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Você está em primeiro lugar


Kyle abriu os olhos quando viu que os raios matinais já estavam dando o ar da graça. Mesmo estando acordado e tendo que se levantar para cumprir suas obrigações, ele não sentia vontade para tal.
Darken estava a espera dele para traçar o plano de ataque. Algo que ela vinha maquinando há semanas e que ele estava protelando há muitos dias.
Não sentia necessidade de saber o que ele tinha que fazer e de como teria que entregar Linary.
Só estava consciente que tinha que fazer, sua vida dependia daquilo.

Uma batida na porta se fez presente e Kyle já sabia quem era antes mesmo de ter que se levantar para abrir.

— O que quer Golbery? — Gritou. 

— Minha senhora o aguarda na biblioteca.

— Delma está com ela? —Ele perguntou por perguntar, era óbvio que a cobra estava sempre a espreita.

— Sim senhor. — Kyle assentiu mesmo que o criado não pudesse ver.

— Diga que já estou indo e prepare tudo para nossa saída. 

— Sim senhor.

Ele deitou de barriga para cima e ficou analisando as imperfeições que havia no teto. Contando cada rachadura que ali havia.
Aquilo era uma desculpa para protelar o inevitável mas não havia o que fazer, uma hora teria que enfrentar suas escolhas mesmo que fossem dolorosas.

Como ele havia chegado àquele ponto era algo que Kyle não entendia. Estar daquele jeito por causa de uma moça que mal conhecia não fazia sentido.
O plano com Darken era algo que já estava na sua vida há algum tempo. Não deveria estar daquele jeito, confuso. 
Tudo por causa de uma bela garota que o havia cativado como nenhuma outra e que colocou expectativa de uma vida que nunca seria para ele.
Mas tudo acabava-se hoje. O fruto de suas escolhas seriam colhidos e não havia volta.
O mais difícil seria ter que encarar Linary, mas quando aquilo fosse feito não havia nada que pudesse ser mudado.
Teria que conviver com o sentimento de culpa lhe corroendo até a alma.

Kyle balançou a cabeça e se levantou da cama. Bochechou o conteúdo que estava na bacia para tirar o gosto ruim da boca, ocasionado pelo hálito matinal e se trocou rapidamente.
Darken não era conhecida por sua paciência em esperar. Tudo tinha que ser feito na hora e ele já estava atrasado.

Seus passos eram feitos de maneira precisa e rápida e logo não demorou para que chegasse na biblioteca, dando de cara com Darken sentada na cadeira estofada com uma almofada feita de fios de ouro e pena de ganso.
Livros estavam espalhados por ali e o que parecia ser os mesmo mapas que havia visto tempos atrás. 
Delma se encontrava debruçada na mesa, analisando algo que Darken apontava.
Seus cabelos cor de grama ensebados e sem vida e o rosto sempre com vincos de maldade que lhe era feita.
Cada poro daquela bruxa era feito na maldade e rancor e Kyle se sentia mal por estar cercado de pessoas como aquela.

Era a sua escolha. Não havia volta. — Repetia para si mesmo.

Na certa tentando se convencer de que aquilo era o melhor para ele e que suas opções eram escassas.
Afinal, que futuro teria se escolhesse o outro lado? 
Voltaria a vida de miséria em que vivia quando criança.
Mulher nenhuma valia todo aquele sacrifício.

— Olha só quem resolveu aparecer. — A voz de Delma o fez despertar dos seus devaneios momentâneos.

Kyle piscou os olhos duas vezes consecutivas e deu um sorriso debochado. Tudo para mascarar cada conflito interno que estava tendo. Não podia se distrair e nem deixar visível os seus sentimentos pois correria o risco de Delma os desvendar e os usar como arma contra ele.
Ela era maquiavélica e, por algum motivo, parecia saber de tudo que se passava com ele. Kyle não sabia explicar como ela fazia aquilo só sabia que era muito incômodo ter que ficar pisando em ovos o tempo todo.

