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CAPÍTULO 18

"Comecei a aprender a tocar piano. Estou só nas lições iniciais, mas vovô me disse que eu estava aprendendo bem rápido. Não vejo a hora de chegar no nível dele e poder tocar as músicas difíceis até de olhos fechados."

Diário de Amélia, 22/06/2011


Sebastian


— Essas são só as primeiras linhas. Eu provavelmente ainda vou mudar algumas coisas, mas não sei quanto ao refrão. — eu disse, depois que terminei de cantar uma parte da música na qual estava trabalhando duas noites atrás. — Gostei dele, mas acho que está faltando alguma coisa, não sei.

— Faltando alguma coisa? — Charles riu. — Bash, essa é de longe a melhor canção que você já escreveu.

— Você acha mesmo? — sorri, orgulhoso de mim mesmo. Eu costumava ser muito crítico quanto às minhas composições, mas essa em especial havia sido escrita no calor da emoção - coisa que eu não costumava fazer com frequência. Quando a inspiração vinha, eu anotava apenas algumas palavras chaves e passava horas tentando traçar uma lógica entre elas para dar forma à melodia. No entanto, a letra que eu mostrava aos meus amigos hoje tinha sido praticamente escrita em um rompante.

— Detesto ter que concordar, mas Chuck está certo dessa vez. — Zaden disse, balançando a cabeça em aprovação. — Quando foi que você disse que começou a escrever?

— Na madrugada de sábado.

— Porra? — ele xingou, surpreso. — Era dessa música que você estava falando ontem? E agora já está quase pronta?

— Eu sei que foi bem rápido, mas...

— Cara, eu acho que deveríamos fechar o nosso álbum com essa música. — Loren me cortou, saindo da cadeira giratória onde estava sentado e vindo até nós. — A gravadora já estava mais do que satisfeita com as dez faixas que tínhamos escolhido para o lançamento, mas aí você disse que para um disco de entrada achava que ainda precisava de "algo a mais". — Então olhou de mim para os nossos dois outros amigos. — Todos nós ficamos super desanimados com o adiamento e, tenho que confessar, até achei que você estava sendo um pouco perfeccionista além da conta, mas confiamos no seu instinto. Seb, eis aqui o algo a mais que você estava procurando. Essa letra é sensacional. Você realmente se superou.

Charles bateu palmas, anuindo.

— Mesmo com apenas voz e violão, ficou demais. — disse ele, apoiando a mão em meu ombro. — Espera só até gravarmos no estúdio.

— Vocês estão me deixando ansioso — dou risada, me sentindo muito mais seguro com o apoio deles. Numa banda, nada era mais importante do que a união. — Devemos ligar para o Jonas e avisar que já podemos dar início ao processo de finalização do álbum?

— Mal posso esperar!

— Quero só ver a reação dele quando ouvir o mais novo sucesso da The Noisy — Zad falou, com um sorrisão estampado na cara.

— Mas antes vamos passar a música nova juntos, pode ser? — eu disse, indo em direção ao espaço onde ficavam os nossos instrumentos e endireitando o suporte do meu microfone. — Como eu mostrei pra vocês, o início é lento e a partir da terceira estrofe a velocidade aumenta. Loren, você entra comigo com o teclado e então o Zaden segue com a guitarra. — instruí, enquanto ambos tomavam seus respectivos lugares. — Charlie, você sabe qual é a sua deixa.

— Pode deixar. — ele confirma, sentando em seu banco atrás da bateria, baquetas já em mãos.

— Quatro, três, dois... — Zad faz sua tradicional contagem regressiva e então a nossa mágica acontece.

🔐


Depois que o nosso ensaio termina, eu e os caras ficamos jogando conversa fora até que Loren recebe uma mensagem bem sugestiva de sua tia perguntando se ele pretende se atrasar para o jantar mais uma vez. Com medo de chegar em casa tarde e terminar levando esporro, - e acredite em mim quando digo que a tia dele sabe dar uma bronca como ninguém, - nosso amigo se despede às pressas e vai embora.

Hoje estamos com Zaden, mas temos um sistema onde a cada semana ensaiamos na casa de um integrante diferente da banda. No começo não tinha sido tão fácil assim para os pais de todo mundo aceitar essa história de seus filhos formarem um grupo e ficarem "perdendo tempo" com música, então ficávamos só na minha casa, onde havia a nossa fã número 1 (que também atendia como minha mãe).

Contudo, os anos foram passando e a partir do momento em que tivemos uma conversa séria e definitiva a respeito do que a nossa banda significava para cada um de nós, decidimos abrir o jogo para os nossos pais e mandar a real: era aquilo o que queríamos fazer da vida.

