Capitulo Trinta e Quatro(final)
Michael Gutierrez:
Nossa festa de casamento estava simplesmente encantadora. O jardim, adornado com flores delicadas e luzes cintilantes, parecia brilhar com a mesma intensidade do amor que compartilhávamos. As crianças corriam de um lado para o outro, suas risadas ecoando como sinfonia pura de alegria, misturando-se ao som suave da música que flutuava no ar.
Senti os dedos de Allan entrelaçados aos meus, o toque caloroso e suave me lembrando de cada momento que nos trouxe até aqui. Ele olhou para mim com um sorriso terno e, com delicadeza, levou minha mão até os lábios. O beijo que ele depositou em meus dedos foi especialmente doce quando seus lábios tocaram o dedo onde estava nossa aliança.
Era como se, naquele instante, ele estivesse reafirmando cada promessa que fizemos um ao outro, cada palavra dita naquele altar. Meu coração bateu mais forte, preenchido por uma emoção que mal conseguia descrever, como se tudo ao nosso redor desaparecesse e restasse apenas nós dois, unidos em um amor profundo e imortal.
Fernando veio correndo em minha direção, os pequenos pés rápidos como se quisesse alcançar o mundo. Nos últimos dias, a assistente social havia permitido que ele ficasse comigo como seu responsável legal, e aquele simples gesto já era uma imensa mudança em nossas vidas.
— Tio Michael! — ele exclamou com a voz suave e animada, e foi impossível não sorrir ao vê-lo. Notei que ele segurava alguns docinhos, os dedinhos sujos de açúcar e seu sorriso iluminando o rosto. Ele se aproximou, estendendo a mãozinha em minha direção com toda a pureza que só uma criança pode expressar. — Isso é para você e o tio Allan.
Meu coração se aqueceu ao ver a doçura no gesto de Fernando. Aquele pequeno presente, tão simples, carregava consigo uma ternura que me comovia profundamente. Aquele menino estava começando a se sentir parte de nossa família, e momentos como esse faziam cada desafio valer a pena.
Eu me abaixei até a altura de Fernando, sentindo a leve brisa acariciar meu rosto enquanto o sol aquecia suavemente o ambiente ao nosso redor. Peguei o docinho que ele me oferecia com tanto carinho e dei um sorriso genuíno.
— Obrigado, Fernando. — Minha voz saiu suave, quase emocionada, e não pude evitar dar uma leve bagunçada em seu cabelo. — Você é muito gentil, sabia?
Ele sorriu, orgulhoso, como se aquele simples gesto fosse um grande feito. Era incrível como, em tão pouco tempo, Fernando já tinha encontrado seu espaço em nossas vidas, trazendo uma luz e uma inocência que me faziam acreditar que estávamos no caminho certo.
Allan apareceu ao meu lado, se aproximando com aquele sorriso que sempre trazia paz ao meu coração. Ele se abaixou também, olhando para Fernando com o mesmo carinho.
— O que temos aqui? — Allan perguntou, sua voz calma e acolhedora.
— Docinhos pra você e o tio Michael! — Fernando repetiu, com um entusiasmo ainda maior, entregando o segundo doce a Allan.
Allan aceitou o presente com gratidão, levando a pequena mão de Fernando à boca para dar um beijo afetuoso em seus dedos, do mesmo jeito que fazia comigo. Era um gesto simples, mas cheio de significado. Ele estava nos dizendo que Fernando fazia parte de nós, da nossa família.
Eu olhei para Allan, nossos olhos se encontrando por um breve momento. Havia tanto amor ali, em cada troca de olhar, em cada sorriso compartilhado. Era como se estivéssemos construindo algo sólido, algo que duraria para sempre.
— Obrigado, campeão — Allan disse a Fernando, que agora parecia mais radiante do que nunca.
Fernando deu uma risadinha e correu novamente pelo jardim, voltando para as brincadeiras de criança, deixando-nos ali, assistindo enquanto a luz do final de tarde começava a tingir o céu de tons alaranjados.
Eu me virei para Allan, observando cada detalhe daquele momento. Senti o calor de sua mão tocar a minha, e ali, em meio à simplicidade daquele instante, percebi que havíamos encontrado a nossa própria definição de felicidade. Não era apenas o futuro que construíamos, mas também o presente que vivíamos, cercado de amor e pequenos gestos que faziam tudo valer a pena.
