Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

dez.


A rádio fantasma de Seven Heavens está tocando uma música nova. 

 As coisas estão mudando tão rápido desde que os Rowan se instalaram novamente na cidade, que quase não me surpreendo com aquilo. Eu sinto como se estivesse no meio de uma corredeira, anestesiada pela percepção de que nossas vidas não são mais as mesmas, sendo levada pelas águas coléricas a quedas contínuas. Ouvir Lil Nas X cantando Old Town Road numa rádio que limitava sua playlist às mesmas 42 músicas há mais de vinte anos é só mais um despenhadeiro pelo percurso.

Desisto da rádio. A música não é ruim, pelo contrário. Mas sou adversa às mudanças bruscas. Preciso de um tempo para me acostumar. E não vou conseguir isso no vestiário da St. Vincentti.

― Devíamos insistir no projeto do time de torcida para os Ice Cage. ― Coloco o meu celular na prateleira do meu armário. Meus fones estão mudos, mas começo a repensar sobre dar uma chance para a rádio fantasma novamente quando ouço a voz de Marie Belcher falando sobre líderes de torcida. ― Deus, odeio ser obrigada a fazer educação física nesse projeto de espaço poliesportivo!

Meus olhos correm por cima do ombro rapidamente para onde o som da voz de Marie vem. Eu sei que ela está com Georgia Dayrell antes que o rosto sorridente e marcante da minha ex-amiga de infância entre em minha visão. Quando o nosso grupo se desfez, Marie Belcher foi a primeira amiga de Georgia. E agora elas são como a unha e a carne. 

― Ah, não, Marie! ― A mão de Georgia puxa os próprios cabelos molhados e escuros para frente, escovando-os freneticamente. ― Já tentamos isso e não deu certo. O diretor nos proibiu!

Quando elas riem, volto meus olhos para o fundo carmim e vazio do meu armário. Claro que o diretor Jaymes Hurdle proibiria um time de líderes de torcida no gelo que não sabiam patinar e usavam o tempo em que deveriam estar treinando para se insinuarem para os jogadores. Não consigo entender até hoje como elas aguentavam o frio da arena de gelo com aquelas roupas pequenas.

É esse pensamento que leva de volta ao dia em que estive presa com Seth, congelando. Desde que ele me culpou pela morte de Pet Rowan não nos falamos mais, nem mesmo para nos atacar. Não porque acho que Seth se arrependeu. Mas porque ele e Carson parecem estar planejando algo. Seth está no comitê de formatura, para o meu mais puro azar, e Carson está tentando uma vaga no time de hóquei. E ambos querem se intrometer uma parte importante de St. Vicentti: o grêmio estudantil.

― Onde está Mischa? ― Bailey pergunta.

Se Marie e Georgia são a unha e a carne, Mischa é o esmalte descascado delas. 

― Com certeza escalando algum outro jogador. ― Quando Georgia diz isso, minhas sobrancelhas se unem. Elas sabem que estou ali, mas acham que estou ouvindo música no fone. As gargalhadas se espalham. ― Aquela garota deveria se chamar Lagartixa. Mischa, a lagartixa. Está sempre com suas ventosas presas em um local alto. No caso, a boca de algum Ice Cage.

Abro a boca para me virar e defender Mischa, mas desisto. Ela tem se dedicado à Georgia há tanto tempo que acho que merece descobrir por outra pessoa o que elas falam quando Mischa não está presente. Talvez ela já saiba, mas aceite isso. Algumas garotas simplesmente não dão a mínima para o quanto as outras podem ser más entre elas. Apenas fingem estar tudo bem para fazer parte do time.

O que me preocupa é que Cherie Murphy acredita na bondade de Georgia Dayrell. Soco o armário e suspiro. Não é alto o suficiente para encobrir as risadas das três meninas, sentadas na pia do vestiário enroladas na toalha. Eu queria que Cherie estivesse ali para poder ouvir o que Georgia está dizendo. Ela nunca mais ousaria dizer para mim que aquela garota é legal.

Isso só aconteceu porque Cherie passou um dia todo com Georgia. O dia em que fiquei presa com Seth. Minhas suspeitas me advertem que isso também era parte do plano. Distrair Cherie. O problema é que Georgia mostrou a minha única amiga que há muito mais diversão em Seven Heavens do que ajudar os vizinhos idosos e seus animais fujões. E agora estou com medo de perder Cherie para Georgia. Não consigo competir com passeios de buggy sob o céu número cinco nas duas do norte.

