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Pronta para voar?

Após algum momento de privacidade e uma bela tina com água morna e algumas pétalas de rosas espalhadas por sobre ela, Linary afundou-se na grande tina e ficou satisfeita por ter os preciosos segundos de paz e tranquilidade.

Os seus pensamentos estavam tumultuados e perturbados por conta dos problemas. Primeiro ela estava preocupada com Laynei e seu sumiço repentino, nem mesmo uma mensagem ela havia mandado e a mais velha disse que estaria em casa antes da visita mensal ao Reino do fogo e cá estava ela e Laylin sozinhas.

E segundo pelo homem de cabelos escuros e olhos profundos, ao qual havia dito que não queria ver mais Linary.
Aquilo a deixava na mais completa angústia. Por mais que não quisesse admitir, Linary sentia algo por Kyle. Ela estava disposta a sanar todas as suas dúvidas com Samar, que era mais velha e deveria ter mais experiência naquele assunto.

Após terminar o banho ela pegou um vestido que Samar havia deixado em cima de uma cadeira de aparência moderna e com uma assento de aparência confortável, com um estampado de minúsculas flores brancas e da cor azul.

Linary colocou o vestido verde e sorriu ao constatar que ele estava um pouco apertado e ficava na altura dos joelhos. Definitivamente aquela não era a roupa que lhe cairia bem, mas era o que tinha naquele momento. A altura e o corpo de Samar era diferente das de Linary e era óbvio que aquele vestido não iria ter um caimento perfeito, era só um mero substituto até que as lavadeiras reais lavassem o vestido que ela veio.

— Tá tudo bem aí? — Linary escutou Samar falar através da porta fechada. Ela a abriu e sorriu para a amiga.

— Muito. Estava me trocando. — Samar olhou para o vestido com um ar de reprovação.

— Pelo visto não foi feito para você. — Linary riu e Samar deu passagem para que ela saísse do banheiro andando logo atrás dela.

— Claro que não, ele é seu. — Linary chegou no quarto pequeno da ruiva e viu que Laylin já dormia a sono solto.

Seu corpo esguio e com formas jovens estava em uma posição desconfortável e desleixada. Ela estava de barriga para cima, seu pescoço em um ângulo — que pela manhã ela sentiria dores constantes — e seus braços abertos como uma estrela do mar gigante. Até para dormir, Laylin era desleixada.

— Mas ela já dormiu? — Linary falou com espanto em sua voz.

— Você demorou tanto que ela jantou e logo foi deitar-se. A coitadinha estava exausta. — Linary assentiu. Foi até a cômoda para pegar uma escova com cerdas macias e levantou para que Samar desse autorização para o que iria fazer.

— Fique a vontade. — Samar sentou-se na cadeira e colocou uma mecha de cabelos de fogo para trás da orelha. — Conte-me o que lhe aflige.

Linary penteou seus cabelos de forma lenta e metódica, os desembaraçando lentamente. O fato era que Linary queria ganhar tempo, estava envergonhada e sentia receio de confidenciar algo para Samar, mas ao mesmo tempo sentia a necessidade de contar tudo e ver-se livre daquele peso.

— Como você soube que gostava do príncipe? — Samar pareceu consternada, afinal ela não esperava aquele tipo de pergunta.

— Bom não foi algo de uma hora para a outra. Sentíamos uma forte atração um pelo outro, até que depois de algumas conversas amigáveis ele me beijou e eu gostei. — Ela fez uma pausa e Linary viu seus olhos brilharem como duas jóias preciosas. — Eu passei a noite toda pensando naquele ato e querendo repetir.

— Com o odioso príncipe Archie? — Linary colocou a mão na boca para abafar suas palavras sem algum respeito. — Perdão. — Samar dispensou as desculpas da moça com um gesto de mãos.

Ela sabia toda a fama que Archie despusera e fora aquilo que a fez se afastar de Archie por um bom tempo. Mas com o tempo ela viu que o príncipe mimado só fora moldado para fazer aquilo que Auheb queria e, dentre aquilo tudo, fora aquela educação que Auheb dera para Archie. Tudo do Reino era seu.

