Zayn (ponto de vista)

Meu estômago afundou com um peso que não era físico mas sim psicológico. Eu sentia meu sangue correr mais rápido, e o meu coração acelerado era demonstrado por um barulho de alguma máquina que estava conectada ao meu corpo. Quando tentei respirar não consegui. Ou pelo menos achava que não conseguia.

Tentar puxar o ar e não conseguir era muito ruim. Mas a sensação de que estava em perigo ia aumentando à medida que eu pensava que era casado. E com um filho.

Casado e com um filho.

Casado e com um filho.

Casado e com um filho.

Não era para eu sentir todo aquele desespero pensando sobre isso. Mas eu sentia. E não conseguia sair desse ciclo.

Percebia que Harry tentava falar comigo e Louis apareceu na sala. A última visão que tive foi de uma enfermeira aplicando alguma medicação no acesso que estava no meu braço.

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— Liam, traga ele, de qualquer forma Zayn está sedado ... Venha logo porque cada minuto dividindo oxigênio com o Harry a vontade de pedir o divórcio aumenta.

Harry se encolhia cada vez mais ouvindo as palavras do marido. Não foi em nenhum momento sua intenção causar toda aquela confusão. Mas o cacheado não poderia nunca imaginar que Zayn fosse ter um ataque de pânico só com a menção do casamento e do filho dele com Liam.

— Louis eu sinto...

— Não eu não quero ouvir Harry! Eu disse para você não falar nenhuma besteira, você sabia que o Liam estava mal porque o Zayn acordou sem reconhecer nem lembrar dele... Eu não consigo imaginar no que você estava pensando quando decidiu falar sobre o casamento deles e do filho deles seria uma boa ideia - Louis explodiu.

— Não precisa gritar comigo! Harry falou de maneira firme mas magoada.

— Harry se eu pudesse eu arrebentaria sua cara no soco como fiz naquela festa em 2017 de tanta raiva que eu estou sentindo agora ...

— A mesma onde depois você transou com o Fender? o cacheado respondeu ácido.

Antes mesmo que Louis pudesse dar mais alguma resposta malcriada a porta foi aberta novamente com um Liam visivelmente cansado com um pequeno pacote cheio de energia nos braços.

— Papa Zee, a criança choramingou.

Como uma passe de mágica o clima entre o casal briguento mudou. As atenções se concentraram no afilhado que estava com lágrimas novamente ao ver seu outro pai dormindo.

— Ei Ursinho, porque a carinha triste? Louis falou de maneira doce pegando a criança no colo.

— Papa ainda dormindo, ele falou inclinando o corpo em direção a cama onde Zayn estava.

— Sim, ele ainda está dormindo... Quer deitar ao lado dele um pouquinho? Louis perguntou logo recebendo o aceno da criança.

A mesma cena que os três adultos já havia visto nos últimos quatro meses. Bear se deitava ao lado de Zayn na maca e ficava quietinho, fazendo um carinho suave com sua pequena mãozinha sobre o peito do pai.

Quando Harry perguntou ao afilhado porque ele fazia isso, a criança respondeu que carinho curava dodói, pois seus pais sempre davam carinho quando ele estava dodói. Vê-lo novamente ali, fazendo carinho enquanto o pai estava sedado fez o cacheado soluçar, levantando-se rapidamente saindo da sala.

— Você não deveria ter sido tão duro assim com ele, Liam falou baixinho observando a cena que já vira tantas vezes diante de si.

— Eu realmente tô puto com ele, o Zayn teve um ataque de pânico, eu não deixei eles sozinhos por cinco minutos Liam, Louis reclamou.

— E fazia dois anos que ele não tinha um, eu sei Louis... Mas você foi rude com o seu marido, com o pai da sua filha, você e o Harry já passaram da fase de resolver as coisas no grito, sabe disso, Liam falou pacientemente.

— Como você pode estar tão tranquilo? Louis perguntou tentando manter o tom de voz baixo mas ainda chateado.

— Eu não estou nem um pouco tranquilo... Desde que o Zayn acordou, que não me reconheceu... A única coisa que eu penso é numa garrafa de whisky, mas eu tenho o Bear, não posso fazer só o que quero, sem falar que o Zayn agora mais do que nunca vai precisar de mim, infelizmente, não posso só me entregar ao puro desespero, Payne falou enquanto encostava numa das paredes do quarto.

Louis caminhou até ele, ficando ao seu lado.

— Desculpa, Tomlinson disse baixinho apoiando sua cabeça no ombro do amigo.

— Não tem porque se desculpar, a pessoa que você magoou foi o Harry, não eu.

— Mas você está tendo que encarar tudo isso sozinho, eu não tinha direito de fazer o escândalo que fiz, Louis disse envergonhado.

— Está tudo bem... Você pode ficar com ele hoje? Liam perguntou.

— Posso sim, na verdade é até melhor, preciso esfriar mesmo a minha cabeça antes de conversar com o Harry.

— Antes de pedir desculpas, dê as coisas o nome que elas são Louis, você sabe que não vai ser só uma conversa.

Louis suspira.

— Nem me fale.

Desencostando da parede Louis caminha até a cama novamente.

— Ei ursinho, você andou fazendo carinho no seu outro papai ali? Pergunta apontando para Liam.

A criança faz uma careta.

— Papa Li dódoi também?

— Não ursinho, mas hoje é um dia especial e ele precisa de carinho que nem o papai Zee. Você pode fazer carinho nele? Louis pergunta.

E não era surpresa nenhuma Bear dar um aceno positivo.

— Você pode dar carinho pra o Tio Harry e pra Didi também hoje? Eu queria fazer isso mas hoje vou ficar aqui dando carinho para o seu papai Zee. Você pode fazer isso pra mim, por favor Bear?

— Carinho pro papai Li, pro tio Arry e pra Didi, o afilhado respondeu acenando.

— Exatamente ursinho. Agora você precisa ir com o seu papai Li certo? Amanhã ele traz você de novo pra dar carinho para o papai Zee.

A criança engatinhou até o rosto do seu pai, deixando um beijo no rosto do homem deitado. Louis logo o pegou entregando para Liam.

— Vou deixar o Ipad com você, qualquer coisa ligue, Liam falou.

— Só tenha uma noite de sono decente, cuide do ursinho, do Harry e da Diana enquanto eu fico aqui, Louis respondeu.

— Pode deixar.

Quando ficou novamente sozinho com o melhor amigo sedado em sua frente, Louis se permitiu chorar por toda frustração que aquele acidente tinha colocado todos eles.

Não revisei esse capítulo, então desculpa qualquer erro. O que estão achando da história? Não esqueçam de votar e comentar.