Capítulo 20. Maquiagem.
Após o longo banho, Íris se sentiu pelo menos 30% mais alerta que antes e agora sua mente viajava em o que faria. Íris sempre teve um plano para qualquer tragedia da que viesse a acontecer na sua vida, ela gostava de estar preparada para tudo que poderia acontecer.
Estava inquieta e se sentia observada, será que havia câmeras? Era uma sensação estranha para Íris, por mais que ela tivesse estudado varias vertentes de psicologia infantil o estresse pós traumático pode atacar de tantas formas.
O som da vibração do celular contra a madeira, era suave mas chamou atenção de Íris, por algum motivo ela não desejava ouvir aquele barulho em sua mente apenas pensamentos negativos a rondavam, como se aquela moça cheia de esperança tivesse morrido.
Em sua mente ela imaginava alguém falando que Oliver estava morto, o número desconhecido apareceu na tela, além da tragedia de Oliver tinha ela havia matado uma pessoa, essa ligação poderia ser confronto, ela teria que se explicar perante a justiça.
Íris teve o inicio de uma crise de ansiedade, suas mãos e pés começaram a suar tanto que ao pegar o celular na mão ele quase caiu no chão..
— alô — a voz de Íris quase falhou ao sair do telefone.
— Senhora Rangel, meu nome é Elisângela, é do hospital onde seu marido está — Íris sentou na cama ao final das frases, sentia suas forças se esvair — Ele acordou e está chamando a senhora.
— Isso é sério?
A mulher do outro lado da linha soltou uma risada, talvez não fosse nada comum, mais Íris não esperava isso, apenas tragedia e algo tão bom assim era de fazer seu coração palpitar — Sim, senhora.
— Obrigada, muito obrigada.
Iris desligou o telefone, abriu a mala e pegou a primeira roupa que havia lá, talvez ela nem se ligasse em combinação por alguns segundos se perguntou se havia colocado roupas íntimas. Tirou a tolha do cabelo e correu até Patrícia, que trabalhava no computador concentrada em algo que ela não sabia o que era.
Eles eram todos assim, olhavam para tela com foco para analisar cada palavra que estava a sua frente, procurando em muitos casos erros, sinais, testemunhas, algo que deixaram passar. No caso de Oliver não era diferente, Servin não tinha agido sozinho, havia alguém com ele. Ele não sabia quem era.
— Ele acordou — A animação era palpável da voz de Íris — Precisamos ir.
Patrícia viu a animação de uma criança em Íris, talvez fosse isso que tivesse encantando Oliver, ela era diferente deles, ela tinha cores ainda coisa que a profissão havia tirado deles, aquele brilho no olhar.
— Fica calma, como ele acordou?
— A mulher me ligou do hospital e avisou que ele acordou, vamos, vamos, vamos.
Um sorriso, foi isso que Patrícia deu por alguns instantes pensou que ele poderia estar morto, muitas vezes o hospital chama a pessoa para ir até lá para não dar noticias trágicas por telefone, é protocolo médico, em razão disso ela conteve sua emoção ao mínimo possível.
O coração de Íris parecia que ia saltar, agora de felicidade, aquele era um bom sinal, ela entendia que aquilo era um bom sinal.
Durante o percursos todos os semáforos estavam abertos, Íris respirava profundamente e tentava se acalmar e seu coração, quando chegaram no hospital ela saltou do carro e correu a recepção deixando Patrícia para trás.
A garota da recepção não parecia feliz, na realidade ela tinha uma cara meio mórbida e por mais Íris não gostasse daquilo nada atrapalharia seu bom humor. A recepcionista com o nome de Mariana no crachá não falava nada, apenas encarava ela com uma olhar de má vontade.
— Eu vim visitar Oliver Rangel.
— Quem é você?
— A esposa dele.
— Seu nome. — Ela suspirou como se Iris não entendesse o básico, claramente ela entendia mais estava tão empolgada que o desdenho da moça quase morta não poderia abalar a moça.