Samar tinha plena consciência que Archie no fundo tinha um bom coração, só se deixava levar pela mente insana do rei. Após a morte da mãe tudo piorou e Auheb ficara cada vez mais cismado de Archie ser parecido com ele, até nos trejeitos horríveis.

Archie fora mudando com o tempo e, após várias tentativas falhas para com Samar, o mesmo desistiu e apenas tornaram-se bons amigos. Com o tempo a relação evoluiu dentre beijos escondidos e escapadas durante a noite para observar o brilho da lua. Archie foi o primeiro que dissera que amava. Debaixo de uma árvore frutífera a luz do luar, como os dois sempre iam para a observar. A mesma perdendo o brilho mediante tais palavras.

— Posso dizer com plena certeza que ele mudou Linary. Mas voltando ao assunto, passava o dia todo pensando em Archie, ansiando pela sua companhia, seus beijos. Após ele dizer que estava apaixonado por mim me dei conta de que sentia o mesmo.

— Apaixonada? — Linary questionou de forma espantada.

Aquilo que Samar dissera fazia sentido. Ela pensava muito em Kyle e mesmo não tendo o beijado, ela gostara das vezes que estivera com ele, mesmo que fosse por tão pouco tempo.

— Linary você está apaixonada por alguém? — Ela negou com a cabeça.

Por partes a ruiva estava certa, mas por outras não. Linary nem beijara Kyle de forma apropriada, como poderia estar apaixonada por ele? No máximo o que sentia era só um simples gostar, como uma amiga.

— Conheci um rapaz. Ele é muito bonito, com seus cabelos escuros e olhos tão azuis quanto céu da manhã.

— Você gosta dele Linary? — Samar falou sem rodeios quando viu que Linary não tinha coragem para admitir.

— Não sei se é isso, mas gosto da companhia e tenho pensado muito nele.

— Tudo começa assim meu bem. — Samar aproximou-se de Linary e começou a trançar seus cabelos.

— Não vejo como.

— O que quer dizer?

— Ele não deseja mais me ver e o pior não sei o que eu fiz. — Linary falou de forma sofrida sem nem ao menos se dar conta.

Seus olhos estavam marejados e era impossível conter o que estava sentindo naquele momento. Samar passou a mão por sua bochecha e sorriu.

— Se for do destino vocês irão se encontrar de novo.

— Será? — Linary deu um sorriso a contra gosto, seu coração acelerando como resposta àquela ponta de esperança.

— Sim. Não fique triste. Vamos dormir, amanhã quero mostrar algo para vocês. — Linary assentiu e foi deitar-se na cama improvisada que Samar fizera no chão.

— Obrigada Samar. — Linary falou.

A ruiva apagou a vela e a olhou de forma maliciosa. Um sorriso matreiro pintando seus lábios.

— De nada meu bem e mais uma coisa, você gosta do moço de cabelos escuros. — Samar foi deitar-se e deixou Linary pensativa.

Ela poderia estar certa afinal? — Ela se questionou em meio a escuridão.


Darken encontrava-se na mais completa ansiedade. Tudo estava andando as mil maravilhas e seu plano de tomada do Reino da terra tinha tudo para dar certo, o problema era que seu exército não dava sinais de muita melhora. Os relatórios diários de Kyle eram sempre fracasso por cima de fracasso e aquilo já estava começando a aborrecer a bruxa da noite.

— O que estás a pensar rainha? —Delma entrou de forma sorrateira nos aposentados da monarca e, por mais que ela não gostasse da intromissão, aquilo era bem vindo no momento.

— Estamos com tudo pronto para dentro de três dias tomarmos aquilo que é nosso e meu exército não consegue dar um passo a frente sem tropeçar nos próprios pés. — Darken falou de forma exausta.
Sentou-se na cama, que antes pertencia ao rei e olhou para o teto forrado.
O quarto tinha muitos requintes de riqueza e bom gosto.

