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08 - O Que Ficou Para Trás (Parte I)


Vale Arcanatus, Magispell - 20 Anos Atrás

Devimyuu estava em seu penúltimo ano na prestigiada academia de magia Majodrya, no reino vizinho Magispell. Sendo um aplicado estudante de talento descomunal desde os 9 anos de idade, ele recebeu o merecido direito a ser um dos sete alunos de toda a academia consagrados como Magos Superiores — um título dado apenas aos estudantes prodígio no quesito de poder mágico, dedicação e habilidades.

A fim de orientá-los pessoalmente durante seu último ano, rumo ao futuro promissor que os aguardava, magos experientes e igualmente dedicados eram designados pelo próprio deus da Magia - Mizantri, através de um ritual que revelava os escolhidos por sua vontade como Precursores dos novos Magos Superiores. Tamanho privilégio sequer podia ser descrito em palavras por aqueles que recebiam tal dever sagrado.

Por essa razão, Mewthazar ficou desacreditado quando soube que estava entre os escolhidos para guiar um desses jovens magos. Ele jamais imaginou um dia ser digno de tal honra, afinal, seu baixo nível de Nei fazia dele um mago incapaz de usar sua magia plenamente. No entanto, tal surpresa não foi nada se comparado ao que sentiu quando lhe foi revelado quem ele estava destinado a ensinar.

Tudo o que ocorreu após isso foi determinante para que Mewthazar enfim reunisse a coragem que sempre lhe faltou para decidir mudar. No entanto, ele havia estragado tudo. A oportunidade para o recomeço que tanto desejava lhe havia sido entregue, e no final, ele novamente tinha permitido que a influência de um certo alguém sobressaísse sua real vontade. Porém, dessa vez havia aberto os olhos a tempo, e estava determinado a fazer o que fosse preciso para consertar seus erros.

O Vale Arcanatus era o coração de Magispell, um lugar onde a magia era palpável, viva e em constante transformação. Sendo o berço de toda sua existência no Mundo Puro, tal vale exalava um poder ancestral, misterioso e ao mesmo tempo irresistivelmente belo. Era um refúgio sagrado para aqueles que buscavam compreender e canalizar o verdadeiro poder da natureza mágica.

Por esse motivo, uma espécie de rito de passagem era realizado ali com os novos Magos Superiores, onde os mesmos deveriam passar sete dias no vale junto a seus Precursores, tanto para desenvolverem afinidade, quanto para entrar em conexão profunda com a essência mais pura de seu poder, aprendendo a lidar com a forma mais intensa dele a partir de então.

Era onde Devimyuu se encontrava com seus colegas, contudo, diferente dos demais alunos, ele não estava junto ao escolhido para ser seu Precursor. Em seu lugar, era Kinmyuu quem lhe fazia companhia, já que devido às circunstâncias atípicas de Mewthazar não aceitar sua designação, foi permitido numa exceção pelo diretor Mewrilin que Devimyuu levasse quem desejasse para acompanhá-lo, como uma compensação mínima pelo transtorno que seu próprio filho Mewthazar havia causado. Outro Precursor só poderia ser designado a ele na próxima lua crescente através do ritual de seleção, e Mewrilin não queria que Devimyuu perdesse aquela experiência e se sentisse ainda mais excluído do que Mewthazar poderia tê-lo feito sentir.

Os adultos podiam chamar de treinamento ou retiro, mas, para o pequeno grupo animado de adolescentes mágicos, Arcanatus estava mais para um tipo de "acampamento de magia". E era nesse espírito que Devimyuu e seu inseparável irmão se instalavam em Lunaris, a sexta das sete torres de cristal de etérima que se erguiam no centro do vale, interligando a forma de um círculo mágico com uma estrela de sete pontas em seu interior, quando vistas de cima.

Contava-se que, nos primórdios de Magispell, Mewrilin Original — o primeiro rei mago e filho mortal de Mizantri — buscava uma conexão tão profunda com seu poder que resolveu permanecer no Vale Arcanatus, junto a sua rainha e seus cinco filhos. Eles sabiam que ali, no epicentro da magia bruta, poderiam desvendar os mistérios mais antigos da essência mágica que corria em suas veias. Para alcançar esse objetivo, passaram anos no vale, se entregando à magia que ali fluía como o ar.

Foi durante esse tempo que as Sete Torres de Etérima nasceram, após a pura essência da magia se fundir ao poder do rei e de sua família. Cada um dos sete membros despertou um aspecto diferente da magia primordial, representado por uma das sete cores do arco-íris.

Por isso, até os dias atuais, as Sete Torres serviam como um local sagrado, onde os Magos Superiores de cada nova geração residiam durante seu rito de passagem sagrado.

