Capítulo 3
Abrir os olhos para o mundo
Esquecer o que já foi
A vida passa em um segundo
Não existe mais depois
Talvez rever alguns conceitos
Que tinha sobre nós dois
Ter liberdade pra sonhar
(...)
Sentença- Di Ferrero
🌼☄♪
Desculpem qualquer erro.
Espero que gostem, Boa leitura!
~❤~
Quarta - feira
18:46pm
Já fazia meia hora que havíamos chegando na sorveteria/lanchonete, já tínhamos escolhido uma mesa, próxima a uma das três TVs que havia. Quase perto da entrada do estabelecimento, quem chegasse de longe podeira nos ver. Esperávamos o Vinícius, namorado da Nanda.
A Mônica "conheceu" ela ontem, contei sobre ela ter me salvado da minha quase morte e óbvio que a curiosidade da minha querida amiga não foi saciada.
Acabou que elas começaram a conversarar e o convite pra sair com a gente hoje foi entregue, segundo a a Mônica era uma forma de se conhecerem mais,
e de brinde, o namorado dela também foi convocado.
Afinal, a curiosidade matou o gato.
Nanda havia contado dos dois anos e meio de namoro, e sobre como eles se conheceram, sendo justamente na escola aonde ela estudava, CEBEC- Centro Estudantil Belágua Cino, uma das escolas particulares da cidade. Também disse que por causa da prima e também cunhada do seu namorado, ela decidiu se mudar, não aguentava mais as provocações da menina. Por causa disso, o irmão do Vinícius, terminou com essa tal menina, que no caso, era prima dele também.
Uma confusão, eu sei!
Ela não se demorou muito relação a o assunto do namoro desses dois, porque segundo ela, a história deles é mais confuso que cego em tiroteio.
Nanda estava inqueta e chateada, ainda não acreditava que ele tinha dado um bolo nas suas novas amigas.
"Não acredito que o Vinícius fez isso. Aah mais ele vai ouvir.."
Já não aguentando a fome, fizemos nossos pedidos, três milk shakes, um de flocos, o meu, e dois de ovomaltine, o delas. Junto pedimos uns salgados, coxinhas, e alguns pastéis.
Enquanto os pedidos não chegavam, começamos um assunto qualquer, num certo momento deixei as meninas conversando e me preocupei em observar o local.
Como estava quase perto da porta conseguia ver praticamente todo o espaço. Era relativamente grande, estava cheio, não lotado. Ao meu lado direito, não tão longe, havia um balcão, preenchido por quatro funcionários atentando rapidamente. Em cima de suas cabeças havia um espécie de painel, com os tipos de sorvetes, tamanhos e o valor de cada, como em praticamente toda loja tinha uma imagem de algum tipo de sorvete ou salgado.
Havia uma listra marrom no chão, como se fosse um tapete, desde da entrada até o final da parede do balcão de atendimento, várias mesas, compostas por quatro cadeiras, nas cores vermelha e amarela. E ao todo, pelo que contei, uns dois ar condicionados, que no momento estavam desligados.
Estava tão distraída olhando o lugar que por pouco não percebi que havia chegado uma outra pessoa à nossa mesa. Pelo canto de olho observei Nanda levantar e cumprimentá-lo, e o olhar curioso de Mônica. Como eu estava virada na posição contrária da minha cadeira, ficava de costas para a porta e qualquer pessoa que entrasse, ficaria fora do meu campo de visão.
No entanto, um cheiro familiar preenche o ambiente, me trazendo arrepios, e aquela sensação diferente, junto com uma voz que parecia conhecida.
- Fê, Vinni teve um imprevisto no serviço e não pode vir, daí ele pediu pra mim vim aqui te avisar.
Por mais que quisesse, não conseguia virar pra ver quem era o estranho familiar. Como se tivesse travada.
De onde conheço essa voz e esse perfume?!
- Eu não acredito nisso! Eu vou matar o Vinícius. Matar!- Ela responde brava. - Eu marquei tudo certo com ele ontem, tava' tudo combinado.- Completou revoltada.
- Ele me disse. Só que teve um imprevisto lá na loja e.. - O menino tenta explicar, mais é interrompido.
- Eu não quero saber Nicholas.
Pera? Quê? Não não.. Não pode ser..
- Se ele é tão importante aqui eu fico no lugar dele. - Diz irônico. - É quase a mesma coisa.
Sinto um chute na minha canela e viro pro lado, encarando a agressora. Ela está de braços cruzados com a sombracelha arqueada.
O que foi?
Pergunto com o olhar. Ela revira os olhos, se levanta, e agarra meu braço.
- Vamo' no banheiro Nanda.- Avisa enquanto me arrasta na direção dos banheiros.