— Eu consigo ter uma boa noite de sono. Já você não pode dizer o mesmo não é. — Kyle debochou e se sentou na cadeira de frente para Darken, depositando ambas pernas em cima da mesa em uma atitude descontraída.

— O que quer dizer com isso fedelho? —  A bruxa de cabelos verdes disse entre dentes.

— Que você não consegue dormir sua cobra. Isso se dá por conta de sua mãe morta? — Kyle a provocou.
Em outro momento, Kyle nem se daria ao trabalho de fazer aquilo, mas Delma já estava lhe tirando do sério em tentar o queimar para com a rainha.

Ele via pela janela de seu quarto Delma andando por todo o pátio do Castelo por horas a fio. Angústia estampada em suas feições.
Ele sabia que poderia se tratar da mãe morta, era a única fraqueza dela. Algo que Delma não havia superado completamente.
E que Kyle estava disposto a usar contra ela se fosse necessário.
Ela queria a sua cabeça e ele não iria lhe facilitar nada.

— Ora seu... 

— Já basta. — Darken levantou a mão e interrompeu a discussão. Como uma mãe faria com dois filhos pequenos. — Temos negócios a tratar.

— Perdão minha senhora.

— Espero que saibam a responsabilidade que irei jogar em cima de cada um. E como no Reino do ar, não aceito falhas de ambos mas se continuarem com essas brigas sem sentido o destino dos dois será a forca. — Delma e Kyle assentiram em silêncio e Darken sorriu satisfeita.
Ela abriu um mapa de aparência antiga. As pontas dele estavam amareladas e alguns desenhos estavam difíceis de se identificar. 

— Estão vendo esse ponto aqui? — O dedo comprido com a unha pintada de preto apontou para o que seria o desenho de todo o território do Reino que iria ser atacado naquele dia.

— Sim senhora. Pretende usar também a outra entrada do Reino da terra? 

Para Kyle fazia sentido. O Reino da terra, ao contrário dos outros reinos, era composto por duas entradas. A principal e a dos fundos, que era onde Linary e as irmãs moravam, um canto bem afastado do Centro do Reino.

— Sim caçador. Pretendo usar de uma pequena parte de meu exército para distração na entrada principal enquanto que uma boa parte entra pela parte detrás, dizimando os desavisados.

— Mas a senhora irá por qual parte rainha? — Delma questionou.

— Pretendo ir na principal. Eu sou uma monarca Delma acha mesmo que entrarei pelos fundos como uma barata? 

— Se colocássemos os mais fortes na linha de frente eu poderia ir com a senhora, já que a maioria dos guardas vai se concentrar naquele ponto. Podemos colocar os mais fracos pela outra entrada do Reino. 

— Que eu saiba a bruxa de cabelos platinados vive na parte detrás. — Delma se pronunciou e Kyle teve vontade de arrancar os dedos dela um por um por.

— Sim. Elas moram lá. 

— Eu acho que ele deveria ir pela outra entrada vossa majestade e eu poderia acompanhá-lo. Assim eu posso matar as outras irmãs que irão faltar. 

— Não vejo necessidade de sua companhia e nem a quero sua cobra. Posso correr o risco de você me envenenar.

— Só vejo os interesses da rainha. — Kyle se levantou de forma brusca fazendo com que a cadeira em que estava sentado caísse e fizesse um barulho alto na biblioteca.

— Atreva-se a me seguir ou tentar me dar ordens e terá uma flecha cravada no meio do seu peito.

— Tente a sorte criança. — As pontas dos dedos finos de Delma já emitiam um brilho esverdeado. A magia querendo se revelar.

Darken levantou ambas as mãos e uma forte corrente de ar se fez presente. Os corpos dos dois foram parar um em cada lado das paredes. Uma sensação de sufocante acometendo ambos. Respirar se tornando impossível naquele momento.

