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Uma mente predisposta

Aviso de gatilho para o capacitismo

Linary se encontrava com terra até os cotovelos, mas via seu esforço valer a pena com o resultado de seu pequeno canteiro de rosas vermelhas. Elas cresciam de forma exponencial e era visível que toda a sua dedicação não fora em vão.

Ela se levantou e voltou seu olhar para admirar seu trabalho concluído. O primeiro sorriso de alegria enfeitavam Seus lábios pela primeira vez em muito tempo. Uma sensação de dever cumprido tomando conta de seu corpo.

Linary deu aquela tarefa por encerrada e foi para dentro de casa para lavar as mãos e fazer o jantar. Foi até a cozinha e lavou tudo, até seus ante braços que estavam cobertos de terra. Por fim, jogou um pouco de água no rosto para retirar o suor.

Ela queria mesmo era tomar um banho, mas no momento não havia tempo. Linary não queria praguejar nem começar a comentar para si mesma o quanto ela odiava as tarefas domésticas e o quanto odiava que Laynei tivesse assuntos pendentes no Reino da água e que demorasse tanto.

Ela entendia o sacrifício da irmã por todas, Laynei visava a segurança delas e o mínimo que Linary tinha que fazer era ajudar em alguma coisa e não ficar resmungando pelos cantos como uma velha ranzinza.

Já havia passado apenas três dias desde que Laynei fora para o Reino da água e até aquele momento não havia dado nenhuma notícia. Ela nem usou algum animal da terra para falar que estava bem. Nada. E aquilo deixava Linary preocupada, pensando naquele pressentimento que tivera ao se despedir de Laynei. Aquilo não era normal e sim sinal de más notícias, só esperava que estivesse errada.

Após deixar os legumes cozinharem, Linary resolveu adiantar as poções para a entrega daquela semana. A visita mensal ao Reino do fogo chegou mais uma vez, muito mais rápido do que Linary gostaria.

Só de pensar em ver o rosto presunçoso de Auheb de novo ela sentia vontade de vomitar, só esperava que Laynei voltasse logo, pois não iria querer passar por aquela tortura com Laylin a tira colo.

- Linary, Linary, venha tem alguém querendo falar com Laynei, como ela não se encontra você terá que responder por ela. - Laylin entrou de forma esbaforida e com o rosto muito vermelho.

- Quem é?

- Um dos mensageiros do rei. Kindom desejar lhe falar.

O que será que o velho idiota quer agora? - Pensou Linary fechando o potinho com a poção dentro e colocando de forma cuidadosa na prateleira.
Ela limpou as mãos no vestido verde que usava e andou atrás de Laylin.

Linary deu de cara com um dos mensageiros de Kindom vestido de forma pomposa e com um pergaminho em mãos. Era engraçado a forma que ele se vestia e Linary teve que colocar a mão na boca para abafar uma risada.

- Uma das bruxas da terra presumo?

- Sim.

- Posso saber onde a mais velha se encontra?

-Não é do seu interesse, vá direto ao assunto almofadinha. - Linary falou de forma irônica, mas pelas bochechas coradas e expressão raivosa do homem, ela presumiu que ele não havia gostado do tom dela.

- O rei vai querer saber insolente.

- Pois que vá para o inferno. Diga logo o que ele quer.

- Que a senhorita vá para o Castelo, ele quer lhe falar sobre a visita ao Reino do fogo e pediu para que trouxesse uma poção de cura para seu fígado que a cada dia dói mais. - Linary revirou os olhos.

Já sabia que ele vivia sentindo dores ali, causada pelo excesso de bebidas. Pois Linary queria era levar um pote de veneno para antecipar sua morte eminente e não algo que lhe causasse cura, mas ela guardou aquilo para si.

- Diga ao rei que estarei lá.

- Um conselho jovem bruxa, guarde sua língua dentro da boca para que não seja morta pendurada somente por ela. - O guarda saiu e Linary levantou seu dedo do meio por trás dele.


