COISAS NÃO BANAIS

14/12/2014

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Eu tenho medo de sofrer por coisas banais

Que daqui a vinte anos não existam mais

E que eu não tenha quem importa por perto
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Eu tenho medo que a sorte não me procure mais

Que meus velhos companheiros me deixem pra trás

E que eu não realize nenhum dos meus projetos
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Tive que me propor metas arriscadíssimas

Busquei o meu valor em manias doentias

Pois quem amei nem sequer me olhou
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Agora temo tanto em abrir a porta

E não encontrar quem meu coração adora

E descobrir que sou ninguém sem amor

Sem amor
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Eu tenho medo de perder todos os meus méritos

E, mesmo te querendo, dizer que não te quero

E assim cuidar sozinha do meu mal
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Eu tenho medo que chegue o tenebroso inverno

E que eu não tenha abraços pra tirar o tédio

No fundo, sou uma pessoa sentimental
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Tive que me propor saídas alternativas

Em livros e ideias procurei companhia

Pois quem amei nem sequer me olhou

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Agora temo tanto olhar em minha volta

E me ver à mercê do que me devora

E descobrir que sou ninguém sem amor

Sem amor