O pai de Zad era um advogado bem sucedido que vinha de uma família onde todos iam para a faculdade, faziam direito e se tornavam advogados bem sucedidos, então quando ele soube que o filho queria ser músico, ficou muito puto. A briga entre os dois foi feia e ficaram sem se falar por semanas, mas no fim fizeram as pazes e o senhor Le Blanc disse que não impediria contato que Zaden tivesse as melhores notas na escola.

Lorenzo se mudara da Itália depois que os pais morreram em um acidente de carro e morava aqui com o primo e os tios, que eram donos de uma franquia de restaurantes cinco estrelas mundialmente famosa. Os tios dele eram pessoas super tranquilas nesse quesito, então apoiaram a decisão dele e até nos ajudaram a achar o Jonas, - que era o nosso empresário, - e a assinar o contrato com a nossa atual gravadora.

Os pais de Charles ficaram com o pé atrás quanto à banda, mas não interferiram nos sonhos do filho. Eles confiavam que ele era responsável o bastante para equilibrar os ensaios com a escola e que não fugiria de seus deveres.

Quanto a mim, minha mãe me apoiava em absolutamente tudo o que eu fazia, fosse relacionado à música ou não. E o meu pai, bem... vamos dizer apenas que a opinião dele não teve nenhum mérito quanto ao que eu e os meus amigos tínhamos conquistado até agora.

— Juro, sua irmã me olha como se eu tivesse chifres e um rabo — a voz de Zad me arranca dos meus pensamentos.

Charles ergue uma sobrancelha, cético.

— Você está exagerando.

— Não estou! Se não acredita em mim, pode perguntar ao Sebastian. — ele me cutuca com o pé. — Não é verdade que a Alison me odeia?

— Eu não diria que ela te odeia — falo, dando de ombros. — Para a falar a verdade, eu não tenho a menor ideia. Acho que ela não deve ir muito com a sua cara. 

— Não vai com a minha cara? — Zaden solta um riso anasalado, como se eu tivesse contado a piada do século. — Hoje eu a encontrei no corredor e disse um oi. Sabe como ela me respondeu?

— Com um "oi" de volta? — Charlie tentou.

— Engraçado, Chuck. Mas não, não foi isso. Ela disse: "sai pra lá, seu branquelo rico servo do capitalismo."

Engasgo com uma risada e percebo que Charles faz a mesma coisa.

— HAHAHAHA! — ele está batendo nos joelhos de tanto rir. — Não acredito nisso!

— A Ali está sempre surpreendendo — balanço a cabeça, sem me dar ao trabalho de esconder o quanto estou me divertindo.

— Isso era pra ser uma piada? — Zaden pergunta, claramente humilhado. — Porque tinha algumas outras meninas por perto e todas elas me olharam como se eu de repente tivesse feito algo muito errado. Sinceramente, conheço Alison desde o quê, os treze?, e ainda não entendi o porquê ela me odeia.

— Minha irmã não te odeia, cara. O que acontece é que você vive para provocá-la — disse Charles, recuperado do seu ataque de riso. — Além do mais, ela não é lá muito chegada a gente rica. Você sabe, nossos pais podem estar bem agora, mas passaram por um bocado para chegar onde estão. Tanto a Ali quanto eu já sofremos bastante por isso. Quando não era por não termos a mesma condição financeira que a maioria dos nossos colegas de classe, era pela nossa cor.

— Isso tudo é uma grande merda — eu digo, tendo consciência de que nunca saberei o que é passar por isso e odiando que meus amigos tenham passado. — O que me deixa com um pouco menos de raiva é que aquele racista desgraçado do Gregor West foi expulso.

— Aquele filho da puta teve o que merecia — Zaden continuou, o semblante ficando sombrio com as lembranças ruins.

Charles concorda silenciosamente, suas feições cheias de ressentimento.

— Pelo menos de uma coisa não podemos reclamar — disse ele, deixando as costas encostarem no sofá de couro. — Como uma instituição de elite, a St. Davencrown é extremamente rígida com qualquer tipo de prática que dissemine a violência, seja ela racismo, bullying, homofobia e tudo mais que se encaixe como preconceito e discriminação. No fim, ricos ou não, todos os alunos sofrem as consequências do que fazem, algo que deveria acontecer em todos os lugares.

— Você tem razão. A administração do nosso colégio não deixa a desejar em nenhum ponto.

— Mas mudando de assunto, — Charles retomou a conversa, pigarreando. — Pensei que seria uma boa divulgar o primeiro álbum da nossa banda no Davencrown's Jounarl. Afinal, foi na escola que tudo começou.

— Eu gosto da ideia — falei, sentindo meu celular vibrar no bolso. — Quando a data de lançamento já estiver marcada e Jonas e a gravadora estiverem de acordo, vamos fazer isso sim.

— Quem é? — Zad perguntou, inclinando o pescoço na minha direção.

Meu coração salta de ansiedade, louco para ver se é quem estou pensando.

No entanto, minha empolgação é em vão: não é Amélia e ainda por cima é de um número que não conheço.

