A L O H A
Alohα, é muıto mαıs do que umα pαlαvrα, é um estılo de vıdα e umα técnıcα que pode ser αplıcαdα em quαlquer vıdα. Estα técnıcα é cαrαcterızαdα por umα regrα: αbençoαr tudo e todos que representαm αquılo que um ındıvı́duo quer.
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Salto do táxi garantindo ao motorista que não precisava se preocupar, afinal de contas havia pedido para estacionar na costa, algumas boas ruas longe da minha casa. Decidi caminhar, aproveitar os últimos raios de sol que pintavam o céu, agora que começava a se pôr.
Aquela era de longe uma das minhas atividades favoritas, as vezes estacionava o carro na praia e ia andando para casa, sentir a areia nos meus dedos e o cheiro da maresia era calmante. De corpo e alma. E para alguém que estava demasiadamente exausta de pensar e repensar, ter um tempo de puro silêncio e melancolia era perfeito.
Depois de um dia cheio de altos e baixos decidi que ignorar todos aqueles acontecimentos, tomar um bom banho de banheira e dormir era a melhor e mais simples opção. Não havia nada que pudesse fazer sobre meu deslize, estava feito, pensaria em como manter a boca de Taehyung calada quando tivesse o azar de encontra-lo outra vez, o que não deveria demorar, Mansur parecia empenhado em apresentar os amigos estrangeiros como se fossem seus troféus pessoais.
North Shore estava calma, o fato de não ser alta temporada para os surfistas contribuía para isso, poucos turistas estavam na praia naquele horário, poucos podiam observar os tons de laranja que preenchiam o céu vagarosamente.
Por um momento, parece que tudo vai ficar bem.
Gosto dessa sensação, por mais artificial e passageira que seja.
Trato de andar em direção a minha casa, no centro de Waialua, uma região litorânea conhecida pelas ondas grandes e point dos surfistas. Por ter os filhos espalhados pela Ilha Grande, papai costumava dizer que tinha olho em todos os cantos, as vezes soava como uma forma discreta de apaziguar o fato de que querendo ou não nos afastávamos cada vez mais.
Atravesso duas ruas deixando para trás um enorme resort que por pouco não tomava para si uma parcela do mar. Cumprimento minha vizinha que caminha com uma dupla de pastores alemães em direção a praia. O clima pacato me agrada, ao menos para morar, apesar de adorar Wakiki, sei que não duraria um só dia dormindo com o burburinho dos turistas excitados com os coqueiros.
Dois prédios depois estou virando a esquina de minha casa, meus pés doem um pouco, nunca é uma boa ideia andar de tamancos no caminho de pedras cinzentas, mas parece que nunca aprendo.
Tal como nunca aprendo que o universo gosta de ver com as tripas em um só nó de nervoso.
Afino o olhar torcendo para que meus olhos estejam me enganando. Eu não poderia, nem em um milhão de pontos em azar estar vendo um homem á frente da minha. Não aquele homem, com camisa vermelha florida e um lenço segurando os fios longos.
Nunca desejei tanto ser devorava por larva quente, mas ali, encarando seu olhar despretensioso sobre mim, penso que seria um ótimo jeito de morrer.
Ninguém pode vê-lo. Mas pelos deuses, se já tiverem visto?
Não! Não! Não!
Avanço sobre sua figura, agarro seu pulso e o arrasto atravessando o enorme portão em madeira grossa. Uma vez que esta trancado o homem se aproxima buscando contato e eu o empurro. Quero mata-lo.
──── Mas que porra você esta fazendo aqui? ── esbravejo e falho miseravelmente ao tentar segurar o tom da minha voz.
──── Que belo jeito de me receber. ── reclamou formando um bico nos lábios acerejados. Pisco algumas vezes mantendo minha postura. ──── Precisava te ver, digo, nós precisamos conversar.
