser de côco antes do seu toque. Pulo por puro instinto, ela ri baixinho e envolve meus ombros o máximo que pode pois sou mais alto que ela.

No silêncio entre nós se passam tanta coisa e ao mesmo tempo nada. Essa mulher que conheço faz pouco tempo mas que me recebeu como um parente próximo quando cheguei a cidade tem o coração tão grande.

- Obrigada por está lá para eles. Por ajuda - los em tudo, isso foi muito legal de sua parte.

- Dona Luana...

- Meu Deus! Não me chama de "dona". Meus ouvidos doem e me sinto velha.

- Ok, Luana...

- Por que não me chama de Lua?

- Oh..eu...

- Tome seu tempo, eu espero pelo "Lua". - dá tapinhas em meu ombro. - Mais uma vez agradeço.

- Não precisa! Faria isso por qualquer um, acredite.

- Sabe, já ouvi essa frase mais de vinte anos atrás.

- Ouviu?

- Sim. E menino, foi interessante! - ela deita a cabeça em meu ombro. Fico rígido feito uma tábua de passar. Ela ri triste, somente mas permanece ali. Rick não está mais a vista assim como Fellipe. Liliane e Luara estão abraçadas.

- Com licença. - uma moça alta, pernas longas, saltos maiores ainda e usando um terninho preto surge diante de nós. Uma prancheta em suas mãos de unhas delgadas.

- Sim! - Luana diz calmamente. Com um sorriso ensaiado, a mulher fixa seus olhos em mim.

- Você é o advogado da família? - seus olhos passeiam vagarosamente através dos meus trajes. Eu também me faço uma auto avaliação e bem, nesse momento não pareço um advogado. Um corredor simples apenas, não um advogado. Dou de ombros.

- Há pouco tempo, meu tio ocupava o lugar anteriormente. Por motivos pessoais, tomei seu lugar. - a mãe de Pedrinho dá um passo para o lado. A mulher que ainda não se apresentou anota algo em sua prancheta. - Desculpe, mas como se chama?

- Ah, perdão! - estica a mão livre em minha direção. A pego levemente. - Me chamo Isabela Mota, assistente social de plantão. Como me foi informado, a mãe da bebê veio a óbito e preciso tomar as devidas decisões a cerca de como ficarão as coisas. Bem como com que família a menina ficará...- um grunhido é ouvido e em um piscar de olhos, uma Luara com os olhos em fendas, enviando adagas até Isabela surge. A mulher Buda parecendo um touro.

- Com licença, mas isso não poderia esperar não sei, até o meio do dia?

- Sinto muito mas quanto mais cedo verificarmos com que família a menina ficará, melhor para a menina.

- Estamos sofrendo se não percebeu e se você tivesse um pouco mais de respeito pela dor alheia, esperaria algumas horas para aparecer com sua maldita prancheta! O que acha? - termina aos gritos, gesticulando agressivamente. A mulher estava enfurecida, Isabela tinhas os olhos enormes e pálida feito um papel.

- Lu...

- Me deixa Lili! Estou... puta porra! Com tudo! As pessoas não deveriam morrer. Pessoas boas não deveriam morrer. - diz com uma dor tão profunda e enraizada que por um instante, penso que ela não está falando só de Manuela. - Gostava da loirinha cara! - Lili nos dá um olhar de desculpas enquanto leva sua companheira para a lanchonete.

- Eu sinto muito. - Isabela tem as bochechas vermelhas. Seguro seu cotovelo, lhe oferecendo meu sorriso treinado.

- Não sinta. Está fazendo seu trabalho. Assim como vou fazer o meu. Se importaria de esperar uma hora no máximo? Preciso ir em casa tomar um banho e trocar de roupas. Assim poderemos ver como tudo fica?

- Meu turno já acabou. Mas aguardo sim. Assim que chegar, estarei lhe aguardando na minha sala. Uma das enfermeiras pode leva - lo até lá.  - sem mais palavras, se despede de nós.

- André...

- Sim Luana!

- O que acontece se essa bebê não tiver família? Quais as chances...

- Tudo isso poderemos ver com tranquilidade pode ser?

- Tudo bem!

Sem que eu espere, beija meu rosto, deixa um tapinha em meu ombro e se vai. Olho mais uma vez para as portas por onde Pedrinho entrou já faz alguns minutos e me viro para sair, indo para casa, tomar um banho mais do que merecido e agir como o advogado da família. Pois Manuela era no fim de tudo da família, certo? Ou assim era tratada por essas pessoas tão abertamente apaixonadas pela vida.

