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O H A N A ¹

Ohαnα é um conceıto dα culturα hαvαıαnα. A pαlαvrα Ohαnα sıgnıfıcα fαmı́lıα, ıncluındo pαrentes de sαngue ou αdotαdos. Esse conceıto representα que nα fαmı́lıα os membros estα̃o lıgαdos e devem cooperαr entre sı.

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Todos estão falando ao mesmo tempo, conversando e dando gargalhadas altas e exageradas. Parecem animais, imbecis como naturalmente são. E normalmente eu me incluiria neste pacote, mas diferente dos meus amigos eu não consigo me concentrar na onda de alegria litúrgica que invade a mesa. 

Minha mente esta no corpo de Nalani, dos pés a cabeça fazendo uma longa pausa em seus lábios. Esta nas palavras que trocamos nus na cama. Esta nos seus gritos de prazer. Esta no sorriso largo e cativo que me deixa de quatro feito um idiota. Esta, especialmente no fato de que ela vai se casar em dois dias e tudo mais que vaga pela minha mente desgraçada é que: ela não deve se casar. 

Encaro Manie ao levantar o copo propondo um drink, me pergunto que caralhos ela viu nele, digo, toda aquela história de que faria pela sua família era convincente, mas tinha que ter algo mais por trás, caso contrário não fazia sentido na minha mente. 

Estava certo de que ele não era capaz de fazer as coisas que eu fazia com ela, ele com certamente não conseguia arrancar pedidos de mais, seus lençóis não ficavam molhados como ficavam quando ela estava comigo. Disso eu duvidava muito. Não bastasse ter um casamento arranjado, ter um vida sexual frustrada era castigo demais. Não merecia um cara que não podia fazer ela gozar nas preliminares.

E com esse pensamento, fiquei irritado. Eram duas da tarde e estávamos reunidos no lounge do hotel do pai dela, Mansur dava mais uma festinha para meia dúzia de pessoas que haviam acabado de chegar enquanto ela estava sabe-se lá onde. 

Atrás da mesa onde estávamos um pessoal passava subindo com caixas de decoração. Vejo a irmã de Nalani seguindo com um grupo e tenho a bela ideia de segui-la. Bela ideia, não muito racional. Estão todos indo para o terraço do prédio. O tal jantar de ensaio de casamento, ouvi mencionar algo sobre isso, mas sinceramente estava evitando olhar muito para o seu rosto e não sucumbir a vontade de lhe dar um soco.

Entro no elevador depois de um homem de meia idade que empilhava duas caixas cheirando a coco fresco. A caçula dos Kalawa'i está no canto oposto, com os olhos vidrados no aparelho celular. Para um momento e pressiona o polegar na tela. A voz de Nalani soa pedindo que lhe mandasse fotos da decoração pronta. Me pego frustrado ao descobrir que aparentemente ela não estava ali.

Saio da caixa de metal com o grupo, boa parte do terraço está coberto, imagino que seja por causa do sol escaldante que brilha no céu havaiano. A decoração parece pela metade, com flores espalhadas em vasos e mesas ainda desmontadas, mesmo na evidente bagunça tudo parecia caminhar na direção correta. As pessoas faziam seu trabalho pacificamente, não havia uma alma sequer naquele ambiente roendo as unhas. Aparentemente estava tudo perfeito.

Olho para o céu outra vez, inconscientemente desejando uma chuva de granizo. Os raios quentes gargalham na minha cara, sou mesmo um otário.

──── Ei, você! ── a voz jovial soa atrás de mim, estava parado no meio do terraço. ──── Amigo do Mansur, não é?

Me viro dando de cara com a irmã da noiva. Com menos corpos e caixas ao nosso redor, tenho uma visão mais ampla da garota e de sua silhueta corpulenta. Ela é bonita, com os traços de menina, fios encaracolados presos no topo da cabeça e sorriso gentil. Se parece com Nalani, e anda lado a lado com ela no quesito beleza.

──── Sim, sou. ── respondo depois de um tempo, ao notar que fiquei calado. As mulheres dessa família devem ter algum tipo de feitiço sobre mim.