──── Conversar? ── rolo as orbes em descrença. ──── Se isso for nos levar a você fazendo algum tipo de chantagem descabida, já aviso que não vai funcionar, nego até a minha morte que te conheci. ──── meu tom é confiante, sei disso pois não erro um oitavo, mas por dentro estou torcendo para que ele não faça isso.
──── Chantagem? ──── sibila.
──── Quer dinheiro? Pode ir falando seu preço para ficar de boca fechada, Mansur não precisa saber de nada.
──── Mansur? Eu não vim aqui para falar sobre ele meu bem.
Há algo no tom grave da sua voz que funciona como hipnose, me distraio com a sua boca se movendo, como um encantador soprando sua flauta. De onde diabos este homem saiu?
──── Quanto, Taehyung?
Ele abre um sorriso retangular e umedece os lábios com a ponta da língua vagarosamente. Sua expressão continua calma, mas agora parece conter um toque de divertimento. O cretino esta rindo da situação? Penso ao me pegar boquiaberta com a sua gargalhada.
Levo a mão direita a sua boca rapidamente, impedindo que o som fosse ouvido pelo casal que passava na rua, as nossas costas. Meus vizinhos curiosos que falavam alto o bastante para serem reconhecidos por mim. Se os dois velhinhos tivessem a mínima noção do dentro da minha propriedade naquele momento, a notícia certamente chegaria aos ouvidos do meu pai antes que tivesse tempo de encher a banheira.
────...
O som abafado pela minha palma é incompreensível. Os dedos longos e fortes que a movem dali e não a soltam. Sua temperatura continua tão quente quanto poderia me lembrar.
──── Posso pedir qualquer coisa?
Aceno positivamente me esquivando do par de olhos que me devorava, decido checar como estão as flores do meu jardim, bem cuidadas, pois obviamente não sou eu quem faz o trabalho.
──── Quero você. ── disse, sem medir o tom em cada sílaba, simplesmente jogou no ar e me deixou de boca seca e nuca arrepiada. ──── Diferente do que pensa eu não vim aqui te cobrar coisa alguma, Nalani. Queria te ver de novo, precisava, desde que acordei só consigo pensar no que fizemos e no quanto quero fazer de novo e de novo. ── acariciou meus dedos e puxou-me para perto sussurrando na altura do meu ouvido. ──── Não colocaria um preço nisso, mas se insiste, essa é a minha oferta.
──── Esta tentando comprar sexo?
Agarro a camisa florida inalando seu frescor por acidente, quero beijar sua pele. A proximidade me deixa completamente atordoada, fora de mim, só consigo pensar em uma coisa, desejar uma coisa.
──── De jeito nenhum, vim aqui com a melhor das intenções. ── de foder a noiva do seu amigo, penso comigo mesma. ────Mas foi logo pensando o pior de mim.
A mão grande agarra minha cintura e desce até minha bunda deixando um aperto nada sutil. O atrito entre meus dentes pode ser ouvido ao tentar conter um gritinho.
──── O que mais eu pensaria? Nem te conheço. ── argumento soltando a camisa ao notar que o segurava, inconscientemente, como se fosse escapar por entre meus dedos.
──── Me pergunte o que quiser, quantos anos tenho, o nome dos meus pais, meu endereço, a senha do meu cartão, minha música favorita. ── os lábios roçam na minha bochecha, ele cheira a nicotina mentolada, canela talvez. Até meus sentidos ficam confusos.
──── Qual é a sua música favorita? ─── ele ergue o queixo rindo divertido, pouco rouco. ──── Eu não posso fazer isso Taehyung, não posso. Ontem foi um apenas um deslize.
──── Um deslize fodidamente gostoso que tenho certeza que quer repetir tanto quanto eu. ──── a mão livre agarrou meu queixo entre o polegar e o indicador obrigando-me a encara-lo.
Agora, sem as luzes vermelhas daquele corredor consigo ver quão tempestuosos seus olhos são. Escuros como açúcar queimada, revoltos como um tornado.
