OITO ANOS
(reconstrução quase total)

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Sempre achei que oito
Era meu número da sorte
E a cada oito anos que passassem
Algo de especial iria me acontecer

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Foi com oito que fiz a primeira canção
Com frases de criança
Mas com o coração
Sonhando com a audácia de crescer
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No primeiro ano em que eu cresci
De dores e dissabores me desiludi
Ser criança era tão bom
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No ano seguinte sozinha me vi
O pedestal e a glória eu persegui
Havia me esquecido do meu dom
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No terceiro ano quase enlouqueci
Meus sonhos por centavos eu vendi
Fui infratora da minha própria lei

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No quarto no precipício caí
E na imaginação eu me prendi
Para sobreviver aos monstros que criei

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Lembrei que me prometi
Que depois de quatro
A dor não estaria do meu lado
Mas nisso, feio eu errei

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No quinto a inércia de mim tomou conta
Eu não era nem de longe sonhadora
Quanto mal a ilusão me fez!

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No sexto eu me impus o movimento
Eu tinha sangue e pus
Mas também sentimento
Meu coração queria vencer
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No sétimo, a vida me pediu um empréstimo
Confusa e alegre eu me manifesto
A cicatriz não estava a doer

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No oitavo eu me vi no espelho
Os sonhos de criança eram os mesmos
Eu precisava me encontrar!

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Para que no ano nove o ciclo esteja completo
Preciso recomeçar e me amar do zero
É finalmente a hora de voar!

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Se for pra esperar oito anos, eu espero
Está dentro dos meus olhos
Dá pra ver que eu quero
Largar de vez todo esse verniz

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Se for pra esperar oito anos, eu espero
Inventar uma paciência
Pro meu coração sincero
Devo seguir o que ele me diz

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Refeita em: 01.02.2022.