──── O que faz aqui? Meu cunhado subiu com você? ─── perguntou demonstrando animação e surpresa em uma única expressão. Seus olhos somem sendo devorados pelas bochechas cheinhas.

──── Não, eu vim sozinho. ─── me sinto sem graça ao admitir aquilo, não por estar ali, mas por notar que o desinteresse de Mansur sobre o casamento é mais perceptível do que eu realmente imaginava. ──── Talvez ele suba. ──── dou de ombros levando as mãos aos bolsos dianteiros do shorts bege.

──── Duvido muito. ── murmurou por baixo de um suspiro. ──── Não me respondeu.

──── O que? ── inclino o corpo inconscientemente e arqueou a sobrancelha.

──── O que faz aqui? ── repete. ──── O ambiente ainda está sendo decorado e se não está com Mansur, com a noiva não veio falar né? ──── ela solta uma gargalhada simpática.

A risada que segue a sua é tardia. Precisei de dois segundos para compreender que obviamente estava brincando com aquela possibilidade. Nalani não falaria de nós para sua irmã, especialmente depois de deixar claro em nosso último encontro que nada daquilo deveria ter acontecido ou aconteceria outra vez. Foi como combustível para a minha repentina obsessão.

──── Não, não. ── levo a mão ao peito me recuperando da risada. ──── Só vim de curioso mesmo, nunca participei de um casamento havaiano.

──── Não é muito diferente dos que já deve ter visto por aí.

Em nenhum dos que me lembro de ter sido convidado, estive no meio das pernas da noiva morrendo de tesão. Definitivamente este era diferente.


↺ 𝑁𝑎𝑙𝑎𝑛𝑖 𝐾𝑎𝑙𝑎𝑤𝑎'𝑖


Plumas delicadas adornam meu vestido. Um modelo espalhafatoso que lembra um tom abaixo do azul Tiffany e destaca muito bem as minhas pernas com o cumprimento tão curto quanto o meu pavio. Encaro-me no espelho do elevador, produzida dos pé a cabeça, nem parece que me sinto caminhando direto a forca.

Mas de queixo erguido, obviamente. Ninguém precisava saber o quão miserável eu estava me sentindo nos últimos dias. Aperto minhas próprias bochechas a fim de dar um ar mais saudável e caloroso ao meu rosto, ensaio um sorriso largo entre os lábios pintados de batom.

Eu estou bem, vou ficar bem. É isso que digo a mim mesma quando as portas se abrem, torço para o calmante logo fazer efeito.

Meu irmão me recebe na entrada do terraço. Diferente do que costumo presenciar, o grandão veste uma camisa de botões branca, calça caqui marrom e tem os fios longos amarrados. A pequena Moa está em seu colo. Quando dou por mim estou abraçando os dois e só afasto quando a pequena reclama de estar a amassando.

────Me desculpe princesa, a tia estava com saudade. ─── minto apertando suas bochechas, ela estava adorável com seu vestido estampado com plumérias.

──── Está tudo bem, Nani? ─── o olhar pesado de Kai está sobre mim, forço um sorriso robótico e aceno positivamente. ──── Tem certeza? ── reforça e me sinto uma tola por tentar mentir para ele.

──── É só a emoção do casamento. ── repito o texto que já havia treinado em minha cabeça.

──── Em cinco anos eu nunca te vi se emocionar com esse casamento. ── sibilou desconfiado. ────Pelo contrário.

Kai, mais do que qualquer outra pessoa sabia bem dos termos e condições daquela união, acima de tudo do real proveito advindo dela. Se Jada e Moa não existissem em sua vida, papai teria certamente dado um jeito de juntá-lo com a filha de algum grande influenciador da ilha.

──── Mas agora é diferente, está perto e tudo vai mudar. ── desvio o olhar para a criança em seu colo quando noto que busca pela minha atenção, ele quer olhar nos meu olhos e sei que se fizer isso terá um raio-x completo das minhas incertezas e do desejo oculto de terminar aquele circo. Mas simplesmente não posso. ──── Onde está a minha cunhada?