As paredes eram pintadas com uma cor viva e, em algumas partes, era incrustada com diamantes.
A cama era de dossel branco com lençóis de pena de ganso e almofadas bordadas com fios de ouro.
E, onde as roupas eram guardadas, adornos com pedras preciosas poderiam ser encontrados.

Darken sorriu ao deitar-se na cama confortável. Jamais havia tido todo aquele luxo desmedido e confessava para si mesma que estava amando.

Ela merecia, depois de tudo que passou nas mãos de monarcas como Daipo e Auheb, ela merecia aquilo e muito mais. Só que a bruxa da noite ainda não estava plenamente satisfeita.
Só estaria quando estivesse frente a frente com Auheb, o homem que havia feito sua vida o pesadelo em terra.

— Acha que está certo colocar aquela criança como chefe do seu exército rainha? Ele é apenas um menino. — A voz de Delma fez com que Darken acordasse de suas reflexões.

— Tenho plena certeza e por falar nisso, tenho que ver o que ele está fazendo hoje. — Ela levantou-se e ajeitou o vestido negro que trajava.
A coroa que ostentava em sua cabeça, deixava seus chifres em plena exibição e fora adornado com pérolas negras pelo joalheiro real, a mando da nova monarca.

Ela andou por todo o corredor do Castelo e encontro Golbery mancando com uma bandeja que continha uma jarra de água.

— Onde esta indo criado?

— Levar um pouco d'água para o senhor Kyle. Ele está desde de que o galo cantou acordado, treinando seus homens minha senhora.

— Me leve até onde ele está. — Golbery assentiu e saiu andando com as duas bruxas em seu encalço.

Não demorou muito para chegar no pátio onde muitos homens estavam treinando. Ruídos de espada se chocando uma contra as outras poderiam ser ouvidos. Os mais novos treinavam com arcos e flechas, o tempo todo tentando acertar o centro do alvo, mas alguns falhavam miseravelmente.
E gritos preenchiam o espaço amplo, vindo de um círculo de homens que pareciam apreciar algo no meio deles.

Darken aproximou-se, empurrando homens que tinham o dobro de seu tamanho com muita facilidade, e viu naquele meio Kyle sem camisa batendo diversas vezes em um homem corpulento e barbudo.

Mesmo tendo a vantagem do peso, o homem parecia ceder ao mais novo, que era ágil e em plena forma. Kyle estava por cima dele e socou seu rosto uma vez mais antes que o homem caísse desmaiado.
Levantou-se e cuspiu no rosto adormecido do mais velho.

— Não é possível que vocês sejam tão desprezíveis que não conseguem me derrubar. — Ele falou de forma pretensiosa, uma sobrancelha arqueada de puro deboche. — Pode vim quantos quiserem. — Distanciou-se e abriu os braços, expondo seu físico jovem e bem afeiçoado.

Logo que tais palavras foram ditas, cinco homens o cercaram com espadas em punho. Kyle sorriu de canto e pegou sua espada — Não era tão bom com ela quanto era com o arco e flecha, mas ainda sim, conseguia fazer um bom estrago — Ele ficou a girando em sua mão em uma pose de puro deboche, levantou a mão livre e sinalizou para que vivessem.

Darken via maravilhada o quão rápido ele se movia, o quão rápido ele conseguia ferir seus oponentes antes que eles fizessem o mesmo com Kyle. Ele era um garoto de muitos talentos.