Estou destravando meu carro quando outro estaciona bem ao meu lado. Ainda concentrado em entrar e me colocar no caminho direto para minha casa o mais rápido que consigo, pulo no meu lugar quando uma mão pousa em minhas costas. Uma risada viva e crua corta o ar leve da manhã.

- Foda - se tio. Me assustou!

- Essa era a intenção garoto!

- Está tudo bem com o senhor? O que faz aqui?

- Por que o fato de eu estar em um hospital lhe dá o pensamento de que estou doente? - ergue sua sobrancelha rala. Os olhos verdes azulados astutos sobre mim. Cruzo meus braços firmemente.

- Por que está com câncer que tal?

- E precisa me lembrar disso a todo o tempo garoto?

- Não queria mas....

- Eu sei. Sou impossível! - pisca - me um olho. A pasta preta em suas mãos me chama a atenção.

- Agora é sério tio. O que faz aqui?

- Estou a trabalho!

- Não entendi!

- E não precisa! - suspira quando começa a caminhar em direção ao hospital. Pisco algumas vezes e vou atrás dele. Seguro seu braço sem exercer força.

- Tio...

- Só vem comigo garoto! As coisas estão prestes a ficar interessantes.

- Como?

- Ou vem ou fica? Decida - se!

Resmungo baixinho arrancando mais uma leva de gargalhadas altas dele. De volta ao lugar onde anteriormente estava, meus olhos procuraram por ele. Não o encontro no entanto. Meu tio diz algumas palavras de conforto para a família Bianco e logo segue em direção ao posto de enfermagem. Lá se inteira de onde fica a sala da assistente social. Depois de uma batida, um "entre" é dito suavemente a partir da sala e logo estamos lá. Ela nos indica as duas cadeiras dispostas em frente a sua mesa de tamanho médio, sobre ela há fotos do que penso ser de seus familiares, muitos papéis e um computador. Retirando os óculos redondos de armação azul, sorri polidamente.

- Bom dia! Me chamo Mikael Lins, advogado da família Bianco. - recebo um olhar questionador por parte da moça. Pigarreio levemente, dedos cruzados com minhas coxas. - Oh, esse é meu sobrinho. Está a frente do meu escritório por enquanto, mas nesse caso quem estará a frente de tudo será eu.

- Tudo bem. Sabe me informar se a mãe da bebê tem família? Alguém para quem possamos  ligar e informar o ocorrido?

- Sim, há! Aqui está o contato deles. Assim como toda uma documentação que a própria Manuela se dispôs a deixar em meu poder, no caso de uma situação como essa viesse acontecer.

Fico pasmo quando meu tio diz o nome e sobrenome dos pais de Manu. Simplesmente são um dos melhores juízes do Brasil. Na verdade, pelo que li em uma matéria feita sobre a família deles alguns anos antes, eles seguem essa linha de trabalhar com leis. Então há desde advogados até desembargadores. Além do fato de terem muito poder aquisitivo. Me pergunto o que ela, que nasceu em berço de ouro, fazia aqui? Grávida e sozinha.

- Se me dão licença, vou fazer algumas ligações. - tio Mika lhe entrega os documentos e assim deixamos a sala.

Como se fosse marcado em um relógio, no mesmo instante que chegamos a recepção, Pedrinho surge com uma aparência fantasmagórica. Os olhos azuis escuros estão opacos pela dor, postura derrotada e algumas lágrimas molham seu rosto, Lua o encontra em meio ao caminho, envolvendo - o fortemente em um abraço que meu corpo clamou para sentir. Um abraço de amor e conforto. O tipo de abraço que lhe cola todos os seus cacos espalhados pelo chão.

- E a vi mãe! E... é tão bonita!

- Manu?

- Também. Ela parece estar dormindo sabe? - tira algumas mechas de cabelo que lhe caíram no rosto. - A tranquilidade no rosto dela é aterradora. Eu ainda estou com raiva por ter me deixado aqui. Mas ela parece estar tão tranquila...- um meio choro corta suas palavras. Aperto minhas mãos em punhos dando um passo para frente louco para abraça - lo. Me contenho, eu não posso invadir seu momento.

- Ela te adorava você sabe sim?