Kyle achava que aquele exército de Darken era uma piada de muito mal gosto. Todos eles com suas deformidades aparentes nada fariam sem o feitiço que Darken lançara para eles. Sem ele os guerreiros dela iriam parecer cachorrinhos sem rumo correndo atrás do rabo.

Eles não tinham só falta de habilidade física como eram desleixados e tudo o que faziam estava errado de alguma forma. Kyle balançou a cabeça em reprovação, a rainha tinha sorte de ter a magia do seu lado ou seu plano tinha grandes chances de fracassar antes mesmo de iniciar.

Ele chegou perto de um jovem aldeão do Reino da escuridão e pegou o arco de maneira bruta, que estava sendo empunhado de maneira errada.

- Estou fazendo algo errado chefe? - O jovem de cabelos sebosos e sujos questionou para Kyle, que teve vontade de dizer que até a existência dele estava errada.

- Acha que assim defenderá alguém? Será destroçado com menos de dez minutos de batalha, inútil. - Ele falou entre dentes.

Kyle sabia que estava agindo de modo desnecessário, afinal ninguém tinha culpa da desgraça que caiu sobre ele. Quem poderia imaginar que ele acabaria gostando de sua inimiga?

Mas Kyle estava daquele jeito, tratando as pessoas mal, fazendo pouco do esforço alheio. Ninguém ousava o questionar o porquê dele estar assim e ter que fingir para Darken e Delma que tudo estava bem fazia com que tudo ficasse pior, pois ele não aguentava mais ostentar aquela máscara de mentiras. Tudo para salvar a si mesmo.

- Desculpe me senhor, ainda tenho muito o que aprender. - O jovem passou a mão por sua nuca e era incapaz de manter contato visual com Kyle por mais de cinco minutos.

Kyle respirou fundo e colocou dois dedos na ponte do nariz para tentar se acalmar. Aquilo tudo já estava lhe deixando louco, ele teria que se controlar. Não havia mais o que pudesse ser feito, a decisão já fora tomada e não havia como voltar atrás.

Kyle olhou para o céu e constatou que fazia muito tempo que ele nem notava as coisas mais simples. Como admirar um lindo dia. Aquela manhã estava bela no Reino do ar e, mesmo com o clima frio proveniente daquele lugar, havia crianças brincando por todo o local.

Por mais que ele tivesse parado por dias no mesmo lugar, na bolha de auto depreciação e miséria, ele viu que a vida das pessoas seguiam em plena atividade. Era assim que o mundo se comportava, não ligava para suas tristezas, tudo tinha que continuar seu rumo.

- Por hoje é só. - Ele decidiu parar o treino e dispensar todos, era um eufemismo dizer que não tinha mais concentração e que do jeito que estava Darken não iria ficar nenhum um pouco satisfeita com a evolução lenta de seus guerreiros.

Todos pararam o que estavam fazendo e Kyle seguiu para dentro do castelo, pronto para dar a rainha o relatório diário. O que não era muito relacionado ao dia anterior. Não havia mudanças, tudo estava na mesma.

Mas antes que Kyle conseguisse concluir seu caminho, um pássaro de cores vivas e belas sobrevoou o céu entre as nuvens fofas. As cores dele eram chamativas e únicas, algo como roxo e azul que se mesclavam como se fossem um só. Algo raro. Então Kyle se deu conta do que se tratava a vinda daquele pássaro ali, o que não era comum.
Aquele era uma ave mensageira, mais especificamente das fadas, elas eram as únicas capazes de mandar algo tão chamativo. Era a marca delas.

A ave desceu e se empoleirou no ombro de Kyle, como se já soubesse o que tinha que fazer, com quem falar.

