P O N O
𝖯𝗈𝗇𝗈 𝗊𝗎𝖾𝗋 𝖽𝗂𝗓𝖾𝗋: 𝖥𝖺𝗓𝖾𝗋 𝖺 𝖼𝗈𝗂𝗌𝖺 𝖼𝖾𝗋𝗍𝖺 𝖾𝗆 𝗍𝖾𝗋𝗆𝗈𝗌 𝖽𝖾 𝗌𝗂 𝗆𝖾𝗌𝗆𝗈, 𝖽𝗈𝗌 𝗈𝗎𝗍𝗋𝗈𝗌 𝖾 𝖽𝗈 𝗆𝖾𝗂𝗈 𝖺𝗆𝖻𝗂𝖾𝗇𝗍𝖾.
»»----- ✦ -----««
Pela última vez, eu andei em direção a tempestade, me permiti mergulhar nos olhos vibrantes e desejos de Taehyung. Pela última vez, me deixei fazer exatamente o que queria, de corpo e alma.
O cheiro de luxuria e despedida ainda pairava no ar quando abri os olhos, meu corpo exausto enroscado no seu, cada terminação sua tocava uma minha, tal como nos unimos horas antes, vezes seguidas. Sem pudor, em pura sacanagem em forma de poesia. Uma última vez, como dois cretinos que sabiam bem o quão errado era aquilo e não se atreveram a se privar de uma despedida.
Marcante como larva varrendo o topo da montanha.
A sirenes da minha mente em pouco tempo me coloraram de pé. Enrolada no lençol branco, fitando a imagem do estrangeiro adormecido espalhado na cama parecendo estar envolto em um sono demasiadamente pesado para perceber a minha ausência. Dormia como se não fossemos um desastre natural em evento.
Suas palavras ainda perambulam pela minha mente, das baixarias ao doce tom da sua voz entre as minhas pernas, na altura do meu ouvido. Confessando palavras que eu nunca seria capaz de esquecer. Assim como sua simples existência. Taehyung era um sonho vivido que eu não poderia viver, mas só os céu sabem o quanto eu gostaria.
Vago pelo quarto recolhendo meus pertences, não posso demorar, caso contrário posso trair minha sanidade e mandar todo o mundo se danar, e ser dele. Agarro as chaves e o celular na mesinha de cabeceira parando próxima ao rosto. Não me atrevo a tocá-lo, mas o encaro uma última vez a fim de gravar sua feição tranquila, inalo o cheiro de mar dos cabelo.
──── Quem sabe um dia você cruze meu caminho de novo... ──── sussurro como um segredo que só nós dois podemos ter ciência. ──── E dessa vez eu possa dizer sim a todas as suas propostas malucas, por que eu amaria viver qualquer sonho maluco com você baby, eu amaria...
»»----- ✦ -----««
Não percebo quando o barco chega a ilha e quase toda a tripulação já está indo em direção a areia. Devo ter permanecido alguns minutos, possivelmente mais que isso, a deriva dos meus pensamentos. A noite passava volta aos meu olhos a cada piscar, como uma boa e cruel lembrança. Agradeço ao comissário que me tira do transe e passo a me mover deixando a embarcação.
Passo em caso para tomar um banho rápido e pegar algumas coisas, afinal de contas meu dia de noiva me esperava e não seria agradável ter que explicar as pessoas porque estava com olheiras, cheirando a sexo quando meu futuro marido certamente não havia tocado um dedo sequer em mim. Jogo os itens na bolsa e faço tudo que preciso em tempo recorde, em menos de meia hora estou dirigindo para Wakiki, em direção ao hotel de papai onde já me esperavam.
Para a minha surpresa não houveram perguntas sobre o meu atraso, menos ainda o motivo da minha aparência abatida, estavam todos animados demais com a cerimônia para notar a noiva em pedaços. Mas devo dizer que não era culpa deles, sempre fui uma boa atriz quando se tratava de seguir o papel me dado na família.