- Eu sei! Amava ela. E tem a Antonella. Mãe...que pessoa minúscula tão linda. Ela é tão pequena que teria medo de pega e lhe machucar. Só que aqueles fios...- seu corpo estremece levemente como se estivesse com frio ou a idéia que lhe passou fosse assustadora.

- Calma meu filho!

- E se ela não sobreviver?

- Vai dar tudo certo garoto!

- Tio Mika! - ele se abraçam. Beijando seus cabelos, meu tio o deixa ir momentos depois.

- A bebê vai ficar bem. Vai ver. Agora trate de colocar um sorriso nesse seu rosto, você terá uma grata surpresa.

- A família dela! Meu Deus, alguém avisou a eles?

- A assistente social está fazendo isso agora mesmo. - sua atenção se fixa em mim.

- Pensei que tinha ido embora!

- Quer que eu vá? - prendo minha respiração esperando por sua resposta. O que é insano. Não temos nada.

- Claro que não! Suas conversas me mantém são.

- André conversando? Que milagre é esse? - reviro meus olhos com o comentário um tanto sarcástico do meu tio.

- Ok, talvez apenas eu fale. Mas está valendo.

- Sim, está!

[....]

"Não temos nenhuma filha!"

"Não vamos ficar com a menina."

As frases que fluiram dos lábios de Isabel há horas flutuam por minha mente como se em ondas. A indignação que ela demostrou ante a frieza por parte da família de Manu era palpável através do tom avermelhado de seu rosto redondo, ela estava com raiva assim como todos nós. Antonella é uma bebê indefesa, não tem culpa de ter nascido ou do mundo estar mergulhado em maldade pura.

Depois disso tio Mika chamou Pedrinho até uma sala que o hospital cedeu para que pudesse conversar a sós com ele, a assistente social informou que iria dar prosseguimento aos trâmites legais. Se meu possível sexo casual/ futuro amigo estava atordoado quanto a morte prematura de sua protegida, depois de receber o possível presente que tio Mika mencionou assim que chegou, ele parecia quase em pânico. Por isso estou aqui com ele enrolado em meus braços.

Eu não disse nada. Somente o abracei quando ele saiu daquela sala e veio diretamente para mim. Eu não tinha que estar aqui, com meus braços ao seu redor e muito menos cedendo meu ombro para seu conforto. No entanto, quando seus olhos atormentados e perdidos se fixaram em mim, perdi uma batalha que nem sabia estar acontecendo dentro de mim.

- Você sabia?

- Hum...- volto a realidade ao ouvir sua voz baixa.

- Dos documentos? Da intenção dela em deixa - la comigo? - esfrega rudemente o rosto, sombras escuras se amontoam sob seus olhos. - Eu não sei trocar uma fralda meu Deus! E tem o Dudu. Vai influenciar no processo de adoção dele? E se a menina ainda assim for para um abrigo? Manu nunca me perdoaria, ela não queria estar em um pois foi no anterior que a feriram daquela forma. - funga baixinho, sem me conter agarro seus ombros. Vagarosamente ergo seu queixo com meu dedo indicador, lágrimas abundantes caem por seus olhos. Fixo minha atenção nas linhas que formam seus lábios antes avermelhados, agora pálidos. Eu quero beija - lo, desesperadamente. Minha boca se enche d'água, como se eu estivesse ansioso pela água da fonte mais pura. Pisco algumas vezes afastando esses pensamentos de mim. Ele está de luto, forço minha mente a se lembrar disso.

- Não sabia mas desconfiava.

- Por que?

- Ela foi até o escritório pela manhã. Parecia nervosa. Estranhei pois precisava de repouso pelo que me lembro. Ela me fez algumas perguntas mas acho que ela já pensava que...- fiz uma pausa olhando por sobre seu ombro por instantes. - Não iria resistir. Os documentos que tio Mika apresentou parecem ter um tempo.

- Por que não me contou que ela foi te ver?

- Não tive a oportunidade eu acho.

- Acho que tenho dois filhos agora.

- É o que parece! - impulsionado por uma necessidade quase insana, olhei fixamente seus belos lábios, me aproximo lentamente dele, vejo - o engolir em seco umidecendo os lábios rapidamente. Com menos de dois centímetros de distância entre nossos rostos, nossas respirações se misturando, desvio no último momento, beijando sua testa demorando - me ali por um tempo.

Um tempo que aproveitei como se fosse a última vez que faria tal ato.


Sem revisão gente. Espero realmente que gostem!!!

01/08/2019









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