Sussurrou no ouvido dele algo que Kyle não imaginava que seria possível e as notícias não eram boas para a bruxa da noite. Pelo visto, parte do trato de Darken não havia sido cumprido e a rainha das fadas se encontrava impaciente e furiosa.

Geralmente fazer trato com as fadas era algo ruim principalmente para os humanos que caíam em seus truques. Mas com Darken fora diferente, ela conseguiu ser mais esperta, tomar medidas preventivas e enganar a rainha das fadas.

Assim que terminou de falar, o pássaro se balançou encostou a cabeça pequena no pescoço de Kyle, ajeitando suas asas antes de alçar vôo.
Ele ficou olhando até a ave se perder no horizonte, então deu ordem para que seu corpo se movesse e entrou no Castelo em busca da rainha.Não demorou muito para a encontrar na biblioteca.

Desde que Darken descobrira o tanto de conhecimento que provinha dali ela fez com que aquele pequeno cômodo fosse seu segundo lar. Lá ela tirava estratégias e arquitetava o plano para a tomada do Reino da terra.

Para Kyle era uma perca de tempo, aquele Reino tinha uma sistemática muito fácil de se compreender. Ao contrário do Reino do ar, que contava com guerreiros treinados e um rei disposto a lutar pelo seu trono, no Reino da terra era ao contrário. Os guerreiros estavam mais interessados no que iriam achar no fim de um copo cheio de bebida.

A problemática naquele Reino eram as bruxas da terra, que pelo o que Kyle vira eram poderosas. Linary era prova daquilo e poderia dar um grande trabalho para Darken se fosse lhe designado.

- Vejo que veio me dar o relatório diário. Já era hora garoto.

- Não é bem isso vossa majestade, esse assunto pode ficar para depois, venho tratar de assuntos mais urgentes.

- Que seria? - O pé de Darken batia de forma sutil no chão, denunciando o quão impaciente com aquele assunto ela estava.

- Recebi uma mensagem da rainha das fadas. Ela se encontra irritada na floresta onde vive e está a ponto de aparecer para a senhora para cobrar o que lhe foi prometido. - Darken sorriu de forma irônica e aquilo pegou Kyle de surpresa.

- Pois ela que tente vir contra mim.

- Senhora acho que não ouviu bem, deve estar vindo para cá e ela não deve demorar muito. - Kyle falou rapidamente.

- Eu escutei meu jovem, estarei esperando por ela.

- Me desculpe perguntar rainha, mas o que foi prometido para ela?

- Você verá meu jovem, pois irá presenciar meu encontro com ela.


Linary puxava o braço de Laylin como o de uma criança birrenta. Ter que arrastar a mais nova até o Castelo de Kindom foi um martírio.

Se Laynei estivesse ali, não seria necessário que ela levasse Laylin junto mas como as duas estavam sozinhas e as coisas no Reino do ar não estavam boas, Linary não poderia correr riscos se caso um ataque surpresa ocorresse no Reino da terra. Tinha que estar ao lado de Laylin o tempo todo se fosse necessário.

- Por que tenho que ir mana? - Laylin falou, fincando seus pés no chão e fazendo uma marca na estrada de lama com aquele movimento.

- Droga Laylin. Tem horas que quero te matar, pare de ficar questionando os porquês. - Ela avistou o Castelo do velhote e agradeceu aos deuses.

Não aguentava andar para satisfazer as vontades do rei horroroso, não aguentava mais as birras de Laylin e estava a ponto de estrangulá-la.

- Laynei nunca me obrigou a ir para o castelo. Sempre foi você.- Linary não aguentava mais que a mais nova ficasse a comparando com Laynei.

As duas possuíam personalidades distintas, mas Laylin cismava que Linary tinha que agir como Laynei agia e aquilo iria acabar naquele momento.
Ela parou no lugar e abaixou meros centímetros para que seus olhos ficassem nivelados com os da irmã.