— Já lhes disse que não quero discussões. Quero aliados, não inimigos. Fui clara? — Ela disse calmamente e olhou para um após o outro, só os soltando quando viu ambos assentindo.
Darken afastou sua capa negra e se sentou na cadeira que ocupava anteriormente.
Kyle e Delma arfavam no chão e aos poucos tentavam se recompor buscando ar para seus pulmões.

— Agora que estamos conversados deixe que eu explique minha estratégia. Como Kyle disse para mim antes de você se juntar a nossa tropa Delma, os guardas do Reino da terra não passam de bêbados inveterados. Pouco fazem para manter o Reino seguro.

— E as bruxas majestade. Será que vão ser capazes de lutar conosco. Teremos trabalho se resolverem isso, afinal uma delas é portadora de um incrível arsenal de magia.

— Por isso conto com o caçador para pegá-lá. Ela deve ter confiança nele. — A voz de Darken era carregada de desprezo ao mencionar Linary e aquilo incomodava Kyle de muitas maneiras.
Cada segundo que passava dentro daquela sala, discutindo sobre Linary o deixava cada vez mais assustado para quando chegasse a hora de estar frente a frente com a moça. 

— Kyle irá comigo. Não aparecerá logo de cara. Você irá por trás Delma, certifique-se de matar as irmãs. 

— Mas se a outra reagir, a mais poderosa? Tenho permissão para matar? 

— Kyle irá comigo apenas para abrir caminho ele se juntará a você e irá lhe cobrir. A pobrezinha estará tão atordoada ao ver as irmãs mortas que terá tempo dele chegar para pegá-la.

— Pode dar errado.

— Sei disso mas o Reino vai estar cercado e, se caso ela tentar reagir, pare-a. Ela é nova, inexperiente, não deve ter o controle total e nem noção do quão poderosa deve ser. Aproveite-se disso, afinal você é mais velha e sabe controlar toda a sua magia Delma. — Kyle voltou a se sentar e colocou a cabeça por entre as mãos.

Se sentia derrotado, como se uma parte dele estivesse morrendo aos poucos. Aquele plano tinha tudo para ser concluído e do jeito que Delma era louca mataria Linary se ela revidasse algum ataque. O que ele não duvidava muito. A moça não iria ficar parada vendo suas irmãs sendo mortas sem fazer nada, não era do tipo dela.

— Está de acordo caçador? — Kyle levantou a cabeça e assentiu. Incapaz de proferir nenhuma palavra. — Ótimo. Prepare nossos homens, vamos partir agora mesmo. Seja rápido.

— Já está tudo pronto rainha. Golbery já estava a par do assunto e me certifiquei de que todos estivessem esperando pela senhora na entrada do Reino do ar.

— Muito bem rapaz. — Darken passou a unha pontuda pelo queixo anguloso de Kyle e ele sentiu seu estômago se revirar com o breve contato. — Vamos agora mesmo então.

— Pretende usar o feitiço que usou nos guardas contra o Reino do ar? — Delma questionou dando passos largos para acompanhar Darken e Kyle.

— Os homens do Reino da escuridão são incapazes de portar uma espada com perfeição sem o feitiço Delma. Preciso de todos os homens a minha disposição, quero o sucesso desse plano, não pode haver brechas. — O trio já conseguia ver toda a tropa alinhada na entrada do Reino do ar.

A população do Reino olhava para a nova monarca com feições que eram uma mistura de sentimentos. Alguns olhavam com admiração, outros com descrença e a maioria com um ódio estampado. Na certa por que nada poderiam fazer para alterar o rumo que a vida deles havia tomado.
Com Daipo já era ruim pois o antigo rei nada fazia para o povo mas pelo menos havia melhorias para o território e para as condições de trabalho dos mercadores, mas com Darken era diferente. A rainha era louca, desprovida de emoções boas. Não se importava com ninguém a não ser com ela mesmo.
Mal havia roubado o trono e sua primeira decisão foi aumentar os impostos.

— Que orgulho de você Golbery. Está tudo na mais perfeita ordem. — Ela falou para o criado corcunda, seu mais fiel aliado.