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A música suave começou a tocar, e as luzes ao redor da pista de dança suavizaram, criando um ambiente mágico. O murmúrio dos convidados diminuiu quando Allan e eu trocamos um olhar cúmplice. Mesmo antes de nos movermos, eu já sabia o que ele estava pensando. Aquele era o nosso momento, a dança que havíamos imaginado tantas vezes.
Eu me aproximei de Allan, que estava na cadeira de rodas, e ele sorriu para mim de um jeito que fez meu coração acelerar. Ele estendeu a mão, e eu a segurei com carinho, sentindo a familiaridade daquele toque, mas também a eletricidade de algo novo, algo especial.
Com uma delicadeza que só ele tinha, Allan fez um leve movimento com a cadeira, e eu me posicionei ao lado dele, segurando sua mão enquanto me abaixava um pouco, como se estivesse conduzindo nossa própria dança. Não importava que ele estivesse sentado; a conexão entre nós, a sintonia perfeita de nossos corações, fazia aquela dança única, só nossa.
As luzes ao redor pareciam desaparecer, e a música era um sussurro distante. O mundo inteiro parecia ter parado naquele momento, enquanto eu e Allan nos movíamos juntos. Minha mão deslizava por seus ombros, enquanto ele me guiava de uma forma sutil e íntima, o sorriso constante em seus lábios me dizendo que aquele era o melhor momento de sua vida, tanto quanto era o meu.
Aproximei-me ainda mais, até que nossas testas se encostassem, o calor de sua pele se misturando ao meu. — Eu te amo — sussurrei, minha voz quase embargada pela emoção que crescia no peito.
Allan apertou minha mão com mais firmeza, seus olhos brilhando sob as luzes suaves da festa. — Eu também te amo — respondeu ele, sua voz profunda e cheia de sentimento. E ali, naquele instante, não havia cadeiras, não havia limitações, apenas nós dois, movidos pelo amor que nos conectava tão profundamente.
Os convidados nos observavam em silêncio, alguns com lágrimas nos olhos, emocionados com a pureza do momento. Mas, para mim e Allan, não havia plateia, não havia distrações. Apenas o ritmo suave da música e a certeza de que, juntos, podíamos superar qualquer coisa.
No final da música, Allan puxou minha mão mais uma vez, e nossos lábios se encontraram em um beijo suave, selando aquele momento como um dos mais importantes de nossas vidas. Aplausos e gritos de alegria encheram o ar ao nosso redor, mas tudo que eu podia sentir era o coração de Allan batendo em sintonia com o meu.
A nossa dança, aquela que pensávamos ser impossível, se transformou no símbolo do nosso amor — forte, cheio de vida, e capaz de quebrar qualquer barreira.
Quando o beijo se desfez, ficamos ali, com os rostos ainda próximos, respirando o mesmo ar, como se o mundo girasse mais devagar para nos dar mais tempo naquele instante. Allan acariciou minha mão, seus dedos desenhando círculos suaves na minha pele, enquanto seus olhos brilhavam com uma intensidade que só ele tinha.
— Sabe... — ele começou, com a voz baixa, como se não quisesse quebrar a magia daquele momento. — Eu nunca imaginei que viveria algo assim, Michael. Às vezes, achava que talvez o amor não fosse feito para mim, que eu não teria a chance de sentir algo tão forte, tão verdadeiro.
Segurei seu rosto com delicadeza, traçando a linha suave de seu maxilar com o polegar. — Allan, eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter você ao meu lado. A cada momento, a cada sorriso seu, eu me apaixono de novo. Não importa o que aconteça, você é o meu tudo.
Allan sorriu, mas dessa vez seus olhos estavam levemente marejados. Ele olhou para mim com uma vulnerabilidade que raramente deixava transparecer, o que só tornava tudo ainda mais precioso.
— Você me faz sentir completo, Michael. Eu sei que às vezes o mundo pode parecer duro, mas com você... — Allan fez uma pausa, sua voz embargada pela emoção. — Com você, tudo parece possível. Até dançar no meio de uma festa de casamento e esquecer que estou numa cadeira de rodas. Eu danço com o coração quando estou com você.
