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02 - O Grimorio Roubado


Na sala de estar dentro dos aposentos de Heimewdall, tio e sobrinho prosseguiam com uma conversa séria, sentados sobre um divã aveludado marrom, que ficava próximo à janela.

- Tio, você devia ter me contado que teve uma visão disso! - exclamou o Grande Rei, chocado com o que o tio acabava de contar.

- É que não foi uma visão clara, Kinmy. Era tarde, eu estava na cama lendo e quase dormindo, quando entrei num transe momentâneo e me veio essa previsão. Eu tentei usar meu tarot de revelação para mais esclarecimento, mas não consegui ter a visão completa outra vez...

Embora todos os felins psíquicos tivessem habilidades sensitivas, desde a primeira linhagem da família real nihsiana, havia pelo menos um membro dela nascido com dons de vidência fenomenais. Heimewdall era o prestigiado vidente da geração anterior, e desde a infância, suas visões salvaram vidas e ajudaram a trazer vitória em batalhas cruciais travadas por seu pai e o exército real durante ataques reversos.

- Independente disso, podia ter me alertado, tio Heimy. Talvez tivéssemos descoberto o significado dela juntos e possivelmente evitado essa catástrofe!

O vice-rei pressionou a testa, curvando-se e apoiando os cotovelos sobre os joelhos de frustração.

- Sim, você está certo. Eu realmente me sinto culpado por não ter lhe dito nada, Kinmyuu. É que as cartas revelaram apenas perigo e injúria, e esse tipo de premonição é comum na época desses malditos portais reversos, portanto não achei que fosse necessário acordá-lo por causa disso. Você já tem preocupações demais nessa semana, e eu só queria poupá-lo de um incômodo desnecessário.

Kinmyuu respirou fundo, buscando compreender o lado de seu tio.

- Eu entendo, mas como Grande Rei, não posso me dar ao luxo de ser poupado da preocupação com qualquer possível problema, ainda mais nessa semana!

- Eu sei. Acho que foi o meu instinto de querer te proteger, sobrinho. Sabe que você é como um filho para mim.

- Fico grato por se preocupar comigo, mas temos que nos concentrar no mais importante agora. Preciso ir para Magispell verificar pessoalmente o estado da situação!

Kin disse para o tio, com uma expressão aflita.

- Acho que não será necessário. Quando ligou, Mewthazar disse que Mewghand viria até aqui falar pessoalmente com você. Aliás, os dois virão assim que voltarem do hospital. Infelizmente, parece que a situação do pai dele é bastante grave.

- Entendi... Torço para que Mewelderm seja forte o bastante para resistir. Eu sei muito bem como é perder um pai, não desejo que Mewghand passe por isso...

Lamentou-se o Grande Rei com outro suspiro sentido, perdido por um instante na triste lembrança de quando seu pai se foi e transcendeu num anjo algum tempo depois. Aquilo ainda o machucava.

- Faço minhas as suas palavras, sobrinho. Bem, vou ligar outra vez para Mewthazar e ver se ele tem alguma previsão de quando chegarão aqui.

- Certo. Enquanto isso, vou me aprontar e aguardar a chegada deles. Qualquer coisa, não hesite em me chamar.

Não muito tempo depois, um grupo de realezas se encontrava ante a sala de reuniões do palácio supremo; um ambiente amplo, equivalente a um terço do ostentoso salão de bailes. A luz matinal entrava pelas janelas na parede lateral esquerda, fazendo o sol refletir sobre a extensa mesa de cedro polido no centro da sala. Uma dúzia de confortáveis cadeiras giratórias circulava tal mesa, e se via um grande monitor LED na parede de frente para a mesma.

A Rainha Anmyuu entrou, seguida do Rei Mewghand, e atrás dele, estavam os Vice-Reis Heimewdall e Mewthazar. O rei mago era magro e alto, de pelagem turquesa acinzentada num tom suave e ondulados cabelos castanho escuros, que ficavam um pouco desgrenhados abaixo do tradicional chapéu cônico que usava com a coroa por cima. Ele trajava uma capa cor de vinho caindo sobre os trajes cor ferrugem.

Já o vice-rei vestia um sobretudo cor de ameixa com detalhes também prateados a combinar com a capa em suas costas. Sua pelagem era dum verde-oliva muito claro, e os cabelos cor de areia, macios e brilhantes, estavam presos num rabo-de-cavalo médio.


- Bem, Lorde Mewthazar, Mewghand... - Kin não via necessidade de ser tão formal com Mewghand porque ambos foram colegas próximos na Universidade Real - Meu tio já me deixou um pouco a par do ocorrido. Sei que a situação é desesperadora, mas acima de tudo, precisamos manter a calma o máximo que pudermos. Poderiam explicar em detalhes como tudo aconteceu?

- Creio que meu tio deva começar. Foi ele quem viu tudo primeiro - disse o rei mago, virando-se para Mewthazar.

Com um suspiro, o vice-rei mágico limpou a garganta e dirigiu seu olhar ao Rei Supremo.

- Bem, assim que Heimewdall me ligou para alertar sobre sua visão, me levantei e fui até a guarda templária. Ordenei que dobrassem a vigilância e expandissem o perímetro de patrulhamento. Eu ainda estava lá quando o apagão aconteceu. Conjurei uma magia de iluminação no cristal mágico de meu cetro, esperando por um ataque, mas nos poucos minutos em que estava tudo escuro, nada ocorreu. Até que ouvi um gemido vindo do santuário e encontrei Mewelderm inconsciente e estranhamente ferido, com aquelas manchas negras pelo corpo e, quando olhei para o altar, o Grimório de Mizantri havia desaparecido!

Cada reino do Mundo Puro possuía um artefato sagrado, criados pelos deuses Protetores Lendários e presenteados a seus respectivos descendentes mortais, nos primórdios da existência dos puros como símbolo de sua proteção e ligação com o mundo físico.

Mizantri era o estimado Protetor dos biotipos mágicos. Uma divindade cujo coração era a própria mágica em todo seu poder absoluto; o guardião, o pai e a origem de toda magia existente no Mundo Puro. O grimório que levava seu nome era o artefato sagrado concedido a seus descendentes, um livro encantado onde estava escrita toda magia que já existiu, existia e que ainda estaria por vir. Era o coração e a alma de Magispell e seu povo. Sem ele, todo o reino da magia aos poucos cairia em ruínas.

- Foi aí que meu tio me ligou e contou o que estava acontecendo. Tive que ver com meus próprios olhos para acreditar que o Grimório realmente havia desaparecido. Fiquei tão em choque quanto ele, ou talvez até mais, principalmente quando soube sobre o estado de meu pai.

Contou o rei Mewghand, finalmente tomando a palavra.

Mewelderm, pai de Mewghand, não era e nem nunca foi Rei de Magispell. Ele era um clérigo bondoso que fazia parte do sacerdócio de Mizantri e tinha por responsabilidade cuidar do santuário do Grimório - um dever sagrado de muita honra, porém, que exigia grande abnegação. Era muito raro um clérigo do artefato se retirar da área do templo ou até do próprio santuário.

Myurgana - a anterior rainha maga - queria um herdeiro para seu trono, mas não tinha o desejo de se casar, pois a ideia de um compromisso tão sério não lhe atraía. Sendo assim, ela procurou um doador que pudesse artificialmente ser o pai de seu filhote, e Mewelderm era o candidato ideal. Ele tinha grande poder mágico em seu sangue, além de boas qualidades e um coração gentil - e era muito bonito também - sem deixar de mostrar coragem quando preciso - o felin perfeito para gerar um futuro rei.

Myurgana humildemente pediu que ele fosse o genitor de seu príncipe, e Mewelderm não viu motivos para negar tal pedido tão importante da rainha. Ele apenas pediu em troca que pudesse conhecer e participar da vida de seu filho, e que a criança soubesse quem ele era, caso isso não a incomodasse.

Na sociedade dos puros, era comum encontrar os que optavam por serem pais ou mães solteiros ou casais do mesmo sexo. Em alguns casos, os doadores de genes eram desconhecidos que nunca chegariam a conhecer os futuros filhotes que ajudariam a gerar. Mas em outros, eram feitos acordos com os pais e mães em potencial para que conhecessem e participassem da vida do filhote por vir sem precisar ter nenhum vínculo de relacionamento com o felin para quem doaram.

Myurgana jamais se oporia ao pedido justo de Mewelderm, portanto, Mewghand cresceu com um pai afetuoso e participativo como qualquer outro. Todo dia, o príncipe mágico ia visitá-lo no santuário, quando criança, e passava muitas noites ali na companhia do pai. Ambos eram apegados e sempre tiveram um ótimo relacionamento.

Mas agora Mewelderm se encontrava hospitalizado, inconsciente e com a vida por um fio. O clérigo guardador tinha sido a única vítima durante o inacreditável sumiço do Grimório de Mizantri, e talvez também a única testemunha de como aconteceu.

- Nós realmente sentimos muito por seu pai, Rei Mewghand. Vamos rezar para que ele se recupere o mais depressa possível - disse Anmyuu, expressando seus sentimentos.

- Sim. Eu posso imaginar como se sente e, no que depender de mim, farei tudo ao meu alcance para ajudar na recuperação de seu pai - completou Kinmyuu.

- Bem, agradeço aos dois. - Ele desviou o olhar para segurar uma lágrima e disfarçadamente esfregou um dos olhos antes de tornar a encarar o casal supremo. - Eu gostaria de ficar lá com ele, mas meu pai sempre me disse que devemos cumprir nossos deveres, principalmente se a segurança e bem-estar de outros dependem de nós. Sou o rei e meu povo depende de mim. É por isso que estou aqui, não posso permitir que meu reino caia em desgraça. Tenho que recuperar o Grimório, nem que isso custe minha vida, mas para isso preciso de sua ajuda, Kinmyuu. Sei que preciso agir, mas... estou tão chocado que mal sei o que fazer.

O rei mágico pressionava a testa, apoiando o cotovelo sobre a mesa. Mewghand estava muito alarmado em vista do enorme perigo que Magispell corria.

Mesmo também desconcertado com o ocorrido, Kin procurava manter a calma; tanto a própria quanto a do colega. Com seus poderes psíquicos de telecinese, ele puxou para perto a jarra de leite fresco que estava sobre a mesa e ofereceu um copo para Mewghand.

- Acredite, estou tão preocupado com o bem-estar de Magispell quanto você, Hand. Sei que é difícil, mas, por favor, tente se acalmar. Seu reino é minha responsabilidade também, e não vamos deixar que Magispell caia em ruínas. Nós vamos encontrar o Grimório e resolver esta situação antes que seu povo seja afetado. Te dou minha palavra.
O Rei Supremo o olhava diretamente nos olhos, garantindo sua confiabilidade.

- Mewghand, você teve condições de ordenar que começassem algum tipo de investigação quanto ao desaparecimento do Grimório? - rerguntou Anmyuu.

- Sim. - Hand fez uma pausa, tomando um gole do leite. - Antes de ir para o hospital ver meu pai, a primeira coisa que fiz foi mandar checarem os vídeos de segurança. E deixei meu tio no comando quando saí.

- Mas é aí que vem o pior. As imagens de vídeo não pegaram ninguém entrando ou saindo. Assim como eu, os guardas templários também não viram ou sentiram nada suspeito. E eu sei que ficaram atentos em seus postos a noite toda, porque eu mesmo conferi quando os coloquei lá.

Contou Mewthazar, completando o relato de seu sobrinho.

Kinmyuu se retesou, perplexo. Sua esposa e o tio também olhavam desacreditados.

- Nada?! Mas como isso é possível?!

- É o que nossos agentes da segurança nacional estão tentando descobrir, mas sem sucesso. Tudo o que sabemos até agora é que não foi nenhum tipo de feitiço de invisibilidade, porque os sensores mágicos do santuário são preparados para detectar e anular esse tipo de magia num raio de três quilômetros da área do templo.

Lamentou-se o rei mago.

- O Grimório não iria simplesmente desaparecer, ele certamente foi roubado! Eu só não consigo entender como um reverso conseguiu a proeza de burlar nossa magia ancestral e levá-lo sem deixar rastros. Talvez tenham usado de um poder mágico ainda mais forte do que o nosso, com suas artes sombrias e magias negras! - afirmou Mewthazar, consideravelmente agitado.

- Por que afirma com tanta certeza de que isso foi um ato premeditado dos reversos, lorde Mewthazar?

O vice-rei magispense nem precisou se dar ao trabalho de responder a Kinmyuu, porque seu inseparável companheiro Heimewdall o fez em seu lugar.

- Ora, sobrinho, você ainda tem dúvidas de que isso foi obra desses reversos malditos? Estamos justamente no segundo dia da semana dos portais dessas aberrações, é óbvio que foram eles!

- Bem, quando algo prejudicial acontece em nosso mundo, geralmente os reversos estão por trás disso. Contudo, nos concentremos primeiro nos fatos antes de começar as acusações. Não acham suspeito que algo tenha atacado Mewelderm e o Grimório desaparecido justamente durante esse apagão?

- É verdade. Essa queda de energia não foi um fato isolado. Dois minutos é tempo de sobra para um inimigo habilidoso agir, principalmente caso se trate de um mestre da magia, conforme lorde Mewthazar acredita que seja. É óbvio que de fato algo aconteceu, mas está acima da percepção dos guardas templários e não foi captável em imagens de vídeo - comentou Anmyuu.

- Precisamos de mais informações sobre esse blecaute. Vou procurar nos relatórios matinais agora mesmo.

Enquanto falava, Kin digitava na barra de pesquisa da tela de sua caixa de e-mails as palavras "apagão" e "queda de energia". - Aqui, encontrei! - exclamou, olhando atento para a tela. - O relatório de Luxspark está bastante problemático. Parece que a Usina Mestra sofreu uma tentativa de ataque durante a noite, e o rei Seikimyuu foi até lá pessoalmente com parte da guarda real para conter os reversos atacantes.

Imediatamente, Anmyuu e Heimewdall apanharam os tablets que estavam consigo e acessaram seus e-mails, pois os relatórios matinais dos outros reinos também eram enviados a eles.

- O rei Seikimyuu diz que os inimigos usaram um pulso eletromagnético para tentar abatê-los. - A rainha parecia intrigada à medida que continuava lendo o relatório - Estranho... Aqui não traz mais detalhes da batalha, como por exemplo, contra que tipo de inimigo estavam lutando ou como conseguiram vencê-los. Esse relatório está muito vago, sem contar que deveria ter sido marcado como prioridade para Kinmyuu ler primeiro, mas não foi.

O reino da eletricidade, Luxspark, era responsável por fornecer energia para todas as outras nações. Tal energia era produzida na colossal Usina Mestra, e a partir dali era distribuída para as usinas filiais de cada reino. Portanto, qualquer incidente envolvendo a usina matriz deveria ser notificado ao Grande Rei com urgência.

- O ataque à usina só pode estar relacionado ao roubo. Não foi uma simples coincidência, é tudo parte da trama desses reversos malditos! - Heimewdall falava com tanto ódio dos reversos que seus pelos se eriçavam de raiva.

- O pulso eletromagnético teria sido para repercutir em Magispell e desligar as câmeras do templo? - questionou a rainha Anmyuu.

- Talvez, mas nossas câmeras são encantadas, Lady Suprema. A magia tecnológica as faz religar em segundos, mesmo após receber um pulso eletromagnético - explicou Mewghand.

Então, de repente, um estalo veio na mente de Kinmyuu.

- Espere um pouco. Então, quer dizer que dadas as circunstâncias, as câmeras do santuário ficaram desligadas por cinco segundos e existem magias que podem ser executadas mesmo nesse curto período de tempo! Teletransporte, por exemplo. Vocês literalmente se teletransportam em poucos segundos usando magia, estou certo, Hand?! - ele perguntou, agitado.

- Sim, porém, magia exterior está bloqueada no templo por um feitiço centenário de família. Apenas o clérigo do santuário, que no caso é o meu pai, e nós que somos descendentes de Mizantri, podemos usar mágica dentro do santuário e sabemos conjurar o selo que o anula. Não há como um inimigo se teletransportar pra lá. Seria fácil demais invadir se esse fosse o caso.

- Eu não estou tão certo disso... - Mewthazar interveio, com um olhar pensativo e um tom de voz tão sério que chegava a assustar. - Nós não somos os únicos que sabemos certos segredos mágicos de família. - O vice-rei se virou para o sobrinho. - Infelizmente, seu avô Mewrilin tinha o péssimo hábito de compartilhá-los com um certo alguém que não era um descendente legítimo de São Mizantri como nós. Aliás, ele não era sequer um puro...

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