Mais um dia amanhece

Na floresta cinza de prédios e no mar de rodas...

Quantas são as estatísticas? Os números que só tendem a crescer...

O caos e a violência, que parece nunca perecer

A moça anda com medo, o rapaz desconfiado

A criança na rua não brinca, o velho é assaltado...

A menina foge com medo,

Os coletes alvejados....

Nas sombras correm os bandidos

Percorrendo os becos como ratos

São tantos heróis fardados

Tendo vidas e sonhos interrompidas

E ainda há quem venha culpa-los

Pelas consequências de suas lidas

Um paradoxo social

Onde o certo se torna errado

Onde cabeça de policial

É premio valorizado

E mesmo assim sem medo enfrentam

Dia e noite sem cessar

Heróis fardados protegem

Quem em casa quer chegar

Sem saber no final do dia

Se a família vai abraçar...

Um colete que protege o tórax

E o restante do corpo? Só o nosso Senhor...

Retrato falado da coragem

Angustia, apreensão e dor

Arriscando a própria vida

E muitas vezes a dos seus

Para cumprir a lei

Ainda que tenha a esta vida que dizer adeus.

A salva de 21 tiros, maior honra e respeito

Daqueles que se puseram a disposição

O toque do silencio anuncia

Mais um valente que cai ao chão

Sendo apenas mais uma estatística

No ibope desta nação.