Capítulo 8. A pequena cidade de Paraíso.
Já passava das 17h quando Íris e Oliver viram o céu pintado em tons de lilás e laranja, em um espetáculo de cores que marcava o final da tarde. As nuvens, tingidas pelos raios do sol poente, formavam um contraste magnífico com as letras de cal branca que indicavam a chegada à pequena cidade de Paraíso. Enquanto seguiam pela pista, estranhamente começou a tocar 'This is Hell' de Elvis Costello, parecia a trilha sonora perfeita para um lugar que, apesar de se chamar Paraíso, era um inferno para ele.
Os primeiros sinais da civilização podiam ser vistos no estilo da cidade que era especifico, as casas pequenas com fachadas variadas e as ruas estreitas. Oliver contornou a praça e passou em frente à prefeitura municipal que tinha um tom de cinza nas paredes da fachada, queimado pelo sol escaldante.
Seguiram por alguns minutos até chegarem ao endereço fornecido por Carlos. Tratava-se de um pequeno condomínio fechado na saída de Paraíso.
As casas do condomínio fechado em Paraíso eram todas pintadas em um tom de branco, criando um visual clean e elegante. Os telhados eram de estilo colonial, com telhas vermelhas que contrastavam harmoniosamente com as paredes brancas. As janelas e portas eram emolduradas por molduras brancas e apresentavam detalhes em ferro forjado preto, dando um toque clássico e charmoso. Os jardins bem cuidados em frente às casas exibiam uma variedade de flores coloridas, como rosas, margaridas e jasmins, acrescentando um toque de beleza e frescor ao ambiente. O condomínio era organizado em quatro ruas que se cruzavam em um padrão simétrico, com canteiros de flores em suas interseções, criando uma atmosfera agradável e convidativa. O mercadinho na entrada do condomínio era pequeno, mas oferecia os itens essenciais. No geral, as casas do condomínio fechado em Paraíso apresentavam uma aparência atraente e acolhedora, com seu estilo arquitetônico clássico e o tom branco predominante.
— Que lugar diferente. — Íris comentou, observando a realidade tão contrastante do lado de fora para o lado de dentro do condomínio, como se fosse uma pintura gritante.
— É uma cidade pequena, meu bem. Provavelmente aqui moram juízes, policiais, delegados e políticos da cidade. — Oliver comentou, como se fosse algo comum. Claramente, esse tipo de gente não mora em qualquer lugar.
— Todos cabem aqui? Deve ter umas 20 casas.
— Vai saber, talvez curtam um swing e morem todos juntos. — Oliver disse, sorrindo, tentando aliviar a tensão entre eles.
Ao virarem a última rua, chegaram ao seu destino: uma casa bem isolada, apenas outras três naquela rua, com um grande espaço vazio ao lado. Oliver respirou profundamente, enquanto em sua mente passava o plano de como tirar o dinheiro de dentro do carro, aquela era sua maior preocupação, eles dependiam disso.
Ao descerem do carro, Oliver foi até o banco de trás e pegou a maleta onde estava o dinheiro, colocando-a em seu ombro.
Ao abrir a porta, Oliver lançou um olhar ao redor da casa. Tudo parecia ter um toque de genericidade e minimalismo, típico de novos ricos que valorizam a simplicidade. No primeiro andar, havia um pequeno escritório com poucos móveis, composto apenas por um sofá e uma mesa. A sala de estar se estendia em forma de um amplo sofá em L, em tons neutros, enquanto a sala de jantar, separada por portas de vidro, possuía uma mesa de jantar com quatro cadeiras em um estilo simplista. A cozinha tinha uma ilha central e armários, além de uma espaçosa geladeira, todos de alta qualidade. Oliver optou por alugar a casa mobiliada, investindo um pouco mais. No andar de cima, havia dois quartos, cada um com seu próprio banheiro, e uma varanda que oferecia uma vista dos fundos do condomínio.
— É bonito. — Íris comentou, observando o ambiente.
— É simples.
— Meu salário de professora jamais pagaria por isso.— Era um fato que, apesar de amar sua profissão, seu salário quase não dava para nada.
— Vamos viver aqui por um tempo, se quiser trocar algo, fique à vontade. — Oliver colocou a bolsa em cima do sofá que havia na sala. — Vou descer as malas e escolher o quarto que preferir, onde se sentir mais à vontade também.
Íris não queria ficar perto da mala de dinheiro de Oliver, ela se sentia desconfortável e preocupada com a possibilidade de algo sumir e ser culpa dela. Afinal, eles ainda se conheciam pouco. Caminhou até a cozinha, havia uma ilha no centro, armários de madeira por toda parte, uma geladeira, um forno elétrico e um cooktop. Ela nunca havia usado algo assim. Recostou-se sobre a ilha, observando tudo ao seu redor. Será que um dia chamaria aquele lugar de lar?
Virou-se e olhou pelas grandes janelas limpas. Havia a pouco menos de três metros muitas árvores, um ambiente fechado que à noite poderia ser assustador. Por alguns instantes, Íris observou a pequena cerca que os dividia e pensou se aquele lugar não seria fácil de invadir.
— Pelo que entendi, é uma reserva. — Oliver comentou, parando atrás de Íris. Sua voz masculina e baixa fez com que ela desse um salto para trás.
— Santo Deus, faça barulho. — Ela levou a mão ao peito de forma dramática.
— Desculpe, não quis te assustar.
— É seguro? — Íris olhou para Oliver, que estava quase atrás dela, observando a paisagem.
— Tem sensores de movimento naquela cerca de madeira, uma pessoa não passa por ali. Se passar, teremos uma sirene bem alta na casa. — Tentar acalmar alguém cuja vida foi virada de ponta cabeça era uma tarefa difícil, especialmente para um homem com pouca paciência como Oliver, mas ele estava se esforçando.
— Estou cansada de sirenes.
O comentário de Íris fez seu coração partir. Seu tom de voz parecia cansado, o que partiu seu coração. Raramente Oliver se conectava emocionalmente com um caso, mas desta vez parecia que havia se conectado. Íris era apenas uma vítima, e isso não mudaria.
— Imagino Arco Íris. — Oliver e Íris ficaram em silêncio contemplando a visão do fundo da casa, ela sempre gostou de natureza — não escolheu seu quarto? — Oliver perguntou.
— Não, qualquer lugar serve.
— Fique com o quarto principal, eu me ajeito no outro. Já até coloquei suas malas lá.
— Obrigada.
Carinhosamente as mãos de Oliver deslizaram sobre o braços tensos de Íris e ele beijou seu ombro, logo em seguida volto para sala de sentar abrindo o seu computado e para ler algumas noticias.
Após um suspiro ela se desvinculou da bela imagem pela janela da cozinha e se aproximou da escada com degraus polidos, eram 10 degraus, Íris pisou suavemente neles, observou Oliver sentando e não quis desconcentrar ele. Haviam quatro portas no andar de cima, uma dava para a varanda dos fundos, um quarto menor, um banho simples e a suíte master.
Quando empurrou a porta da suíte viu suas coisas em cima da cama, ela entrou e passou a chave, claro que Oliver era seu anjo da guarda mais ele ainda era um homem desconhecido, esperou ele não ouvir o barulho da chave ou ficar ofendido com isso. A realidade é que eles não se conheciam. Iris desfez sua mala e guardou suas coisas no armário embutido na parede, havia mais armário do que roupas, tinha levado poucas peças e agora observando via que algumas coisas poderiam fazer faltas. No momento que entrou em sua casa a destruição foi tanta que não conseguiu pensar muito.
Ao adentrar o banheiro, deparou-se com um espaço espaçoso, com uma pia dupla emoldurada por um balcão de mármore. Os armários embutidos de madeira ofereciam amplo espaço para guardar itens pessoais. O chuveiro era generoso em tamanho e centralizado, enquanto o box exibia uma banheira convidativa. Os detalhes em porcelanato eram predominantemente brancos, com toques sutis de preto e dourado, adicionando um toque de elegância ao ambiente. Uma poltrona de veludo preto e uma banqueta ofereciam um espaço confortável para relaxar. Íris pendurou suas roupas no gancho e ligou o chuveiro, permitindo que a água quente lavasse toda a tensão acumulada da viagem. Depois do banho revigorante, Íris voltou para o quarto e se deitou na cama, abraçando o travesseiro enquanto sentia seu corpo relaxar. Em questão de minutos, ela pegou no sono.
Depois que Íris fechou a porta do quarto, Oliver não a viu mais. Ela parecia calada e estranha, e apesar de não ser do tipo carinhoso, ele se esforçava por entender as garotas, mais do que já se esforçou por qualquer pessoa.
Ele acabou sentando-se à mesa da cozinha com seu computador, lendo algumas coisas, mexendo em tudo. Havia deixado um recado na caixa postal do seu telefone fixo, Carlos em breve ouviria, mas a ausência de notícias era um sinal de que tudo havia corrido bem.
Após um tempo analisando os novos dados que havia conseguido salvar do seu computador antes de sair, ele fez login na interface da Polícia Federal para fazer uma pequena pesquisa sobre Íris. Seu modo de operar estava tão intenso que ele nem sequer considerou que poderia ter permitido que uma estranha entrasse em sua casa.
Passando o pente fino em todas as pesquisas judiciais, Oliver não encontrou qualquer registro de Íris, nem mesmo por questões trabalhistas. Com a ajuda do Google, encontrou contas de redes sociais de Íris como uma professora comum, com muitos comentários de pais orgulhosos de seus alunos. Ao seguir as marcações do perfil de uma amiga, Oliver chegou às fotos de Íris usando vestidos justos, o que a fazia parecer outra pessoa, não necessariamente a mais bonita, mas definitivamente muito sexy.
— Oliver, cuidado com o que pensa — ele se repreendeu após uma analisar minuciosamente as fotos da professora.
Capítulo escrito dia 13/12 as 22h16
Bom vocês podem se perguntar por qual motivo coloco data e hora? Precaução e plagio. A obra só pode ser registrada quando estiver finalizada e ainda está em andamento.
A gente pensa que essas coisas não acontecem mais acontecem hahahaha podem ter vários reféns que nem sabe o andar da história. qualquer noticia de plagio denuncie e avisem tbm
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