Vivendo E Aprendendo - Parte 3
Entro na sala que Vanessa mandou preparar para Samanta. É um local pequeno, porém muito aconchegante. Samanta está dormindo sob o teclado do computador.
Agora que estou reparando, ela é muito bonita. Hoje ela não está com uma blusa maior do que ela o que faz com que seja perceptível o seu corpo delineado.
Me aproximo e sento em uma cadeira perto dela. Não quero acordá-la por enquanto.
Quando vou pegar meu celular que está no bolso da calça, deixo meu distintivo cair no chão. Quando vou me abaixar para pegar a cadeira rodopia e acaba revirando me fazendo cair no chão.
— Aaaai. — Digo quando minha bunda bate no chão.
Quando olho para cima vejo um par de olhos me fitando e um rosto com uma expressão engraçada.
— Você realmente não leva nenhum jeito pra ser um 'tira'. — Ela abre um sorriso enquanto me estende a mão direita.
— Ainda estou aprendendo. — Retribuo o sorriso — Acho que ainda não fomos apresentados corretamente. Eu me chamo Rafael, muito prazer. — Estendo minha mão direita, agora com a intenção de cumprimentá-la.
— O prazer é todo meu! Eu me chamo Samanta, mas pode me chamar de Falcão. E obrigada por me cumprimentar. Desde que cheguei aqui, todos ignoram minha mão estendida. Você foi o primeiro que me estendeu a mão, até antes de eu mesma o fazer.
Seu sorriso é angelical. Seus dentes são muito brancos, o que demonstra que ela é uma nerd bem vaidosa.
Acho que eu estava certo quando senti que ela não faz mal a ninguém...
— Como foi a missão? A delegada já voltou?
— Bem, a missão ainda está acontecendo. E não, Vanessa ainda não voltou. Na verdade ela não vai voltar hoje. Ela ficou infiltrada no covil.
— O quê? Vocês deixaram ela sozinha lá? — Ela disse espantada e um pouco irritada.
— Fica tranquila, está tudo sob controle. Vanessa quis ficar. E ela lhe atribuiu uma missão.
— Diga. Se ela pediu, farei com prazer.
— O rastreador ficou com ela. Ela vai tentar colocá-lo no telefone de Picolé antes dele sair amanhã para a entrega das drogas.
— Rastreador é fácil. Se ela conseguir implantar o chip, estarei dentro em alguns segundos.
— Maravilha. Então poderemos descansar um pouco.
— Realmente, esses dias têm sido intensos. É uma missão atrás da outra.
— Sim. Nem deu tempo da gente se acomodar direito...
Ficamos conversando por algumas horas sobre diversas coisas. Ela por fim me contou como conheceu Vanessa.
— Então ela conseguiu te encontrar seguindo pistas onlines que o amigo hacker dela encontrou? Cara, Vanessa é muito esperta. Nada melhor que usar um hacker para capturar outro hacker.
Depois de um tempo acabamos dormindo.
***
— Os pombinhos já podem acordar. — Antônio diz nos cutucando — Vanessa já ligou dizendo que conseguiu introduzir o chip no celular de Picolé e já pulou fora de lá.
Damos um pulo.
Falcão imediatamente liga o monitor e rastreia o celular. O chip também permitia acessar algumas informações importantes do aparelho.
Antônio e eu fomos nos encontrar com o agente William. Ele é o responsável pelo departamento que cuida de narcotráfico.
— Rapazes e moças, estejam atentos. Eles estão fortemente armados. Vanessa disse que quando saiu eles estavam fazendo o carregamento das armas.
Após dar as instruções, seguimos pelo caminho que Falcão ia indicando.
Vanessa disse que estava os seguindo também.
***
Quando Falcão nos avisou que eles pararam — o que significa que chegaram no local de entrega — o agente William elaborou um plano para que todo o local ficassem cercado.
Devido a proporção da missão, alguns agentes da BOPE estavam presentes. E se não estou maluco, acho que vi um atirador de elite posicionado em um dos prédios abandonados.