O mobiliário da torre se moldava magicamente aos gostos e necessidades de seus ocupantes, de modo que não foi uma tarefa difícil para os irmãos organizarem seus pertences. Após isso, Kinmyuu — na época a alguns meses de completar 17 anos — havia dito ao caçula que tomaria um banho e depois tiraria um tempo para fazer uma videochamada para a namorada.

— Por que você sempre liga pra Mewelsya só depois que toma banho? Ela não vai sentir seu cheiro pela webcam, pra sorte dela... — Devim perguntou, não resistindo a provocar uma zoação com o mais velho, em troca recebendo um mata-leão amistoso de Kin, enquanto bagunçava seu cabelo impecável com a mão livre.

— Ah, meu caro maninho...! Você pode até já namorar também, mas ainda tem muito a aprender! — Kinmyuu dizia com um olhar convencido, enquanto Devim se livrava dele — Fazer uma call com a Elsy depois do banho é a desculpa perfeita para ela me ver sem camisa e de cabelo molhado, e daí ela vai me achar um tesa...! Te...tesouro...! — ele disfarçou o que realmente queria dizer, pensando no último segundo que talvez, não devesse ser tão explícito com seu irmão caçula.

Mas Devimyuu já tinha 15 anos, e idade o suficiente para captar aquela mensagem, e principalmente, para não perder a chance de responder à altura.

— Não preciso me mostrar pra Rogue pela webcam, ela já viu pessoalmente o quanto eu sou um "tesouro"! — Ele exclamou apontando orgulhoso para si mesmo, enquanto via Kinmyuu subir as escadas flutuantes da torre índigo em direção ao toalete, fazendo uma careta debochada para ele que claramente queria dizer "eu duvido".

Depois que Kinmyuu saiu, ainda rindo um pouco, Devimyuu dirigiu-se até outro andar da torre. As janelas amplas que acompanhavam toda e estrutura ofereciam uma vista panorâmica do Vale Arcanatus, e foi onde o jovem príncipe decidiu permanecer enquanto esperava pelo irmão mais velho, apreciando a paisagem e meditando sobre o profundo significado de estar ali. Ele havia conseguido; era um Mago Superior, e nada nem ninguém poderia tirar isso dele. Parte do seu sonho havia se realizado, e através dele, esperava estar um passo mais perto de tornar possível seu maior desejo.

Divagava sobre isso com os braços apoiados sobre o parapeito reluzente, ainda vestindo seu manto de mago da Academia, quando teve a impressão de ver Kinmyuu acenando para ele lá embaixo.

Devimyuu pareceu confuso, e olhou novamente para ter certeza de que seus olhos não o enganavam. Realmente, o que parecia ser a figura de Kinmyuu agitava os braços em sua direção, gesticulando para que ele descesse. Novamente, ainda intrigado, o príncipe olhou para as escadas em espiral que há pouco tinha visto o irmão subir, se perguntando como ele teria ido parar lá fora.

Mas logo desencanou, afinal, estavam em uma torre milenar puramente feita de magia materializada, num vale que dizia ser como a própria nascente de tal elemento. Então pensou que talvez uma porta encantada tivesse se aberto, ou que algum feitiço de teletransporte havia levado Kinmyuu para fora sem querer.

Sendo assim, ele desceu. Ao abrir a porta que parecia viva, formada por uma constelação de pequenas estrelas cintilantes flutuando e se movendo lentamente, não avistou Kinmyuu, mas conseguiu ouvir sua voz o chamando numa direção pouco mais afastada das Sete Torres, próximo ao riacho iridescente que corria ali perto.

Imaginando que se tratava de mais uma das brincadeiras de Kin, Devim seguiu o som da voz até ter a impressão de vê-lo passar correndo, contudo, ao chegar à beira das águas encantadas, sua imagem desapareceu novamente.

— Kimu? — Ele chamou pelo apelido costumeiro, chegando a achar por um instante que alguma das criaturas mágicas ilusionistas do vale tinha lhe pregado uma peça. Ele estava certo quanto a de fato, não ser o verdadeiro Kinmyuu quem o atraiu até ali, entretanto, também não se tratava de uma criatura travessa da floresta.

— Príncipe Devimyuu, será que nós... podemos conversar?

Devimyuu se virou de supetão, incrédulo ao ver Mewthazar surgir de trás de uma das árvores brilhantes e se aproximar dele. A imagem de Kinmyuu era uma cópia de etérima criada por ele, através de sua versátil Magia de Replicação, sendo capaz de até mesmo imitar sua voz.

— Tá louco?! É claro que não! Aliás, o que tá fazendo aqui?!

Ele questionou, nervoso.

Mewthazar gesticulou com as mãos abertas como demonstrando redenção.