Menos para Jada, que já sabia demais. Ter que ficar desviando dos longos olhares da minha madrinha não estava ajudando nas minhas horas de spa.
──── Passei na sua casa mais cedo e não havia ninguém lá. ──── cochichou enquanto recebíamos massagem. ──── Onde estava?
──── Levantei cedo para caminhar. ──── minto de olhos fechados, assim é muito mais fácil de manter as aparências.
──── Sua caminhada te rendeu boas marcas, caiu em alguma pedra? ──── engulo em seco. Claro que eu estava marcada, aquele cretino não perderia a oportunidade nem sabendo dos riscos.
──── Pedras quentes, é bom para relaxar...estresse, sabe?
Ela murmura fingindo acreditar na minha história e eu permaneço de boca calada, mesmo quando a massagem acaba e as senhoras nos deixam sozinha na sala. Fecho o roupão e me alongo, as horas passavam tão rapidamente que podia senti-las me pisoteando, já passava do horário do almoço, em menos de três horas estaria oficialmente casada.
Meus olhos vagam pela sala a procura do celular, não há nenhuma notificação nova, não que estivesse esperando alguma.
──── Ele vem?
──── Não, seu voo é no mesmo horário da cerimônia. ──── respondo sem pensar, sendo pega na minha própria armadilha. Tiro os olhos rapidamente do aparelho para encara-la. ──── Como...?
──── Assim como seus olhos mudaram só com a menção dele. ──── comentou pensativa. ──── Tem certeza do que esta fazendo?
──── Sim, é o certo a se fazer.
──── Para quem ?
──── Minha família. ──── as duas palavras soam da minha boca dolorosamente.
──── Sua família sempre vai te amar, qualquer que seja a sua escolha, lembre-se disso.
Não quero chorar, não quero pensar. Só preciso aguentar até o fim do dia e estará tudo acabado. Por isso aceno e dou batidinhas na bochecha impedindo que meus olhos se encham de lágrimas.
──── Obrigada, agora vamos fazer cabelo e maquiagem, preciso de uma tonelada de corretivo para tampar essas manchas.
──── A despedida de solteira foi boa pelo visto.
──── Todas elas foram. ──── solto uma risadinha sem humor.
O apartamento reservado para a maquiagem é em um andar conhecido. Quando coloco meus pês para fora do elevador, posso ver nitidamente nós dois abraçados no meio do corredor, seu perfume se esconde em algum canto, revivo aquele instante inconscientemente e só desperto quando o maquiador balança dois batons a frente do meus olhos.
Richard sorri e tenta carinhosamente me fazer escolher entre as duas cores indicando qual seria melhor de acordo com a impressão que pretendia causar. Escolho o que o nome parece mais marcante, estou quase pronta. Após alguns toques finais, em suas palavras, sou direcionado a um quarto para colocar o vestido.
O mesmo maldito vestido. Talvez eu devesse tê-lo deixado derramar vinho ou simplesmente o jogado em um vulcão. Minha pele estremece com o contato do tecido. Jada surge no cômodo com seu vestido de madrinha, o mesmo comprado na boutique e me ajuda a fechar o zíper do meu. Ela esta linda.
──── Obrigada por estar aqui. ──── ela sorri apertando meus dedos da forma mais carinhosa possível. ──── Onde esta Lani? ──── pergunto imaginando que a pequena estaria por perto, já que levaria as flores junto á Moa que levaria as alianças.
──── Terminando o cabelo, logo em vem te dar um beijo noivinha.
──── Certo, quanto tempo falta?
──── Trinta e dois minutos para ser exata. ──── aceno em concordância, meu estômago ferve. ──── Onde esta sua pedra? Que colocar na caixa junto a de Mansur. ──── talvez eu comece a chorar.
──── Na minha bolsa, a que eu trouxe comigo mais cedo, na verdade acho que ficou no aparamento do papai.