O cenário escolhido é um condomínio abandonado.
"Agentes, estão na escuta?"
— Sim, pode falar Vanessa. — Agente William respondeu.
"São vinte homens e três adolescentes. Todos com metralhadora."
— OK. Qual sua localização?
"Estou a dez metros do local. Eu segui a pé para não deixar suspeita. O irmão dele já está aqui."
— Fique alerta. Já estamos indo invadir.
Ela desligou.
Sutilmente nos aproximamos. Todos fortemente fardados — dessa vez garanti meu colete a prova de balas.
Em questão de segundos os carros estavam cercando o local. Usando um megafone o Agente William disse:
— RENDAM-SE! A casa caiu.
Os homens tentaram fugir, mas a equipe os parou. Alguns atiraram, mas acabaram sendo atingidos também.
Olho para o lado e não vejo Picolé. Ele deve estar tentando escapar.
Corro para dentro e escuto vozes.
"Você acha que uma mulher pode me parar? Você está com uma 38 e eu com uma metralhadora. É praticamente um gigante contra um anão."
"Não se esqueça que Davi ganhou o Golias..."
Me aproximo mais e vejo que Picolé está com a metralhadora apontada para Vanessa e ela, ridiculamente, o encarando com sua minúscula 38.
Mas essa mulher é muito louca mesmo!
Talvez seja por ela ser mulher, mas ele prefere abaixar a arma e se entregar.
Vanessa se aproxima lentamente para algema-lo, ainda com a arma apontada. Quando ela chega mais perto, e abaixa a arma por um segundo ele lhe dá uma rasteira.
Ela não deixa barato, se lança para cima dele e lhe dá um soco. Ele desvia e tenta acertá-la, mas ela também desvia.
Ela consegue acertar um soco no estômago dele e em seguida dá um giro e acerta o pé no rosto do garoto, o que faz ele cair.
"Você é durona."
Ele se lança pra cima dela e a derruba no chão. E quando eu corro para ajudá-la ele se levanta e põe uma faca no pescoço dela.
— Se você se aproximar eu rasgo o pescoço dela.
— Tudo bem, calma...
Dou três passos para trás.
"Entrete ele..."
A voz que surgiu no ponto era de Martin. Olhei rapidamente para os lados e o vi por trás de uma das paredes. Quando olhei do outro lado, vi Douglas e Antônio.
Essa equipe é realmente sensacional.
— Cara, vamos com calma. O que você quer?
— SÓ QUERO SAIR DAQUI! SE ME AJUDAR A SAIR EU NÃO MACHUCO ELA.
— Tudo bem. Posso fazer isso para você.
Vanessa olhou para mim e tentou dizer algo, apenas mexendo os lábios.
Na primeira tentativa eu não entendi. Ela repetiu.
"Vou acertá-lo agora. Se prepare."
Assim como ela me ensinou, pisquei duas vezes seguidas, simbolizando um 'sim'.
Pus as mãos no bolso — como não sou burro deixei um spray de pimenta nele — e antes que ele pudesse se tocar eu retirei do meu bolso e o espirrei em seus olhos, Vanessa rapidamente segurou o braço dele para que nenhum acidente acontecesse.
Ele a empurrou e continuou gritando devido a ardência nos olhos. Ele começou a girar a faca para todos os lados.
Sem muita dificuldade, Douglas e Martin conseguiram neutralizá-lo.
Por fim, tivemos mais uma missão bem sucedida.
— Obrigada, você me salvou dessa vez. Seja bem vindo a essa equipe... — Pela primeira vez, ela me estendeu a mão...
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Aê! 👏👏👏👏👏 Até que enfim Rafael está se entrosando. ❤ Meu menino está crescendo...
A Vanessa sentiu na pela o que é ser uma refém quando não se tem intenção. Talvez agora ela amoleça um pouco esse coração de Gelo.
Obrigada por ter chegado ao final de mais um capítulo!
Se gostou, deixe seu voto e comentário.
Até a próxima. ❤🌼
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