Kyle lutava contra os cinco ao mesmo tempo, se desviando de um enquanto atingia o outro. Sempre treinara desde muito novo e a prática contribuía para com aquilo. Os homens logo sucumbiram e caíram derrotados, restando apenas dois e um deles conseguiu atingir Kyle no antebraço, fazendo um corte profundo com a espada.
O moço sorriu irônico, deu um passo para trás enquanto o mais velho deu um passo para a frente. O tempo todo os olhares nunca se desviavam, focados um no outro. Só que Kyle queria ensinar para aqueles homens que na guerra vale tudo, até mesmo jogar sujo.
Ele jogou sua espada no chão, Aquilo foi capaz de distrair o homem por milésimos de segundo e foi tudo que Kyle precisava para agir.
Retirou uma pequena adaga que sempre carregava em sua bota e correu, se jogando contra o corpo do homem.
Levantou a adaga e enfiou no braço que o mais velho empunhava a espada.
O homem urrava de dor e largou o objeto no chão, o sangue rubro preenchendo o solo do pátio como uma pintura distorcida.
Kyle levantou-se e chutou o rosto do homem o fazendo cair desacordado.
O outro largou a espada no chão em uma clara desistência, o que arrancou um som de desaprovação de Kyle.

— Ele foi o que chegou mais longe, conseguiu me ferir. Estão avançando meus caros. — Outros guardas que ali estavam gritaram em êxtase pelas palavras de Kyle.
Aquilo para eles eram um progresso. Ferir o garoto não era tarefa fácil e o fazer era prova de que estavam evoluindo, estavam no caminho certo.

— Retirem o homem daqui. Quero conversar com o caçador. — Após as palavras de Darken serem ditas, os homens correram como ratos abandonando o navio, pegaram o corpo do mais velho e o levaram para outro lugar para lhe dar os devidos socorros.

— Queria falar comigo minha senhora? — Kyle disse secando o suor de sua testa.

— Faça um curativo nesse braço menino. — Delma disse, a ponta de desprezo não passando despercebida.

— Não ligue para isso, estou bem para o seu azar. — Ele jogou o pano que enxugou o suor no chão e olhou para a rainha. — O que quer falar comigo? Se for sobre o relatório, estamos evoluindo.

— Estou vendo, mas não é sobre isso. Vamos atacar o Reino da terra dentro de três dias. — Kyle estava espantado pela decisão da rainha.

— Mas o combinado era em seis dias, não estamos totalmente prontos.

-— Dê o seu jeito caçador, preciso que seja o mais rápido possível. — Delma sorriu irônica para Kyle.

Quando as duas saíram, ele praguejou em voz alta. Sabia que aquilo era coisa de Delma, a bruxa de cabelos verdes adorava o pôr a prova a todo momento. Só restava torcer e dar o melhor de si para que o exército estivesse pronto.
Mas o que era pior, só restava ter coragem para que ficasse frente a frente com Linary e fazer o que tinha que ser feito.

Tudo se tratava daquilo. O problema de Kyle não era com o exército, pois os guardas do Reino da terra viviam bêbados e não seria difícil os derrotar. Tudo se voltava para o encontro com Linary e o fato de que ele tinha que levá-la para Darken.
Ele estava nervoso por aquilo e por aquele motivo, torcia para que o ataque não ocorresse de forma tão depressa. Mas, como sempre era azarado, suas preces não foram ouvidas e ali estava ele há três dias de encontrar Linary e ela saber o quão podre ele era.


O som dos galos somado a luz matinal que entrava pela janela foi capaz de acordar Linary de um sonho muito bom que estava tendo, que consistia em ser nela e nas irmãs brincando em um jardim repleto de flores coloridas e pássaros voando por todos os lados. Até Linayna estava no sonho, com aquele belo sorriso que lembrava muito a falecida mãe.

Linary sentou-se e espreguiçou-se escutando os ossos de sua coluna estalando por conta do esforço. Retirou as cobertas e olhou para cima a procura de Laylin e Samar, que não estavam no quarto. Mas em cima da penteadeira havia um pequeno pedaço de papel e algo escrito nele. Linary o pegou e sorriu ao ler o que estava ali.

Nos encontre no reservatório, localizado após a fonte.

Linary apressou-se para ver o que elas estavam aprontando. Pegou um pouco da solução bucal e o bochechou. Ficou satisfeita ao saber que seu vestido estava limpo e passado. Ela sentiu-se muito melhor ao usar roupas que lhe caíam bem.