──── Não importa se quero repetir, vou me casar e sabe muito bem disso. ── engulo em seco. ──── É um filho da puta por vir aqui sabendo disso. ── reforço, talvez assim ele entenda a situação em que estamos.
──── Sou. ── concorda e pressiona os lábios sobre os meus sugando o inferior. ──── Mas eu prometo que não vou contar nada e ele, prometo em nome de quem quiser, por quem quiser contanto que eu esteja te fodendo nas próximas horas.
──── E você vai, literalmente, acabar me fodendo.
Tenho que pensar com a cabeça de cima, usar meus neurônios e não o calor que se afoga entre as minhas pernas. Há mais coisas em jogo do que uma boa foda possa me proporcionar, especialmente se tratando de um estranho. Quais são as chances disso não dar errado? Sinceramente são muito poucas.
Por isso eu entro em casa, me livro dos sapatos e subo as escadas o mais rápido o possível me atirando sobre o colchão.
Com ele sobre mim.
Afinal de contas, só vivemos uma vez e a minha vida já esta condenada por um casamento arranjado mesmo. De um jeito ou de outro estou ferrada.
Me espalho na cama vendo o homem desabotoar a camisa com toda sua agilidade, sua atenção está toda em mim, parece calcular sua rota, me analisa. Não sou tão diligente assim, me perco no pele a mostra, no corpo magro e bem talhado, o peito alvo e os braços fortes. Taehyung não tem gomos, muito menos aparenta ser um viciado em academia, mas ainda sim seu tronco parece ter sido esculpido.
A parte superior não me deixa com dúvida alguma, e quando se desfaz do shorts branco tenho certeza que Eros fez um bom trabalho da cintura para baixo, o volume em sua calça causa uma sombra no chão. Não havia me esquecido do caminhão de duas cargas que trazia, mas céus como diabos eu havia feito aquilo caber na minha garagem?
Meu rosto arde, sinto a boca inundar em antecipação. Quando penso que vai engatinhar em minha direção o homem agarra meu tornozelos e me puxa até a ponta da cama.
──── Hey! ── protesto sem entender o planejava.
Pouso os pés na beirada, ficando totalmente exposta a sua vista. O moreno se ajoelha entre as minhas pernas e ergue o vestido até meu umbigo. Mesmos sutis, seus toques deixam uma trilha ardente na minha pele.
──── Baby... ── murmurou. ──── Ainda quer saber qual é a minha música favorita?
Uso os cotovelos como apoio e volto a ter visão do seu rosto. Encara minha intimidade com um brilho perverso e cheio de tesão, parece estar prestes a me devorar e este pensamento me faz querer esfregar as coxas em puro anseio.
──── Quero. ── a mão firme desliza pela lateral da minha coxa direita mantendo-me no lugar.
Acaricia-me por cima da lingerie, se diverte com a umidez da peça brincando com a minha carne, afasta a peça e desliza um dedo entre minhas dobras, não contenho o som excitado que escapa. Ele esta me tocando, descobrindo meus pontos no seu tempo, sem medo, com vontade. A cena é erótica demais para que me contenha.
──── Até ontem era Closer Retro 50s Cover. ── inclina o rosto, sinto sua língua deslizar até meu clitóris e sugar o botão, gemi entredentes. ────Agora é isso, você gemendo para mim, isso é música para os meus ouvidos.
──── Então me faça cantar Taehyung, me faça cantar.
Agarro o lençol, minha respiração perde o compasso e quando me dou conta Taehyung esta fazendo uma bagunça de mim. Os lábios vermelhinhos encontram sintonia com os meus, quando beija, suga e penetra minha boceta sem a menor cerimônia. Toma como se fosse sua, como se quisesse me devorar por inteira.
Os dedos entram em ação, longos e grossos, entram e saem de mim com facilidade, estou derramando e ele sabe muito bem como tomar proveito disso. Agarro meu seio com uma mão o massageando e seus longo fios com a outra, preciso aliviar toda a tensão que tem se formado, a pressão no meu ventre, implorando para ser liberada.