— Alô? — digo, quando atendo.

— Sebastian, que bom! — é uma menina. — Eu não sei se você ficou sabendo, mas eu faço aniversário...

— Quem é que está falando? — pergunto, sem fazer a mínima ideia de quem é.

— Caitlin. Caitlin Elmory. — ela estala, como se estivesse mascando um chiclete.

— E aí, quem é? — Zaden quer saber.

— Ah, certo. Você é a Caitlin Elmory. Um momento — falo. Afastando o telefone da orelha e cobrindo o microfone, pergunto: —  Quem diabos é essa?

— Caitlin Elmory... O nome não me é desconhecido. — Charles pondera, pensativo. Mesmo de longe, consigo ouvir a voz da garota vibrando pela saída de som do meu celular. — Ah! Não é aquela menina do segundo ano? Aquela que deu uma festa super cara e ficou se gabando durante uns três meses seguidos?

Tenho uma vaga lembrança dela, mas já é o suficiente.

— Desculpe, hmm... Caitlin. Algum problema? — indago, sem ver razão aparente para ela me ligar.

— Como eu estava dizendo, meu aniversário vai ser na semana que vem e como tradição dos Elmory — e eu lá conheço a família dela? — Vou dar uma ultra-mega-power festa, ainda melhor que a anterior! Foi uma pena que você não tenha vindo à do ano passado, por isso eu estou te convidando di-re-ta-men-te!

— É muita gentileza sua, mas... — começo educadamente a recusar. Não costumo ir à festas de gente que não conheço.

— Vai ser no domingo, às 20:00! Você não vai escapar dessa vez, hein? - ela riu. — Porque você é o meu con-vi-da-do de hon-ra! Bye, bye! — e desligou.

— O que ela queria? — é Charles quem faz a pergunta.

Suspiro, sacudindo a cabeça.

— Parece que ela vai dar outra festa e quer que eu vá. — Então franzi a testa. — Como foi que essa menina conseguiu meu número?

Zaden ergueu as mãos em rendição quando o fuzilo com o olhar.

— Ei! Não faça essa cara para mim. Não fui eu, ok? Ela fazia química básica com o Loren, se não me engano, então deve ter sido ele.

— Quando é que vocês vão parar de dar meu telefone pra gente que eu nem conheço? — reclamo, me jogando numa das poltronas da sala de ensaio. — Pelo menos vinte números desconhecidos me ligam todos os dias e eu estou ficando de saco cheio. No WhatsApp já tenho mais de cinquenta contatos bloqueados!

— Nunca passei seu número para ninguém. — disse Charlie. — Na verdade acho tudo isso muito irritante.

— Eu admito que dei seu número uma ou duas vezes, mas parei desde que percebi que isso te deixava estressado. — Zad foi dizendo em seguida. — Você devia falar com o Loren sobre isso.

— Ele sabe que eu detesto esse tipo de coisa, Zaden. — respirei fundo, controlando a impaciência. — E também sabe que eu não estou interessado em ficar enrolando meninas quando gosto de outra pessoa. Quando sempre gostei, na verdade. Por influência dele, cheguei até a pensar por um tempo que o que eu sentia por Amélia não passava de uma quedinha, uma coisa besta de criança. Foi quando fiquei com a Taylor, você lembra?

— Claro que lembro, cara. Nunca te vimos tão infeliz quanto naquela época.

Brincando com a capa do meu telefone, assinto com a cabeça, as más recordações enchendo a minha mente.

— Foi mesmo uma fase ruim. Nenhuma música que eu escrevia prestava e eu nunca me senti tão falso como naqueles dois meses que estive com ela. Juro que tentei fazer dar certo, mas...

— Seb. — Zad apertou o meu ombro uma vez, me fazendo olhar para ele. — Você não precisa se explicar pra gente. Você estava confuso e todo mundo comete erros quando se trata de sentimentos. Essa parada de gostar de alguém à primeira vista é meio louca, mas se é dela que você gosta nós vamos te apoiar. E se Lorenzo achar que é besteira, soca a cara dele e manda se foder que ele cai na real.

— Eu posso ficar com a parte de socar a cara dele, se você quiser — Charlie oferece.

Dou um sorriso sem graça, feliz por tê-los do meu lado.

— Valeu. Obrigada por não tirarem sarro. Eu só... Me sinto bem com Amélia. Se estou perto dela, parece que nada no mundo está errado. Não sei descrever direito, mas ela tem uma energia que me atrai e eu não posso evitar ficar ao redor dela. Quanto mais conversamos, mais tenho certeza de que... — eu paro, não sabendo como continuar sem soar piegas. — Enfim. Vou falar com o Loren. Amo vocês, caras.

— Também amamos você. — eles dizem, em uníssono.

Olhamos de um para o outro, em silêncio. E exatos cinco segundos depois, caímos na gargalhada.

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