8 - Hanna
Janeiro de 1951 - aniversário de Leonhard
Seis meses na casa dos Lipschutz. Era aniversário de 6 anos do pequeno Leonhard. Eles estavam cada vez mais próximos um do outro. O sonho de Hanna de ter um filho se completava ao sonho de Leonhard de ter uma mãe. Era ela que o levava para a escola, que preparava o almoço, que arrumava suas roupas, às vezes o dava banho. Ela também o fazia dormir. Toda noite era obrigatório contar histórias e dar beijo de boa noite. Hanna também brigava com Leonhard. Quando ele jogava bola dentro de casa e atingia algo, quando chegava com joelho ralado da rua (lógico que havia um beijo para sarar), quando ele não fazia a lição de casa ou não queria tomar banho. Hanna tinha se tornado mãe e isso a deixava muito feliz.
Mas, o que mais a deixava feliz era estar com Caleb. Ela o amava. Eles estavam cada vez mais próximos um do outro. Um dia, meados de dezembro de 1950, eles se esbarraram no meio da noite no corredor da pequena casa. Olharam-se. Hanna apenas sentiu os lábios de Caleb tocando os dela. Era idêntico àquele beijo em Cracóvia anos atrás. Ela sentiu a mão grande e ossuda de Caleb subir por entre o seu vestido e atingir seu íntimo. Hanna era virgem. Por mais que quisesse se entregar apenas ao seu marido, isso não aconteceu. Em um minuto, estavam os dois no quarto em que Hanna dormia. Ela viu Caleb desabotoar as calças. Apenas permitiu aquilo tudo porque o amava muito e pretendia ser sua esposa um dia.
No aniversário de Leonhard ela fez um bolo de chocolate com amêndoas. O preferido do menino. Enfeitou com cerejas e morangos. Providenciou refrigerantes e mais guloseimas e convidou toda a vizinhança. Foi uma surpresa para seu filho de coração e ele amou. Por dias e dias ficou falando sobre o aniversário.
— Meu pai não gosta de aniversários. — ele disse para Hanna.
— É mesmo? Por que?
— Ele disse que lembra a minha mãe que morreu.
— Sinto muito. — ela abraçou o menino.
Leonhard ia saindo do sofá onde estavam. Ia brincar ou aprontar alguma coisa, mas ele olhou para Hanna com um sorriso doce e meigo e proferiu com toda a verdade que há no mundo:
— Você é minha mãe tia Hanna!
O coração de Hanna amoleceu.
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