— Já pode partir minha senhora. — Ela assentiu e montou em um cavalo de pelagem negra que possuía uma espécie de proteção lustrosa que dele desprendiam pontas afiadas metalizadas. Era intimidante só de olhar.

Kyle montou em seu cavalo e assumiu a liderança frente frente a frente com Darken e Delma que estava montada em um cavalo malhado de aparência altiva.
Linayna e Airiane fecharam os olhos e logo seus corpos sobrevoaram o céu muito azul.

O destino... O Reino da terra.


Linary desceu do imponente Dragão de Samar com agilidade e cuidado excessivo e ajudou Laylin a fazer o mesmo. Samar soltou uma gargalhada alta com o medo que Linary emanava.
O alívio cobrindo as feições da moça ao depositar os pés no chão.

— Onde está o meu cavalo? — Linary questionou ao não ver o quadrúpede na frente da pequena casa que morava com as irmãs. 

— Tinha pedido para um dos homens o trazer para cá. Deve estar na parte detrás da casa. 

— Vá ver Laylin. Se algo acontecer com ele Laynei me mata. — A mais nova saiu correndo para cumprir a ordem de Linary e deixou as moças mais velhas sozinhas.

— Obrigada Samar, sem sua ajuda nós estaríamos na estrada ainda.

— Não há de que. E lembre-se de me contatar se precisar, estarei esperando por vocês no Reino do fogo. 

— Ele está lá trás mana. Está se alimentando. — Linary respirou aliviada e lançou um olhar agradecido para Samar.
A ruiva fez um aceno para as meninas e deu um leve tapa na carcaça de Death. Aquilo foi o necessário para que o grande ser alado voasse rumo aos céus, deixando uma nuvem de poeira como rastro.

— Podemos fazer bolo de carne? Estou faminta. — Linary assentiu e entrou em casa para ver se faltava algum ingrediente.

— Temos que buscar a carne no Centro do Reino Laylin. — Linary disse ao se dar conta de que faltava o principal, a carne.

Ela foi até o quarto e viu com pesar que não havia indícios de que Laynei havia voltado. A preocupação fazia o coração de Linary doer de saudades, ela só queria notícias da irmã.

— Vamos Linary, estou com fome. — O grito de Laylin despertou Linary e ela pegou uma pequena quantidade de moedas de prata que Laynei guardava em sua caixinha de brincos e saiu do quarto.


— Que tal se comprássemos um cachorro. — Laylin apontou para um senhor calvo que gritava a plenos pulmões que os cachorros estavam com um preço muito bom para não se aproveitar.

— Não precisamos de um cachorro Laylin. — Linary falou cansada, puxando as rédias do cavalo para que ele continuasse andando.
A viagem sem descanso e a idéia de ter que cozinhar quando chegasse em casa era desanimadora demais e ela se sentia tão ou mais cansado que o cavalo.

— Pense em como seria legal ter uma companhia. 

— Cães dão gasto Laylin. — Linary disse ao mesmo tempo que se desviava de um homem fumando charuto.

Ela estava a ponto de o xingar por estar parado no meio do caminho, quando viu o céu escurecer de repente.
Nuvens pesadas começavam a cobrir o céu, antes azul claro.
Raios cortavam a todo tempo como se uma tempestade estivesse se aproximando. O que era estranho já que o clima estava agradável antes.

— Tem alguma coisa errada Laylin. — Linary falou para a mais nova que havia interrompido sua tentativa de convencer a mais velha a ter um cachorro.

— Que estranho. Não senti nada que o tempo ia mudar. — Linary ignorou a irmã e olhou para o céu que estava em um tom muito escuro. Parecia que ia desabar a qualquer momento.
Algo estava muito errado.


Com o grupo dividido Darken ficara ao lado de uma pequena parte que consistia em ser uma dúzia de guardas, as duas bruxas do Reino do ar e Kyle.
Na outra divisão estava Delma e mais de quatro dúzias de soldados.
Quem visse só aquele pequeno grupo na entrada principal poderia pensar que seria um massacre e que o plano da bruxa era falho mas o trunfo de Darken estava no ataque surpresa.