──── Vou pedir para o Kai buscar, precisa de algo?
Sinto que posso listar todas as minhas necessidades no momento e nenhuma solução seria suficiente para aliviar o aperto no meu peito.
──── Que tal alguns minutos com seu velho pai? ──── o patriarca Kalawai'a surge na porta em seus trajes formais e um sorriso singelo no rosto. ──── Se me permitir.
──── Claro, você é o pai da noiva afinal de contas. ──── forço um sorriso capaz de esconder o fato que posso estar hiperventilando. ──── Veio ter certeza de que não vou me trancar em algum banheiro e desistir do casamento? ──── brinco enlanguescido um sorriso.
Papai não ri, mas estica os lábios de forma dócil aproximando-se mais. Agarra minhas mãos e me guia até as poltronas no canto do quarto.
──── Eu sei que não vai se esconder, te conheço bem. ──── seus olhos encontraram os meus cheios de afeto, por um instante ele parecia o mesmo pai que me abraça na porta de casa sempre que chegava da escola, quando ainda morávamos em uma casa simples na beira da praia. ──── Sei que os últimos meses tem sido difíceis para você, que o peso das suas decisões tem lhe feito perder o sono, que nossos ânimos tem estado no limite e por isso eu peço desculpas. ──── engulo em seco repentinamente perdendo a habilidade de olhar em seus olhos. ──── Eu te amo Nalani Kalawai'a e nada no mundo vai mudar isso, independente das decisões que tome de hoje em diante, saiba que eu sempre irei te amar minha filha.
──── Eu te amo também papai. ──── minha voz soou embargada, quase chorosa. ──── Mas não deveria vir fazer a noiva chorar antes da cerimônia. ──── respiro fundo tentando manter as lágrimas no lugar. ──── Sinto muito por não ser como você queria que eu fosse. ──── deixo escapar enchendo as bochechas de ar, Richard me arrastaria pelos dreads se visse o estrago que estava prestes a cometer na maquiagem perfeita.
──── Você é exatamente como deveria ser minha filha, mesmo que tenhamos nossos desentendimentos, isso não importa, você é melhor do que eu poderia sonhar. ──── seus dedos soltam os meus para agarrar me queixo puxando minha atenção aos seus olhos. ──── Você sorri, mas parece triste. É o seu casamento, prometo que as coisas vão ficar mais fáceis de agora em diante, anime-se.
──── Eu sei que vão ser. ──── precisam ser, ou talvez eu não aguente. ──── Agora eu preciso retocar a maquiagem antes de ir para o altar. ──── decido sentindo vontade de me debulhar em lágrimas para valer.
──── Queria que sua mãe a visse agora, você esta linda. ──── ele diz dessa vez abrindo um sorriso.
──── Não acho que ela me veria agora, se estivesse aqui. ──── mordo a ponta da minha língua vendo o sorriso dele se endurecer. ──── Te vejo em alguns minutos, obrigada pelas palavras.
Fecho a porta atrás de mim rapidamente cruzando o corredor do apartamento retornando ao quarto onde Richard deveria estar terminando a maquiagem da minha irmã. Quando percebo que ela não esta ali o maquiador me avisa que ela saiu para buscar algo. Apesar de achar estranho não tenho tempo de perguntar, enquanto ele enchia meu rosto de pó ela retornou com uma expressão desconfiada no rosto. O vestido caía perfeitamente em suas curvas, os fios cacheados presos em um penteado bonito, nada disso combinava com sua expressão.
Ela não diz coisa alguma até Richard finalizar o retoque e me desejar sorte. Levanto da cadeira ajustando o vestido, parecia folgado e talvez se devesse ao fato de que não tinha colocado nada no estômago desde que acordei.
──── Cinco minutos, vou encontrar os brincos de Moa e venho te buscar. ──── diz Jada ao passar correndo pela porta do quarto, dessa vez sem os sapatos.