As palavras dele me atingiram fundo, e senti as lágrimas se formarem nos meus próprios olhos. Não era apenas o que ele dizia, mas o jeito como dizia, como se cada sílaba fosse uma promessa de amor eterno.
— Você nunca está limitado, Allan. Nunca. Nem por um segundo. Quando estou com você, é como se o mundo inteiro se ampliasse, como se cada barreira desaparecesse. — Inclinei-me um pouco mais, os lábios roçando os dele enquanto sussurrava. — E dançar com você... foi o momento mais incrível da minha vida.
Ele sorriu novamente, um sorriso suave e cheio de amor. — Nós ainda vamos ter muitos momentos incríveis, Michael. Prometo a você, cada um melhor que o outro.
A música havia mudado, agora tocava uma melodia suave e lenta, e senti o desejo de prolongar aquele instante. Desci meu rosto até o dele, nossas testas tocando suavemente enquanto sussurrava:
— Quero dançar com você em todas as vidas, Allan. Quero passar por cada desafio, cada momento, ao seu lado. Você é meu sempre.
Allan soltou um riso baixo, cheio de emoção.
— Eu sou seu, Michael. Sempre fui. Mesmo antes de saber. Agora, mais do que nunca, sou seu para todas as danças, todas as batalhas, e cada novo começo.
O som dos aplausos ao nosso redor se intensificou, e eu soube que esse era só o início da nossa jornada juntos. Com um último beijo na testa de Allan, senti no fundo do coração que, com ele, tudo seria possível.
— Também quero te dizer que... quero passar todos os meus dias com você e com o Fernando — falei, minha voz tremendo de leve, tomada pela emoção. Peguei a mão de Allan, sentindo o calor familiar de seus dedos, e a levei até minha barriga, onde deixei que descansasse suavemente. — E com o nosso futuro bebê.
Por um momento, o mundo parou. Allan me olhou, completamente surpreso, como se precisasse de alguns segundos para processar o que eu acabara de dizer. Seus olhos se arregalaram, e eu pude ver o turbilhão de emoções passando por eles — choque, incredulidade, e depois algo ainda mais profundo.
Ele abriu um sorriso, o tipo de sorriso que ilumina tudo ao redor, e seus olhos começaram a brilhar com lágrimas que ele não conseguiu segurar. Allan levou a outra mão ao rosto, como se precisasse se certificar de que aquilo era real, que ele não estava sonhando.
— Um bebê... — ele murmurou, sua voz embargada pela felicidade. — Vamos ter um bebê?
Eu apenas assenti, sentindo minhas próprias lágrimas começarem a se formar. Ele apertou minha mão contra minha barriga, e, pela primeira vez, vi Allan completamente emocionado, vulnerável, mas irradiando alegria.
— Michael... — Ele disse, sua voz quase falhando de tanta emoção. — Eu... nem sei o que dizer. Isso é... maravilhos. Eu nunca imaginei que seria tão feliz assim.
Ele me puxou para mais perto, seus braços envolvendo-me da melhor forma que podia, e nos abraçamos ali, no meio da pista de dança, com as luzes brilhando ao nosso redor como estrelas. As lágrimas escorriam pelo rosto dele, mas Allan não parava de sorrir.
— Eu prometo — ele disse, com a voz embargada e cheia de amor. — Vou ser o melhor pai para o nosso bebê, o melhor companheiro para você. Eu vou amar cada parte dessa nossa nova jornada, cada segundo com vocês.
Senti um calor imenso dentro de mim, como se o amor dele me envolvesse por completo, e naquele instante, tudo parecia perfeito.
Nós ficamos ali, no centro da pista, com a música suave preenchendo o espaço ao nosso redor, como uma melodia de fundo para aquele momento inesquecível. Allan ainda estava com a mão sobre minha barriga, seu sorriso parecia não querer se desfazer, e eu também não conseguia parar de sorrir.
Os convidados começaram a perceber a emoção entre nós e, aos poucos, o burburinho alegre da festa se transformou em aplausos e exclamações de felicidade. A notícia, embora ainda só nossa, já transbordava pelos olhares, pelos gestos, e por aquele vínculo tão profundo que agora compartilhávamos.
Fernando, sempre atento, correu novamente em nossa direção. Parou bem na nossa frente, com os olhos brilhando de curiosidade.
