Não sei. Foi um impulso. Algo que me abanasse a consciência, me relembrasse a juventude. Estes jornais proliferaram até surgir o Windows. No fundo fechou-se esta janela de criação que através da clandestinidade «agarrava» leitores e leitoras através do anonimato mas tocando em assuntos de atrevimento, fazendo lembrar quem sofre por uma "prisão" que, por muito que tente, não se consegue libertar.

Neste caso era necessário encontrar um escape que nos transportasse para fora da «rebelião». E tal como as antigas «Casernas» tinha de ser algo gratuito, fácil, acessivel mas atrevido. O Windows acabou por até ajudar e levar esta «boa nova» a terras míticas e distantes, como Espanha, Itália, Suiça e Angola. E curiosamente quem anda "amarrado" e não se consegue libertar, entrei na escuridão da "caserna" e comecei a criar.

Estranho. Uns caiem não fossa e entram numa espiral depressiva ajudando a irem cada vez mais ao fundo. Outros atiram-se e conseguem sobreviver e criar usando a informática como ferramenta de sobrevivência.

Na realidade o património digital é de todos e todas, e só mesmo quem não quis, é que não recebeu uma colecção rara de pura criação e que, daqui a dez anos, nos fará lembrar estes tempos cínicos da existência humana, onde os matemáticos se desacreditaram num pantano de política.

A penetração de mercado do Jornal da Caserna suplantou a pandemia, com um crescimento exponencial que nenhum estatístico se atrevia prever. E ao contrário do que alguns pensem, não existe projecto mais transparente e aberto, onde cada um, ou uma, é livre de opinar, repito opinar, dentro dos padrões de educação e respeito das sociedades democráticas.

Outros, ou outras também criam, também são artistas. Mas neste mundo global inundam-se de notícias descrentes de uma derrota triste com a fama e o sucesso aos seus pés.

Daí que o repto fica lançado. Principlamnete aos jovens que se saturam de tanta foto bonitinha no Insta, onde o vazio transporta a imagem para o caixote do lixo, ou do spam, se preferirem. Quem não aproveita o melhor da vida e, de facto, não quer aproveitar mesmo, como terá sobrevivido a este tempo de solidão? Nem o jornal da caserna recebeu!

Por isso cá fica do endereco : [email protected]

Basta só escrever e clicar. E quem quer desabafar tem aqui uma porta aberta de criação.  Não vale a pena olhar para a fossa, que já anda imunda.

Boas leituras e feliz quarentena (um novo apanágio nos hábitos do Ocidente, a somar ao Natal, Páscoa, Aniversário, Férias e por diante).