Pra uma pessoa com um rosto bem fofo, uma altura que se pode comparar com um gnomo, e um corpo não tão forte, Mônica podia ser bem chata e convincente quando queria. Além de ser a bipolaridade em pessoa.
Isso era porquê ela era mais nova que eu, ou seja, quem deveria da esses chiliques seria eu.
Ainda bem que não!
- Tu' parecia que tava drogada. Tava' olhando pra mesa como se nunca tivesse visto uma e com uma cara estranha. - Soltou tudo de uma vez assim que chegamos dentro do banheiro.
- Eu só tava' distraída ué. - Digo indo até o espelho.- E além do mais, eu não ia me intrometer na conversa da Fernanda com aquele menino.
Me olha através do espelho com um sorriso descarado.
- E o que custava desgrudar o olhar daquela mesa, virar de frente e ver aquele gatinho?
Ligo a torneira e começo a lavar as mãos, dando de ombros.
- Ele nem é tão bonito assim. Já vi melhores. - Afirmo.
Ela começa a sorrir.
- Lia, tu' nem olhou pro garoto, como pode falar isso louca. Ele é lindo!- Diz indignada.
Reviro os olhos e caminho em direção a porta.
- Não acredito que tu' me chutou e me arratou aqui só pra falar que o amigo da Nanda é bonito.
Engancha o braço no meu e saímos do banheiro.
- Não foi só por isso. - Murmura.- C' quase nunca sai, e depois do acidente queria que hoje fosse um dia legal.- Acrescentou.
Paro de caminhar fazendo ela parar e me olhar.
- E tá sendo. Eu só tava' um pouco distraída. Vou tentar ser menos anti-social.- Digo envergonhada.
Nem sempre percebemos que nossos atos, que para nós mesmos podem ser normais, para os outros ao redor não são. E por mais que seja algo simples, acaba magoando.
Não tinha falado sobre a minha suspeita de que o garoto que tava' lá com a Nanda, era o mesmo da loucura que houve na padaria. Naquele dia assim que cheguei em casa mandei mensagem pra Mônica contando sobre o barraco desnecessário da tal Sofia, não cheguei a falar muito sobre o garoto porque ainda tava' meio pertubada com a conversa com ele. Tanto é que resolvi deixar essa parte de fora.
- Acho bom mesmo viu Liliane, se tu ficar com cara de drogada lá encarando as mesas, em vez de um chute vou te dá um tapa. - Ameaçou séria.
Concordei sorrindo e voltamos a caminhar de volta pra nossa mesa. Na qual antes estava somente com os nossos lanches, agora tinha um a mais. O dele.
Não pensei que encontraria esse garoto mimado tão cedo, e acho que é recíproco. Porque o jeito que ele me encarou assim que sentamos de volta demonstrava que ele tinha o mesmo pensamento.
- Já ia chamar vocês.- Nanda diz.
Desvio o olhar dele, e olho pra ela.
- Culpa da Lia que não queria sair da frente daquele espelho.- Mônica fala comendo uma coxinha.
Dessa vez eu que chuto ela.
É né!?
- Vocês sairam tão rápido que nem deixaram eu apresentar o Nic. - Resmungou.
Volto a olhar pra ele, que tava' distraído escrevendo algo no celular. Quando ele levanta a cabeça, sorri e olha pra Nanda.
- Bom, como vocês ouviram o Vinni não pode vir, dai meu querido cunhado veio me avisar. E como ele me ama, resolveu ficar aqui com a gente.
Cunhado? Então era ele que namorava a própria prima!
- Essa é a Mônica.- Apontou pra ela que, junto com ele se levantou e deram um abraço.
- E essa é a Lia.- Apontou pra mim com um leve sorriso.
Nem o trabalho de levantar pra me cumprimentar com um abraço ele teve. Apenas se sentou de volta na cadeira.
- A garota do acidente. - Completou ele debochado.
Dou um sorriso irônico e aceno.
Quer assim né? Ok.
- Então você é garoto que namora a própria prima?- Pergunto no mesmo tom.
Ele fecha a cara e o sorriso do rosto some.
"Liliane!"
Ouço uma das meninas me chamar, repreendendo a minha pergunta. Mais não consigo desviar os olhos dele, nem tirar meu sorriso de vitória do rosto.
- Não tenho mais nada com ela, nunca tive.- Nicholas responde claramente incomodado. - Mais isso não é da sua conta.- Rosnou.
Como é que o destino foi fazer isso comigo, colocar esse menino no mesmo ambiente que eu, e ainda por cima ele tinha que ser irmão do namorado da Fernanda.
Será que ele não tinha percebido que os nossos santos não tinha se dado bem?!
Mas se esse mimado achava que ia falar daquele jeito comigo e eu ia ficar quieta só ouvindo, ele tava' muito enganado.
- Justamente. Sua vida não é da minha conta, e nem a minha é da sua.
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