- Já me cansei Laylin. Eu não sou a Laynei e nunca serei, então pode parando com isso. Você vai aonde eu for e fará o que eu mandar ouviu bem? - Linary falou com uma autoridade que nunca havia usado. Ela mesma estava impressionada com o brio que tomou conta de si mesma.

Laylin nada disse, parecia impressionada também e somente assentiu para confirmar que ouvira. Andou o restante do caminho, sem precisar que fosse arrastada novamente e logo as duas chegaram ao imponente castelo cheio de pompa desnecessária.

Um dos criados a ajudaram a chegar onde Kindom estava e Linary não se surpreendeu ao encontrar o rei com uma garrafa de rum em mãos. Parecia que a garrafa era a sua mais preciosa amiga, pois o rei a olhava como se ela fosse capaz de lhe dar todas as respostas.

- Vossa majestade. - Linary falou alto e não fez questão de se curvar.

Laylin estava sem saber como agir. Ela pensava que a reverência era obrigatória e que era um sinal claro de respeito. Ver Linary não a fazendo despertou dúvidas. O rei não deveria ser respeitado. Foi aquilo que passava na cabeça da mais nova.

O rei olhou para as bruxas, estava com sua visão turva e nem havia se dado conta de que Linary não havia feito reverência alguma. O que teria lhe causado fúria caso percebesse.

- Chegaram bem rápido minhas jovens. Tenho um trabalho bem difícil para vocês. Na verdade estou decepcionado, esperava encontrar a bruxa mais velha, a obediente. - Ele coçou a espessa barba branca e virou o resto do líquido fétido goela abaixo.

- Ela teve assuntos pendentes em outro Reino senhor. - Linary falou de forma calma.

- É um disparate. Ela tem que viver para me servir. - Aquelas palavras fizeram com que Linary fechasse suas mãos em punhos e cravasse as unhas nas palmas. A dor servindo de distração para não mandar o rei para o inferno.

- Isso não importa. Posso pedir para você mesma. - Ele fez uma pausa e pegou um pequeno frasco posicionado em cima de uma mesa de pés baixos.

O andar de Kindom era trôpego e ele quase que caiu por duas vezes, estava tão bêbado que tinha dificuldade de se manter de pé. Era vergonhoso um monarca se encontrar naquele estado lastimável.

- Mandei o boticário preparar isso para Auheb.- Ele mostrou para as irmãs um pote transparente com uma quantidade pequena de pó preto.

Linary sabia a utilidade dos boticários. E não era das mais benevolentes, logo aquele pó de aparência inofensiva se tratava apenas de uma coisa. Veneno.

- Para que isso senhor?

- Odeio que me questione jovem bruxa, mas devo explicar. É um veneno que mata aos poucos e quero que você coloque isso na poção de cura que vocês fazem mensalmente para Auheb.- Os olhos de Linary saltaram.

- Então o senhor está pedindo que...

- Quero que mate Auheb aos poucos. Pretendo tomar seu reino. - Ele interrompeu Linary e sorriu. - Já pensou. Eu, Kindom dono de dois reinos? Seria primoroso não acha? - Linary assentiu de forma automática. Não reconhecendo mais o que o corpo fazia. Parecia como uma marionete teleguiada por seu dono.

- Faça isso jovem bruxa. Ninguém irá desconfiar de vocês. - Ele colocou o dedo no queixo e pareceu pensar.

- Mas vão sim senhor. Todos do Reino do fogo já acham que nossa mãe atacou o rei.

- Isso não me interessa jovem bruxa, faça o ordenado. Depois eu dou um jeito de beneficiar vocês, ninguém irá contra a minha ordem.

- Mas tem o príncipe. - Linary tentava fugir daquilo tudo, tentando colocar todos os empecilhos possíveis para dificultar o plano maquiavélico de Kindom.

Por mais que ela odiasse o monarca do Reino do fogo, Linary não queria experimentar de novo a sensação e o peso de ter matado alguém. Já bastava os fantasmas que não lhe deixavam dormir volta e meio. Fantasmas dos guardas mortos por sua imprudência. O peso da morte era demais para ela.