──── Tae..hy... ── as palavras me fogem. ──── Eu preciso...argh.
Puxo os fios negros e rebolo contra seu rosto, uma de suas mãos me agarra a bunda enquanto devora-me de todas as formas possíveis. Se fosse fruta, daquela forma, não sobraria nem mesmo o caroço.
O alívio vem em uma onda forte, prendendo involuntariamente o rapaz entre as minhas coxas. Mas ele não para, enquanto choramingo sensível pelo orgasmo ele lambe em um estalo depravado.
──── Estava louco para fazer isso. ── admite limpando o lábio com o polegar. ──── Você é tão doce, fica toda mole enquanto estou te chupando. ──── se vangloria mordiscando a própria boca e me beija, sedento, necessitado.
Concluo naquele momento que beijar Taehyung seria o tipo de punição que receberia de sorriso largo. Cumpriria boas décadas desfrutando da sua boca e todas as suas habilidades.
Por mais que beija-lo seja viciante, nossos corpos não ficam satisfeitos com isso, como poderiam sabendo o que mais tinha a oferecer. Agarro seu membro dentro da boxer e aperto a cabecinha, ele resmunga entre o beijo e se pressiona contra a minha mão. Quase que em resposta o tecido da minha lingerie é puxado contra a minha pele até rasgar-se.
──── Seu cretino! ── mordo sua boca e o afasto. O encaro ainda mais excitada. Filho da puta. ──── Vai pagar por isso.
──── E por mais quanta mais quiser, especialmente se puder tira-las.
Aperto seu membro outra vez, ele choraminga e me beija a boca. Busco espaço entre o tecido e finalmente toco seu pau, duro e cheio de veias que se moldam a minha palma, meus dedos não se encontram tamanha espessura daquela coisa. O pré gozo ajuda nas estocadas, ele geme contra a minha boca e depois contra meu seio, mordiscando o bico duro.
──── Quero te chupar. ── segredei movimentando a mão em vai e vem. ──── D-depois que me foder. Preciso te sentir agora, por favor. ── a cabecinha se esfrega na minha entrada quando o paro levando a mão o peito.
──── O que? ── me lança um olhar confuso.
──── Não podemos fazer...assim de novo. ── olho para o seu pau e ele faz o mesmo, entendendo o recado rápido. ────Na gaveta da mesinha.
Sem ditar uma palavra sequer fez como pedido, tomou o pacote de preservativo e rasgou com o dente colocando em seu membro. Me lança um sorriso retangular cheio de dentes e segundas intenções ao me notar o encarando.
Provoca, esfregando a ponta no meu clitóris e entre as minhas dobras antes de entrar, melando o pau com a lubrificação natural. Sei o que vem pela frente, ele é fodidamente grande, espero pela sensação incomoda, mas acabo sendo distraída por seus lábios nos meus. É gostoso, me invade com uma falsa delicadeza, mordisca meus lábios e para procurando nos meus olhos confirmação para continuar.
Dou um tapinha na sua bunda para continuar. Um tapinha que me custa um gemido, sua delicadeza some aos poucos e rapidamente.
Em momento esta entrando e saindo de mim vagarosamente e no outro nossas peles se chocam violentamente em um som erótico. Pele com pele, formando soar e deixando o cheiro de sexo dominar o quarto. Ele faz aquilo de novo com o quadril, rebola e acerta o ponto certo.
Afundo os dedos em suas costas, arranho, aperto. Passo a língua no seu pescoço, o gosto salgado da sua pele me vicia. Ele geme em resposta, marca meu ombro em uma mordida e enche a mão com meu seio.
──── Por cima, quero por cima. ── digo buscando ar e rolo na cama o empurrando.