Linary correu pelos corredores do Castelo e logo avistou o tal reservatório que o bilhete indicava. Os cabelos flamejantes de Samar logo foram localizados e Laylin estava ao seu lado, pulando como uma criança animada ao ver doces.

O clima estava quente, mas ali parecia que os graus haviam aumentado de forma exponencial. Linary não sabia dizer o porquê, mas logo o rugido que ouviu -lhe deu uma idéia. Estava na zona de dragões do Reino do fogo.

— Linary!! — Laylin gritou ao avistar a irmã estupefata por estar em uma zona que só ouvia em histórias contadas.

Nem todos tinham acesso àquele local, pois os dragões do Reino do fogo eram uma preciosidade que Auheb se orgulhava. Somente naquele Reino existiam aqueles seres e aquele fato era capaz de deixar o ego do monarca ainda mais inflado.

Linary caminhou até onde as moças estavam e ficou espantada com o que viu, dando um passo para trás. O medo estampado em suas feições. Ali havia vários dragões, mas Linary focou apenas no que Laylin e Samar estavam perto.

— Não há o que temer Linary. Death é bonzinho, não é meu amor. — Samar falou para Linary, mas a parte final era dirigida para o Dragão a sua frente.

Linary olhou para aquele ser enorme a sua frente. Ele poderia facilmente, medir pelo menos uns trinta metros. Com uma mandíbula gigante que facilmente abrigava mais de cem dentes e, pelo o que Linary viu, todos eram pontiagudos e afiados.
Os olhos eram de um tom dourado muito bonito.
O externo de Death era parecido com o dos répteis, coberto por escamas. Muito parecido com o dorso de um crocodilo, bastante resistente, mas Linary achava que o couro dele era bem mais forte.
As asas eram parecidas com as do morcego, só que bem maiores, com dedos longos ligados a uma membrana.
A cauda era enorme e pelo balançar, Linary diria que Death a poderia usar como arma se quisesse.
Sua cor era cinza e, por mais que ela estivesse assustada, Linary achou a cor do Dragão bastante admirável.
Ele todo era um ser admirável e raro.
Ela diria que Death era o mais bonito dentro todos os cinco que ali estavam.

— Eu amei voar nele. — Laylin disse animada.

— Você fez isso Laylin? — Linary estava perplexa com a falta de juízo da mais nova. Se acontecesse algo com ela, Laynei arrancaria seu couro.
Ela lançou um olhar para Linary que dizia " Não seja idiota, é claro que fiz e faria de novo" e sorriu de lado.

— Foi maravilhoso.

— Talvez queira experimentar. — Samar interviu quando viu que Linary estava a ponto de esganar Laylin.

— Passo. — Linary disse de imediato.

Na verdade, ela estava muito curiosa a respeito de como deveria ser voar naquele animal extraordinário, mas seu medo o impediu. Logo ela que ria na cara do perigo com medo daquele ser enorme.

— Ande Linary, não seja medrosa. — A mais nova disse em tom de deboche, na certa para provocar Linary.

— Não estou com medo.

— Não é o que parece.

— Anda Linary. Death é bonzinho, não vai lhe fazer mal. — Samar disse em um tom afável.

E aquele bicho parecia sincronizado com as palavras dela, pois assim que ela disse, ele abaixou a cabeça para que Samar lhe fizesse um carinho.

— Vou tentar. — Linary disse por fim. Não queria passar pelo papel de medrosa pela mais nova, ao qual ela nunca deixaria esquecer.

Ela encaminhou-se para onde o Dragão estava e Samar a ajudou a subir em Death, que abaixou para aquele intuito. Ele parecia ser treinado. Linary sentiu um arrepio ao tocar nas diversas escamas que havia pelo corpo do animal. Era estranho e interessante ao mesmo tempo. A carcaça dele era mais dura do que ela imaginava.
Linary acomodou-se melhor, enquanto o bicho levantava o corpo, impondo toda a sua altura imponente.
Tudo parecia muito menor quando Linary olhou para baixo. Samar acenava para ela, na certa tentando passar confiança. Ao qual ela não tinha naquele momento.

— Se segure. — Samar gritou, mas Linary nada havia escutado.

Death decolou saltando no ar, impulsionou-se com um movimento brusco descendente da cauda e empurrando o solo com as patas traseiras.
Linary sentiu seu estômago despencar e esfriar, tudo ao mesmo tempo.
O vento chocando-se contra o seu rosto e lhe fazendo cócegas nas bochechas. A sensação era mágica e única, ela sentia que podia tocar as nuvens fofas como algodão.
Death se manteve voando no ar de forma constante, as batidas das asas enganosamente lentas e majestosas. Desenvolvendo tremendas forças de sustentação e propulsão a cada batida. Permitindo que Death planasse durante breves períodos.
O vento parecia o ajudar, fazendo com que ele subisse em espiral até uma altitude favorável e depois planando de uma direção à outra, contribuindo para que ele percorresse uma longa distância.

Linary gritava a cada vez que ele fazia aquilo pois mais emocionante ficava principalmente no momento em que ele voava reto. Ela estava admirada pela exuberância do animal e o quão esticado seu pescoço e cauda ficavam. As patas dianteiras dobradas sob o peito e as traseiras estendidas para trás. O pescoço imponente e a cauda ajudando a manter o curso. Por fim o Dragão fez sua descida lenta e suave, pousando as patas traseiras no solo de forma singela e majestosa.
O animal abaixou o corpo para que Linary pudesse descer de forma segura e foi o que ela fez.
Sentindo alívio por ter saído viva e com uma história para contar.

— Foi um lindo vôo Death. Sua recompensa está logo ali. — Samar fez um breve afago no crânio do animal, que fez um som baixo como resposta.
Saiu dali e foi para seu canto comer o que Samar deixou para ele. Linary preferia não saber o que era.

— Como foi mana? — Laylin falou de forma rápida.

— Foi maravilhoso, adorei. — Linary disse sincera. Foi uma das melhores coisas que já havia feito na vida. — Mas precisamos ir para casa, Laynei deve ter voltado e pode estar preocupada.

— Não seja por isso, vocês podem ir, mas mandarei uma mensagem para ela que vocês estão bem. O que acha?

— Faria isso mesmo?

— Claro. — Samar assobiou e logo uma ave de rapina apareceu e pousou em seu ombro.

A ruiva tirou um pequeno pedaço de papel do bolso do vestido e uma pequena faca. Linary arregalou os olhos quando viu ela fazer uma linha fina em seu próprio dedo e começar a escrever uma mensagem.
Ao terminar colocou o dedo escorrendo sangue na boca da ave e entregou a mensagem para logo em seguida ela alçar vôo para longe dali.

— Por que fez tudo isso. Não precisava.

— Claro que sim. Aquele tipo de ave só aceita pagamento com sangue, então aproveitei o momento para escrever a mensagem com o auxílio do meu próprio. — Linary assentiu e lhe lançou um olhar agradecido.
Mesmo tendo achado estranho, ela tinha que guardar para si. O que valia era o ato.

— Obrigada. Agora vamos tomar café, depois se quiserem, vocês podem ir.— Laylin saiu correndo na frente com elas logo atrás.

As duas riram com a impetuosidade da mais nova e se dirigiram para a cozinha, que naquele momento estava com duas cozinheiras fazendo uma espécie de peixe grelhado.

Na mesa já havia diversos tipos de legumes e verduras, frango cozido e batatas gratinadas. E um bolo de nozes com calda de framboesa.
Tudo estava muito apetitoso e aquilo fez com que o estômago de Linary protestasse pedindo comida.

As mulheres olharam para as duas e sorriram de maneira afetuosa, surpreendendo Linary que esperava uma saudação nada amistosa. O quê era esperado de pessoas de todos os outros reinos.

