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CAPÍTULO 53

“[...] Não adianta muito fugir. Destino ou não, há coisas na vida da gente que estão destinadas a acontecer.”

Diário de Amélia, 06/03/2018

Amélia


Sebastian franze a testa em confusão.

— Hmm... Podemos voltar a fita um pouco? Acho que não acompanhei essa parte direito.

Suspirei, me levantando do banco.

— Ontem, a Diretora Rostchield me chamou para conversar na sala dela e disse que tinha enviado um dos textos que eu havia escrito para um amigo dela que dá aulas em Cambridge. — coloquei as mãos na cintura, numa tentativa de secar discretamente o suor em minhas palmas. — Ela disse que ele ficou muito impressionado com o meu desempenho e que tinha me oferecido uma bolsa para fazer parte de uma turma exclusiva de escrita criativa na universidade.

— Uau. Isso é... isso é incrível, Amélia. Achei que você estava fazendo tanto mistério porque era alguma coisa grave. — Sebastian disse, sacudindo a cabeça levemente enquanto vinha até mim, seus braços me envolvendo em um abraço apertado. — Parabéns, meu coração. Estou muito orgulhoso de você. Um curso exclusivo? É uma oportunidade e tanto! — ele olha para mim. — Serão quantas semanas?

Fiz uma careta. Não havia como adiar mais.

— Não vão ser semanas, Bash. É um curso extensivo. De seis meses.

Sebastian fica em silêncio por um momento. Seu choque não dura um minuto, e ele logo se recupera, tentando parecer tão animado quanto antes:

— Seis meses… Em Cambridge. Na Inglaterra — seu sorriso fraqueja. — Em outro país.

Desvio o olhar, não aguentando vê-lo ter que pisar em ovos daquela forma. Sei exatamente como Sebastian está se sentindo: quando eu soube que ele planejava morar em Nova York depois de terminar o colégio, fiquei me sentindo tão terrivelmente perdida – afinal, como uma garota como eu caberia na vida agitada do vocalista de uma banda de indie-rock?

E era só em outra cidade. Eu o estava deixando para ir viver em outro país.

— Meu primeiro instinto foi recusar. Parecia o certo a se fazer — começo, repassando na mente todos os contras que influenciavam na minha decisão. — Meus avós ficariam melhores se eu ficasse, eu nunca fui para tão longe antes e estaria absolutamente sozinha lá. Mas por outro lado, eu faria tantas coisas que nunca fiz: viajar, conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes… e para escrever, Sebastian. Eu amo escrever. Tem sido o meu conforto por toda a minha vida — respirei fundo, pensando em todos os diários que tive ao longo dos anos. — Sei que talvez me jogar de cabeça nisso tudo seja um erro, mas eu quero pelo menos…

— Não.

Sinto como se meu estômago despencasse.

— O quê?

— Não — ele repete, erguendo os olhos para os meus. — Não é um erro se jogar de cabeça. Não é um erro correr atrás do que você quer. Não é um erro perseguir o seu sonho. Sei disso porque foi o que fiz toda a minha vida, mesmo quando o meu pai me disse que eu estava ficando louco. Corri atrás da música. Ainda estou correndo — sorriu, balançando a cabeça. — E já conquistei tantas coisas nessa corrida. Quero que você faça o mesmo, Amélia. De verdade.

Fico sem palavras.

Aqui e agora, sinto que nunca o amei tanto; por sempre ter ficado do meu lado. Por nunca duvidar de mim. Por todo o seu apoio e paciência. Por toda a sua consideração e respeito. Por todo o seu amor e sua fé. Eu era tão grata. Tão imensuravelmente grata.

— Ei — falou, tocando meu pulso. — Estou muito feliz por você, meu coração. Estou muito feliz por ver você indo tão longe. Não no sentido literal, é claro. Sobre essa parte eu não estou nem um pouco feliz — ele ri de si mesmo, seus polegares envolvendo meu queixo. — Mas isso não muda nada. Não me importa que seja em outra cidade, em outro país, ou em outro continente, porque você e eu… — ele respira fundo, o ar deixando seus pulmões como se para firmar uma promessa: — Você e eu somos pra sempre, Amélia.