Me jogo na festa como isca é arremessada em alto mar para os tubarões. De repente um cardume de familiares e amigos próximos me cercam fazendo perguntas sobre o casamento e minha futura vida com Mansur.

É como ser engolida por uma grande onda de entusiasmo e curiosidade. Sem falar na bajulação. As pessoas estão muito felizes por mim, isso em suas palavras.

Ouço conselhos que nunca pedi, sugestões não requisitadas e acabo posando para fotos com meu futuro noivo antes mesmo de receber um boa noite seu. O Okalani está bonito, bem vestido, penteado, cheirando a colônia masculina e álcool. Seu hálito o denuncia, antes mesmo de beijá-lo. E claro, não me dá nenhuma satisfação quanto a isso.

Nos sentamos na mesa destinada aos noivos, meus pés estavam doloridos e já havia cumprimentado todas as pessoas possíveis naquele ambiente. Os garçons serviam os coquetéis e a música ambiente tocava. Pude finalmente observar a decoração. Flores de hibisco estavam espalhadas por todo o terraço, em tons vermelho e amarelo, diferente dos colares Lei - colares havaianos - que alguns convidados usavam.

Quatro longas mesas retangulares se estendiam pelo terraço, com forros em tom pastel, prataria delicada posta e pequenos candelabros se misturando ao clima naturalmente tropical que arranjos de flores da ilha proporcionavam. A única mesa em direção oposta era a que eu sentava junto a Mansur e nossos pais, minha irmã também tinha uma cadeira reservada ao meu lado por um pedido meu, mas a garota andava de um lado para o outro conversando com os convidados.

Estávamos sozinhos na mesa, e não na companhia um do outro. Havia notado que Mansur parecia mais distante que o normal nos últimos tempos. Sempre foi relapso, desinteressado nos preparativos do casamento, mas agora sentia que seu desinteresse também se entendia a mim, quase parecia uma punição.

──── Você está bonito. ── comento tentando iniciar conversa. ──── Deveria usar mais camisas assim, fica bem em você.

Seu olhar demora a me encontrar, me fazendo entender que realmente estava sozinha na mesa. Eu poderia culpá-lo por isso, mas levando em consideração as condições que nos cercam, imagino que seja seu jeito de lidar com a situação. A ideia que essa pode ser a nossa relação nos próximos anos me causa frio na barriga, do tipo que vem acompanhado de ânsia.

──── Prefiro camisetas, são mais confortáveis. ── diz esfregando as mãos na calça jeans skinny que veste, desenhava bem as pernas musculosas, mas já não me causavam interesse como antes.

──── Entendo, mas ainda sim poderia usar as vezes. ── dou de ombros jogando os dreads vermelhos para o lado. ──── Não vai falar nada sobre como eu estou? Literalmente todo mundo me elogiou e você não disse uma palavra, é meio estranho o noivo ficar tão acanhado.

──── Não tô acanhado, só não prestei atenção. ── respondeu em tom social demais. Abro a boca surpresa e solto uma risada descrente. ──── Desculpe, não foi isso que eu quis dizer. ── encosto na cadeira e agarro a taça de champanhe vazia sinalizando a uma garçonete. ──── Você está bonita, muito bonita. É que todos os olhares estão em nós, isso não me deixa concentrar.

──── Todos os olhos estão em cima de mim desde o começo do mês. ── solto me esticando para pegar a taça. ──── Enquanto você estava se divertindo com seus amigos, mas eu tô segurando a onda, sabe meu chapa. ── uso intencionalmente o mesmo tom social que ele. ──── Mas ao menos tenho a decência de disfarçar.

Ouço bufar, como uma criança que é repreendida. Tomo um gole da bebida borbulhante. Sua mão agarra a minha, dedos mornos, grandes e macios demais para um cara na sua idade alisam minha pele.

──── Tem razão, eu tô sendo bem inútil esses tempos, tô ligado que não estou levando essa coisa a sério, mas te juro que só tô curtindo o momento, nós vamos casar e eu vou entrar na linha.