O foco de todos seria na divisão menor e deixaria a segunda entrada frágil, o que era vantajoso para ela.
Mesmo sendo pequeno, aquele grupo era letal. Afinal havia três bruxas ali e um exímio arqueiro.
E Darken contava com o relatório de Kyle ser verdadeiro. Que o exército de Kindom era simplório e todos não passavam de ratos bêbados.

— Linayna, Airiane estão prontas? — Darken chamou as bruxas do ar e ambas se posicionaram ao seu lado.

Airyane olhou para o céu e seus olhos viraram nada mais globos oculares sem íris. A energia se materializado por todo seu corpo, fazendo com que o tempo fechasse de forma brusca. 
Linayna a auxiliava a todo momento com raios cortando o céu cada vez mais escuro.
Os guardas que ficavam em frente aos portões do Reino olhavam para aquilo tudo estupefados. Tentando achar algum tipo de explicação para todo o ocorrido.

— Olá meninos. Abram os portões para mim. — A voz afável da bruxa da noite alertou os homens que antes estavam distraídos.

— Quem é você sua louca? 

— Abram logo esse maldito portão.  — Kyle vociferou para os homens que tiraram a espada de sua bainha tomando uma atitude de tentar defender o Reino.

— Isso é muito feio meninos. Eu queria entrar por bem mas estou vendo que terei que ser uma vilã. — Darken acenou para Linayna que veio correndo na direção dos homens.

— Maldição. — Um deles disse para o outro.

Eles tentaram correr ao ver a bruxa de cabelos platinados correndo na direção deles mas já era tarde demais. Linayna os acertou com raios que desprendiam do céu e vinha direto para as mãos dela, como se estivessem conectados.
Os acertando em cheio sem chances para defesa.
Os corpos dos homens caíram no chão coberto por terra completamente carbonizados e assim deixando os portões livres.

Um jovem soldado via a movimentação na parte alta da Torre e sabia que aquilo era um ataque.
Andou a passos largos para dentro do cômodo e começou a tocar o grande sino para alertar toda a população.
Aquele som ressonante e extremamente alto deixou todos do Reino paralisados. Eles nunca haviam sido atacados e não era normal aquele sino estar tocando para aquele propósito. Se estava era o sinal de que alguma coisa estava acontecendo.

Soldados e mais soldados correram para os portões da frente, empurrando quem estivesse no caminho. Aquilo foi o sinal de que as pessoas precisavam para se mexer e tentar salvar suas vidas.
Logo o Centro do Reino da terra estava no mais completo caos.
Todos tentavam correr para suas casas.

— Droga. — Linary falou e pegou na mão da irmã para voltar para casa.

— Linary o que está acontecendo? — Laylin disse. Seus olhos translúcidos estavam arregalados e suas feições exibiam medo.

— Calma mana. Eu vou te proteger. — Linary disse determinada. — Agora só temos que ir embora.

Uma forte corrente de ar fez com que os portões fossem abertos e o pequeno grupo entrasse como se fossem donos do lugar. Airyane pousou com perfeição no solo e se juntou aos demais.
Os soldados estavam posicionados a três metros a frente de onde Darken estava formando uma barreira protetora para impedir o avanço deles.

— Espalhem- se. — Kyle fez um sinal e a dúzia de guardas atacaram os soldados do Reino da terra.

Eles estavam em desvantagem pois o número inimigo era bem maior. Mas o grupo contava com uma carta na manga. As bruxas do ar.
Linayna e Airyane invocavam os raios que se concentravam nas nuvens e traziam para suas mãos atacando os soldados que, contra aquilo, não tinham a menor chance.

— Cuide disso caçador eu vou para o Castelo. 

— Vai ficar bem rainha? 

— Óbvio que vou rapaz. — Ela se virou e olhou para Kyle como se tivesse se esquecido de um fato muito importante. — Me traga a bruxa da terra. — Após dizer aquelas palavras, Darken saiu rumo ao Castelo de Kindom.