- Trato dele depois. É fraco de personalidade e manipulável, não será páreo para mim. Uma coisa por vez.

- E se eu me recusar? - Linary tomou coragem e enfrentou o rei, mesmo que sua cabeça tivesse a ponto de rolar na guilhotina.

- É uma ordem jovem bruxa, nem tente me afrontar ou me desobedecer. - Kindom bradou se aproximando de Linary, lhe deu o pequeno pote de veneno e segurou o pulso dela com força tentando intimidá-la. - Obedeça.

Linary assentiu de forma automática uma vez mais, pensando na irmã que estava ali com ela, o que a segurou para não responder o rei a altura. Uma fúria tomava conta de si. Não iria enfrentar Kindom naquele momento, mas sua hora iria chegar.

- Como quiser senhor. - Falou de forma obediente.

- Dispensadas. - O rei fez um gesto e as duas irmãs saíram.

Laylin não estava acreditando que Linary havia concordado com tudo aquilo. Era surreal, sua irmã não era uma assassina de aluguel, como ela baixou a cabeça e aceitou? A mais nova não conseguia compreender.

- Linary o que houve com você? Não acredito que vai fazer mesmo isso.
- Ela se manteve calada, não fazendo questão de responder a mais nova.

Linary fez um papel de marionete na frente de Kindom, mas mal ele se deu conta de que aquela marionete seria a responsável por sua desgraça.

Não era fiel a nenhum dos reinos e não era uma assassina.


Kyle estava no campo de treino observando os demais jovens tentarem, de forma vã, o embate corpo a corpo uns com os outros.

Tudo estava errado ali. A forma como se moviam, de forma desajustada e errática; os movimentos imprecisos e disformes e até mesmo a posição de seus membros era errada.

E Kyle já estava cansado de tentar ajustar um exército que não tinha talento nenhum. A melhor parte do seu dia era treinar com os guardas do Reino do ar, que apesar de não serem lá aquelas coisas, eram melhores do que os sem talento do Reino da escuridão.

Ele queria alguma distração para seus pensamentos, que volta e meio se voltavam para a jovem bruxa de cabelos platinados. Toda e qualquer atividade não estava surtindo efeito e ele já começava a dar sinais de uma melancolia extrema.

Só de pensar na decisão que havia tomado, Kyle já sentia seu coração doer de forma constante. Mas não havia nada que poderia ser feito, a decisão estava tomada. Não iria voltar atrás, seu bem estar sempre vinham em primeiro lugar.

- Senhor o que está achando da formação de combate? - Um homem baixo de postura rígida veio perguntar para ele.

Aquele costumava ser o líder dos guardas, mas havia perdido seu posto assim que o Reino do ar fora tomado. Kyle naquele momento que comandava tudo.

- Péssima Storm. - Ele passou a mão por seu cabelo, aquele gesto exalando frustração.

- Sei disso meu senhor. Mas eles não tem preparo nenhum.

- Pois terão que ter Storm. A rainha não admite falhas e eu também não. Sua cabeça irá rolar se eles não tiverem com algo melhor para mim amanhã. - Kyle falou baixo e calmo, mas sua voz irradiava um tom de ameaça velada e fez com que o mais velho tremesse de medo.

- O que pretende amanhã senhor? - Kyle sorriu, uma idéia em mente.

- Só os prepare Storm, e bem. Amanhã eu os testarei. Eles vão aprender por bem ou por mal. - Kyle viu o homem assentir e sair correndo de perto dele como se mil morcegos fugindo do inferno estivessem o perseguindo.

- Senhor, senhor. - Golbery vinha correndo na direção dele uma expressão alarmada.