Mansur sorriu para mim. Com os dentes perfeitos e os lábios finos rosados. Ele sorriu como um príncipe de contos de fada, capaz de fazer qualquer princesa cair de joelhos ou levantar a saia para ele. E eu não senti nada, mais uma vez.

──── Isso deveria ser algum tipo de declaração de amor? ── sorrio de volta, não ligo em parecer triste, pois ele não notaria. 

──── Claro, agora é até que a morte nos separe. ── a declaração me deixa com a garganta seca. Entorno a taça reabastecida de champanhe. 

Do outro lado do salão uma criatura de olhar tempestuoso nos assiste. Não havia percebido que estava ali até o momento, não fez questão de disfarçar. Taehyung vestia branco, camisa social e shorts de tecido suave. Sapato simples e o cabelo longo pela primeira vez não estava adornado com um dos seus lenços de cabelo. Fios úmidos caiam sobre a testa bonita. 

A sua imagem sendo banhado pelo jato do chuveiro me atormentam a mente. Dos pés a cabeça, sei exatamente como aquele homem estava antes de vestir as roupas. 

Os dedos macios agarram meu queixo roubando minha atenção para si. É Mansur. Se inclina sobre minha e me beija a boca. Seu beijo não é ruim, longe disso, mas as minhas observações acabam ali. Ainda mais quando começo a imaginar que ele esta no assistindo. 

──── Vamos aproveitar a noite, okay? ─── diz moldando um sorriso. ──── Vamos sair amanhã, só nós dois. Prometo te recompensar.

──── Quer dizer compensar, não? ──── ele enruga a testa nada satisfeito em ser corrigido.

──── Foi exatamente o que disse princesinha. ──── voltou o toque a minha mão, descansando sobre a minha coxa. ──── Hey! 

Levanto o olhar rapidamente, não tanto quanto a cena que procede. Mansur chama Taehyung enquanto ele caminhava para seu lugar na mesa dos convidados. Que era bem longe de onde estávamos, por segurança, claro. Mas de nada adiantou.

Desfilou em nossa direção com um copo em forma de cilindro, whiskey talvez. 

──── Boa noite pombinhos. ──── declarou em tom displicente, mas sua face era uma incógnita. ──── Felicidade aos noivos. ──── ergueu o copo.

──── Corta essa cara, você é família. ──── desvio o olhar para meu noivo, como quem pergunta: Desde quando? Estava mais do que certa de que nunca, nos últimos cinco anos o ouvi sequer citar o nome de Taehyung. ──── Senta ai, tira umas fotos com a gente.  ─── convidou. 

──── Não quero incomodar, essas fotos tem que ser com a família de verdade. ─── ditou levando o olhar a mim. ──── Sua noiva pode se incomodar com um estranho no álbum de casamento dela.

──── Oh. ──── tenho o olhar dos dois sobre mim agora. ──── Você se importa? É só uma foto. ──── eu quis rir da situação. Se um dia viesse a descobrir do que se passava embaixo do seu nariz, ele quem se incomodaria com as fotos. 

──── De jeito nenhum, afinal os amigos do meu futuro marido, são meus amigos também. ──── me submeto aquele teatrinho sem nem mesmo notar.

Já estava no mar, me afogar era questão de tempo.

O turista se senta ao meu lado, com todos os lugares vagos na mesa. Ele se senta ao meu lado. Não ao lado do seu melhor amigo. Mas do meu lado. Quero bater sua cabeça contra a mesa. Cretino, maldito. Gostoso. O seu perfume me deixa desconcentrada enquanto tento sorrir para o fotógrafo. 

──── Ainda não sei como se conheceram. ─── indago, se o silêncio se instalasse naquela mesa estaríamos condenados. 

──── Mansur precisava de um asiático para completar seu grupo de desajustados e eu estava disponível. ──── soltou com o rosto sério e depois largou uma risada divertida. ──── Nós tínhamos economia juntos nos primeiro período, a matéria era um inferno, eventualmente a gente começou a sair depois da aula para relaxar, pegar uma gatas. 

Meu noivo limpou a garganta e gesticulou para o coreano.

──── Ignora essa última parte, nunca aconteceu. 