Me apoio sobre os joelhos sobre suas pernas agarro seu pau com ambas as mãos, e lambo a cabecinha antes de me posicionar para sentar. Tento faze-lo devagar, mas o cretino agarra minha cintura e me puxa de uma vez só vez. Praguejo alto choramingando.
──── Essa bocetinha ainda vai me matar. ── reclama ansioso, se movendo embaixo de mim. ──── Como pode ser tão apertadinha, tão gostosa? Hm, baby...
──── Calado, é a minha vez agora! ──── demando levando o indicado a sua boca, ele chupa meu dedo do jeito mais pervertido que poderia.
Rebolo em seu colo, devagar, usando suas queixas como combustível. O estrangeiro playboy parecia um garotinho embaixo de mim, choramingando, chamando nomes, pedindo por mim. Somente por mim. Tomo impulso quicando no seu pau, trago suas mãos para os meus seios, as duas trabalhado em cada um exatamente como gostava. Acabo me tocando também, esfrego meu clitóris jogando a cabeça para trás.
Estou pegando fogo, sendo devorada e tocada das formas mais deliciosas que uma mulher poderia ser, o sinto fundo dentro de mim, movendo-se vez ou outra buscando nosso prazer em conjunto. Quero chorar tamanho tesão.
──── Que porra...── resmunga em um soluço quando contraio, choraminga quando faço de novo e me da um tapa na terceira vez. ──── Sua safada gulosa, não vou aguentar muito mais assim. ── tenho uma visão privilegiada, os olhos tempestuosos me miram famintos, sem o lenço que prendia seus cabelos agora os fios grudavam em sua testa. Maldito seja. ──── Vem comigo baby, vem pra mim.
Convulsiono em prazer, perdendo o controle do meu corpo a cada espasmo. Busco apoio no seu peitoral mas acabo deitada, não antes de ver o sorriso tolo em seus lábios indicando que também havia chegado lá.
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Encaro o corpo nu de pés perto da minha varanda, onde não pudessem o ver, mas ainda tivesse a liberdade de fumar seu cigarro. Havia me convencido de que precisava de um após a pequena recompensa que lhe dei, mas devo dizer, me deixou com a boca dormente.
Agarro um travesseiro me deitando de bruços, um pouco dolorida pela nossa brincadeira. Alheia a nossa real situação. O fato é que torna-se muito fácil esquecer do mundo na presença daquele homem, qualquer assunto torna-se trivial diante da sua mania de puxar os fios pra trás com as duas mãos enquanto tinha o cigarro entre os lábios.
O observo dali, pela primeira vez. Consigo capturar sua presença e odeio admitir o quão atrativa é. Talvez se tivéssemos nos conhecido em outra época teria mais tempo para buscar respostas a perguntas que vagavam pela minha mente naquele momento.
Como por exemplo: Como poderia o diabo ter o rosto de um anjo e o corpo de um deus?
──── No que esta pensando?
Solto uma risada rolando os olhos.
──── Essa é a frase mais batida pós sexo, sabia? Só não perde para: Foi bom pra você?
──── Tenho certeza que foi bom pra você, quase chorou me cavalgando. ── soltou o ar pelas narinas e afastou o cigarro do rosto. ──── Realmente quero saber o que se passa por essa linda cabeça.
──── Que tal o fato disso ter sido um grande erro. ── minto, ele não precisava saber que estava comtemplando sua bela bunda redonda.
──── Não pode ser um erro tão grande se nós dois queríamos tanto. ── aproximou-se da cama e deixou ao meu lado de barriga para cima. ──── Te procurei pela manhã, não me disse seu nome e aparentemente tem outras mulheres por ai com dreads vermelhos e bonitas. Ninguém sabia me dizer quem era você. ── Sinto meus estômago revirar com suas palavras. Deu um último trago no cigarrinho e o deixou uma concha na mesa de cabeceira, não era um cinzeiro mas já era tarde demais para avisa-lo disso. ──── Estava me preparando para aparecer em todas as próximas festas até te ver de novo, até Manie me convidar para aquele almoço e você aparecer.
──── Esta dizendo que o destino resolveu ferrar comigo, que não sabia?
──── Estou dizendo que o destino, o universo ou algum deus havaiano queria que nos víssemos outra vez. Isso não pode ser um erro.
──── Sou noiva, se lembra?
Enrugou a testa e me fitou fazendo cara de surpreso.
──── Nunca ouvi sobre isso antes. ── sibila descaradamente. ──── Como ousa me chupar com a mesma boca que beija seu noivo.
Arregalo os olhos surpresa com a sua fala e caio na gargalhada imediatamente.
──── Seu merdinha! ── acerto o travesseiro em seu rosto. ──── Vai me fazer ter uma crise de consciência. ── acerto outra vez. ──── É tão culpado quanto eu.
──── Eu sei, eu sei. ── tenta se defender entre risadas e me agarra com travesseiro e tudo abraçando meu corpo de uma forma estranhamente acolhedora.
Aquele momento me assombra. Estou gargalhando nos braços de um completo estranho após uma das melhores fodas que já tive na vida. Estamos nus, vulneráveis, íntimos. Mais íntimos do que já fui em qualquer momento nos últimos anos com o homem que vai colocar um anel no meu dedo.
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Kιm Tᥲᥱhყᥙᥒg ↺
O som do aparelho vibrando me desperta, havia pego no sono por poucos minutos, mas estava confortável demais para levantar de uma só vez. Quem quer que fosse poderia esperar minha alma voltar ao corpo.
Ela esta dormindo, com o corpo encolhido e eu sou a concha maior, ainda estamos nus por muitos motivos especialmente o calor do Havaí. Cheiro seus fios e sorrio comigo mesmo, por alguma razão imaginava que seus cabelos vermelhos teriam cheiro de morango, mas não é isso, tem um perfume que me lembra água de coco e uma pitada de mel.
Há uma resistência palpável ao tentar me afastar, uma resistência minha a ideia de distanciar meu corpo do seu. Deixo um beijo em seu ombro e me levanto dos lençóis revoltos procurando pelo celular no bolso do meus shorts. O nome de Mansur esta na tela como Manie, o chamava assim quando estávamos na faculdade.
Bocejo preguiçosamente e atendo o telefone.
──── Hey Mr. Lindo, onde você esta? ── a pergunta me faz morder a língua e girar os calcanhares.
Observo o corpo adormecido na cama, a pele negra reluzindo um pouco de suor do que fizemos poucas horas atrás. A bela bunda com a marca avermelhada dos meus dedos. Quero dizer onde estou, exatamente o que estava fazendo, mas me contenho.
──── E ai Manie, estou aproveitando a Ilha, o que manda seu puto? ── encosto na penteadeira.
──── Vamos sair para beber, Brian não para de falar nisso. ── ouço a voz do loiro ao fundo, parece animado demais. Checo as horas no despertador na mesa de cabeceira, são pouco mais de 1 da manhã. ──── Esta tendo festa no hotel do meu sogro, vamos.
──── Ele não se importa que esteja festejando por ai dias antes do casamento?
A ruiva se remexe na cama, vejo seu braço buscar pelo local vazio onde estava deitado. Imagino que seja inconsciente, mas o ato me deixa ridiculamente de ego inflado. Aproximo-me tomando o espaço vazio e passo uma perna sua por cima do meu corpo, quando abre os olhos levo o indicador aos lábios pedindo silêncio.
──── Claro que não, somos homens, nos entendemos. ── a frase tardia, Brian havia interferido na ligação insistindo para que fosse em berros sem sentido. ──── Esta ouvindo o branquelo aqui, ele não vai parar até que venha.
──── Ok, eu vou. Parem de passar vergonha. ── me inclino deixando um selinho em seus lábios, pisca lentamente, manhosa. Penso imediatamente em desistir, foder aquela gostosa outra vez era uma decisão muito melhor.
──── Hm...você esta acompanhado seu puto? ── meu rosto congela, Nalani me olha sem entender o que se passa. ──── Esta sim...quem é a cachorra? Não perde tempo mesmo.
──── Para de falar merda, vocês já estão bêbados né? Te encontro no centro em meia hora.
Desligo o celular sem esperar resposta.
──── Quem é a cachorra? ── resmunga ela, não parecendo ofendida, mas curiosa.
──── Acho que não vai querer saber baby. ── beijo seus lábios outra vez, não consigo evitar sentir seu gosto enquanto ainda posso. ──── Vou encontrar com os caras, mas se quiser que eu fique posso inventar uma desculpa.
──── Pode ir. ── responde machucando o ego que tinha inflado a pouco. ──── Ainda bem que ligaram, nem deveria ter dormido.
──── Sabe, você é o primeiro caso de cafajeste do sexo feminino que me deparo, machuca meus sentimentos.
──── Considere isso reparação histórica, baby. ──── os dedos finos deslizam pelo meu cabelo, percebo que ela gosta de fazer isso e sinceramente não me importo em receber cafuné. ──── É perigoso, alguém poderia chegar aqui cedo de manhã, minha família não sabe bater na porta e você esta confortável demais. ──── baixa o olhar para minha virilha e arqueando uma sobrancelha.
──── Agora isso é um problema?
──── Sempre foi. ── a mão que não estava em meus cabelos me toca gentilmente, massageando meu membro. ──── Feche a porta quando sair. ── afasta-se me arrancando um suspiro desagradado.
Cato minhas roupas pelo chão do quarto e me visto sem demorar muito, Nalani esta quieta na cama, pensativa. Uma ruga se forma no meio da sua testa, por um instante acho que o rosto jovial e bonito esta preocupado.
Ela é jovem, do tipo jovem demais para estar se casando com um cara que não lhe da a devida atenção, julgando pelo almoço, se a trata daquela forma desde sempre talvez houvesse algo estranho naquela relação. Seco as mãos na toalha do banheiro e deixo o cômodo a encontrando enrolada em um roupão de banho.
──── Poderia ter me convidado para tomar banho com você antes de ir. ── a encontro no meio do caminho, abraçando sua cintura.
──── Ai você não iria embora de jeito nenhum. ── concordo unindo as sobrancelhas e sorri com os dentes superiores perfeitamente alinhados, haviam dois inferiores tortinhos, mas só lhe dava mais charme. ────Taehyung... ── levanto o olhar ao seu.
Parece que quer me dizer algo, desvia a atenção e amassa a manga da minha camisa florida entre os dedos. Arrisco saber do que se trata.
──── Prometo não contar a ele e nem a ninguém. Eu não sou esse tipo de cara. ── seguro seu rosto alisando a bochecha com o polegar. ──── Tenha alguma fé no estranho que acabou de conhecer. Minha boca e um túmulo, mas se quiser repetir, é só me ligar. ── enrugou a testa. ──── Salvei meu número no seu celular como "suco de abacaxi".
──── Você é ridículo. ── rolou os olhos e quando ia se afastar a mantive nos meus braços e beijei sua boca, uma última vez, ao menos naquela noite.
──── Até mais Nalani, se cuide.
Ainda saboreava o gosto da sua língua quando a ouvi chamar meu nome, já descendo as escadas para ir embora. Algo estranho soprou no meu peito.
──── Como conseguiu meu endereço?
──── Sempre consigo o que quero, baby.
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Bagunço os fios molhados ao entrar no lounge aberto do hotel, por mais que o diabo no meu ombro dissesse para encontrar Mansur exatamente como estava, o anjo no outro me advertiu que era melhor me livrar do cheiro de suor e sexo por todo meu corpo.
Encontro Brian junto a de meia dúzia de mulheres vestidas como dançarinas de hula, ele se arrisca em alguns passos, mas já parece bêbado demais para acompanhar. Encontrar Brian havia sido uma coincidência também, mais precisamente no aeroporto, nenhum de nós dois lembrava ou pensava em encontrar Mansur até dois dias atrás.
Engraçado pensar que agora somos apresentados como seus melhores amigos, quando não nos falamos desde que me formei, isso tem uns quatro anos, ele não fez questão de manter contato e bem, eu já tinha muito com o que me importar para ir atrás da sua bunda cheia de mal me toques. É verdade, éramos bons amigos naquela época, mas também éramos muito diferentes e sempre houve uma ou outra coisa que me incomodava. Como por exemplo, o jeito de tratar tudo e todos, como um troféu.
Não éramos apenas seus amigos, mas os amigo estrangeiros. Um canadense e um coreano, ele se gabava por fazer amizade com pessoas de todos os tipos. Por um tempo pensei que fosse apenas seu jeito de garoto da Ilha, mas ele era simplesmente assim. Em algum momento daqueles anos acabei o entendendo. Mansur era filho único, o primogênito e o orgulho do papai e precisava demonstrar muito mais que os outros, ser muito mais que o outros, o entendia porquê minha vida não era muito diferente disso. Havia muito responsabilidade em nossas costas, algo que não pedimos. A diferença é que eu sempre soube que havia muito mais do mundo que o meu pai havia montado para mim, e ainda que doesse, que fosse traumatizante eu preferia olhar para fora do que ficar dentro da caixa.
Ai estava a nossa diferença, ele ainda vivia dentro da caixa como o cara de 20 anos que conheci, sob as regras do papai, ignorando o mundo á sua volta, sendo a versão que lhe convinha.
──── Então, qual é a desse casamento? ── não havia realmente me interessado pelo casamento ate o dia de hoje, mas ele já entornava o quinto drink de abacaxi. ──── Pensei que fosse ser solteiro para sempre.
──── Solteiro? ── ele riu largo, o cabelo longo se soltava de uma rabo de cabalo mal feito. ────Estou preso a essa mulher desde que me lembro, desde antes da faculdade papai já falava nisso. ── comentou com o olhar vago, passando pelas pessoas no local.
──── Mas você estava saindo com outras pessoas na faculdade... ── penso alto e ele bate com as costas da mão no meu peito.
──── Não vai me entregar hein, o que mais eu podia fazer? Ela estava aqui e eu lá, além do mais ── fez uma pausa entornando o resto do drink ──── Éramos completos estranhos, agora que começamos a ter o mínimo de contato.
──── Oh...então vocês... ── pergunto aquilo sentindo minha garganta coçar. Pergunta idiota, é claro que sim, eles são noivos porra.
──── As vezes, ela é toda recatada, sabe? Coisa de garota da Ilha.
Recatada? Me pergunto por um instante se estamos falando da mesma pessoa. A mulher que quase me engoliu horas antes era recatada somente na puta que pariu, pois no Havaí não mesmo.
──── Entendo, eu acho. Mas ao menos vocês se gostam, né?
O mais alto me olha, um sorriso ladino enfeita seu rosto. Ele move a cabeça ponderando a resposta e gargalha, acho que esta fodidamente bêbado. Brian se junta a nós levantando uma taça do que parece ser cerveja. Respinga no chão e eu xingo por ter me molhado, qual é estava limpinho e cheirosinho.
──── Pega uma bebida, vamos brindar. ── anuncia o noivo puxando uma dançarina de hula para debaixo do seu braço. ────Estou feliz que estejam aqui, Aloha meus amigos.
──── Aloha, seu puto. ── respondo juntando uma taça de vinho ao brinde.
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𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Aloha queridas e querides! Bem, agosto veio ai e espero de coração que tenham bons momentos lendo RIH, e claro não deixem de me contar suas teorias para o rumo dessa história.
É isso, beijos da Anita!
XOXO
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