— O que aconteceu, tio Michael? — ele perguntou, com sua vozinha cheia de inocência.
Eu me abaixei, ainda segurando a mão de Allan, e acariciei o rosto de Fernando com carinho. — Fernando, você vai ganhar um irmãozinho — falei, com a voz suave, cheia de amor.
O rostinho de Fernando se iluminou, os olhos dele se arregalaram de surpresa e, antes que eu pudesse dizer qualquer outra coisa, ele se jogou em nossos braços, nos abraçando com toda a força que podia.
— Um irmãozinho! — ele gritou, rindo e pulando de alegria. — Eu vou ter um irmãozinho!
Eu e Allan trocamos um olhar, ambos emocionados pela alegria de Fernando. Era como se cada peça do quebra-cabeça das nossas vidas estivesse finalmente no lugar certo, e aquele era apenas o começo de algo ainda maior, mais bonito.
Levantei-me com Fernando ainda nos abraçando, e Allan, com um sorriso enorme, apertou nossas mãos. Eu me inclinei e beijei Allan de leve, sentindo a promessa de nosso futuro brilhar em cada toque, em cada olhar.
— Nós somos uma família agora — Allan disse suavemente, olhando para Fernando e depois para mim. — E eu não poderia estar mais feliz.
— Nem eu — respondi, com o coração transbordando de gratidão e amor.
Com Fernando ao nosso lado, nossas mãos entrelaçadas, e a certeza de que o futuro seria cheio de aventuras, desafios e, acima de tudo, amor, sabíamos que estávamos prontos para o que viesse. Nosso casamento, nosso bebê, nossa família — tudo começava ali, naquele momento mágico, envolvido pela luz suave da festa e pelo som das batidas dos nossos corações, em perfeita harmonia.
O amor havia nos trazido até ali, e ele continuaria a nos guiar, sempre.
Logo após o abraço de Fernando, o restante dos convidados se aproximou, nos cercando com sorrisos calorosos e palavras cheias de carinho. A alegria era palpável no ar, e a felicidade deles apenas amplificava a nossa.
Os filhos de Allan, Calvin e Percy, vieram até nós primeiro, com grandes sorrisos estampados no rosto. Calvin foi o primeiro a me abraçar, e senti a força e o afeto sincero no gesto. Ele, que sempre foi um pouco mais reservado, parecia tão emocionado quanto nós.
— Parabéns, Michael — ele disse, a voz baixa, mas cheia de sentimento. — Vocês merecem tudo isso. Eu estou muito feliz por vocês.
Antes que eu pudesse responder, Percy me envolveu em um abraço igualmente forte, seguido por um sorriso contagiante.
— Vou ter um irmão mais novo de novo! — Percy exclamou, rindo. — Vocês vão ser pais incríveis, eu sei disso.
Eu retribuí o abraço de Percy, sentindo o calor da conexão familiar que se formava. Aquele momento não era apenas sobre mim e Allan, mas sobre todos nós. A família estava crescendo de uma maneira que nenhum de nós havia esperado, e isso só tornava tudo mais especial.
Allan observava a cena com lágrimas nos olhos e um sorriso tão largo que parecia não caber no rosto. Quando o restante da família se aproximou, todos nos parabenizando, nos abraçando e compartilhando da nossa alegria, o ambiente se encheu de amor. Era como se o futuro já estivesse ali, entre nós, feito de laços que nos uniam mais forte do que nunca.
Enquanto recebíamos abraços e palavras de carinho, olhei para Allan, que, mesmo em meio a toda a emoção, nunca soltou minha mão. Ele me olhou de volta, com aquele olhar cheio de promessas e amor eterno, e soube que não importava o que o futuro nos trouxesse, juntos, com nossa nova família, estaríamos prontos para enfrentar tudo.
A festa continuou com risos, danças e mais momentos inesquecíveis. Mas, para mim, o mais especial de todos era saber que aquela não era apenas a celebração do nosso casamento — era o início de uma nova jornada, cheia de amor, felicidade e a promessa de uma vida inteira ao lado de quem eu mais amava.
E assim, em meio a abraços apertados e sorrisos sinceros, nossa família se unia de forma ainda mais profunda, celebrando não apenas o presente, mas também o futuro que nos aguardava com braços abertos.
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Fim
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