Capítulo 19
Will Matthews
Estou jogado no sofá da casa de Delilah enquanto jogo videogame com Peter, depois do treino ele me convidou para jantar e aceitei achando melhor do que pedir pizza.
Já tinha tomado um banho e estava com as roupas dele, meus dedos são rápidos enquanto bloqueio as investidas dele e Peter começa a chutar minhas pernas tentando me distrair.
-Vai se foder, Peter!- eu grito empurrando ele com o cotovelo.- Sai! Sai!
Ele ri continuando a me distrair e no final eu perco, bufo com raiva e encaro aquela expressão idiota que ele faz. Queria jogar o controle na cara dele.
-Você é insuportável.- mexo a cabeça.- Ganhar roubando não vale.
-Claro que vale.- ele relaxa no sofá e procura outro jogo.
-Gente, tem um maluco lá fora...- Delilah fecha a porta e percebe que eu estou aqui.
Sorrio lentamente apoiando meus braços nas costas do sofá e isso faz com que ela trave o maxilar para não sorrir. Sei que Peter sabe, mas ela não sabe que ele sabe.
-Continua.- Peter fala distraído.
-O que?- Delilah levanta as sobrancelhas.
-Você tava dizendo que tinha um maluco lá fora.- ele explica mexendo no controle.
-Ah.- ela lembra.- Ele tá vendendo um cão imaginário chamado Roger.
-Eu queria um cão imaginário.- Peter ri.
-Ótimo, se você tiver quinhentos dólares, é seu.- ela deixa o casaco no armário e sobe as escadas.
-Quinhentos dólares por um cão?- Peter olha para as janela.- O que ele fumou?
-Deve ser por que o cão é imaginário.- falo divertido e Peter ri.
-Verdade, não tem muitos desses hoje em dia.- ele apoia as pernas na mesinha de centro.
-Seu pai vai demorar muito?- deito a cabeça.
-Pai!- ele grita.- Vai demorar?
-Não, já tá quase no ponto!- ele grita da cozinha e sorrio.
-Ele falou que...
-Eu ouvi bem.- levanto estralando os dedos.- Vou no banheiro.
Peter nem parece se importar enquanto joga sozinho, subo as escadas calmamente e vejo que a porta do quarto de Delilah está aberta.
Passo pelo banheiro e me aproximo da porta, chego a tempo de ver ela terminando de se trocar. Está com uma blusa do time de baseball de Chicago e com um short curto.
Assovio de fininho e ela se vira, ela olha por cima do meu ombro enquanto se aproxima e quando vê que estou sozinho segura meu rosto e me beija.
Fecho a porta com o pé e levo as mãos até a cintura dela, aquele beijo parece incendiar tudo que tem em mim e parece que fazem anos que não transamos, quando na verdade transamos ontem.
-Seu pai tá quase terminando o jantar.- explico enquanto ela começa a beijar meu pescoço.
-Eu sei, eu ouvi.- ela sorri se afastando.
-Mas ainda temos tempo.- volto a beijar ela.
Delilah ri baixinho e segura meu rosto enquanto passo minha língua por seus lábios, minhas mãos entram por baixo da camisa e sinto a pele quente dela.
Me deixo tomar e logo estamos na cama, ela está puxando minha camisa e estou com a mão muito perto de entrar no short, não me importo nada com quem está lá embaixo.
-Tá pronto!- o pai dela grita.
-Ótimo.- falo irônico.
-Tô morrendo de fome.- ela me empurra e senta na cama.
-Eu tô com fome também, mas não é de comida.- falo ainda deitado na cama dela.
-Você aguenta, pervertido.- ela amarra os cabelos em um rabo de cavalo solto.
-Eu não sou pervertido.- falo enquanto sigo ela pelo corredor.
-É, sim.- ela desce as escadas.
Peter não está mais no sofá quando chegamos no andar de baixo, vamos até a cozinha e sinto o cheiro da lasanha do treinador, amo aquela lasanha.
Sento ao lado de Peter e ele coloca um pedaço enorme para mim, Delilah pega três cervejas e um treco verde dentro de uma garrafa. Olho para Peter e ele balança a cabeça.
-Sabe que não funciona tomar isso se for comer pizza amanhã, não é?- decido provocar e ela sorri lentamente.
-Sabe que sua cabeça não funciona quando você força demais estudando, não é?- ela devolve e isso me faz ficar excitado.
-Já estão brigando?- o treinador senta ao lado dela.
-Foi bem rápido dessa vez.- Peter murmura já comendo.
-Will sempre é rápido.- ela provoca também e eu aperto o garfo.
Subo o olhar para ela e sei que ela sabe o que eu estou querendo dizer, não vou ser nada rápido com ela da próxima vez que estivermos transando.
Por enquanto, vou deixar ela ganhar essa rodada e pensar que esqueci que isso aconteceu. Tenho muita paciência quando quero mostrar que ela está errada.
☀️
Delilah Decker
Fecho o livro de contabilidade e encerro as anotações que estava fazendo, o professor queria que todos fizessem um resumo de cinco páginas sobre os primeiros dez capítulos.
Já estou com os olhos quase caindo quando a porta do meu quarto abre e meu pai aparece, tento sorrir para ele enquanto guardo meus livros.
-Algum problema?- pergunto.
-Não.- ele balança a cabeça.- Eu só queria ver se você estava bem.
-Eu tô.- sento na cama de novo.
-Depois de tudo que aconteceu com o David e aquele vídeo...- meu pai começa a ficar vermelho.
-Calma, pai.- mexo a cabeça.- Eu já nem ligo pra isso...
-Mas eu ligo.- ele vem na minha direção e senta na cama.- Ninguém deveria tratar você assim, Del.
-Infelizmente, aconteceu.- o observo.- Mas eu estou...bem.- fico surpresa em dizer isso.
-Eu vi que mudou essa semana.- ele sorri.- Parece mais alegre.
-Isso é por que...- tento achar alguma coisa.- Meu aniversário tá se aproximando.
-Ainda faltam duas semanas.- ele parece confuso.
-Isso mesmo, você sabe como eu sou ansiosa.- tento brincar.- Mas, é sério, não precisa se preocupar comigo.
-Ah, eu ia me oferecer para fazer chocolate quente.- ele aponta atuando.- Mas acho que não vou mais...
-Eu quero chocolate quente.- falo rapidamente.- Tô tão triste.
-Claro que está.- ele ri se levantando.- Trago para você quando terminar.
-Ok.- o observo ir.- Obrigada, pai. Te amo!
-Eu ganho chocolate quente se eu estiver triste também?- Peter grita do quarto dele.
-Não!- grito.- Não faz pra ele, pai!
-Sua menina ruim!- Peter grita.
-Eu vou fazer para os dois!- meu pai encerra a briga.
Rio deitando na cama e pensando em como sou sortuda por ter eles dois na minha vida, acho que não conseguiria ir muito longe sem eles me dando o apoio que preciso.
Logo depois lembro do meu pai dizendo que eu estava mais feliz essa semana, fico meio preocupada por que foi a semana que eu passei com Will.
A gente só ficava transando e conversando um pouco sobre os livros, mas não achei que eu parecesse tão mais alegre agora. Pelo visto meu pai achou.
E isso me preocupa.
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