Kyle engoliu a seco e saiu correndo para tentar encontrar a casa de Linary. Ele não sabia onde ela morava especificamente, mas como elas viviam no exílio, longe dos demais moradores do Reino, ele supôs que elas deveriam viver na segunda entrada. Na parte mais afastada, não iria ser difícil encontrar já que não deveria ter muitos moradores por ali.

Os soldados eram dizimados pelas bruxas com facilidade preocupante. Nem todas as flechas que eles atiravam as paravam. A corrente de ar proveniente de suas mãos faziam com que as flechas tomassem o rumo contrário. Mas o pior eram os raios que os fritavam sem dó nem piedade.

— Temos que proteger o rei. Aguentem firme homens. — O chefe da guarda real gritou para incentivar os poucos soldados que restaram.
Um garoto veio correndo e parou arfante ao lado do chefe. Cochichou algo em seus ouvido e aquilo fez com que ele ficasse pálido.

— Meia volta. — Gritou e os que restaram correram de volta para o Castelo. — Alertem os que faltaram. Os malditos estão atacando a segunda entrada.

Kyle volta e meio usava seu arco e flecha mas não era necessário. As bruxas do ar estavam fazendo um excelente trabalho com aqueles homens.
Ele só tinha que se concentrar em achar Linary naquele momento. O que não demorou muito.
Logo ele avistou os cabelos compridos e platinados da moça de seus sonhos.


Linary segurava a mão de Laylin como se sua vida dependesse daquilo e corria em sentido contrário a confusão na parte da frente. No meio daquele tumulto nunca havia visto tanta dificuldade para se locomover com seu cavalo como naquele momento.
As pessoas pareciam perdidas e sem rumo. Não escolhiam um local para onde correr e aquilo só aumentava dificuldade de cada um fugir por suas vidas. 
Pareciam baratas tontas correndo em círculos.

— Maldição. Por que eles não escolhem por qual caminho seguir, que inferno. — Linary gritou em meio aos ruídos estridentes.

— O que está acontecendo Linary? — Laylin questionou. 
O tom de sua voz estava assustada e sua mão suava, tornando o processo de segurá-la difícil.

— Não sei mana, mas eu vou te proteger. — Ela repetiu determinada.

— Linary aquela não é Linayna? — A mais nova chamou a atenção e soltou a mão de Linary.

Ela olhou para trás e mediu a distância entre ela e a mais nova, que era de três metros. 
Laylin olhava espantada para a figura da irmã que não via há tempos. Estava fascinada.
Por mais que Linary também estivesse feliz ao ver a irmã e tivesse vontade correr para abraçá-la ela sabia que Linayna não era mais a mesma. Não poderia ser imprudente como fora da última vez, não com a vida de Laylin em risco.
Mas para o horror de Linary, a mais nova correu de encontro da irmã.

— Linayna!

— Não, Laylin. — A menor conseguiu impor uma boa distância entre as duas mas um dos guardas inimigos agarrou Laylin.

— Peguei a pequena bruxa. — Ele falava em tom de deboche.
Linary parou bem perto de onde estava, visto que o homem de estatura mediana apontava uma espada para o pescoço pálido de Laylin.

— Solte minha irmã. — Ela falou de forma calma.

— É uma piada bruxa? Minha rainha vai ficar feliz por essa conquista e se quiser que eu não a mate agora mesmo é melhor vir comigo e sem truques. 

— Não vou falar de novo desgraçado. Solte ela. Você é sua rainha podem ir para o inferno se quiserem. 

— Me obrigue. — Linary sabia que para o guarda aquilo era um jogo, dado sorriso que enfeitava seus lábios.

Linary sorriu também, um instinto tomando conta dela, sentindo a magia impregnada em seu corpo e indo diretamente para a ponta de seus dedos. Levantou as mãos e começou as fechar lentamente. No mesmo instante, o elmo que estava na cabeça do homem se fechou também.

— O que está fazendo maldita? — Ele soltou Laylin e a espada que empunhava.