― Eu acho que agora que os Rowan estão no colégio, vamos ter mais possibilidades sobre os últimos meses. ― Georgia suspira. ―  Mais festas, mais viagens. Nada parecido com as sugestões monótonas da comissão.

Georgia arrasta a última frase para mim porque eu sou a chefe da comissão de formatura. Eu não me movo. Finjo estar muito concentrada numa música que não estou ouvindo. Encaro a toalha e a minha roupa de esportes dentro do armário enquanto elas deixam o lavabo e vão para o outro lado se vestirem. Em questão de segundos estou sozinha. A não ser pela minha raiva.


NovaMensagem

henryhastings enviou um link

henryhastings está digitando...

henryhastings: Liv, assiste isso lol

Bato com três dedos sobre o sorriso que se forma em meus lábios enquanto espero o link carregar. Odeio os Rowan, mas graças à Internet deles posso conversar com Henry além do horário do jornal. Isso porque a minha antena, mesmo instalada no telhado da Yesterday, não tem grande captação. Ela só chega até o nosso cybercafé, estão estou secretamente usando a internet Rowan no colégio antes que eles comecem a cobrar por ela e eu não possa mais ver as coisas que Henry me manda a todo momento.

Ele me marcou em um vídeo de um ratinho preto apoiando a cabeça nas patas dianteiras enquanto olha uma ratinha de pelagem dourada correr na esteira.

Eu paro de respirar por tanto tempo que meu cérebro entra em alerta, forçando meus pulmões a puxarem oxigênio.

Eu acabei de voltar de uma aula de atletismo. Eu estava correndo!

Quando temos educação física, nossa turma é dívida entre homens e mulheres do jeito mais sexista que Seven Heavens pode fazer. Alternamos toda semana. Quando meninas estão correndo, meninos estão usando a quadra e vice-versa. E apesar de parecer só mais um nerd viciado em Star Wars e videogame, Henry é bom no futsal. Ele estava jogando. Mas eu quero acreditar que em algum momento no qual não percebi, Henry parou para me observar. Eu sou a ratinha dourada, ele é o ratinho de cabelo escuro.

― Para. ― Sussurro para mim mesma. ― Não cria isso na sua cabeça, Liv.

Mas o meu coração está dançando Old Town Road dentro de mim em um ritmo acelerado. Estou pronta para ligar a rádio fantasma novamente e buscar inspiração para responder Henry quando um estrondo me faz saltar. Olho ao redor, mas o barulho veio de dentro do meu armário. O fundo carmim cedeu alguns centímetros, deixando que sombras e luzes de algum lugar desconhecido transitem pelo meu campo de visão.

Outro estrondo. Dou um passo para trás e olho ao redor. Não há mais ninguém no vestiário. Quando volto a fitar meu próprio armário o fundo cedeu o suficiente para eu ver um corpo sendo atirado contra ele. 

O contorno dos músculos das costas nuas se confunde com as marcas vermelhas dos choques que elas fazem contra o fundo do meu armário. Parece surreal, até eu compreender. Estou vendo o vestiário masculino. E algum imbecil cheio de testosterona está brigando com outro imbecil igualmente possuído por hormônios.

As costas voltam a bater no fundo do meu armário. Não consigo parar de assistir. É emocionante imaginar que eles vão se matar no soco e no empurrão. Eu não dou a mínima para os caras da St. Vincentti. Tudo o que eles fazem é afirmarem constantemente que são másculos. Como estão fazendo.

Sr. Costas Zoadas tomada um impulso e o vejo empurrar o seu inimigo. Abro os lábios, controlando para não exclamar de forma audível. O Empurra Costas é Carson Rowan. Mesmo através da fresta consigo ver seus olhos azuis cercados de vermelho salmão. Seus lábios inchados estão sangrando. Ele levou um soco do Sr. Costas Zoadas, provavelmente.

― Babaca!

