Capítulo 9. O Baile
Após a morte do rei, os bailes haviam sido deixados de lado, talvez devido ao desejo da rainha de proteger seu filho, o futuro rei, dos olhos curiosos da corte. Apesar de suas nobres atitudes, a superproteção materna podia causar problemas em um futuro próximo. As únicas celebrações ainda mantidas eram os aniversários da família real, simples cerimônias para receber presentes, sem a grandiosidade de outrora.
No entanto, agora que a rainha desejava conquistar a atenção da família de Amélia, ela organizara um grande baile com toda a pompa que Navie não via há anos. Seus esforços mobilizaram toda a corte e os servos, ansiosos com o evento que não acontecia há tanto tempo.
Amélia, por outro lado, não compartilhava desse entusiasmo. Detestava esses eventos de luxo. Pensava nas festas em sua terra natal, onde não havia distinção entre camponeses e nobres, e o som da música se misturava com a simplicidade de danças livres e risos autênticos. Aqui, sentia-se deslocada. Porém, algo a motivava a comparecer: Arthur prometera levá-la para passear e caçar após o baile. Ela ansiava apenas pela recompensa final.
As aias a ajudaram no banho e a prepararam para a noite. Amélia, envolta em tecidos brancos, estava sentada enquanto Guilhermina penteava seus longos cabelos dourados com cuidado.
— Gostaria de um penteado especial, senhorita? O baile é para celebrar sua chegada — disse Guilhermina, tentando soar animada.
— Celebrar minha chegada? — Amélia respondeu com amargura. — Sei que ninguém está verdadeiramente feliz com a minha presença.
— Estão apenas se acostumando — Guilhermina tentou consolar, embora sem convicção.
O silêncio tomou conta do ambiente, e Amélia apenas pensava no peso daquela noite. As expectativas, as alianças, e, principalmente, a presença do futuro rei, possivelmente seu futuro marido. Como poderia aceitar um casamento assim?
— Que penteado deseja? — perguntou Guilhermina, quebrando o silêncio.
— Algo que Catarina aprovaria — Amélia respondeu distraída.
Sem entender muito sobre penteados, Amélia confiou no julgamento de Catarina, que havia treinado as aias para essas ocasiões. Guilhermina decorou seus cabelos com delicadas flores, e o vestido escolhido era de um tom claro, como de costume. Ajustar Amélia dentro do espartilho foi uma tarefa difícil, mais apertado do que estava acostumada em seu reino natal, onde as mulheres não se sujeitavam a tantas exigências de aparência.
Ao olhar-se no espelho, Amélia viu uma silhueta transformada. Estava mais alta, seu decote adornado por joias, e sua cintura estava excessivamente fina. Respirou fundo, mas sentiu dificuldade em soltar o ar.
— Isso não me parece certo — sussurrou, desconfortável ao ver que seus seios quase escapavam do vestido. Tentou puxar o tecido para cobrir-se mais.
Ao sair do quarto, Amélia chamou a atenção dos guardas que a aguardavam do lado de fora. Acostumados à sua presença, eles raramente a viam tão elegante.
— Você está deslumbrante, Amélia — elogiou João Lucas, mantendo a postura de guarda.
— Obrigada, estou um pouco nervosa — respondeu Amélia, sorrindo para os guardas.
— Nem parece a moça que corre pelas plantações ou atira adagas em alvos — comentou João Luís, embasbacado pela beleza de Amélia. Ele desviou o olhar ao notar o decote generoso de seu vestido, envergonhado por seu próprio pensamento.
Um som no início do corredor interrompeu a conversa. Olavo surgiu, com os cabelos milimetricamente penteados. Vestia um casaco verde bordado em dourado, calças e botas com salto para parecer mais alto. Agora, parecia um membro da família real, distante do garoto que, mais cedo, jogava bola com ela e Arthur, rolando no chão.
A convivência com Olavo fez Amélia lembrar de suas crianças, aquelas a quem ela ensinava a ler e escrever. Um suspiro nostálgico escapou-lhe dos lábios.
— Lady Amélia — disse Olavo, estendendo a mão para ela. — Me acompanharia nesta noite?
— Claro, jovem príncipe — respondeu Amélia, segurando o riso diante da seriedade de Olavo.
Havia uma certa dificuldade em caminhar de braços dados, pois Olavo era bem menor que Amélia, mas ela jamais desfeitaria a realeza.
— Você tem um cheiro agradável, Amélia — disse Olavo, sorrindo. Seu comentário gentil dissipou as preocupações de Amélia com as formalidades do baile.
— Obrigada, príncipe — respondeu Amélia, achando adorável a maneira como Olavo parecia estar brincando de ser adulto.