Em meu peito, sinto como se meu coração fosse explodir. Como é possível que ele sempre saiba o que dizer? Como ele pode vir, me olhar nos olhos e dizer aquelas coisas enquanto eu… enquanto eu mal consigo me manter de pé em sua frente?

Eu o beijo.

A urgência para senti-lo é tanta que chega a doer. Agarro seus ombros, precisando de mais dele. E Sebastian me dá mais; ele me dá muito mais quando me levanta em seus braços e anda comigo para fora da sala, suas mãos firmes em minhas coxas enquanto sobe as escadas para o andar de cima, seguindo direto para o meu quarto.

Mal tenho consciência de quando passamos pela porta e atravessamos todo o cômodo em direção à minha cama, a textura do colchão sob minhas costas sendo a única coisa que faz com que eu saiba onde estou.

Porque o jeito com o qual Sebastian está beijando meu pescoço agora faz com que eu esqueça até do meu nome.

Os dedos dele deixam uma trilha de arrepios por onde quer que passem, explorando toda a pele por baixo da minha blusa. Reprimi um gemido, erguendo a barra do suéter preto que ele estava usando, tão trêmula que mal tenho controle da minha coordenação motora.

— Eu ajudo você com isso, meu coração — ele diz, tirando a peça de roupa pela cabeça em um único puxão. Perco o ar. É a segunda vez que vejo Sebastian sem camisa, e a visão é ainda melhor que a primeira: sentado sobre os joelhos, com uma perna de cada lado do meu corpo, seu peito subindo e descendo com a respiração acelerada.

Percorro seu abdômen com os dedos, sentindo a firmeza e a rigidez dos músculos sob sua pele. Ele fecha os olhos conforme vou trilhando cada concavidade em seu torso, e eu o admiro em um profundo silêncio apreciativo. Você é tão lindo. Tão forte e lindo e meu.

— Acho que agora é a minha vez — ele diz, sua voz soando tão rouca que é quase um sussurro. Fico arrepiada quando suas mãos tocam minha cintura, me trazendo para mais perto antes que ele tire minha blusa tão facilmente quanto fez com a dele. E fecho os olhos, sentindo meu rosto queimar como o fogo quando o fecho do meu sutiã é aberto e ele também é deixado de lado.

— Amélia — meu nome deixa a boca dele em um suspiro pesado. — Meu amor. Minha maior inspiração. Olhe pra mim, meu coração. Por favor.

Abro os olhos, me deparando com intensos e escuros olhos verdes me encarando com profunda devoção. 

— Você é linda. É maravilhosa. Você é tão incrivelmente bela que parece ter saído de um de um sonho criado pela minha mente — ele se inclina, seus lábios resvalando nos meus, nossas respirações se tornando uma só.  — Me diga se é real. Se você é real. Me diga.

Meu coração está martelando com força dentro do peito.

— Isso — eu sussurrei, tocando seu rosto com carinho, circundando o contorno de sua boca delicadamente. — Nós dois, somos reais.

Ele me beija e eu me desfaço. O restante das nossas roupas desaparecem em segundos, entre toques e carícias e ansiedade pelo que está por vir. E Sebastian está por todo lugar, me marcando com seus beijos em cada centímetro de pele possível: nas cicatrizes em meu ombro, em meus seios, minha barriga, coxas. Ele não deixa passar nada. Absolutamente nada.

E quando nossos corpos se encaixam, por um ínfimo e curto momento, não existe mais nada no mundo além dessa sensação:

Pertencer.


Sair da cama sem acordar Sebastian é uma missão quase impossível: seus braços estão firmes ao redor da minha cintura e tenho que deslizar por baixo deles para conseguir escapar. Ele se mexe debaixo das cobertas, ainda dormindo, alcançando meu travesseiro e se aconchegando nele como uma criança antes de ficar imóvel novamente.