Viro a atenção a minha irmã, ainda calada e parada no canto do quarto.
──── Não deveria fazer um discurso bonito sobre perder sua única irmã para o casamento ou chorar, sabe, coisas normais de casamento. ──── ela pressiona os lábios pintados com batom rosa. ──── Esta me deixando mais nervosa do que já estou. O que foi Lani Kalawai'a ?
──── Tentando vencer uma batalha. ──── responde vagamente dessa vez caminhando em minha direção no centro do quarto.
──── Com quem?
──── Minha consciência. ──── sinto algo dentro de mim estremecer, pois conheço bem este sentimento. ──── Recebi algo, e eu deveria entregar a você mesmo sabendo das consequências, por que você é a minha irmã, a minha melhor amiga e eu não quero que seja infeliz.
──── Do que esta falando?
──── Isso chegou depois do almoço, é dele.
Ela estica um envelope na minha direção. Encaro o pedaço de papel e seu rosto, repetindo o ato confusa. O choro preso na minha garganta ameaça subir outra vez, o engulo pela minha própria sanidade.
──── Dele quem? ──── Não estava certa de que minha irmã estava a par das minhas loucuras longe dos olhos de todos.
──── Do estrangeiro, quem mais seria? ──── sacudiu o envelope no ar. ──── Pegue antes que eu o jogue no vaso e dê descarga.
──── Eu não posso. ──── fecho o punho sentindo os anéis afundarem da minha pele. ──── Esqueça isso, eu já esqueci. ──── balanço a cabeça em negação, meu corpo chama por aquele pedaço de papel, o que quer dizer?
──── Vai se arrepender se não fizer isso. ──── sua mão agarra a minha enfiando o papel na palma. ──── Apenas leia, eu vou te esperar lá fora e nós vamos caminhar até o altar juntas se for isso que você quer.
──── Pensei que quisesse que eu me casasse.
──── Não tem que pensar no que quero, talvez eu até vá para Harvard. Você me fez pensar sobre o meu futuro e estava certa, eu quero mais. Você também tem o direito de querer.
*(ouça a música do player no inicio do capítulo para uma melhor experiência.)
De repente estou sozinha no espaço, apenas eu e o envelope. Respiro fundo e o abro, retiro um papel dobrado e encaro a folha rabiscada em uma letra torta e direta.
Tenho certeza que esta brava comigo, que esta me xingando de todos os nomes possíveis pois a nossa despedida já aconteceu e eu não deveria tentar mais uma vez. Eu não deveria te lembrar que as palavras que sussurrei ao seu ouvido essa noite são reais, que o meu peito arde em cada memória sabendo que vou ser atormentado o resto dos meus dias por ter te perdido. A nossa paixão pode ter sido repentina, breve, mas o amor que plantou no meu peito e cresceu desde que pousei os olhos em você é coisa de outras vidas, é eterno. Você, Nalani Kalawai'a é tudo que eu sempre sonhei, o que quero, o que preciso. Em cada detalhe descoberto e a descobrir, eu sei que foi feita para mim assim como eu me ajoelho a você, feito para você e adoro como um servo toda a sua existência. Eu. te. amo.
E se quiser da ruma chance a esse amor, venha comigo.
O pedaço de papel escorre entre os meus dedos, em completo choque. O meu mundo é virado de cabeça para baixo, ao fundo Jada avisa que devemos sair, esta na hora. Eu tenho que me casar. Acabou.
────────────────────────────
Tudo a minha volta é um grande borrão cinza, do instante em que minha irmã me entrega o buquê de flores, o caminho até o elevador. Moa puxa meu vestido e faz perguntas que não sou capaz de responder. Há um zumbido crescente no meu ouvido. Alguém me abraça, atordoada, demoro a perceber que é meu pai. Já estamos fora do hotel e eu simplesmente não sei como cheguei ali. Minha boca esta seca, olho para os lados tentando me encontrar, mas tudo parece errado. Tudo esta errado.