Vincos de confusão se formaram na testa de Kyle e uma pergunta que não queria calar. Como um senhor na idade e nas condições de Golbery conseguia correr tão rápido? Ele sorriu com os pensamentos, mas logo se recompôs.

- O que ela deseja?

- Algo muito sério senhor.

- Onde ela está?

- Na prisão subterrânea senhor. - Os olhos de Kyle se arregalaram.

O que a rainha fazia naquele local abandonado, será que encontrou algo de interessante lá? Ou a rainha havia ficado louca e estava com a teoria clichê de conspiração? - Pensou Kyle.

- Me leve até lá Golbery.- O criado corcunda assentiu e começou a andar rapidamente com Kyle em seu encalço.

Um arrepio de medo passou por todo o corpo de Kyle. Será que a rainha escutara as palavras de Delma e acreditava que ele havia feito algo de errado? A desculpa de querer falar com ele se tratava somente daquilo, uma desculpa?

Não, ela não tinha como saber do duelo interno pelo qual ele havia passado. Além do mais, Kyle estava disposto a matar Linary pela sua devoção a Darken, a rainha não seria louca de fazer aquilo.

O caminho para as prisões subterrâneas pareciam infinitos, mas por fim, os dois chegaram lá. Darken se encontrava parada no extenso corredor olhando para o nada. Não precisamente para o nada, e sim, para dentro de duas celas.

Golbery havia saído dali de forma silenciosa e Kyle se viu caminhando até onde Darken estava. Seus pés se movendo de forma automática fazendo um eco quando encontravam o chão.
Um breve olhar para uma das celas vazias foi o bastante para ver correntes presas ao teto, somente a espera de algum pobre coitado. As paredes estavam envoltas por manchas escuras, pingos de água suja saíam do teto e caiam no chão em um som irritante naquele local silencioso e o cheiro de mofo o incomodava muito.

- Me chamou majestade. - Kyle sentiu sua barriga esfriar a graus abaixo de zero com o olhar fulminante que a bruxa da noite lhe dera.

- Estou possessa caçador.

- Me diga o que houve que vou consertar. - As feições de Darken se acalmaram e ela respirou fundo para tentar se acalmar.

- Aquela rainha maldita das fadas me enganou. O feitiço de controle que usei nas bruxas do ar tem falhas.

- Como assim majestade? - Kyle questionou confuso.

- Veja bem caçador. Ela disse que eu teria controle total em uma mente predisposta, e consegui isso com Airiane, mas com Linayna não está sendo assim. - Ela parecia frustrada e com raiva. - Ela vive chamando o nome das irmãs e tem vezes que se recusa a cumprir minhas ordens.

Darken andava de um lado para o outro, seus pés fazendo marca no chão lamacento. E a culpa já estava correndo o coração de Kyle, se Linary soubesse que ele havia ajudado a torturar a irmã o que ela diria?

Ele balançou a cabeça e procurou se concentrar na rainha. A moça era parte de algo distante e efêmero, não tinha valor algum. Não mais.

- Não deu certo?

- Não. E aquela estúpida ainda está vindo para me cobrar.

- Virá hoje não é mesmo? - Kyle estava tão imerso em seus afazeres e nos seus pensamentos em Linary que havia esquecido da visita da rainha das fadas.

- Sim e ela terá o que merece.

- O que vai fazer com a outra bruxa do ar majestade? - Kyle estava nervoso mas tinha que saber.

- Já fiz. Irei usar o feitiço com ela diariamente até quebrar sua vontade própria e seu espírito guerreiro.

Kyle se aproximou da cela temeroso e viu Linayna desmaiada naquele chão imundo, com correntes em seus pés e braços.

- Não é uma beleza meu jovem? - Darken sorriu de forma diabólica, satisfeita com seu plano inteligente.

Kyle assentiu. Naquele momento palavras lhe faltaram. O poço em que estava parecia sem fundo. Ele sentia como se estivesse em uma areia movediça, cada passo dado mais afundava.

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