O Sr. Costas Zoadas Pelas Marcas de Choque no Armário se afasta o suficiente para eu conseguir ver a sua bunda. Não posso acreditar que ele está brigando pelado! Cubro a boca com a mão, piscando devagar. Porque, definitivamente, aquele cara não tem uma bunda zoada como as costas. Na verdade, eu diria que ela é anatomicamente perfeita.

Não posso evitar que meus hormônios fluam e façam eu reparar que aquela bunda não tem os típicos cravos e furúnculos da puberdade tardia que os garotos têm. Também não está coberta de pelos esquisitos que os homens costumam aparar. É a bunda perfeita, nos músculos traseiros de coxas perfeitas que sustentam perfeitamente tudo aquilo.

Não quero me vangloriar, mas conheço bundas. Elas ficam abertas nos históricos de busca do cybercafé. Dou de cara com elas sempre que tenho que limpar os computadores. A maioria são reais e feias. As editadas se parecem exatamente com a bunda na minha frente.

― Você tem que agir como um imbecil, Carson? Eu pedi para me ajudar! Mas você não consegue ajudar nem a si mesmo.

Oh, droga. Eu conheço aquela voz.

O Sr. Costas Zoadas e Bunda de Edição Gráfica é Seth Rowan.

Eu dou um meio giro, ainda com a mão sobre os lábios. Tento encarar o teto do vestiário feminino, mas os gritos de Carson me puxam de volta. Corro para o armário como se ele fosse uma televisão sintonizada em uma cena de ação. Ação nua, mas ainda ação.

― Não se mete nas minhas coisas, Seth. Não temos que ser um conjunto o tempo todo. Você acha que está acima de tudo. Eu sinto o cheiro daquela merda de madrugada. Você se embriaga toda noite.

― Cala a boca! ― Seth anda de costas. A bunda dele some. Só vejo o Sr. Costas Zoadas agora. ― Não sei como pode sentir o cheio de algo se está com esse nariz sempre entupido de pó!

Outro baque e o fundo inteiro cede.

Minha primeira reação é bater minha porta com força antes que Carson e Seth me peguem espionando. Tranco o armário e bato a testa no metal, encarando meus mocassins azuis índigo.

― Merda. Minhas coisas.

Uma toalha, uma roupa de educação física. É só. Não há como eles descobrirem que são minhas. Não há nomes bordados nos tecidos. Não há fotos no meu armário de vestiário.

Saio correndo dali antes que os dois invadam o vestiário feminino. Eu corro mais rápido do que já corri em todas as aulas de atletismo. Me sinto mesmo a ratinha dourada, correndo eternamente pelos corredores de tijolo alaranjado da St. Vicentti. Estou sorrindo quando paro diante da minha sala de inglês. Eu tenho uma vantagem enorme sobre os Rowan! Eu acabo de descobrir que eles são uns drogados sem rumo. Seven Heavens é caipira demais para achar isso legal.

Regra número eu-já-esqueci-que-número-estou: ninguém segue um fraco e entorpecentes são a prova da fragilidade humana.

Estou mais uma vez na dianteira da competição pelo posto de líder jovem de Seven Heavens. Eu só preciso descobrir uma maneira de usar isso ao meu favor.

― Você viu a bunda de Seth... Roanshs!

Pulo sobre Cherie, cobrindo a boca dela com meu antebraço. Isso faz o sobrenome Rowan soar abafado entre seus dentes pressionados. Me afasto quando ela começa a rir e certifico que ninguém esteja prestando atenção em nós. Todos parecem muito concentrados em seus trabalhos sobre agricultura familiar em nossa aula de Economia Doméstica.

Na verdade, as doze pessoas matriculadas em Economia Doméstica parecem tão chatas que nunca se interessariam por bundas. Elas só estão ali porque sabem que seguirão uma vida monótona em Seven Heveans e querem aprender desde cedo a lidarem com isso. E eu estou no meio delas porque havia um buraco vago na minha grade que eu gostaria de preencher com qualquer coisa para encher o meu currículo.

― Não faz esse escândalo. ― Dou um meio sorriso enquanto Cherie arfa como um cãozinho. Ela revira os olhos como se não pudesse acreditar e começa a rir de novo. ― E não conte a ninguém. Porque eles não me viram.

― Liv Wilder?

Meu nome quebra o silêncio como uma picareta no meio do gelo. Ergo as sobrancelhas e Cherie repete o gesto. Sinto como se aranhas rastejassem na minha pele quando olho para a porta. No entanto, não é a secretária do diretor como achei que fosse. É Mischa Cooper.