Eu o observo dormir por alguns minutos, admirada com o quão tranquilo é seu sono: uma vez que ele acha uma posição confortável, não move um músculo sequer. Não se vira na cama. Não ronca. Não balbucia. Apenas dorme, descansando com uma expressão apaziguada no rosto, seus cabelos uma linda bagunça sobre sua testa.

Suspiro, desviando o olhar para o relógio na minha escrivaninha; não passam das cinco da manhã. Ergo as sobrancelhas, espantada. Eram seis e meia da tarde quando chegamos em casa ontem. Não devia ser mais de oito horas da noite quando viemos para o quarto e mesmo assim conseguimos dormir todo esse tempo. Ou quase todo ele, lembro a mim mesma, corando com o pensamento.

No entanto, não me permito ficar perdida em devaneios sobre Sebastian e eu juntos: tenho muita coisa para fazer essa manhã, coisas que deveria ter deixado prontas ontem. Vovô vai receber alta do hospital hoje e eu vou fazer algo especial para ele. Com direito a balões, cartazes de boas vindas, café da manhã e música.

E a única coisa que tenho até agora são os cartazes que desenhei ontem junto com Alison, antes de irmos para o aeroporto buscar os meninos. Você é tão irresponsável, digo a mim mesma, enquanto tomo banho. Alguns beijinhos do seu namorado e você esquece de tudo. Que exemplo, Amélia.

Me visto em tempo recorde, colocando uma saia rosa chá e uma blusa de seda branca, meus olhos se voltando para o ponteiro do relógio de cinco em cinco minutos. Pego meu diário na gaveta da escrivaninha, a caneta que eu havia ganhado de presente de aniversário de Alison em mãos enquanto desço para o andar de baixo.

Faço café e coloco dentro do forno as duas travessas com a massa do biscoito favorito de vovô, que haviam sido guardadas na geladeira ontem por vovó. Sentada em uma das cadeiras giratórias ao redor da ilha da cozinha, checo minhas anotações antigas:

Vovô vai chegar em casa por volta das nove, então tudo tem que estar pronto antes disso. Eu disse a vovó que conseguiria ajeitar as coisas sozinha, então cada detalhe tem que estar perfeito: a mesa tem que estar posta do jeito que vovó faria e os biscoitos de vovô têm que estar no ponto certo. Quarenta minutos, ela disse. Nem mais, nem menos.

E adiciono outras novas:

Querido Diário,
Eu me atrasei. Algumas coisas aconteceram e agora tenho que dar conta de tudo em poucas horas. Vou ter que correr um pouco, mas vai dar certo – estou tão feliz que o vovô finalmente está voltando!!! Ele nos deu um susto e tanto quando teve que fazer aquela cirurgia de última hora, mas ficou tudo bem. Agora eu só…

— Bom dia, amor — Sebastian murmura, me abraçando por trás. Ele chegou tão de fininho que nem o ouvi descer as escadas. E o corpo dele está tão quente. Me aconchego em seus braços, sem parar de trabalhar em meu diário.

— Bom dia — respondo, concentrada no que escrevo. — Dormiu bem?

— Muito mais do que bem — ele assentiu, depositando um beijo em meu ombro antes de apoiar o queixo nele. — Mas poderia ter sido melhor se certa pessoa não tivesse me abandonado sozinho na cama.

— Desculpe, Bash. Tive que ir adiantando algumas coisas para a recepção de boas vindas do vovô — digo, sem desviar os olhos do papel.

— Hmmm. O que é que você tanto escreve aí? — ele pergunta, e não tenho nem tempo para formular uma resposta antes que eu o ouça ler: — “Algumas coisas aconteceram e agora tenho que dar conta de tudo em poucas horas”... Ei, como assim, “algumas coisas”? Que frieza é essa? Cadê os detalhes?

Fecho o diário, me virando para olhar para Sebastian. Ele está vestindo apenas calça jeans, seus cabelos ainda uma adorável bagunça sonolenta.

Sorrio.

— Você é bonito até quando acaba de acordar.

— Não me venha mudar de assunto. Nossa primeira noite juntos e você escreve que “algumas coisas” aconteceram? — ele questiona, indignado. — Apenas isso? Totalmente não digno de nota? Você pelo menos escreveu sobre o nosso primeiro beijo?

Encolhi os ombros, culpada.

— Não exatamente. Escrevi sobre a sensação de ser beijada. Conta?

— Nossa, Amélia — Sebastian balançou a cabeça, ofendido. — Saiba que estou me sentindo muito usado agora. Muito, muito usado.

— Não seja dramático — falei, procurando alguma maneira de explicar. — Meus diários são como… meus pensamentos por escrito. Se estou com ele em mãos, escrevo sobre aquilo que estou pensando naquele exato momento. Então, mesmo que eu não tenha escrito sobre coisas que aconteceram no dia anterior, não significa que elas não foram importantes. Só que eu não estava em posse do meu diário quando elas aconteceram.

Ele não parece muito convencido.

— Você pelo menos escreveu sobre mim alguma vez?

— Nesse aqui, sim — acenei positivamente, balançando o diário azul-cerúleo. — Não teria como eu não ter escrito sobre você, Bash. Você foi o protagonista dos meus pensamentos desde que começamos a nos falar. Meu primeiro amigo, lembra? Dia épico.

Ele abriu um sorriso, se rendendo.

— Se eu tivesse um diário, esse dia com certeza estaria marcado como “minha primeira interação com a garota dos meus sonhos”. Ah, e ele teria um título na capa também: O Bobo Apaixonado.

Eu ri, revirando os olhos. Bastante coerente.

— Você pode me ajudar a colocar a mesa? — perguntei, me levantando da cadeira onde estava sentada. — E pegar para mim o jogo de xícaras com desenhos florais azuis no armário de cima, primeira porta à esquerda?

— Imediatamente — ele disse, indo até onde eu pedira e alcançando a bandeja com as xícaras e bule na prateleira mais alta com uma facilidade que eu nunca conseguiria ter. — Mas o que você quis dizer com “nesse aqui, sim”? Você nunca me citou nos seus outros diários?

Paro para pensar, organizando os guardanapos de linho em cada lugar da mesa. Coloco sete; os pais de Sebastian virão e Alison também vai estar aqui. Ela estava comigo no dia que eu descobrira sobre a doença de vovô, e também estava junto na maioria das minhas visitas. As boas vindas de vovô não estariam completas sem ela.

— Citei, sim, na verdade. Uma vez antes. Acho que eu tinha oito ou nove anos. Dez, talvez — franzi a testa, sem conseguir chegar a um acordo com a minha memória. — Você estava pulando os paralelepípedos da rua. Parecia ter chorado. Aquela foi a primeira vez em que fiquei pensando sobre você.

Ele balançou a cabeça, pensativo, enquanto pousava a última xícara do conjunto ao lado de um prato na mesa.

— Sabe, eu gostaria muito de ler um de seus diários. Um dia, talvez. Se você se sentir confortável com isso.

— Eu acho que não me importaria — respondo, surpreendendo até a mim mesma por soar tão sincera. Eu não realmente não me importava. Eu não tinha nenhuma reserva quanto a Sebastian ficar em posse de um dos meus diários. — Você pode lê-los. Mas precisa se lembrar que foram de anos atrás. São relatos de uma garota que não liga pra você. Puramente isso. Nada sobre o ilustre Sebastian Dubrov — falei, indo até ele, que me recebeu de braços abertos. — Apenas a vida solitária e cheia de altos e baixos de Amélia Ruschel, desculpe desapontar.

— Obrigado pelo voto de confiança, querida — ele disse, cheio de gratidão, beijando meus lábios. — Obrigado pela noite de ontem. Obrigado por ser você. Obrigado por ser minha.

— De nada, de nada, de nada e de nada — espalmei as mãos em seu peito, sentindo os batimentos tranquilos de seu coração. — E obrigada por me amar.

— O que posso dizer? Algumas pessoas simplesmente nascem para fazer certas coisas.

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