Ao chegar às portas do salão, os três irmãos de Amélia a aguardavam. Marcelo, ao ver o pequeno príncipe de braços dados com ela e tão sério em sua pose, não conteve o riso. Sempre gostava de crianças e achava Olavo um menino precoce, que se aproximava de seus irmãos em nome de uma "investigação da corte", como ele mesmo dizia.
O anúncio da chegada do príncipe Olavo fez todos os presentes se virarem, já que a família real deveria ser a primeira a chegar, e Olavo, o último. Quando ouviram o nome de Amélia, a prometida de Nicolas, de braços dados com o irmão mais novo do rei, um murmúrio de surpresa percorreu o salão.
Por alguns segundos, os olhos de Nicolas encontraram os de Amélia. Ela parecia uma ninfa graciosa, com seu imponente vestido e cabelos soltos. Nicolas respirou fundo para acalmar o coração ansioso. Demorou alguns instantes para ele notar que Olavo estava de braços dados com Amélia, e isso o fez rir. Olavo havia pedido permissão para acompanhar Amélia ao baile, e Nicolas, na época, pensara que era uma brincadeira. Mas ao ver os dois juntos, percebeu que o pedido fora sério.
A Rainha Elizabeth, por sua vez, olhou para Nicolas, perplexa com a cena de seu caçula ao lado de uma mulher adulta.
— Guarde uma dança para mim — disse Olavo, beijando a mão de Amélia antes de se juntar aos seus irmãos.
Olavo caminhou até o trono e se curvou diante do futuro rei e da rainha, enquanto Nicolas lutava para controlar o riso que ameaçava escapar.
— Filho, o que você estava fazendo? — A rainha perguntou, a inquietação evidente em sua voz.
— Se Nic não casar com ela, eu caso. Eu gosto dela. — Olavo respondeu com sinceridade de uma criança, antes de sair andando pelo salão em busca de doces.
— Eu não pensei que ele tivesse conversado sério quando disse que convidaria Amélia para o baile. — Nicolas disse, admirado pela coragem e ousadia do irmão mais novo.
Enquanto isso, os irmãos de Amélia provocavam com sorrisos. Arthur, com seu jeito protetor, entrelaçou o braço no dela.
— Amélia, você está deslumbrante — disse ele, seus olhos brilhando com orgulho.
A família de Amélia caminhou até o trono, curvando-se respeitosamente diante do rei e da rainha. Nicolas observava Amélia com crescente fascínio. Ela era bela, mas o que mais o intrigava era a naturalidade com que carregava essa beleza, sem os exageros e a ostentação que ele costumava ver na corte. Dominique, com seu vestido adornado por um grande "N" em seu pingente, representava o tipo de mulher que Nicolas estava acostumado a ver — alguém que buscava afirmar sua posição. Já Amélia, com sua simplicidade e graça, parecia não se preocupar com essas formalidades. Isso a tornou ainda mais atraente aos olhos de Nicolas, que começou a se perguntar se sua visão inicial estava errada.
Enquanto Amélia se afastava para conversar com seus irmãos, Nicolas não podia deixar de notar os olhares de outras mulheres da corte, principalmente as de suas próprias irmãs, Heloisa e Helena. Elas ficaram encantadas com Arthur, mas ele, sempre o cavalheiro, mantinha-se distante, fingindo não perceber os olhares.
Com a chegada do último membro da família real ao salão, o futuro rei Nicolas e a Rainha Elizabeth se levantaram de seus tronos para abrir a dança. A música ecoava pelas paredes de pedra do grande salão, e o casal real executou os passos da primeira música com a graça e a precisão que o protocolo protegido. Era uma tradição, uma etiqueta real inescapável.
Após o término da música, Elizabeth foi tirada para dançar por um dos generais, e Dominique, aproveitando a oportunidade, se agarrou a Nicolas como um ave de rapina sobre sua presa. Ela o acompanhava de perto, não permitindo que ele cumprimentasse outros convidados sem sua vigilância, e só largava seu braço quando ele necessariamente retornasse ao trono.
A cada momento que Nicolas desviava o olhar para Amélia, Dominique percebia, e sua raiva crescia como uma chama alimentada por cada gesto dele. Para ela, a atenção de Nicolas a Amélia não era um simples interesse, mas uma ameaça. Dominique não consegue ver a situação de outra maneira; para ela, tudo se resume a uma batalha pela posição e pelo poder. Seu ciúme fervilhava a cada olhar que Nicolas lançava na direção de Amélia, e a jovem pretendente se via no centro de uma disputa silenciosa, sem ter plena consciência disso.
Arthur sempre foi um homem reservado, suas interações eram escassas ele poderia ser considerado rude mas era um homem gentil apesar de não aparentar, ele estava de braços dados com sua irmã tentando escapar das damas da corte costumavam o seguir discretamente bater seus cílios para ele.
Ambos serviram de escudo um para o outro.
Amélia estava cansada de sorrir e comprimentar nas pessoas, ela parou próxima das janelas do palácio dava para ver a lua, Amélia a observava enquanto seus irmãos conversavam, ela sentiu falta de seu pai e do som do mar. A nostalgia da jovem foi notada pela sua família, todos tentaram a animar, eles dançaram com ela.
Arthur fez questão de expulsar a maioria dos homens que se aproximavam de Amélia, tirando o filho de um ministro que Felipe não deixou, grandes planos ele sussurrou para Arthur.
— Lady Amélia — A voz de um homem fez Amélia virar, ele tinha um sorriso gentil — Você gostaria de dançar?
Ela olhou por cima do ombro, encarando seus irmãos, Felipe gesticulou com a cabeça, Amélia não respondeu, se curvou suavemente e pegou estendeu a mão que foi segurando pelo rapaz.
Ambos caminharam até o salão, durante a dança ele manteve uma distância segura de Amélia, ele tinha um pouco de medo já que Arthur o olhava como se fosse um lobo que fosse arrancar sua pele.
Eles dançavam em silêncio, o rapaz a olhava procurando um momento ou assunto para conversa com a jovem como foi ordenado pelo seu pai.
— Seu irmão é bravo. — O rapaz de cabelos loiros ultra claros disse para Amélia.
— Qual deles?
— O de barba e cara emburrada.
— Arthur? Ah sim, ele costuma bater nas pessoas com facilidade — Amélia colocou um sorriso debochado em sua face.
— Eu sou o Inácio a propósito. Você não perguntou meu nome.
— É que não queria saber seu nome. — O rapaz ficou constrangido pelo fora que tomou de Amélia, sua face ruborizou.
Nicolas os encarava eles do trono, ele observava onde a mão de Inácio estava, segurando a cintura de Amélia, desejou cortar a mão do filho do secretário, será que estava com ciúmes? Nicolas mexia o pé nervosamente, ansioso para a música parar.
Quando a música parou e Inácio se afastou constrangido, os irmãos de Amélia riram ao ver que ela conseguiu expulsar o pretendente.
Olavo se aproximou de Amélia, ele tinha um ar de confiança digno de sua posição de realeza até maior que o de Nicolas, ele tomou a mão de Amélia para dançar, apesar da diferença de altura Amélia se divertiu com o pequeno príncipe, sua atitude precoce era graciosa.
Antes de Olavo tentar outra dança, Arthur se aproximou deles, ele achava a atitude do menino ousada, como era difícil ver aquela pequena bola rosa de cabelos escuros cortejando sua irmã, ele parecia pior que os homens adultos.
— Meu irmão a cada dia que passa você está mais ciumento.
— Acho que estou um pouco menos paciente ultimamente, não vejo ninguém digno de você, nem sequer esse rei.
Arthur olhou para Nicolas em seu trono, ele não havia gostado da situação. O futuro rei anda grudado em uma mulher com roupas provocantes e um N estampado em seu peito. Aquela situação fazia ele querer pular em sua jugular, no momento que esse homem tocasse sua irmã ele o mataria com suas próprias mãos.
Nicolas observava Amélia dançando com seu irmão, que certamente lhe contava alguma piada, pois ela ria de forma encantadora. Seus olhares cruzaram por um breve momento, e o sorriso dela fez o coração do príncipe vacilar, como se o tempo tivesse parado.
— Filho — a rainha Elizabeth estendeu a mão. Nicolas a segurou, e os dois deslizaram pelo salão em uma dança sincronizada, cada movimento refletindo a profunda ligação entre mãe e filho.
— Por que não chamou Amélia para dançar? — murmurou ela, com um leve sorriso. — Daria algo para os ministros comentarem.
A rainha disfarçava seus verdadeiros sentimentos sob o véu da política, mas Nicolas sentia que ela o desejava tanto quanto seus conselheiros.
— Não sei, minha mãe — ele suspirou, evitando o olhar inquisitivo dela. — Dominique me mataria. Estou exausto de nossas discussões, e seu irmão... bem, ele é assustador.
Elizabeth soltou uma risada suave, quase imperceptível. — É hora de resolver isso, meu filho. Eles são seus súditos, não seus algozes.
— Tenho evitado confrontos a qualquer custo. — O peso em sua voz revelava a fadiga. A lembrança de sua última briga com Dominique, em que ela despejara sobre ele todo o fardo de sua insatisfação e ciúmes, ainda ardia em sua mente.
A rainha notou o desânimo em seu filho, o peso da coroa que ele ainda não usava oficialmente. Soltando a mão dele, ela se aproximou de Arthur, estendendo-lhe um convite inesperado para dançar. O irmão de Amélia hesitou por um momento, percebendo a estratégia da rainha. Aos seus olhos, ela era uma velha raposa, sempre astuta.
— Não se recusa um pedido da rainha — disse Arthur, aceitando sua mão. Os dois começaram a dançar, seus movimentos fluindo em uma harmonia que disfarçava as intenções ocultas de Elizabeth.
— Percebo que tem algumas reservas quanto à minha família — comentou ela, com a voz doce, embora suas palavras fossem uma provocação. — Sei que tudo isso é extraordinário. Como mãe, é difícil ver a confusão em Nicolas, e isso parte o meu coração.
Arthur permaneceu em silêncio, mas a verdade era evidente. Ele, de fato, nutria profundas reservas sobre os soberanos daquele reino.
— Meu filho é jovem — continuou ela, com um tom quase confessional. — Talvez não tenha ainda compreendido o que sente.
O silêncio de Arthur permaneceu inquebrável. Não havia muito que ele pudesse ou quisesse dizer.
Nicolas, por sua vez, sentiu uma onda de ansiedade ao olhar para Amélia novamente. O aperto no peito o dominou. Incapaz de resistir, ele estendeu a mão para ela.
— Amélia, gostaria de dançar? Já que minha mãe roubou seu par.
Amélia se curvou levemente, a elegância natural adornando seus gestos. — Claro, Vossa Alteza.
— Pode me chamar de Nicolas — ele sussurrou, com um leve sorriso.
Quando suas mãos se tocaram, uma corrente elétrica percorreu o corpo de Nicolas. O perfume de Amélia, suave e envolvente como frutas tropicais, encheu seus sentidos, deixando-o inebriado. Eles se moviam juntos com uma leveza que parecia quase sobrenatural, como se tivessem dançado por eras. Cada passo era fluido, uma harmonia silenciosa entre eles.
— Não acho que isso seja apropriado, Vossa Alteza — disse Amélia suavemente.
O brilho nos olhos de Nicolas se apagou um pouco, mas ele decidiu saborear o momento. A música parecia desacelerar, cada nota se alongando no ar. Ele queria que ela se sentisse segura, desejou que ela repousasse a cabeça em seu peito, mas havia uma distância palpável entre eles, e ele percebeu que, por um instante, Amélia se encolheu, como se acuada.
Ele a girou pelo salão, distraindo-a de qualquer desconforto.
— Se um olhar pudesse me matar, eu já estaria morta — sussurrou Amélia.
Nicolas seguiu o olhar dela e viu Dominique, furiosa. Sua pele clara estava rubra de raiva, e seus olhos, duros como lâminas, miravam Amélia com uma intensidade assustadora.
— Como? — Nicolas tentou disfarçar, fingindo ignorância. Nos últimos tempos, ele preferia fechar os olhos para o comportamento possessivo de Dominique, mas agora parecia impossível ignorar.
— Sua... namorada. — Amélia pronunciou com delicadeza, mas as palavras foram como uma faca. Ele sentiu o golpe, mais profundo que qualquer ferida física.
— Em primeiro lugar, não tenho compromisso com Dominique — respondeu ele, tentando aliviar a tensão. — E em segundo, um olhar não pode matar.
Amélia sorriu. — Que sorte a minha, então.
O sorriso dela foi um bálsamo para Nicolas, aliviando, ainda que brevemente, o peso que ele carregava nos ombros. Naquele instante, ele desejou que o mundo se esquecesse deles e que aquela dança nunca terminasse.
A música chegou ao fim, deixando Nicolas com um gosto amargo de insatisfação. Ele desejava que o momento se estendesse, que a dança continuasse indefinidamente. Mas sua mãe o tomou pela mão, e juntos voltaram para seus tronos. Não demorou muito para que Amélia, acompanhada de seu irmão Marcelo, se retirasse da festa. Estava cedo demais, pensou Nicolas, com um vazio crescente no peito.
Após a saída de Amélia, ele percebeu algo que fez seu estômago revirar. Arthur, o irmão de olhos intimidadores, se aproximara de Dominique, e os dois conversavam em voz baixa. Dominique, em uma tentativa claramente infundada de provocar ciúmes, pousou a mão no ombro de Arthur. O detalhe que mais surpreendeu Nicolas foi o fato de Arthur não recuar. Era a primeira vez que alguém ousava tocar o reservado irmão de Amélia daquela maneira, e ele simplesmente aceitou.
Nicolas sentiu uma inquietação crescer dentro de si. Não era exatamente ciúme que o corroía, mas uma preocupação repentina. Ele conhecia o zelo de Arthur por Amélia, um cuidado que beirava o extremo. Será que aquele homem poderia, de alguma forma, representar uma ameaça para Dominique? Ou pior, estaria Arthur tramando algo contra ele, o príncipe?
O pensamento fugaz o deixou desconfortável. A expressão serena que Arthur mantinha enquanto conversava com Dominique parecia esconder algo mais profundo, algo que Nicolas não conseguia decifrar.
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