— Sei que pode parecer estranho aparecer assim, mas eu precisava muito falar com você, e não podia esperar mais.

— Você finge ser o meu irmão e me atrai pra longe; isso é mais do que estranho, é pra lá de bizarro! Não tenho nada pra falar com você, e vou contar tudo pro vovô...que dizer, pro diretor Mewrilin e mandar ele chamar o meu pai! Acho que se lembra do que ele disse que faria se você chegasse perto de mim outra vez!

A reação nada amigável de Devimyuu era mais do que compreensível. Mewthazar não esperava ser recebido com simpatia e compreensão, não depois da confusão que tinha causado.

— Estaria no seu total direito de fazer isso, Devimyuu, e se for o que você realmente quer, vou encarar as consequências que mereço de cabeça erguida. Sei que não quer falar comigo, mas se eu conseguir dizer o que preciso a você, ser jogado numa masmorra terá valido a pena.

Devimyuu estava para partir, mas as palavras do mago adulto o fizeram parar por uns instantes. Estava intrigado e um pouco curioso. Por um minuto, nem parecia o Mewthazar que conhecia falando. Havia algo diferente ali, e o príncipe se perguntava o que ele estaria aprontando.

Sendo assim, virou seu rosto um pouco, o encarando de soslaio com uma expressão desconfiada e apática. Mas não importava, Mewthazar sabia que era a chance que tinha de fazê-lo ouvir pelo menos as principais palavras que o fizeram ir até ele.

— Me perdoe pelo que te fiz passar, Devimyuu. Eu realmente sinto muito, muito mesmo.

Devimyuu terminou de virar-se em sua direção apenas para ver Mewthazar apoiado sobre um dos joelhos com o outro sobre a relva azulada, com a cabeça baixa como se prestasse uma reverência diante dele. Incrédulo com tal cena, o jovem felin se perguntou o que estava acontecendo. Mewthazar estava mesmo se curvando para pedir perdão a ele? Aquilo não poderia ser possível.

— Qual é o truque? — O garoto perguntou, encarando o adulto de braços cruzados.

Somente então Mewthazar ergueu levemente a cabeça para poder olhar em seu rosto.

— Não há truque. Eu tenho errado, e muito, não somente com você mas com outras pessoas importantes para mim. Estou farto disso, farto de magoar todos que me deram uma chance para mostrar o meu melhor, e eu apenas os decepcionei... Incluindo você, que estava destinado a ser o meu aprendiz. Eu lamento de verdade, Devimyuu... Posso imaginar o que sentiu quando eu disse que não poderia orientá-lo, mas antes de qualquer coisa, quero que saiba que eu não neguei ser o seu Precursor por você ser reverso.

E aí estava o truque. Pelo menos, era isso que Devimyuu acreditava.

— Pff, tá bom! Até parece que não foi! Você e o teu namoradinho psicopata sempre me viram como uma ameaça, como um monstro, u-uma... aberração que nem deveria existir! É assim que vocês vêem todos os reversos e eu sei que a maioria deles pode ser maligno, mas adivinha, eu NÃO sou! Mas não importa que eu nunca tenha feito mal algum a vocês ou a ninguém, ou o quanto eu tente provar que não sou igual, vocês nunca me verão diferente. Só que eu vou te dizer uma coisa, Mewthazar, não sou reverso porque quero, se eu pudesse escolher, óbvio que jamais seria um! Mas só me resta me conformar que eu simplesmente nasci assim... Do mesmo jeito que você nasceu preferindo caras a garotas, é como você é e pronto, mas sua mãe sempre te menosprezou por isso, não foi?!

Mewthazar arregalou os olhos, encarando o felin adolescente diante de si, que lhe despejava uma torrente de verdades perfurantes. Devimyuu chegara ao estopim de tudo que vinha guardando desdes as últimas semanas, colocando para fora todas as palavras que não pôde dizer antes.

Aquela expressão paralisada no rosto de Mewthazar era tudo que Devimyuu precisava.

— Qual é? Acha que eu não sei das suas tretas familiares? Seu pai é casado com a minha avó, e eu até chamo ele de vô, vê se acorda! Eu ouvi eles discutindo sobre isso na noite em que você se negou a ser meu Precursor; seu pai estava fulo da vida, inconformado de ver você me discriminar por algo que não tenho culpa, exatamente como sua mãe fazia com você por ser gay! Eu sei até que não se falam mais porque ela pediu que perto dela, você agisse como um "macho normal". Hmpf...! Isso deve ter doído né? Saber que sua própria mãe nunca vai te aceitar pelo que você é... aposto que não achou nada justo, e que ela foi cruel. Mas então, você faz praticamente o mesmo comigo, em circunstâncias diferentes. Você não passa de um hipócrita, e é tão babaca quanto o Heimewdall, por isso gosta tanto dele! Tenho certeza que só tá vindo com essa historinha para eu te perdoar, na esperança de meu pai revogar sua proibição de pisar em Majodrya, mas adivinha, não vai rolar! Eu não preciso das suas desculpas falsas...

Devimyuu exclamou com rancor em sua última explosão de verdades, dando as costas para Mewthazar. Seus sentimentos eram um misto de confusão e raiva.

Já não bastava tê-lo humilhado o renegando como aprendiz, e mesmo depois disso, Mewthazar ainda tinha a audácia de aparecer durante um momento tão importante e tentar arruinar tudo? Será que nunca o deixariam em paz? Devimyuu estava farto disso, e usaria todos seus privilégios disponíveis para pôr um fim àquela perseguição. Estava decidido a ir até Mewrilin na torre dourada e lhe contar tudo, exigindo que chamassem seu pai, para que Odimyuus usasse toda sua autoridade de Rei Supremo para jogar Mewthazar na masmorra mais profunda que encontrassem.

E ele não estaria sendo ruim ou vingativo. Era isso que Mewthazar merecia, não? Foi ele quem começou, então, que sofresse as consequências por tentar enganá-lo. Afinal, na mente de Devimyuu, não havia como tais desculpas serem sinceras, e ele não queria ouvir mais nada.

— Sim, você tem razão. Sou hipócrita, e um covarde. Você era minha última chance de mostrar que posso ser alguém melhor e mais uma vez, eu estraguei tudo... Eu sou... uma pessoa horrível...

Mewthazar ainda estava de joelhos sobre as gramíneas que agora mudavam lentamente seu tom azul para lilás. Seus olhos estavam marejados, e uma expressão desolada emoldurava seu rosto marcado em arrependimento e remorso, como se sua alma carregasse um peso quase insuportável.

Mas aquilo não foi o suficiente para comover o felin adolescente.

— Sim, você é mesmo. Pelo menos numa coisa foi sincero.

Dizendo isso, Devimyuu virou nos calcanhares, lhe dando as costas enquanto pisava duro na direção oposta. Nada o impediria de ir contar a Mewrilin tudo o que acabara de acontecer. Chamaria seu pai, a guarda real de elite, ou quem mais precisasse para que o cerco se armasse sobre Mewthazar.

Pelo menos, era assim que pensava, até que, de repente, o ar ao redor dele se tornou leve, quase como se o tempo parasse por um breve instante. Isso fez com que parasse de caminhar em sua marcha furiosa, encarando o brilho suave e cintilante que começava a surgir diante dele, flutuando com partículas de luz dançando numa corrente invisível. Devimyuu sentiu até mesmo a temperatura mudar, trazendo um calor delicado e acolhedor, como um abraço de muito tempo atrás.

O brilho tomava mais forma. Um cabo dourado surgiu devagar; quase etéreo no início, mas ganhando solidez a cada segundo. A luz ao redor se intensificava, pulsando em harmonia com o ambiente mágico, trazendo um cheiro doce de flores se misturando ao ar.

A ponta do cetro floresceu diante dos olhos dele, revelando um radiante lótus azul de cristal lunar. E dentro desse lótus, outro cristal de cor púrpura na forma de uma tulipa desabrochando, começou a pulsar com uma luz própria, como se batesse no ritmo de um coração invisível. Devimyuu sabia o que estava acontecendo. Era ocasional, quase raro, mas sempre que ocorria, o fazia sentir uma onda de paz e familiaridade que não conseguia explicar, junto com a sensação de que algo ou alguém muito próximo estava ao seu lado, mesmo que ele não conseguisse ver.

Ele estendeu a mão para que o belo cetro fosse até ele, e o objeto mágico respondeu ao seu toque. Uma energia suave o percorreu ao segurá-lo, como uma brisa quente de primavera que trazia uma presença acolhedora e maternal. Até mesmo o ambiente do vale pareceu reagir, como se as próprias sombras se iluminassem e os salgueiros multicolores e brilhantes ao redor sussurrassem uma antiga canção de ninar.

O cetro Soríbia seguia piscando suavemente, apontando na direção atrás do príncipe. Devimyuu suspirou, segurando e encarando o objeto que carregava a alma adormecida de sua mãe biológica.

E apesar de ainda não poder se comunicar diretamente com o filho, aquela materialização foi o suficiente para Devimyuu entender o que Renesmew queria dizer.

Mesmo após a morte, sua primeira mãe continuava a zelar por ele o tempo todo, sempre tentando guiá-lo a cada vez que um caminho duvidoso surgia à sua frente.

Ele sabia o que fazer, por mais contrariado que estivesse.

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