A voz grave de papai soa, seu braço se enrosca no meu ele pede que eu sorria, repete isso mais de uma vez quando alcançamos a área da praia. Olho para trás outra vez, estava longe da entrada do hotel, como eu havia chegado ali ?. Há alguns metros dali estava Mansur, vestindo um terno off white bonito, os cabelos penteados e um sorriso tão largo que por um mísero instante me pareceu real. Ele limpou lágrimas falsas ao me ver na entrada do corredor. Uma plataforma de vidro coberta de flores enfeitava meu caminho até o altar. A marcha nupcial toca, minha irmã e minha sobrinha vão na frente recebendo elogios enquanto sorriem e soltam mais flores no caminho.
O sol arde lindamente ao leste, curvando-se na direção do mar azul infinito, indicando que em pouco tempo estaria posto, mas antes, iluminaria aquela cerimônia e nos abençoaria até o fim. O tom alaranjado ardia nos meus olho, provocando lagrimas que rolaram silenciosamente pela minha bochecha. Os convidados ao me verem se enchiam de felicidade, moviam os lábios fervorosos dizendo o quão bonita estava, me desejando felicidades, notando meu choro do que diziam ser emoção. Seria essa a minha vida? viver em dor e frustração enquanto todos imaginavam que eu estava feliz.
Agradar minha família, honrar seu nome por medo de causar as mesmas lágrimas que minha mãe causou ao meu pai. Ficar presa a um casamento com um homem quem não amava e certamente não me amava. Ser sua babá e carregar seu filhos como minha sogra desejava, fechar meu negócio pois eu deveria ser aquilo que todos esperavam de mim e não quem eu queria ser. Era isso. Bastava dizer sim. Não.
Papai beija minha bochecha e entrega minha mão a Mansur, o rapaz olha no fundo dos meus olhos e não demonstra qualquer emoção além da que já tinha estampada na sua face, como um boneco.
──── Você esta muito bonita minha futura esposa. ──── a mão que não segura a minha limpa meu rosto. ──── Não precisa chorar, esse é o nosso destino, é assim que tem que ser. ──── se inclina beijando minha testa. ──── Nossa família esta feliz.
──── Você esta feliz? ──── seu sorriso congela.
Invés de me responder, Mansur segura meu corpo e se vira ao Juiz de paz, me fazendo segui-lo roboticamente. O celebrante inicia a cerimônia com lindas palavras, poéticas e nada simplistas, infelizmente não consigo me concentrar no que diz.
𝓕lashback
A luz da lua invadia o quarto escuro banhando nossas peles, brilhantes graças ao suor que escorria pelos movimentos cadenciados e intensos entre nossoS corpos. Joelhos no colchão, mãos espalmadas no peito bronzeado. O som alto e indecente da minha cavalgada só não era mais indecente que os gemidos, os pedidos eloquentes, mais fundo, mais rápido. Sua boca suja me chamando de sua vadia, tapas na minha bunda. Taehyung se entregava a mim como se fosse a primeira e última vez, os olhos grandes me devoravam tal como sua boca.
A mão grande vagou pelas minhas curvas, apertando o polegar no meu ponto mais sensível, me contorcia a sua volta e ele repedia mesmo insinuando que não aguentaria por muito tempo. E eu queria tudo e mais um pouco. A boca sugando meu seio como se precisasse daquilo para sobreviver, os dedos longos entre os meus dreads puxando meus fios até me ver derreter mais uma vez alcançando um clímax perfeito.
Beijo seu pescoço, deitada em seu dorso, provando a pele salgada, marcando cada parte sua como se fosse meu de alguma forma.
──── Baby... ──── gemeu com a voz rouca quando mordisquei seu mamilo. Uma risada convencida soou do fundo da minha garganta vendo o homem tornar-se tão sensível por minha causa. ──── Se continuar fazendo isso vamos para mais um round.
──── A quarta vez é um charme. ──── murmuro contra sua pele. Ele pigarreia e segura meu queixo.
Meu olhar se choca ao seu e meu coração erra uma batida, em toda a minha vida nunca vi nada tão bonito quanto o par de olhos amendoados e cintilantes, como calda de caramelo quente. Prontos para me levar na sua tempestade. Seus lábios se movem como se quisesse dizer algo e não soubesse as palavras corretas, pareceu nervoso até me dar um daqueles sorrisos que fazem qualquer um perder o chão, seus olhos sorriam junto.
──── Estou apaixonado por você. ──── admitiu em um sussurro. ──── E te amo com todas as minhas foças.
𝓕lashback.
Acho que o amo também, de alguma forma, isso é muito possível.
Meu futuro marido segura um colar com a pedra que encontrou na ilha, ela não se parece em nada com a que encontrei para usarmos. É como e meus ancestrais estivessem avisando o enorme erro que estou prestes a cometer. Seus braços se movem em câmera lenta, algo no mar de convidados chama minha atenção.
Na última fileira de cadeiras, entre um pedaço enorme dos ornamentos esta os olhos dissimulados e mais bonitos que já vi. Ele esta quieto, praticamente escondido assistindo tudo com uma expressão dolorosa no rosto. Sinto que não sou a única chorando. Não sou a única sofrendo. Taehyung limpa os olhos quando nossos olhares se cruzam, encolhe o corpo e levanta da cadeira caminhando para o arco por onde entrei, prestes a sair.
──── Me desculpa, eu não posso. ──── fito Mansur que me encara confusa.
──── Só respira fundo, já esta acabando. ──── ele murmura e tenta colocar o colar em mim. Solto o buquê de flores no chão e seguro seus pulsos o trazendo para baixo.
──── Eu não posso continuar, não dá.
──── Só esta nervosa, eu prometo que vai ficar tudo bem.
──── Você não sabe disso, você sequer se importa com isso. ──── puxo ar aos pulmões como se tivesse tentando emergir do fundo do mar. ──── Você merece mais do que isso, eu mereço mais do que um casamento por conveniência e uma vida medíocre sem paixão. Você não me quer, só precisa agradar seus pais e eu não sou esse caminho. ──── solto suas mãos.
Quando olho para o final do corredor, ele ainda esta lá, parado. Esperando por mim.
──── Eu quero poder fazer as minhas próprias escolhas e ser feliz. ──── seguro a barra do vestido me afastando. ──── Me perdoa, eu preciso encontrar a minha felicidade.
Quando tudo que você precisa esta á sua frente, você sabe que vai ficar bem. Mesmo com os altos e baixos, o que está em risco. Você sabe que tudo vai ficar bem.
Corro pelo mesmo corredor que atravessei em penúria sorrindo na mais genuína alegria. Me jogo em seus braços e o abraço tão forte que tenho medo de ser um sonho. O calor da sua pele, seu cheiro, os fios macios entre meus dedos. Taehyung me abraça de volta e eu sinto como se pudesse lutar contra o mundo. A minha euforia não é capaz de impedir os gritos atrás de mim de serem ouvidos, sei que há quem torce por mim tanto como quem pragueja aos sete ventos pela minha decisão. Mas não olho para trás. Seu sorriso retangular é mais que suficiente para esquecer o medo. Seguro sua mão e corro ao seu lado contra o vento, em direção a felicidade.
»»----- ✦ -----««
Antes de qualquer coisa eu gostaria de agradecer a vocês por terem pacientemente acompanhado a história desses dois. Relish In Hawaii deveria ter sido um conto, cinco capítulos máximo, mas eu me apaguei a esses dois e não teve jeito, é claro que a presença de você somou muito para que eu tivesse ainda mais vontade de trazê-los a vida. Agradeço de coração e espero poder vê-los nas minhas próximas histórias.
XOXO, Gabie <3
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro