Capítulo 1
Ela diz que nunca tem medo
Apenas imagine todo mundo nu
Ela realmente não gosta de esperar
Não é realmente de hesitar
Me atrai o suficiente para me manter imaginando
Talvez eu deva parar e começar a confessar
Confessando
(There's Nothing Holdin'Me Back- Shawn Mendes)
♪♫❤🌼
Desculpem qualquer erro.
Espero que gostem!
LILIANE
Belágua é uma pequena cidade no interior do Maranhão. Simples, com suas belezas, qualidades e defeitos.
Por mais que eu não tenha nascido aqui, considero minha terra natal . Vivo aqui desde meus 5 anos de idade, conheço praticamente tudo.
Gosto daqui pela calmaria e tranquilidade, diferente da barulhenta e movimentada Brasília, especificamente na cidade de "Ceilândia", aonde nasci.
Viemos pra cá em busca de algo mais tranquilo, dona Paula e seu Carlos trabalhavam muito e não paravam em casa, e isso estava desgastando demais os dois e a mim também.
Como meus avós moravam aqui a bastante tempo, sendo também onde mamãe nasceu e cresceu, resolvemos mudar pra cá. Compramos uma pequena casa num bairro tranquilo, papai conseguiu um emprego que não exigia tanto dele, e minha mãe optou por virar dona de casa.
Me matricularam numa escola a uns quinze minutos de distância de casa. CEC (Centro de Ensino Campos), uma das melhores escolas pública de Belágua, uma antiga estrutura de dois andares moderna que ficava perto do centro da cidade.
Durante doze anos sempre tivemos uma vida tranquila, me esforçava pra ter notas boas, não dava motivos para reclamações dos professores e me dedicava ao máximo. Nos finais de semana saia de vez em quando, ou simplesmente assistia um filme no meu quarto. Vez ou outra convidava umas amigas pra dormirem aqui em casa, ou ir tomar um sorvete. Além disso, passava praticamente todos os domingos na casa de meus avós, junto com toda a nossa família.
Me considero tímida, em "alguns" casos.
Não tive qualquer relacionamento durante meus dezessete anos, não que eu não quisesse, eu até queria, mas nunca achei a pessoa certa. Uma em que eu poderia depositar minha confiança sem medo, que se eu precisasse ela estaria ali do meu lado, algo que durasse meses e não apenas minutos.
Prefiro esperar, deixar tudo acontecer no seu devido tempo, enquanto meu príncipe não surge em seu cavalo branco, o foco é meus estudos.
Mau sabia eu, que meu príncipe estava mais perto do que imaginava, uma pena que não seria amor à primeira vista.
Seria o oposto.
~❤~
Segunda - feira
15 de Fevereiro de 2017
06:30am
O sol aparece na fresta da cortina, anunciando mais um dia, a claridade do sol invade meu quarto, seguido pelo toque estridente do alarme. Abro meus olhos adormecidos, despertando lentamente, tateio a cama, embaixo de um dos meus travesseiros encontrando meu celular, desligando o alarme.
Viro de costas pra cama bocejando, observo o teto do meu quarto que está necessitando de uma limpeza. O forro branco sem vida alguma têm em suas bordas algumas pequenas teias de aranha.
" Tenho que lembrar de dá uma geral aqui."
Bocejo mais uma vez, esticando os braços me espreguiçando. Reuno toda coragem que tenho, me esforço a levantar, sentando na beirada da cama. Fixo o olhar no tapete marrom felpudo embaixo da minha cama sentido sua maciez tocar meus pés.
- Odeio o cara que teve a brilhante idéia de que existisse aula de manhã. Desnecessário!- Resmungo me levantando.
Pego minha toalha e vou pro banheiro me arrumar.
Minutos depois já estou descendo as escadas, indo pra cozinha. Encontrando mamãe sozinha.
- Bom dia meu amor, dormiu bem?- Pergunta com sua voz calma, enquanto segura sua xícara de café.
- Prefiria ainda está dormindo, mas nem tudo é como a gente quer. -
Respondo me sento na cadeira.
- Cadê meu pai? - Pergunto me servindo.
- Teve que sair mais um pouco mais cedo hoje. Ele ia cobrir o turno de alguém. - Fala indo levar a xícara pra pia.
Me concentro em engolir o lanche, porque posso está um pouquinho atrasada.
Mesmo com o sol brilhando em plena sete horas da manhã, o clima está um pouco frio. Pra uma cidade calorenta, começar o dia assim é maravilhoso, raras as vezes que ele fica assim.
Minutos depois da breve caminhada, vejo o prédio da escola. Ao lado do portão, estava seu Pedro, dando seu bom dia aos alunos que chegavam, como todos os dias.
- Bom dia Liliane, boa aula.-
Fala quando adentro o portão. Recebendo um leve aceno em resposta.
Caminho direto pra sala, onde todos já haviam chegado, menos a professora. Sento na minha carteira de sempre esperando a aula começar.
Alguns tempo depois a professora aparece na porta com uma garota atrás.
- Bom dia pessoal, essa será a nova colega de vocês, Fernanda.-
Em coro respondemos um sonoro "bom dia e bem vinda". Ela sorri e acena com a cabeça, depois se senta numa das poucas carteiras vazias no fundo da sala.
Aparentava ter uns dezesseis anos, era meio alta, uma pele morena bronzeada, cabelos pretos ondulados. No braço esquerdo ela tinha um relógio simples e uma pequena tatuagem que não consegui ver bem, no pescoço tinha um pequeno colar colorido, muito lindo em forma de um triângulo.
Parecia ser uma boa pessoa.
Seis aulas depois, minha cabeça parecia uma bomba relógio perto de explodir. Guardei meus cadernos, olhei no relógio e faltava dez minutos pra tocar o sinal. De cabeça baixa olhava se tinha alguma nova mensagem, do nada Mônica me chama.
Com um sorriso de orelha a orelha, ela juntas as mãos e me olha com aquela cara de criança pidona.
- Vamo no Mix quarta feira? -
Desvio a visão da tela do meu celular e olho pra ela.
-Não sei, vou ver.
- Toda vez que eu te chamo pra sair você responde isso, o que custa dizer "vamo sim", eu sei que a tia deixa você sair de boa.
Nem um pouco satisfeita, cruza os braços e me encara.
- Mônica tu sabe que eu não sou muito fã de sair, prefiro ficar em casa. E também não gosto de ficar gastando.
Tento explicar que não quero ir.
- Se eu tou te convidando eu pago, não tem problema. Não quero saber Liliane, você vai, nem que eu te leve amarrada. Daqui uns dias tu vira um móvel, só vive enfurnada dentro de casa.
Não adianta discutir com ela.
- Tá. Que horas?- Resmungo.
- Aaaah sabia! Te aviso por mensagem. - Responde animada.
Quando ela quer, ela consegue. Reviro os olhos e o sinal toca.
Já fora da escola coloco meus fones de ouvido e seleciono umas das minhas músicas, guardo meu celular no bolso da calça e começo a andar.
Aguardava na calçada, próxima a faixa de pedestres, enquanto esperava o sinal fechar. Batucando meus dedos na minha coxa cantando o refrão da música, perdida na letra da canção.
Sinto o calor do sol me abraçando, junto com o cheiro de fumaça misturado com vários outros. Observo as pessoas na sua correria diária, indo pra lá e para cá. No outro lado da rua vejo algumas pessoas me encarando com olhar de pavor apontando para o meu lado, sigo meu olhar para lá me deparando com um cara em alta velocidade numa moto, com uma das mãos no rosto.
Imediatamente meu cérebro processa a resposta do olhar daquelas pessoas para mim.
Na fila de automóveis passando na pista em frente, tinha um moto boy apressado pra entregar sua encomenda e ir almoçar. Um reflexo de um retrovisor de um carro que havia na sua frente atinge seus olhos, obrigando ele a tirar uma das mãos do guidon e colocar no rosto. Não percebendo que estava indo em direção a calçada, justamente na minha direção.
O pânico toma conta do meu subconsciente, me ordenando a se mover, e simplesmente não consigo, como se meus pés estivessem presos no chão.
Tudo começa a passar como se estivesse em câmera lenta, meu coração palpita cada vez mais rápido no peito.
Fecho os olhos e sinto o impacto.
Num momento estou em pé esperando sinal fechar pra atravessar, no outro, me vejo deitada no chão com um círculo de curiosos ao meu redor, e um zumbido enorme na minha cabeça.
Meu coração está batendo numa velocidade incrível, junto com minhas pernas, que não param de tremer. Com ajuda de algumas pessoas me levanto do chão e me sento num batente.
Ainda zonza com o coração na mão fico perdida.
Uma mão alcança meu ombro, me assustando.
Uma voz angustiada pergunta. - Moça você ta bem? Tá sentindo alguma coisa? Se machucou?
Levanto a cabeça e me deparo com uma senhora agachada na minha frente. - E..e..stou..
Com as mãos tremendo coloco no rosto, respirando fundo.
- Se não fosse pela sua amiga, não sei o que seria de você agora menina. Aquele cara é louco. - Uma outra voz fala.
Dessa vez é um homem.
- Amiga? Que amiga?- Pergunto mais confusa.
"Mônica?"
- Aquela ali, não é sua amiga?- Me pergunta intrigada. - Desculpa mais vocês estão com o mesmo uniforme, dai pensei que se conheciam.-
- Hãn...!? Tudo bem, tudo bem..Sem problemas, obrigada.
" Fernanda?"
Um pouco ofegante, com os cabelos bagunçados e a roupa um pouco suja, não muito diferente de mim. Ela se senta do meu lado.
- C' se machucou?.- Pergunta preocupada.
Balanço a cabeça negando.
- Co..o..mo foi que..?!
- Eu estava indo pra casa na mesma direção, dai vi o moço desgovernado vindo pro teu lado. C' tava distraída e não viu. Agi por impulso e me joguei em cima de você, fazendo a gente cair no chão. - Explica devagar.
Sem pensar duas vezes jogo meus braços em volta dela e abraço, agradecendo. - Cara, obrigada, obrigada.. De verdade. Não sei o que poderia ter acontecido.
Ela retribui carinhosamente.
- De nada. Tinha que fazer alguma coisa, não podia simplesmente deixar você morrer, sem ao menos a gente se conhecer. - Diz sorrindo contra meu ombro.
- Prazer então Fernanda. Liliane, mais pode me chamar de Lia. Todo mundo chama mesmo.
Estendo a mão pra ela em cumprimento, que em vez de aceitar, me puxa pra outro abraço.
- Sendo assim, me chama de Nanda. É menos sério.
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