― A senhorita Bennett quer falar com você. ― Ela revira os olhos. ― Por que vocês fazem essa aula? Céus...

Cherie aperta a minha mão rapidamente. Seu apoio silencioso não é suficiente para me fazer imaginar todo tipo de coisa que a senhorita Bennett tem para me dizer. Pode ser qualquer coisa, até sobre a bunda de Seth. Ela é nossa orientadora educacional, afinal. Mas algo aperta a minha garganta e me enche de expectativas.

Pode ser sobre Stanford.

Abro a porta de Claire Bennett e ela me lança um sorriso acalentador. Não sei se ela tem expressão que vai começar a falar sobre a bunda dos colegas de escola. Espero alguns segundos antes de puxar um pouco de ar, mas antes que eu possa dizer algo ela aponta para a porta e sorri um pouco mais.

― Feche a porta, Liv. ― Claire empurra a cadeira e fica de pé, atrás de sua mesa. ― Sua resposta de Stanford chegou.

Pisco com força duas ou três vezes. A imagem de Claire Bennett, sorrindo para mim com uma carta nas mãos, me causa vertigem. A senhorita Bennett é jovem o suficiente para se misturar conosco no colégio, mesmo que ela use vestidos que parecem ter saído do guarda-roupa da senhora Dixie. Acho que é por isso que sinto como se uma grande amiga estivesse me dando uma notícia maravilhosa. Isso faz com que eu me despenque sobre sua mesa e a abrace rapidamente, roubando a carta de suas mãos.

O logo da Universidade de Stanford detém meus dedos por alguns segundos. Fico admirando o pinheiro no meio do círculo. Meus lábios protestam entre meus dentes até finalmente estarem livres num sorriso. Rasgo o envelope com cuidado e puxo a carta, correndo os olhos pelo texto.

― Ah, meu Deus. Eu... ― Volto a fitar a senhorita Bennett. Seus olhos brilham de algo que parece expectativa. ― Acho que eles querem fazer uma entrevista comigo. Não... Eu não acho. Tenho certeza. Eles querem me entrevistar no verão!

― Caramba, Liv! ― A senhorita Bennett soca o ar. ― Isso é ótimo! Eles sempre guardam algumas vagas para alunos excepcionais que aparecem em momentos oportunos. Provavelmente querem ver você e conversar sobre seus projetos! Liv! Stanford!

― Olivia vai para Stanford?

O sangue que fervia em minhas veias se congela tão rápido que sinto choques involuntários em meus músculos. Os olhos cor de esmeralda da senhorita Bennett voam na direção da porta, o que a poupa de encarar o meu rosto mortificado. Viro o rosto devagar até o meu queixo tocar o ombro e meus olhos baterem em Seth Rowan. Ele empurra a porta com o pé, escorado no batente de braços cruzados. Seu rosto curioso forma um sorriso de quem acabou de receber uma ótima notícia.

Estou ferrada.

Seth sabe o meu segredo.

Não tenho mais nenhuma vantagem sobre ele e Carson.

Mas o pior é o que ele pode fazer com essa informação. Se o meu pai descobrir que mamãe me ajudou a esconder algo tão importante ele pode acabar conosco. De um jeito muito ruim.

E algo me diz, pelo modo como as maçãs do rosto de Seth se acendem, que ele não está disposto a guardar segredo. 

https://youtu.be/w2Ov5jzm3j8


Se você chegou até aqui no meio de uma bagunça de capítulos, quero que saiba que temos um capítulo especial de elenco logo no começo do livro - eu precisei realocá-lo para lá, para não cortar o livro no meio. Então, se você tem interesse em saber como são os personagens da maneira que eu os imagino, volte algumas casas! 

Em breve farei uma playlist com as músicas da rádio fantasma e disponibilizarei aqui!

Ps. Uma história engraçada sobre esse capítulo: eu precisei fazer uma pesquisa de bundas para encontrar a bunda perfeita para o Seth. Mas eu estava logada no e-mail do meu estágio feminista. As pesquisas ficaram salvas lá como "bundas de homem" e eu passei uma madrugada inteira apagando bunda do histórico do estágio. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro