Candeeiro
Como a simplicidade me envolve
Nos teus braços que trazem calmaria
Em uma vã avenida fizemos nossa sina
Como o dia que nos transborda
Lembro-me das tardes de lazer
Lembro da vasta noite estrelada
Como o candeeiro aceso
Me reinvento para a vida
Me entrego ao mundo
Como uma escrita complexa
Esse sentimento se torna visível
Em um singelo olhar
Como um poema de lágrimas
Ninguém sabe o que eu sinto
Pois tudo está em transição
Como a desconstrução do meu ser
Do escuro ninguém me salva
E um calabouço se abre
Como um canto solitário
As coisas vão saindo do nosso controle
Tudo voa
Como diálogos quaisquer
Até mais se torna banal
Palavras se concretizam
Como dona Cila
Entrego meu amor as estrelas
E parto para outro lugar
Como um encanto
Cada passo é singular
E tu meu trevo
Como o mar
Maremotos costumam me atingir
E tudo o que há fica submerso
Como tudo o que há
Da janela vejo universos distintos
E nessa paz fecho meus olhos
- Candeeiro
Laís Mendes
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