Zayn não tinha exatamente noção de quanto tempo havia passado. Mas ouvir Diana falar sobre a história de cada foto o deixou fascinado. A garota podia ser pequena mas tinha uma excelente memória e um senso de humor que o cativou, fazendo com que sua atenção fosse completamente concentrada nas palavras da afilhada.
Algumas fotos Zayn havia percebido que Diana falava com mais carinho, como a que ela e Bear estavam sujos de tinta. Ou em uma onde Liam segurava, ambos vestindo camisetas com o símbolo do escudo do capitão América. O homem não pode evitar sorrir vendo a forma como a garota contava sobre cada história, a maneira como ela fazia cada pequeno detalhe importante para ele entender o motivo ou origem de cada foto.
E ele passaria horas escutando Diana falar mas havia apenas doze porta-retratos ali na sala da casa dos Tomlinson.
─ O papai Louis disse que vai colocar vinte oito. É o número da sorte dele, Diana explicou. ─ E também aniversário do casamento dos papais e do meu aniversário. Mas são em meses diferentes.
─ Quando é seu aniversário princesa? Zayn perguntou genuinamente interessado.
─ Vinte e oito de julho. O do casamento dos papais é em setembro. Eles disseram que iam fazer uma festa pequena e que a gente ia viajar todos juntos, a garota continuou a falar.
─ Para onde vocês vão viajar? perguntou.
─ Não sei ainda, mas provavelmente para algum lugar que tenha neve, o papai Harry adora e o papai Lou gosta de ver ele feliz, Diana respondeu.
Zayn não pode deixar de estremecer ao ouvir menção a neve. Já estava frio o suficiente em Londres, se ele pudesse viajar para um lugar seria para qualquer lugar onde tivesse sol. O pensamento a respeito de viajar o suscitou lembrar de coisas práticas. Dinheiro não era uma questão no período em que ficou em Bradford mas agora, ele se perguntava em como poderia se virar a partir dali.
Ele sabia que havia feito exposições em lugares importantes em Londres mas aquilo tinha rendido algum dinheiro propriamente dito? Ou ele era só um artista no mundo que dependia de um segundo emprego para sobreviver? Será que ele dependia do dinheiro de Liam?
E antes que pudesse afundar ainda mais em seus pensamentos Diana o puxou de volta a realidade.
─ Padrinho você já sabe o que vai desenhar no meu braço?
Zayn não sabia mas iria se arriscar.
─ Confia em mim Didi? perguntou logo recebendo um aceno positivo.
Delicadamente apoiou o braço da afilhada em sua perna e com a caneta em mãos logo deixou a sua imaginação fluir. As formas geométricas concêntricas com algumas ramificações logo foram aparecendo fazendo com que o braço da garota logo fosse ocupado pelos traços feitos com tinta preta. Zayn foi acrescentando pequenos detalhes se inspirando na própria tatuagem que tinha no pulso da mão esquerda, fazendo assim com que a pequena não de Diana e seu antebraço logo ficassem preenchidos.
─ O que achou? perguntou a garota um tanto quanto inseguro.
─ Ficou lindo! A garota respondeu de maneira efusiva. ─ Significa alguma coisa? O senhor tem uma parecida no braço, Diana questionou.
─ Esse tipo de desenho que eu fiz se chama mandala. É uma palavra do sânscrito, um dos idiomas da Índia, a palavra significa círculo e é um símbolo de cura em algumas religiões como budismo e hinduísmo, Zayn explicou de maneira tímida.
Diana encarava o desenho em seu braço de maneira mais atenta ainda.
─ A tia Bebe falou uma vez que a dorzinha que a gente sente no coração precisa sair para o nosso coração ficar bem de novo. E a gente só consegue fazer a dor sair se falar dela. A mandala é uma forma de lembrar de falar do que dói tio Zee? a garota falou colocando a mão sobre a tatuagem de Zayn.
Ok, aquilo foi o mais próximo que qualquer pessoa chegou a fazer Zayn querer compartilhar todas as angústias que o afligiam. Só que era uma criança de cinco anos então ele não iria desabafar com ela.
─ Acho que nunca tinha pensando por esse caminho na verdade Didi. Mas acho que vou lembrar disso toda vez que olhar para minha tatuagem agora, disse rindo um pouco nervoso.
─ Sabe quem gosta de ouvir muito as pessoas falando? O tio Liam, você devia conversar com ele, Diana falou sorrindo fazendo suas covinhas aparecerem.
E antes que Zayn pudesse entrar em algum nível de pânico ao ouvir aquilo Louis chamou ambos para almoçarem. E o moreno se surpreendeu ao encontrar uma verdadeira refeição ali não comida congelada pronta.
─ Harry me ensinou algumas coisas e eu meio que me tornei viciado em MasterChef nos últimos anos, então é seguro comer, Louis explicou.
Não só seguro como toda a refeição estava deliciosa. O arroz soltinho, o purê de batatas na textura certa e a carne ao molho madeira fez Zayn praticamente suspirar enquanto comia de tão boa que a combinação era ao seu paladar.
Tão logo terminaram a refeição os três retornaram para a sala. Louis havia sugerido cada um escolher um filme para assistirem. Diana insistiu em ver novamente Capitã Marvel, Zayn sugeriu ver Monstros S.A. e Louis disse que eles iam assistir uma animação brasileira chamada O menino e o mundo.
Diana pediu ao pai para trocar de roupa porque queria usar o pijama que tinha de Mike Wazowski, coisa que Zayn achou totalmente adorável da parte dela.
Louis providenciou uma manta para Zayn se aquecer um pouco mais e logo os três ficaram imersos pelo resto do dia aproveitando a magia que só os filmes podem proporcionar. Com direito a algumas pausas para eventuais idas ao banheiro e para fazer pipoca, a tarde na casa dos Tomlinson foi divertida e aconchegante, algo que Zayn não imaginava que precisasse tanto até aquele momento.
E para ele, desde quando perdera a memória, era bom demais se sentir confortável depois de tanto tempo. Nem mesmo em Bradford ele havia conseguido se sentir dessa forma. Talvez realmente vir para Londres tivesse sido afinal uma boa decisão.
Oi oi! Demorei mas voltei. Não revisei esse capítulo então relevem qualquer errinho, por favor. Me contem o que estão achando da história.
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