— Iris.
Demorou alguns minutos para sair um papel com o nome de Iris R. e ela colou no peito como se fosse uma medalha de honra, ela foi até o quarto que haviam encaminhado.
Apesar de odiar hospital e o cheiro hoje tudo parecia bom, quando chegou na porta do quarto de Oliver estava fechada, ela segurou a maçaneta e quando abriu a porta Oliver estava cercado de maquinas o mundo de Íris caiu, ela não esperava aquilo, ver ele naquele estado.
Oliver estava abatido e cansado, ao ver Íris ele se esforçou para esboçar um sorriso por mais fraco que fosse, pensou que talvez o sorriso dele fosse acalmar o coração dela, Íris caminhou até perto dele, pegando o resto de força que tinha em seu corpo ele sorriu e disse:
— Você chegou. Eu estou tão horrível.
Íris quis chorar, ela tentou focar na boa notícia de Oliver estar acordado, sua voz estava diferente parecia fraca, mas seu olhar ainda era o mesmo. Era doloroso ver tantos hematomas em Oliver e se pra ela ver estava apertando seu coração imagine pra ele que sentia tudo isso.
— Por isso não me deixa ver você sem maquiagem — Íris coloquei a mão sobre a de Oliver — Como você está?
— Estava preocupado com você.
— Quem está na cama hospital é você, Oliver.
— Isso muda a situação? — Ele sorriu — Pensei que tinha fugido de mim.
— Você foi meu herói, não fugiria de você.
— Você fez o trabalho duro, minha querida. Foi muito corajosa pegar a arma e voltar para lá.
— Foi você quem deixou a arma lá?
— Sim, obrigado por voltar para me ajudar.
Oliver sabia que era um plano arriscado deixar uma arma a vista para tanto civis e deixar uma arma para que uma civil empunhasse, ainda mais sendo Íris essa Civil, ela era doce e meiga, isso não poderia ser justo com ela de forma nenhuma, mas era o que ele tinha nas mãos naquele momento.
— Eu nem sei o que fiz, apenas eu queria te salvar, só isso.
— Não atire mais de olhos fechados — A voz de Patrícia entrou no quarto, ela se postou ao lado da cama próximo de Íris — meu Deus, que cara horrível Oliver.
— Obrigado Patrícia. Você é muito gentil.
— Precisa de algo?
— Saber se deu tudo certo? — Oliver falou com uma voz seria nem parecia um homem que estava na cama impossibilitado de andar.
— Sim, seguimos todos os protocolos que você deixou, cuidamos de tudo. O que aconteceu lá só vocês sabem e ninguém mais vai saber. O que sabem é que tentaram sequestrar a esposa de um homem com dinheiro, independe de qualquer coisa e ela heroicamente salvou sua vida. Vamos levar essa história até o final.
Iris apenas observava a conversa tão fria a calculada entre eles, sim, ela matou um homem com muitos tirou, ela lembra do clique que a arma fez quando acabaram as balas, ela ouvia aquele som com perfeição como se aquilo tivesse acabado de acontecer, sentia suas mão formigar como se estivesse com o peso da arma ainda. Talvez agora que Oliver acordou todo peso se voltou ao fato dela ter matado alguém.
— Com licença. — Iris disse dando um passo para trás.
— Aonde vai? — Oliver perguntou.
— Já volto, prometo.
Com um peso no coração Iris saiu do quarto quase correndo, ela procurou um banheiro, assim que encontrou começou a lavar as mãos de forma totalmente frenética, havia muita espuma em suas mãos e mesmo assim pareciam sujas de pólvoras já que ficaram resquícios por conta dos tiros que ela disparou contra alguém.
Havia perdido a noção do tempo. Íris passou mais de cinco muitos lavando suas mãos, ela estava até um pouco avermelhada devido à força que havia usado para isso. Ao se olhar no espelho, Iris parecia incrédula no que estava vendo, ela estava vendo uma assassina agora.
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