TEU JEITO ÁSPERO DE SER
Se puderes
Perceber meu olhar
Estes olhos enxergam um mundo aflito
Não expressam o que foi
Dito
Falta-me habilidades para conversar
Falta-me inteligência social
Para decifrar seu mundo
Confuso e bagunçado
Não quero conversa
Estou perturbado
Por que todos sempre me levam a mal?
Um eterno eco ali havia
Ecolalia?
Não! Um eco se ouvia
Na repetida voz macia
Tua agressividade não era
para o mundo
Mas, para ti mesmo
Teu chorar continuo e
Profundo
Deixava-me a esmo
Mas chega de carregar a culpa
Nem minha, nem sua,
Desculpa!
Mas é preciso acabar
com esta dor
Transformá-la em amor
Já não carregaste demais a incompreensão do mundo inteiro?
O tempo foi modificando este roteiro
Para quê o desespero?
Este é seu jeito áspero
Este é teu jeito asperger
De ser!
Tua inocência tão pura
E esta rotina tão dura
Preciso aprender
O cheiro do teu tempero
Os sons do teu viver
No teu jeito áspero
No teu jeito asperger
De ser!
(Este poema é dedicado á minha princesa asp.)
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