──── Cara, você quer acabar com meu casamento? ──── sibilou contendo uma risada.

──── Eu? ──── inclinou-se na mesa em direção ao amigo, um sorriso quase inocente e fraterno alimentando sua expressão. Pousou a mão na minha perna, apertou a carne entre os dedos fortes. ──── De jeito nenhum. Estou feliz por você irmão. 


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Se eu contasse que passei os último quinze minutos, durante meu jantar de ensaio de casamento, sentada entre meu noivo e meu amante em potencial. Sendo acariciada por um e apalpada pelo outro, ninguém acreditaria. Para falar a verdade, nem eu acredito. Pior, além de não acreditar eu não estava odiando completamente a situação. 

Sou uma piada. Ruim, miserável e sem o menor senso. Afasto-me dos dois quando anunciam o início dos discursos. Levanto outra taça de champanhe, deveria ser a minha terceira ou quinta. Ninguém estava contando. 

Jada sorri no palco, limpa a garganta e começa a falar. Suas palavras são lindas e doces. Acabo chorando. E então meu irmão sobe ao palco, até tento me controlar mas já é tarde para isso. Queria pensar que toda aquela comoção vinha da uma emoção genuína que alimentava meu coração. Mas não.

Sentia-me péssima. Como se no fundo estivesse enganando todos ali. Repentinamente tive a vontade de pedir que todos recolhessem seus votos e felicitações. Não havia casamento feliz nenhum a nossa frente, não havia nada além de um contrato.

Sinto o álcool subir a minha cabeça quando Mansur tenta um beijo e acaba com os lábios amassados contra a minha bochecha. 

──── Oh, não fica assim minha noivinha. ──── me aperta em seus braços gigantes e rígidos. Será que também esta fingindo? Penso.  ──── Mulheres, sempre sentimentais. ──── brinca limpando as lágrimas do meu rosto. Vamos aproveitar, hm? ──── recebo um beijo na cabeça. 

──── Claro, vamos aproveitar. ──── um coro de vivas e aplausos seguem pelo terraço. 

É tanta felicidade que quase não cabe em mim.

Realmente, não cabe em mim

Em determinado momento do jantar, noite a dentro, meus convidados já estão bêbados e distraídos demais para se importar com o que a noiva faz, e como a anfitriã em questão sou eu, não posso me dar ao luxo de ir embora. Precisava aguentar por pelo menos mais um hora. Malditas regras de etiqueta.

A praia esta iluminada, do topo do prédio posso ver os turistas caminhando como formiguinhas excitadas nas ruas de Wakiki. A paisagem noturna é ridiculamente bonita, leve. Olhar para o mar tomado em petróleo, ao refletir a luz noturna, torna a noite leve e suportável.

Me debruço sobre a barra de ferro do parapeito. O vento bate contra meu corpo causando uma dança entre as plumas do vestidos e meu cabelo. Fecho os olhos respirando fundo, inalando o cheiro de mar, peixe e abacaxi. Cheiro de casa. Um aroma incompatível com a paisagem invade meu olfato. 

──── Pensei que tivesse ido embora. ──── não ouso abrir os olhos. Sei que é ele.

──── Eu ia, mas queria ter certeza de que estava bem. ──── sinto sua presença, violentamente me cercando. 

──── Estou, se afaste. ──── peço, e um lufada de ar bate contra minhas costas. Posso respirar calmamente. 

──── Pode me encontrar nas escadas em cinco minutos? ──── algo sobre o tom da sua voz parece estranho, soa mais grave que o normal. E de alguma forma sei que não esta alterado, não bebeu tanto. 

──── Obviamente não. ──── abro os olhos apenas para me arrepender no minuto segundo.

Esta ao meu lado, o cotovelo encostado na barra de ferro, uma mão vagando em seu bolso. O vento que sopra pela noite havaiana brinca com os fios grossos do seu cabelo. Meus dedos coçam em busca de textura gostosa. 

──── Por favor, vai ser rápido.