— Não gosto que mexam com minha irmã. — Linary falava ao mesmo tempo que suas mãos se fechavam aos poucos.

O homem gritava histericamente, caiu de joelhos no chão e colocou as mãos na cabeça tentando tirar o elmo que apertava seu crânio cada vez mais.
Se não conseguisse tirar sua cabeça seria esmagada em um breve momento.

— Pare por favor. — Linary estava tão distraída que nem viu outro homem vindo em sua direção de maneira furtiva.
Só se deu conta quando o mesmo caiu morto ao seu lado, com uma flecha atravessada em sua cabeça. 
Ela colocou a mão na boca para abafar um grito e olhou para frente ver quem havia feito tal ato.
Kyle se encontrava bem diante de seus olhos, o arco ainda apontado para aquela direção.
Linary sentiu seu coração bater mais depressa com a visão do rapaz de cabelos escuros ali. Ela estava alegre, não havia como negar. Pensava que nunca mais iria o ver.

— Kyle. — Ela disse em um sussurro.

— Temos que sair daqui Linary. — Laylin agarrou na mão de Linary e tentou a puxar para que corresse.

— Linary espere. — Kyle gritou em meio ao pandemônio formado.

Aquele Reino estava o verdadeiro caos. Pessoas correndo para todos os lados, algumas caíam no chão e por consequência eram pisoteadas por homens e mulheres que só tinham o intuito de salvar a própria pele.
Ver Linary no meio daquela confusão fez com que o coração de Kyle parasse.
A preocupação tomou conta de cada poro de seu corpo, o plano de antes esquecido. Kyle só queria que ela estivesse em segurança, longe de tudo aquilo que ele contribuiu para acontecer.

Ele correu atrás de Linary quando ela fugiu com a irmã. A moça havia o visto e parecia sentir que deveria ficar longe dele, o perigo a rondando como uma cobra venenosa.
Ele empurrava as pessoas que pisavam se meter no caminho. Tudo para chegar até Linary e a irmã.
Para seu desespero, as duas seguiam para a segunda entrada do Reino. A mais perigosa,a que tinha um pelotão três vezes maior e que não as deixaria passar com tanta facilidade. Mas depois de ver o que Linary fez com o guarda não ficaria surpreso se ela acabasse com todos como se nada fossem. Ele não tinha a noção de que Linary conseguia dobrar metal, era uma surpresa.  Mas sua preocupação real era com Delma pois a bruxa de cabelos verdes era forte e sabia a extensão de seus poderes.

Por fim, ele conseguiu as alcançar. A segurou pelo pulso e, para a sorte dele, o local estava mais tranquilo o que permitiu que eles ficassem parados.

— Espere. 

— Não é hora para conversas Kyle, minha irmã tem que ficar segura. 

— Por aí é perigoso. O local está cercado, o melhor é ir para a entrada principal. — Kyle tentava a convencer.

Ele queria dizer para si mesmo que aquilo tudo fazia parte do plano ainda, mas a cada segundo passado frente a frente com ela ficava cada vez mais difícil lembrar do que tinha que ser feito. Seu coração comandando todo o jogo.

— Tenho que pegar meu cavalo. — Ela apontou para o animal que tinha se afastado delas e que naquele momento estava parado perro de uma árvore de tronco grosso comendo capim.

— Pegue-o e vamos.

— Linary quem é ele? — A garota questionou e Kyle sorriu para ela.

Aquela deveria ser a irmã mais nova de Linary. As feições eram idênticas, exceto pelos olhos que eram iguais aos das outras irmãs. Linary tinha íris colorida as outras não.

— Sou amigo. — Ela o olhou em dúvida mas por fim assentiu e correu para pegar as rédias do cavalo.

— O que faz aqui? Disse que não queria mais me ver. — Ela o olhava confusa.
Linary era ingênua demais. Presumiu que ele estava ali para a ver quando na verdade ele era um dos causadores de todo aquele caos.