— Só viemos tomar café Sule. — Samar falou para a mais baixa e rechonchuda delas que assentiu.

— Parece que eu estava adivinhando. Fiz pão de frutas cristalizadas.

— Nunca comi. — Laylin falou sentando-se e pegando uma generosa fatia que a mulher havia posto em sua frente.

— É uma delícia, uma mistura de doce e salgado. — A mais nova falava de boca cheia, não se importando com os quesitos básicos de educação.

— Tenha modos Laylin.

— Deixe ela Linary. Sente-se e aproveite.

— Linary fez o que a ruiva pediu e pegou uma fatia para si, apreciando a mistura de sabores em seu paladar.

— Tem mesmo que ir embora? Gosto da companhia de vocês. — Samar falou em tom resignado.

— Laynei deve estar preocupada. Faz tempo que ela foi para o Reino da água, já deve ter voltado.

— Aconteceu algo para ela não vir? Laynei sempre vem para as visitas ao Reino do fogo. — Linary engoliu o pedaço de pão e preparou-se para dar a notícia para Samar.

— Ficou sabendo que o Reino do ar foi tomado pela bruxa Darken? — Ela assentiu e olhou para a pequena janela que ali havia. — Nossa irmã acredita que o próximo é o Reino do terra. Ela acha que teremos chances de viver indo para o Reino da água, lá teremos segurança.

— Será que isso não é história inventada?

— Não sei dizer, mas prefiro não arriscar, mas pelo o que aconteceu com Linayna, tudo indica que é verdade.

— O que houve com ela?

— Outro dia eu lhe conto, temos que ir. — Elas levantaram-se e abraçaram-se em despedida.

— Não sei se é verdade. Auheb acha que pode ser um golpe. Ele fica sensível toda vez que toco no nome de Darken. — Elas afastaram-se e Linary olhou para a ruiva confusa.

— Por que?

— Não posso falar, mas juro que um dia conto para vocês.

— Vamos Laylin. — Linary chamou e as três encaminharam-se para a saída do castelo.

Um guarda já estava a espera com água nos cantis e para informar que a carroça já havia sido levada para o Reino da terra. Linary sabia que tudo aquilo fora providenciado por Samar, ela era uma grande amiga de verdade.

— Venha para cá se precisar Linary. Se for verdade mesmo o que Laynei deduziu e se ela não aparecer eu vou ajudar vocês. — Linary sorriu e assentiu para indicar que compreendeu.

— Como iremos voltar? — Linary questionou confusa.

— Como você estava muito aflita pensei de irmos de carona com Death. Tomei a liberdade de um guarda levar sua carroça para o Reino da terra. Não achei seguro você e Laylin ficarem andando por aquelas bandas sozinhas, é perigoso.

— Isso! — Laylin mal podia conter sua animação.

— Nem pensar. — Linary negou com a cabeça.

Apesar de estar animada com a possibilidade de voar de novo no Dragão, ela sentia medo de pensar se algo desse errado. Não gostava de ter que ser a moça responsável, mas com Laynei longe e tendo que cuidar de Laylin, teria que amadurecer e não tentar ser imprudente como sempre fora.

— Vamos Linary. É seguro e mais rápido.

— Não vai dar certo isso.

— Vamos. — Samar puxou a moça para onde Death estava e, mesmo a contragosto, Linary se viu sorrindo sua veia aventureira berrando para aceitar o convite.

Samar ajudou Laylin a subir nas costas de Death e logo em seguida fez o mesmo, estendendo a mão em convite para Linary que sorriu animada. Escalou o corpo do bicho não importando-se com a grossura das escamas por sobre suas mãos.

Death posicionou-se e voou rumo a saída do Reino do fogo. Logo um barulho chamou a atenção de Linary, algo que lhe era familiar e que já tinha ouvido antes. Olhou em volta e espantou-se ao ver o mesmo corvo que havia estado no Reino da terra há algum tempo.
O que ele fazia ali para Linary era um mistério, mas ela sabia que coisa boa não era.

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