Eu deveria saber que não havia a menor chance de qualquer coisa relacionada aquele homem ser rápido. Ou seguro. E acredite, repeti este mantra na minha mente. O local cheio de familiares, eu não poderia simplesmente ir encontra-lo em algum canto do hotel. 

Mas, evidentemente, eu fui.

Desbravo a nuvem de fumaça que se formou na escada de emergência. Cheirava a melancia, apesar da espessura maçante. O corpo esguio encostado na parede, um pé de apoio. Ele deixa o aparelho entre os lábios e leva ambas as mãos ao cabelo, parece uma performance ensaiada. Mas nunca fica ruim. 

──── O que quer?

──── Desejar felicidades? 

──── Cretino.

Giro o corpo prestes a tomar a única decisão racional daquela noite, quando agarrou meu pulso. Me impedindo de continuar.

──── Você esta linda. ── seu peito se choca contra o meu braço. ──── Uma gostosa, uma deusa. Tive que me segurar para não subir naquele palco e anunciar a todos o quão tentado estou em roubar a noiva.

──── Estava, o quão tentado estava. ─── corrijo mordiscando o lábio.

──── Não, estou. Puta merda, como eu estou tentado a te jogar no meu ombro e te levar comigo para o outro lado do mundo. 

──── Enlouqueceu de novo?

 ──── Um pouco. ──── abriu um sorriso retangular. ──── Tenho enlouquecido desde que coloquei os pés nessa ilha e encontrei você. E não adianta negar, se não estivesse enlouquecendo também não estaria aqui. 

Solta o ar na altura do meu ouvido, o hálito quente me deixa vulnerável. Me policio para não fechar os olhos, ciente de que o meu lado irracional poderia assumir controle.

──── Você é mesmo incapaz de entender a palavra não. ───  A boca se choca contra meu ombro desprotegido em um beijo. ──── Tem certeza que falamos o mesmo idioma? 

Os dedos longos trilham a curva das minhas costas e de repente me vira contra, prendendo meu peito ao eu tórax.

──── Sabe o que é mais interessante? ─── comenta parecendo ignorar completamente o que  tenho dito. ──── Fala o diabo de mim, mas não move um músculo para se afastar. ──── zomba e a palma da minha mão arde para acertar o rosto bonito e simétrico, as chamas no meu olhar parecem causar ainda mais prazer a ele. ──── É tão hipócrita. 

──── Tem razão, eu sou. ─── concordo sentindo uma pontada na barriga, um desconforto estranho. ────Eu sou um milhão de coisas terríveis essa noite, obrigada por me lembrar. 

Apoio as mão em eu peito tentando tomar distancia do seu abraço. Não sei se estou colocando força de menos ou se ele me aperta demais, o fato é meus esforços são inúteis. Soco seu peito e ele se inclina roçando o lábios.

──── Céus, eu detesto você. ──── choramingo hipnotizada pelo toque da sua boca. 

──── Tudo bem, pode colocar a culpa toda em mim, eu aceito de bom grado. ──── o polegar alisou minha bochecha. ──── Mas me deixa te fazer sentir melhor, hm? ──── beijou o canto do meu lábio, sutil e molhado. ──── Eu não sabia que poderia me incomodar tanto ver alguém em angústia.  ──── sussurrou e eu ordenei que minha mente não absorvesse suas palavras. Eu não podia. 

──── Quantas vezes eu preciso dizer para parar com isso? ──── respondo contra a sua boca, sugando seu lábio. 

──── Eu não sei, continue tentando. 

Haviam dezenas de pessoas a poucos metros de nós, do local exato em que vinha a música. Mas pela primeira vez naquela noite eu decidi ignorar minhas reponsabilidades, vinte minutos não me condenariam mais do que já estava. Não era como se fosse ganhar um passe vip para o inferno. Ainda que ficar aos amassos com Taehyung fosse o meu pecado favorito. 


𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒: 


Long time no see!!! E ai, como estamos? Relish esta de volta e se nada der errado vamos até o final dessa vez. É isso, beijos da Anitta. Espero que tenham comentando, se não pode voltar lá e comentar, pode ir, eu espero. Deixa um comentário e um estrelinha  prometo que é de graça <3

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