— Mudei de idéia. — Ela revirou os olhos e fez uma careta de desgosto.

— Pois pode ir embora. Não vê que é uma péssima hora? 

— Para mim parece ser a hora perfeita. Vocês vão precisar de ajuda para fugir.

— Não preciso de você. Sei me virar. — Kyle pegou na mão dela ficando satisfeito ao ver a pele dela arrepiada por seu toque.

— Para onde vocês forem eu quero ir. — Kyle nunca dissera palavras tão verdadeiras.

Naquele momento ele sabia que seu lado havia mudado. Não tinha como ele entregar Linary para Darken, por mais que sua consciência mandasse aquilo seu coração não permitia e ele o seguiu para variar.

— Ora, ora. — Kyle fechou os olhos com força ao escutar a voz de Delma. — Estou interrompendo um belo momento. 
A bruxa sorriu de forma diabólica e olhou para o trio com desprezo. Linary se pôs na frente da irmã e a ajudou a subir no cavalo.

— Kyle ajude minha irmã a sair daqui. — Ele viu a magia desprendendo da pele dela como se estivesse louca para ser liberta.

— Não vai a lugar algum caçador. Ninguém sai daqui com vida. — Kyle sabia que tudo que ele tocava apodrecia e aquilo que acontecia era a prova.
Tudo estava indo ladeira abaixo. Linary estava em perigo, mesmo ele tentando ajudar. Se encontravam frente a frente com a bruxa louca e tudo tinha para dar errado.

— Eu não conheço você e nem me interessa mas você vai deixar a minha irmã passar...

— Ou o que pequena bruxa? — Delma a interrompeu e deu uma gargalhada em deboche. — Não tenho medo de você criança.

Kyle olhou em volta e viu que ela estava sozinha, ele só se perguntava onde estava o restante dos guardas. Deveriam estar cobrindo a retaguarda daquela víbora ou foram para a entrada principal, o que seria burrice,
Mas ele não demorou muito pensando naquilo, sua atenção focou na bruxa da floresta se curvando e se transformando aos poucos em um animal feroz.
A cabeça pequena virando uma enorme com uma juba densa.
As pernas se transformando em patas poderosas, capazes de ferir a quem ela quisesse. E um focinho com dentes pontiagudos e afiados.

— Linary... — A mais nova sussurrou com medo.

— Laylin vá embora. Eu vou distrair essa mulher e você vai fugir.

— Não vou sem você mana. — Linary virou a cabeça e sorriu de forma carinhosa para a mais nova.

— Eu vou te encontrar. Me espere perto dos portões. Sei que você pode voar, faça se for necessário. 

— Mas...

— Me obedeça. — Laylin assentiu freneticamente, subiu em cima do equino e pôs para correr para longe dali.

Quando Linary viu que Delma ia impedir ela fez com que espinhos saíssem de suas mãos, ferindo o corpo de Delma que rugiu furiosamente em resposta.
A bruxa veio correndo para cima de Linary, suas patas majestosas fazendo um barulho alto quando se chocavam contra o chão. A boca salivando de ódio puro.
Linary se preparou para a defesa, mas Kyle foi mais rápido.
Empunhou seu arco e flecha, mirou na barriga do animal e atirou de forma certeira.
A bruxa rugiu alto e caiu. Sua metamorfose se evaporando. Delma voltou a sua forma normal, as mãos segurando o estômago e a expressão retorcida de dor.

— Vamos sair daqui antes que os reforços cheguem. — Kyle pegou o pulso de Linary e se pôs a correr por onde Laylin fora.

— Maldito traidor. — Delma gritou mas sua voz saiu fraca demais devido a quantidade de sangue que perdia.

— O que ela quis dizer com isso? — Linary perguntou.

— Nada. Vamos encontrar Laylin. — Ele respondeu mudando de assunto.
Por mais que estivesse ferrado, não faria diferente. Tomara uma decisão certa uma vez na maldita vida.

O bem estar de Linary veio antes do dele.
Ele a pôs em primeiro lugar.

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